Blog de maxwolosker_18841

O Botafogo vai de mal a pior

terça-feira, 30 de agosto de 2022

Passada a fase da euforia com a instalação da SAF Botafogo, quando o estado pré-falimentar do clube Botafogo de Futebol e Regatas foi afastada, já que o investidor John Textor assumiu essa dívida, parece que as coisas voltaram à estaca zero. O pomposo nome de Sociedade Anônima Futebol foi substituído por Sociedade Arquitetada do Fracasso. Aliás, a receita é simples.

Passada a fase da euforia com a instalação da SAF Botafogo, quando o estado pré-falimentar do clube Botafogo de Futebol e Regatas foi afastada, já que o investidor John Textor assumiu essa dívida, parece que as coisas voltaram à estaca zero. O pomposo nome de Sociedade Anônima Futebol foi substituído por Sociedade Arquitetada do Fracasso. Aliás, a receita é simples. Assume um estrangeiro que não conhece nada do futebol brasileiro, que nem fala a língua do país, contrata-se um técnico estrangeiro, sem nenhuma expressão no futebol europeu, teimoso e presunçoso e que também desconhece a mecânica do futebol nacional e temos a receita ideal para a vaca ir para o brejo. E acreditem, está indo.

A campanha do Botafogo, no atual campeonato brasileiro, é digna dos melhores momentos que o levaram para a Série B por três vezes, rebaixado que foi em 2002, 2014 e 2020. Disputadas 24 rodadas do atual campeonato, num total de 38, o glorioso encontra-se em 14º lugar, com 27 pontos, há dois do primeiro time do Z4 que é o Cuiabá com 25, além do Avaí, Atlético Goianiense e Juventude. Nas últimas cinco rodadas, contando com a que se encerrou na última segunda feira 29, o time da estrela solitária teve duas derrotas para o Corinthians e o Flamengo e três empates para Atlético Goianiense, Juventude e Ceará. Anteriormente, já tinha sido derrotado pelo Avaí, que hoje encontra-se na zona da degola. Ou seja, perdeu pontos para todos os clubes que vão mal na atual edição do Brasileirão.

Infelizmente, John Textor escolheu um técnico totalmente despreparado para treinar uma equipe de ponta no Brasil. Desde que assumiu o comando do Fogão foi incapaz de implantar um esquema de jogo e, o que vemos, é um bando de jogadores correndo atrás da bola, como um típico jogo de pelada, aliás tem jogos de pelada que são muito mais interessantes de se assistir. Não existe aproximação entre as três linhas que compõe uma equipe, defesa, meio do campo e ataque e o Botafogo tem uma das defesas mais vazadas do campeonato, assim como um ataque dos menos operantes. Traduzindo em números, são 22 gols marcados e 29 sofridos, com um saldo negativo de sete. Se já se passaram 24 rodadas isso significa mais de um gol sofrido e menos de um marcado, por rodada.

John Textor declarou que não pretende mudar Luís Castro, pois confia no seu trabalho e que 2022 é esperado ser um ano de transição, para que os frutos comecem a serem colhidos em 2023. Disse ainda que a folha de pagamento atual é de R$ 130 milhões por ano, ou seja, quase R$ 11 milhões por mês. Antes gastássemos menos e tivéssemos um time mais entrosado e melhor treinado, pois bons treinadores não faltam no Brasil. Não nos esqueçamos de Enderson Moreira que tirou o Botafogo da segundona, em 2021, e ainda conquistou o título de campeão daquele torneio. Tivesse ele nas mãos os jogadores atuais, com certeza estaria disputando, pelo menos, uma vaga para a copa Sul Americana.

Montar um time em plena competição é muito difícil, pois os jogadores continuam a serem contratados, a maioria vindo de fora, e em níveis diferentes de preparação. Aliás, como tudo que funciona em equipe, entrosamento só acontece com o tempo e muito treinamento.

Faltam ainda 15 rodadas para o término do atual campeonato, 45 pontos a serem disputados. O problema é que os da ponta como o Palmeiras já somam mais do que isso, pois tem 50 e o Flamengo vem logo atrás com 43. O Botafogo empacou nos 27, será que ainda tem jeito ou vamos amargar mais uma segundona, agora com um plantel mais caro. Ou será que o nosso mecenas abandona o barco antes disso?

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Fake news atribui a juíza texto que não é dela

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Em 2018 Toffoli afirmou que o próximo presidente teria que respeitar a Constituição, aliás não sei porque ele fez essa afirmação, pois presidentes, quando assumem seus mandatos, juram respeitar a Constituição. Surgiu, então, um texto com diversas críticas ao STF e a Dias Toffoli, presidente da instituição naquela ocasião. Esse texto foi atribuído à juíza Danielle Moura, da Emerj (Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro) e foi compartilhado 1.500 vezes. Agora em 2022, já tem mais de 2.500 compartilhamentos.

Em 2018 Toffoli afirmou que o próximo presidente teria que respeitar a Constituição, aliás não sei porque ele fez essa afirmação, pois presidentes, quando assumem seus mandatos, juram respeitar a Constituição. Surgiu, então, um texto com diversas críticas ao STF e a Dias Toffoli, presidente da instituição naquela ocasião. Esse texto foi atribuído à juíza Danielle Moura, da Emerj (Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro) e foi compartilhado 1.500 vezes. Agora em 2022, já tem mais de 2.500 compartilhamentos. No entanto, a Emerj informa que não há nenhuma juíza com esse nome em seu quadro de professores, alunos ou colaboradores; além disso, a foto que acompanha algumas das publicações mostra outra magistrada, que nega ser autora do artigo viralizado. A Amaerj (Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro) também alega que não consta o nome dela em seus quadros de associados.

Trata-se, portanto, de uma fake news, mas por estar o STF, a meu ver, fora de suas atribuições constitucionais e ter achado o texto pertinente e não ofensivo, tirado das redes sociais, transcrevo aqui: “Não Toffoli, é você e seus colegas do STF que constituem a maior ameaça à nossa democracia. Foi você quem votou pela libertação de José Dirceu, já condenado em segunda instância, contrariando a lei e a jurisprudência emanada pelo próprio pleno do STF.

Foi seu colega Lewandowsky quem atropelou a Constituição e manteve os direitos políticos de Dilma Rousseff no final do processo de impeachment.

Foi seu colega Lewandowsky quem fez de tudo para dar ao presidiário Lula a oportunidade de conceder uma entrevista à mídia em pleno processo de campanha eleitoral, interferindo diretamente no processo.

Foram seus colegas da 2ª turma que tentaram de todas as formas revisar a jurisprudência da execução da pena a partir da 2ª instância, tão somente para proteger criminosos poderosos.

Foram seus colegas que decidiram não implantar o voto impresso, em decisão que contraria uma lei aprovada pelo Congresso Nacional e devidamente sancionada.

Seu colega Gilmar Mendes se transformou na persona mais detestada do país, após ter se transformado em uma espécie de libertador geral da nação.

Foram vocês que ao invés de reforçarem o papel legítimo de corte constitucional do STF, o transformaram em uma leniente vara penal vip para ricos e poderosos.

Você e seus colegas frequentemente atuam como legisladores, assumindo ilegalmente uma função que segundo a Constituição é exclusiva do Poder Legislativo.

Vocês atuam não como magistrados, mas como uma bancada legislativa a serviço daqueles que os indicaram para tão alto posto, subvertendo por completo a função e a essência legítima desta corte.

Vocês se constituem em um grave problema. A nova legislatura terá que, dentro do processo legislativo constitucional existente, encontrar formas legais e legítimas para reformar profundamente esta corte, suas funções e mesmo a totalidade dos seus membros.

Vocês é que são a ameaça à democracia que precisa ser anulada pelas instituições democráticas do estado brasileiro”.

Apesar de ser uma fake news, como já assinalado, o texto traz à tona várias situações que são verdadeiras, protagonizadas pelos atuais membros do STF. Até uns anos atrás, o STF era uma instituição pouco notada e a população nem sabia o nome de seus membros. Aliás, é essa discrição que se espera de uma instituição cujo papel maior é o de salvaguardar a Constituição Federal e zelar pela integridade do Poder Judiciário. Viver à luz dos holofotes como nos dias de hoje não é o ideal, pois acaba por perder seu objetivo. O que vemos hoje é o STF sendo chamado para qualquer coisa, só falta atuar em briga de comadres, e a satisfação de seus membros em estarem em evidência. O pior é que muitas vezes se perdem nesse emaranhado que é a política nacional, pois as contradições em suas atuações são muitas. Muitos que foram a favor da operação Lava Jato, hoje são seus ferrenhos opositores.

Ao autor do texto acima, porque não assumir o que escreveu que não é ofensivo, apenas uma constatação da realidade, e retrata uma situação com a qual convivemos hoje? As instituições só crescem com elogios e críticas, que fazem parte do processo democrático.

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Salman Rushdie escapa de atentado nos EUA

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

A tentativa de assassinato da qual foi vítima Salman Rushdie (um ensaísta e autor de ficção britânico de origem muçulmana indiana) relembra aqueles que parecem esquecer que

A tentativa de assassinato da qual foi vítima Salman Rushdie (um ensaísta e autor de ficção britânico de origem muçulmana indiana) relembra aqueles que parecem esquecer que as liberdades fundamentais de uma sociedade moderna, como o criar e se exprimir, são constantemente ameaçadas mundo afora, pelas ideologias totalitárias. Aliás, Rushdie foi jurado de morte pelo, já falecido, aiatolá Khomeini, em função do seu livro Versos Satânicos, considerado ofensivo ao Islã. Não podemos nos esquecer de que as regras propagadas pelo Islã são verdadeiramente totalitárias, quando tolhem a liberdade de expressão, de se vestir, além de serem misóginas, pois colocam as mulheres num estado de inferioridade em relação aos homens, a quem devem respeito absoluto, impedidas de frequentar a universidade. Isso em pleno século 21.

Essas ideologias odiosas e desprezíveis a respeito dessas liberdades repousam sobre teorias políticas ou religiosas cuja legitimidade autoproclamada levanta perguntas. O caso de Salman Rushdie suscita a questão sobre o processo religioso e sagrado no mundo atual. Se a liberdade de consciência dá a cada um o direito de pensar o que ele quer sobre a origem do mundo e sua criação, as verdades reveladas pelas religiões não podem impor seus preceitos à sociedade como um todo. No entanto, nós constatamos depois de muitos anos que as práticas religiosas se tornam cada vez mais agressivas e autoritárias, quando não são ameaçadoras. Essa postura atenta seriamente contra os equilíbrios sutis das sociedades democráticas e instala um clima de insegurança, intimidação e de violência que não é mais aceitável.

Todo discurso crítico com relação aos dogmas religiosos, mesmo os mais leves, cai imediatamente sob o golpe das ameaças de morte e os cidadãos temendo por suas vidas, preferem renunciar a liberdade de exprimir sua discordância. Essa renúncia, em função da violência, se refere também ao mundo das artes e da criação que é mais rico que o das letras, pois lida com imagens e objetos, daí a preferência em abordar outros caminhos menos mortais. Ninguém ousaria hoje publicar “Os Versos Satânicos” em função do que aconteceu com seu autor.

Felizmente, dois dias após ser atacado com golpes de faca por um jovem americano de origem libanesa, quando dava uma conferência ao norte dos Estados Unidos, Rushdie está em fase de recuperação, mesmo se ele permanece em estado grave, de acordo com seu agente Andrew Wylie. Este afirmou ainda, num comunicado ao jornal Washington Post, que ele não está mais entubado e os ferimentos, apesar de graves, evoluem de modo favorável. Nada foi mencionado quanto a possível perda da visão num dos olhos e aos movimentos de um dos braços, cujos nervos foram atingidos pela faca.

No Brasil a postura de determinados membros do STF pode ser encarada como uma intimidação pesada quanto à liberdade de expressão. A prisão de deputados e de pessoas que se mostram contrárias aos desmandos da Suprema Corte, no famoso inquérito das fake news, nada mais é do que uma maneira pesada de calar as críticas que a sociedade faz, hoje, ao STF. É preciso que tenhamos uma atitude firme contra esses abusos da liberdade de expressão, pois essa mordaça que se tenta impor à sociedade é um ato antidemocrático por excelência. O engraçado que essas mesmas “autoridades” que tanto clamam pala democracia, são as que mais a apunhalam.

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Estamos a um mês do famoso grito do Ipiranga

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

 Hoje, domingo 7 de agosto, quando escrevi esta coluna, faltavam, exatamente, 30 dias para as comemorações do bicentenário da proclamação da nossa independência. Conforme já disse numa outra coluna, essa data só perde em grandeza, para o dia da descoberta do Brasil. No dia 22 de abril fazíamos nossa aparição diante do mundo, como terra descoberta pelo reino português, apesar de não passarmos de mais uma colônia lusitana. No dia 7 de setembro de 1822, 322 anos depois, nos separávamos da matriz e passávamos a fazer parte das nações livres daquela época.

 Hoje, domingo 7 de agosto, quando escrevi esta coluna, faltavam, exatamente, 30 dias para as comemorações do bicentenário da proclamação da nossa independência. Conforme já disse numa outra coluna, essa data só perde em grandeza, para o dia da descoberta do Brasil. No dia 22 de abril fazíamos nossa aparição diante do mundo, como terra descoberta pelo reino português, apesar de não passarmos de mais uma colônia lusitana. No dia 7 de setembro de 1822, 322 anos depois, nos separávamos da matriz e passávamos a fazer parte das nações livres daquela época. Iniciávamos nossa caminhada como nação livre, entrávamos numa época de prosperidade sem igual, que viria a ser consolidada no segundo império, com o reinado de Pedro II, mas isso é assunto para uma outra coluna.

O que importa é exaltar a figura de Pedro I, tão esculachada pelos republicanos, pois a estes só interessa denegrir nosso período monárquico, como se ele fosse uma nódoa da nossa história. Se não gostam do primeiro Pedro, poderiam ao menos, exaltar mais dois artífices dessa epopeia, nas figuras de D. Leopoldina, primeira imperatriz das terras tupiniquins e de José Bonifácio. Leopoldina, uma austríaca com coração verde e amarelo, como braço direito do imperador brasileiro tinha poder, tanto é assim que o decreto que separou o Brasil de Portugal foi por ela assinado, em 2 de setembro de 1822.

No entanto, essa versão não é oficial pois, de acordo com o site www.cliohistoriaeliteratura.com, “nenhuma fonte histórica e nenhuma das pesquisas realizadas por historiadores e historiadoras atestam que Leopoldina tenha assinado um decreto de independência do Brasil. Ao que tudo indica, esse documento não existe nos arquivos. O que parece haver é uma ata de uma importante reunião ocorrida no dia 2 de setembro, testemunhos recolhidos por cronistas e cartas que nos oferecem indícios sobre os acontecimentos de 1822”. Aliás, nessa reunião, tanto Leopoldina como Bonifácio chegaram à conclusão de que ou se proclamava a independência ou voltaríamos a condição de simples colônia e não mais a de Reino Unido de Portugal, Algarves e Brasil.

Mas, “essa conclusão não tira da regência de Leopoldina sua enorme relevância, nem o protagonismo desempenhado pela jovem princesa naquela conjuntura política”. Pode-se, no entanto, afirmar que seus documentos enviados a seu marido, em viagem a São Paulo, foram suficientes para leva-lo ao famoso brado de “Independência ou morte”, que nos transformou num país livre.

Quanto a José Bonifácio de Andrade e Silva, foi um naturalista, estadista e poeta brasileiro, conhecido pelo epíteto de Patriarca da Independência por seu papel decisivo na Independência do Brasil. Em 11 de janeiro de 2018, foi declarado oficialmente Patrono da Independência do Brasil.

“Nomeado por D. Pedro, em 18 de janeiro de 1822, Ministro do Reino e dos Estrangeiros, José Bonifácio estabeleceu duas diretrizes para comandar sua política: declarar que as ordens das Cortes de Lisboa só seriam aceitas se acatadas por Dom Pedro, e o estreitamento dos laços com as demais províncias.

A firmeza com que Bonifácio conduziu essa política foi notável. A unidade territorial era um dos pontos centrais de sua preocupação. Para evitar a desintegração do país em várias pequenas repúblicas, como ocorrera na América Espanhola, a monarquia seria o fator chave da união. Bonifácio sugeriu que Dom Pedro viajasse o território brasileiro, visitasse São Paulo e Minas Gerais, para garantir a unidade no novo projeto”. (https://www.brasilparalelo.com.br/).

Percebendo a gravidade da situação, quando da reunião de 2 de setembro de 1822, no Paço Imperial, ele e Leopoldina enviaram toda a documentação para São Paulo, documentos importantes para a decisão de D. Pedro. Como a história registra, às margens do Ipiranga, quando a caravana, vinda de Santos, parou para um descanso, Pedro recebeu a correspondência do Rio de Janeiro. Após lê-la chegou à conclusão que não tinha mais tempo a perder e decretou a separação definitiva do Brasil de Portugal.

Portanto, seja você Bolsonaro ou Luís Inácio, deixem de lado as idiossincrasias, pois todos devem ir para as ruas no dia 7 de setembro, para as comemorações do bicentenário da nossa independência, uma data importantíssima na consolidação do Brasil como nação. Claro que se você for Bolsonaro, vá de vede e amarelo, as cores do nosso Brasil e cultuadas pelo nosso presidente. Se for lulista, vá de vermelho mesmo, já que o que importa é a sua presença num evento tão significativo para a nossa história.

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O dia em que Isabelle nos deixou

quarta-feira, 03 de agosto de 2022

No último dia 7 de julho completaram-se dez anos que minha primeira neta nos deixou. Nascida em novembro de 2011, com síndrome de Down, ela era portadora de uma má formação cardíaca muito séria, tão séria que requeria uma intervenção cirúrgica de grande porte. Apesar de ter resistido, bravamente, as seis horas de cirurgia, faleceu de complicações dela decorrentes, com sete meses de idade.

No último dia 7 de julho completaram-se dez anos que minha primeira neta nos deixou. Nascida em novembro de 2011, com síndrome de Down, ela era portadora de uma má formação cardíaca muito séria, tão séria que requeria uma intervenção cirúrgica de grande porte. Apesar de ter resistido, bravamente, as seis horas de cirurgia, faleceu de complicações dela decorrentes, com sete meses de idade.

Na época escrevi um artigo que considero um dos meus mais impactantes e resolvi republicá-lo, em homenagem à Isabella e a tudo que ela representou para seus pais e avós, para a família e para todos que a conheceram, em tão pouco tempo de vida.

O dia em que Isabella se foi

E a Isabella, com um sorriso nos lábios, rindo para sua mãe, nos deixou para entrar na vida espiritual e ao lado dos anjos continuar sua vida, na eternidade. Minha neta querida, nascida com Síndrome de Down e com uma grave lesão cardíaca lutou pela vida durante sete meses. Foi uma batalhadora e nos deu uma lição de força interior que muitos marmanjos não possuem.

Após uma cirurgia cardíaca de seis horas de duração, com circulação extracorpórea e coração parado, na tentativa de consertar lesões quase irreparáveis, ela desistiu e entregou sua alma a Deus, para desespero de seus pais, avós, avós emprestados como eu, tios, parentes e amigos que torceram por ela em sua curta existência, com todo o ardor e fé.

A “piriguete” do CTI do Centro Pediátrico da Lagoa, pois esse foi o apelido que médicos e enfermeiras lhe colocaram, em seu último dia de vida aprontou poucas e boas. Com um coraçãozinho “melhorado”, mamou com uma sofreguidão nunca antes vista, em função da deficiência da qual era portadora. Por causa dessa mamada desvairada, seu intestino funcionou intensamente e ela sujou-se dos pés à cabeça, dando um trabalho danado até ficar completamente limpa; com uma vitalidade impressionante deixou a equipe em polvorosa, quando suas mãozinhas se soltaram e ela quase arrancou tubos e cateteres que estorvavam sua existência.

Na realidade, essa melhora espontânea, era seu aviso final; para mim ela quis dizer: “eu não tenho mais forças para lutar, tenho consciência que fui muito amada e que amei a todos que fizeram o possível para me manterem viva, mas eu estou esgotada e não tenho mais forças, estou cansada. Com esse meu coração em pandarecos só tenho a agradecer a vocês, meus amados pais, por todo o amor que me dedicaram e todo o esforço que fizeram para tornar minha vida menos difícil.

A meus avós o meu reconhecimento pelo esforço e dedicação que me cercaram; a meus familiares e aos amigos de minha família, minha gratidão pela torcida em prol do meu pronto restabelecimento. Até aqueles que me torturaram, com várias agulhadas na tentativa de tirar amostras do meu sangue, para exames, eu também agradeço muito, pois fizeram isso para o meu bem, tentando me ajudar.

 Mas eu estou cansada, foram quase sete meses de luta e sinto que minhas forças se foram, tenho consciência de estar no fim. Mantenham-me sempre viva na lembrança de vocês, lá do alto estarei velando por todos e puxando a orelha daqueles que se desviarem do bom caminho. Não chorem a minha morte, muito pelo contrário, riam das travessuras que fiz, do meu sorriso de satisfação por me sentir amada, por ter preenchido, mesmo que por tão pouco tempo, um espaço no coração de todos e, porque não, modificado a maneira de encarar a vida de muitos dos que me cercam.

A você, minha mãe, meu muito obrigado e não se desespere, pois sei que você só não fez mais por mim, porque era humanamente impossível. A você, meu pai, meu muito obrigado por ter estado ao lado de minha mãe dando toda a força e suporte que ela precisava. Aos demais agradeço de coração, mesmo que ele esteja todo “caquerado”, ao torcerem pela minha recuperação. 

Um até breve a todos e tenho certeza que nos encontraremos um dia na eternidade. Lembrem-se de que ninguém é esquecido enquanto permanecer vivo na memória de alguém.

E no dia 7 de julho de 2012, o coração de Isabella parou em definitivo e ela nos deixou”.

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Mudanças que, infelizmente, vieram para ficar

quarta-feira, 13 de julho de 2022

É impressionante como um empreendimento pode mudar tanto as coisas num bairro, para pior e muitas vezes ameaçando a segurança das pessoas. Me refiro especificamente ao Condomínio César Guinle, um mastodonte plantado próximo ao Grupo de Promoção Humana (GPH). Mudanças foram feitas no trânsito local, mas, como sempre, sem um planejamento consciente da Autran, que agora mudou de nome e atende pelo nome de SMOMU (Secretaria Municipal de Ordem e Mobilidade Urbana). Essas mudanças foram feitas para atender o empreendimento.

É impressionante como um empreendimento pode mudar tanto as coisas num bairro, para pior e muitas vezes ameaçando a segurança das pessoas. Me refiro especificamente ao Condomínio César Guinle, um mastodonte plantado próximo ao Grupo de Promoção Humana (GPH). Mudanças foram feitas no trânsito local, mas, como sempre, sem um planejamento consciente da Autran, que agora mudou de nome e atende pelo nome de SMOMU (Secretaria Municipal de Ordem e Mobilidade Urbana). Essas mudanças foram feitas para atender o empreendimento.

Vamos dar nomes aos bois. Acabaram com a mão dupla da Rua Presidente Kennedy que passou a ser mão única em direção à Via Expressa, em consequência a paralela, Rua Conde Beviláqua passou ser mão única, em sentido oposto. Só que as placas sinalizadoras não são a de contramão e sim a seta de mão única. Que botassem as duas, mas, constantemente, tem carros na contramão, o que ameaça a segurança de todos. Além disso, na esquina entre as duas, fizeram uma modificação na calçada e, pasmem, o poste de iluminação ficou um palmo sobre a pista de rolamento da Rua José da Silva Silveira. E lá se vão dois anos que essa aberração perdura, sem que nem a Prefeitura, nem a Energisa tomem uma providência. Talvez, a desculpa seja de que a nova calçada ficou mais estreita para comportar um poste; não seria o caso de aumentar a calçada e sanar essa aberração?

Isso sem falar no problema que foi criado naquele entroncamento. Ali existem três ruas, a Marechal Rondon que dá acesso ao armazém do Froté e ao Sítio São Luís, a Rua João XXIII que é paralela a ela e que formam duas esquinas com a Rua José da Silva Silveira. Na Marechal Rondon existia anteriormente uma placa de PARE, que foi retirada. No entanto, com o gradeamento do novo condomínio, fica difícil a visualização dos carros que estão a seguir em frente, ou dobrar à esquerda, na José da Silva. Aí alguém da autarquia insatisfeito com a placa PARE, resolveu trocar pela de Via Preferencial, aquela do triangulo vermelho, de ponta para baixo e com interior branco que, infelizmente, muitos motoristas ignoram seu significado. Mas, o pior estava por vir, outro funcionário pensou, placa para que placa? E, simplesmente, a retirou. Talvez precisasse dela em outra rua. Conclusão, a circulação naquele trecho ficou um perigo, com freadas bruscas, xingamentos e riscos de colisão. O mesmo se dá com os carros que saem da João XXIII em direção à José Silva, pois ali a visão também é encoberta e o risco de colisão importante. Felizmente, como é uma via de circulação baixa, esse risco diminui bastante. Mas, existe.

Para piorar, sem as placas de contramão na Presidente Kennedy e na Conde Beviláqua com frequência tem carro no sentido contrário ao do atual, com riscos de colisão. Recentemente, uma obra da Águas de Nova Friburgo interditou a Conde Beviláqua e simplesmente direcionaram o trânsito todo para a Kennedy, onde deveria ter sido colocada uma placa de duplo sentido, aquela das duas setas em sentido contrário. Não creio que a autarquia de trânsito da cidade tenha sido alertada para esse fato e, se o foi, não tomou as providências cabíveis, que são da sua responsabilidade. O motorista que faça as suas deduções.

Acho que é mais do que hora de uma profissionalização das autoridades responsáveis pela circulação do material rodante na cidade, pois com o crescimento acelerado de Nova Friburgo, nosso trânsito está cada vez pior. Nossas vias são as mesmas de 40 anos atrás, única exceção foi a abertura da Via Expressa, e a quantidade de veículos triplicou se não quadruplicou. Não vai demorar muito e teremos um nó no trânsito de nossa cidade.

Para terminar, a pergunta que não quer calar, qual é a área de proteção ambiental do Cond. César Guinle, que toda obra desse porte tem de apresentar?

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A comemoração do bicentenário da Independência está próxima

quarta-feira, 29 de junho de 2022

Não importa se alguém é republicano ou monarquista, sim porque o ser é livre, é democrático. Mas, é uma constatação importante o fato de que estamos a pouco mais de três meses do bicentenário da proclamação da Independência do Brasil e não se tem notícia de nenhum preparativo para esse evento que, para mim, é um dos mais importantes de nossa história, só perdendo mesmo para o dia de nosso descobrimento.

Não importa se alguém é republicano ou monarquista, sim porque o ser é livre, é democrático. Mas, é uma constatação importante o fato de que estamos a pouco mais de três meses do bicentenário da proclamação da Independência do Brasil e não se tem notícia de nenhum preparativo para esse evento que, para mim, é um dos mais importantes de nossa história, só perdendo mesmo para o dia de nosso descobrimento.

O 22 de abril, cujo personagem principal é Pedro Alvares Cabral, marca o início do Brasil como uma terra não desbravada, habitada por pessoas que tinham sua própria cultura, mas estavam atrasadas em relação ao restante do mundo. O continente americano, em 1500, era ainda virgem da presença do homem civilizado e distante do resto do mundo que girava em torno da África, Ásia e da Europa. Portanto, Cabral é o responsável pelo início da civilização europeia naquele que seria o solo brasileiro. Como estou falando de Brasil, não citarei Cristóvão Colombo com a descoberta da América espanhola, em 1492, ou seja, oito anos antes.

De 1500 até 1808, com a chegada da família real portuguesa (um acontecimento iniciado em 29 de novembro de 1807, com o seu desembarque em terras brasileiras ocorrido em 22 de janeiro de 1808, na cidade de Salvador), mudamos muito. Apesar da imensidão continental do nosso país, à medida que o tempo passava, a condição de povo colonizado incomodava os habitantes da época, de norte a sul e de leste a oeste.

Com a chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro, em 8 de março de 1808, o Brasil começava a mudar seus rumos, pois com o Rei de Portugal instalado em terras brasileiras, muitas mudanças estavam por vir. Era inevitável a melhoria da condição do país, em função desse acontecimento. Já em 18 de fevereiro de 1808 foi fundada a  primeira escola de nível superior no Brasil e também a primeira de Medicina no país, denominada, inicialmente, de Escola de Cirurgia da Bahia. Vieram a seguir a Academia Real Militar, o Jardim Botânico, o Arquivo Militar, a Biblioteca Real, a Academia de Belas Artes e a Imprensa Régia.

Mas, o fato mais marcante desse período aconteceu no dia 17 de dezembro de 1815, quando o Brasil foi alçado à condição de "Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves", deixando de ser colônia de Portugal. Com esse ato, os portos brasileiros se abriram para o comércio exterior impulsionando a exportação e importação e, segundo o historiador Sérgio Buarque “a elevação da antiga colônia à dignidade de reino foi, por outro lado, o reconhecimento de uma situação de fato, um ato político no sentido amplo, pois assegurava uma administração tranquila, permitia que se forjassem planos imperialistas na direção do Prata e mesmo se reavivassem sonhos de uma amplitude continental. Havia de prender a Coroa ao Brasil e o Brasil à Monarquia”.

E assim o foi, pois, esse fato histórico é para muitos, o reconhecimento por D. João VI de que a independência da ex-colônia era uma questão de tempo. Nesse intervalo de sete anos muita coisa aconteceu, porque a corte portuguesa queria a volta do Brasil à condição de colônia, sabedora de que uma separação definitiva era inevitável.

Assim, quando em 7 de setembro de 1822 D.Pedro, às margens do ribeirão Ipiranga, próximo da cidade de São Paulo, deu o famoso grito de independência ou morte, o Brasil rompia em definitivo seus laços com Portugal e se tornava um país independente, tendo como imperador D. Pedro I e como imperatriz, D. Leopoldina. Essa data é de suma importância, e deveria ser comemorada com fervor, principalmente seu bicentenário.

Tudo que se passou desde então, o primeiro reinado e o segundo reinado, com D.Pedro II, formaram a base, o alicerce para que em 15 de novembro de 1888, nos tornássemos uma república. Não fosse o ato corajoso de D. Pedro I e, provavelmente, nossa independência aconteceria mais tarde e, com certeza às custas de uma guerra civil, pois os interesses em jogo eram muitos. Tivemos revoltas contra o ato de D. Pedro, pois muitos eram contra a separação de Portugal, mas essas escaramuças tiveram uma dimensão muito menor do que se a independência tivesse ocorrido mais tarde. Ela era inevitável.

Sua importância está no fato de que sem a independência, não haveria a república. Façamos nesse dia uma reverência a D. Pedro I, que com todas as suas idiossincrasias amava a “terra brasilis” e foi um personagem importante na construção de um gigante, como é o Brasil de hoje.

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Uma vitória com V maiúsculo

quarta-feira, 22 de junho de 2022

Sofrer uma penalidade máxima aos seis minutos de jogo e ainda, por consequência, ter um jogador expulso o que obrigou o time a jogar, pelo menos, 84 minutos com um a menos, não é para qualquer um. O triunfo, ao final da partida, só pode ser definido como uma vitória com V maiúsculo. Foi o que aconteceu no último domingo, 19, com o Botafogo, ao vencer o Internacional por três a dois, em pleno estádio Beira Rio, em Porto Alegre-RS.

Sofrer uma penalidade máxima aos seis minutos de jogo e ainda, por consequência, ter um jogador expulso o que obrigou o time a jogar, pelo menos, 84 minutos com um a menos, não é para qualquer um. O triunfo, ao final da partida, só pode ser definido como uma vitória com V maiúsculo. Foi o que aconteceu no último domingo, 19, com o Botafogo, ao vencer o Internacional por três a dois, em pleno estádio Beira Rio, em Porto Alegre-RS.

O Var veio para atrapalhar e a nossa arbitragem, que já era ruim, ficou pior. O lance do pênalti contra o Botafogo é um exemplo clássico disso. Na jogada, a bola bateu primeiro no peito do jogador, para em seguida bater em seu braço, sem mudar sua trajetória. Por isso, acertadamente, não foi marcada a penalidade; vem o Var, intervém desnecessariamente e induz o juiz a mudar sua interpretação e ainda expulsa o defensor do Fogão. Como ele era o último homem antes do goleiro, diz a regra que é caso de cartão amarelo, ou seja, a lambança estava feita. Luís Castro, técnico do Botafogo reclamou e, também, foi expulso, em seguida. Nenhuma advertência com cartão amarelo, vermelho simplesmente, fim de papo. Penalidade batida, é gol do Internacional. Aos 13, ou seja, quatro minutos após, o Fogão toma o segundo gol, o que poderia ser o prenúncio de uma goleada.

Ledo engano, pois mesmo fora de campo, a empatia entre jogadores e técnico se fez presente, e aos 18 minutos, ainda do primeiro tempo, o Botafogo fez seu primeiro gol, em jogada confusa, em que o Var teve que intervir. Aliás, esse momento recolocou o time no jogo, deu um novo ânimo a todo o elenco e fez com que a técnica, posta de lado pela inferioridade numérica, desse lugar a uma garra, uma vontade de vencer que foi coroada, com os 3 a 2, ao final do jogo.

O que preocupa é que Savio Pereira Sampaio, árbitro da partida, pertence ao quadro da Fifa e pode ser um dos nossos representantes na Copa do Mundo do Qatar. Juiz confuso, sem personalidade, pois se não marcou a penalidade no decorrer do lance, ao rever a jogada e ter constatado que a bola antes de tocar o braço do Philipe Sampaio, batera no seu peito, deveria ter dado seguimento ao jogo e não voltar atrás em sua decisão. Mal intencionado, deu dez minutos de acréscimo em cada tempo, com a nítida intensão de ajudar a equipe colorada. Verdadeiro soprador de apito.

A partir daí o que se viu foi uma sucessão de intervenções do Var que anulou dois gols do Internacional por impedimento num (diga-se de passagem, gol legal) e condução com a mão, no outro, além da anulação de um gol do Botafogo, também por impedimento. Muita confusão, quando os gols eram anulados, principalmente porque a partida já estava igualada em dois a dois, e a equipe do Inter não se conformava em empatar um jogo em que o adversário estava com um a menos. Num futebol corrido, como o atual, essa inferioridade numérica representa muito e só uma equipe aguerrida e com muita vontade de vencer consegue suportar essa pressão.

Ao final do jogo, numa atitude infantil de Luiz Piazon que foi comemorar o gol do fogão em frente ao túnel do Internacional, o tempo fechou e aconteceu uma pancadaria generalizada, com a expulsão de um jogador do Inter e um espetáculo deprimente que, raramente, se vê no futebol europeu de hoje. Os gols que deram números finais ao jogo foram anotados aos 14 e 54 minutos do segundo tempo, por Ericsson e Hugo.

A equipe do Glorioso está de parabéns, deu um espetáculo de entrega, perseverança e raça a sua torcida que já estava incomodada, após quatro derrotas seguidas, para times de menor expressão e arrancou, no Rio Grande do Sul, uma vitória quase impossível. Uma vitória com V maiúsculo, pois venceu o adversário e o soprador de apito.

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O Dia dos Namorados

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Como em muitas datas comemorativas, as diferenças entre o hemisfério norte e o hemisfério sul são marcantes, principalmente porque apesar dos objetivos serem os mesmos, os significados diferem bastante. Esse é o caso do Dia dos Namorados, que entre nós cai no dia 12 de junho e em países anglo saxões e no restante dos países ao norte do equador, no dia 14 de fevereiro. Apesar do significado ser o mesmo, ou seja, a celebração do amor entre duas pessoas, as datas escolhidas têm um significado completamente diferente.

Como em muitas datas comemorativas, as diferenças entre o hemisfério norte e o hemisfério sul são marcantes, principalmente porque apesar dos objetivos serem os mesmos, os significados diferem bastante. Esse é o caso do Dia dos Namorados, que entre nós cai no dia 12 de junho e em países anglo saxões e no restante dos países ao norte do equador, no dia 14 de fevereiro. Apesar do significado ser o mesmo, ou seja, a celebração do amor entre duas pessoas, as datas escolhidas têm um significado completamente diferente. No entanto, é o dia de demonstrar afeição entre os casais, sendo comum a troca de cartões e presentes com símbolo de coração, tais como as tradicionais caixas de bombons.

De acordo com a Wikipédia, no Brasil, a data foi criada pelo publicitário João Doria, sendo comemorada no dia 12 de junho por ser véspera de 13 de junho, dia de Santo António, o santo português com tradição de casamenteiro. Doria trouxe a ideia do exterior e a apresentou aos comerciantes paulistas, iniciando em junho de 1949 uma campanha com o slogan "não é só com beijos que se prova o amor”. A ideia se expandiu pelo Brasil, amparada pela correlação com o Dia de São Valentim que nos países do hemisfério norte, ocorre em 14 de fevereiro e é utilizada para incentivar a troca de presentes entre os casais apaixonados.  É interessante essa associação, pois sendo Santo Antônio conhecido como o santo casamenteiro e, de uma maneira geral, os casais primeiro namoram para depois contraírem núpcias, nada mais justo que o Dia dos Namorados seja celebrado próximo ao dele. A não coincidência de datas, talvez seja para marca-los com mais ênfase.

Já no hemisfério norte existem semelhanças, mas a data e a história são muito diferentes. Na realidade, 14 de fevereiro é o dia da morte do bispo Valentim, executado no ano 269 d.C., por ordem do imperador romano Claudio II. Eis o que nos relata a enciclopédia Wikipédia sobre o fato: ”A história do Dia de São Valentim remonta a um obscuro dia de jejum tido em homenagem a São Valentim. A associação com o amor e romantismo chega depois do final da Idade Média, durante o qual o conceito de amor romântico foi formulado”.

“O bispo Valentim lutou contra as ordens do imperador romano Cláudio II, que havia proibido o casamento durante as guerras, acreditando que os homens solteiros eram melhores combatentes. Ele continuou celebrando casamentos, apesar da proibição do governante; a prática foi descoberta e Valentim foi preso e condenado à morte. Durante seu encarceramento, muitos jovens lhe enviavam flores e bilhetes dizendo que ainda acreditavam no amor. Enquanto aguardava na prisão o cumprimento da sua sentença, ele se apaixonou pela filha cega de um carcereiro e, milagrosamente, devolveu-lhe a visão. Antes da execução, Valentim escreveu uma mensagem de adeus para ela, na qual assinava como “Seu namorado” ou “De seu Valentim”. “

Considerado mártir pela Igreja Católica, a data de sua morte, 14 de fevereiro, também marca a véspera das lupercais, festa anual celebrada na Roma antiga em honra à deusa Juno e ao deus Pan. Um dos rituais desse festival era a passeata da fertilidade, em que os sacerdotes caminhavam pela cidade batendo em todas as mulheres com correias de couro de cabra para assegurar a fecundidade.

Uma outra versão diz que na Idade Média, o dia 14 de fevereiro era o primeiro dia de acasalamento dos pássaros. Por isso, os namorados daquela época usavam esta ocasião para deixar mensagens de amor na soleira da porta do amado ou amada. Eu sou mais por essa versão.

Nos Estados Unidos a tradição do dia de São Valentim surgiu em 1840, quando uma mulher, Esther Howland, vendeu cinco mil dólares em cartões, uma quantia considerável, na época. Ela se espalhou por todo mundo e a simples venda de cartões foi trocada pela a compra de presentes de toda espécie.

Quem se beneficia, e em muito, desse tipo de comemoração é o comércio, que aproveita essas datas para faturar mais. Não vai aqui nenhuma crítica, apenas essa é a tendência do mundo capitalista. No entanto, precisamos ter sempre em mente o verdadeiro significado dessas festas, para que não se tornem apenas um ato puramente material. Aliás, uma coisa boa da pandemia, se é que pode haver coisa boa numa catástrofe, foi que a humanidade resgatou festas tradicionais como o Natal, que nesses dois anos voltou a ser uma comemoração familiar, em que o nascimento de Cristo foi o tópico principal.

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Festas religiosas: uma tradição que vem de tempos remotos

quarta-feira, 08 de junho de 2022

Nenhuma pretensão em transformar a minha coluna numa sucursal da Bíblia, mas o assunto a seguir é fruto, exclusivamente, da curiosidade do colunista. Existem festas desde os primórdios da humanidade, a partir do momento em que o homem passou a viver em sociedade, que se repetem tanto na época anterior a Cristo e persistem após Cristo, muitas vezes com significados diferentes. Isso me veio à memória, pois no dia 5 de junho, os católicos comemoraram o Dia de Pentecostes.

Nenhuma pretensão em transformar a minha coluna numa sucursal da Bíblia, mas o assunto a seguir é fruto, exclusivamente, da curiosidade do colunista. Existem festas desde os primórdios da humanidade, a partir do momento em que o homem passou a viver em sociedade, que se repetem tanto na época anterior a Cristo e persistem após Cristo, muitas vezes com significados diferentes. Isso me veio à memória, pois no dia 5 de junho, os católicos comemoraram o Dia de Pentecostes.

A origem dessa festa é na realidade baseada em uma antiga tradição hebraica, chamada Shavuoth, e que significa “Semanas”. Para os judeus, pentecostes era uma celebração de agradecimento a Deus pela colheita, além de homenagear a memória do dia em que Moisés recebeu as tábuas com as leis sagradas, conhecidas por Torah. Esse termo deriva da palavra grega pentēkostḗ, que significa “quinquagésimo”, em referência aos 50 dias depois da Páscoa. No judaísmo durava sete dias e começava a partir da Pesah (festa da libertação do Egito). A Páscoa dos judeus, comemora o recebimento, por Moisés, das tábuas da lei, com os dez mandamentos, 50 dias após a fuga do Egito, aos pés do Monte Sinai. Tem outros nomes como Festa da Colheita ou Sega (Êxodo 23.16), Festa das Semanas (Deuteronômio 34.22) e Dia das Primícias dos Frutos (Números 28.26), pois era uma data festejada pelos judeus, portanto uma festa da religião judaica.

No Novo Testamento, a comemoração de Pentecostes é citada no livro dos Atos dos Apóstolos 2, episódio que narra o momento em que os apóstolos de Cristo receberam os dons do Espírito Santo, logo após a subida de Jesus aos céu. Já Corpus Christi, cujo significado literal é o Corpo de Cristo, é uma festa religiosa da Igreja Católica cujo objetivo é celebrar o mistério da Eucaristia, a presença do corpo e do sangue de Jesus. Ela ocorre sempre 60 dias depois do Domingo de Páscoa ou na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, em alusão à quinta-feira santa quando Jesus instituiu o sacramento da eucaristia.

 Na tradição católica, foi instituída pelo Papa Urbano IV no dia 8 de setembro de 1264. Sua procissão pelas vias públicas lembra a caminhada do povo de Deus, peregrino, em busca da Terra Prometida. O Antigo Testamento diz que o povo peregrino foi alimentado com maná (pão de trigo sem fermento), no deserto. Com a instituição da eucaristia o povo é alimentado com o próprio corpo de Cristo.

Durante esta festa são celebradas missas festivas e as ruas são enfeitadas para a passagem da procissão onde o sacrário é conduzido geralmente pelo bispo, ou pelo pároco da Igreja, A tradição de enfeitar as ruas começou pela cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais. A procissão pelas vias públicas, é uma recomendação do Código de Direito Canônico que determina ao bispo diocesano que tome as providências para que ocorra toda a celebração, para testemunhar a adoração e veneração para com a Santíssima Eucaristia. Esse acontecimento não tem correspondência no judaísmo, pois para o judeu Cristo, o Messias, ainda não veio à Terra, sendo essa uma das características marcantes entre o antigo e o novo testamentos.

Não podia me esquecer do Natal, festa de grande significado na tradição católica, pois celebra o nascimento de Jesus Cristo, a chegada do tão esperado Messias e marca o início da era cristã. No entanto, se pesquisarmos um pouco mais, vamos ver que sua origem se perde na antiguidade, nas primeiras e remotas crenças humanas, às quais, ao longo dos séculos, foram se incorporando às novas tradições

Por que celebramos o Natal em dezembro? O solstício de inverno (no Hemisfério Norte) é a noite mais longa do ano, o momento em que os dias começam de novo a crescer, uma vitória simbólica do Sol contra a escuridão. Acontece entre 21 e 22 de dezembro e é comemorado desde tempos imemoriais. Nessa mesma época do ano, em meados de dezembro, os antigos romanos festejavam a Saturnália, festival em que eles ofereciam presentes entre si, mas também trocavam os papéis sociais, uma mistura entre nosso Natal e o Carnaval.

A data do Natal foi fixada em 25 de dezembro pelo imperador Constantino, porque nesse dia era celebrada a grande festa solar em Roma”; assim, o imperador que transformou o cristianismo na religião de Roma e que governou entre 306 e 337, identificava de alguma maneira sua figura com o divino, aproveitando o antigo festival do Dia do Nascimento do Sol Invicto. Foi uma fusão do culto solar com o culto cristão.

Podemos concluir que na realidade as coisas se repetem, se modernizam, à medida que a humanidade cumpre seu destino no planeta Terra. Repetindo Lavoisier, “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.

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