Não escutei Greta Thunberg e Leonardo di Caprio se manifestarem

Max Wolosker

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Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

quarta-feira, 01 de junho de 2022

Logo no início do governo atual, as viúvas desamparadas de Luís Inácio começaram a bater forte, logo que a derrota do poste Haddad se confirmou. Nessa época, um dos motes da campanha anti-bolsonarista era o desmatamento desenfreado da região amazônica, que acabaria com a mentirosa premissa de que o Brasil estava colabando (causar abalo) o pulmão do mundo. Esquerdistas, ambientalistas locais, insuflados por países com interesses outros na floresta amazônica, fizeram críticas, vieram com aquele papo maroto de internacionalizar toda a área. Assim, num passo de mágica surrupiavam uma extensão de terra genuinamente brasileira e abriam caminho para a exploração desenfreada de empresas estrangeiras, interessadas desde há muito, nas riquezas do subsolo amazônico.

A sueca tresloucada Greta Thunberg ganhou as manchetes internacionais, com sua cara de ódio, veias do pescoço estufadas e olhos arregalados, clamando contra o presidente do Brasil, desenhado portando uma serra elétrica e um machado em cada mão. O galã de Titanic, Leonardo di Cáprio, que de mato não deve entender nada, quanto mais de região amazônica, já que seus pares americanos ainda acham que a capital brasileira é Buenos Aires, também meteu sua colher de pau aonde não era chamado e desandou a falar besteiras contra o governo brasileiro. Até Macarron, desculpe, Macron, presidente da França foi um baluarte na luta pela retirada do domínio brasileiro da Amazônia pela sua incapacidade de preservá-la. Não olhou para o seu próprio quintal, com o escândalo que foi o projeto Montagne d´Or, de extração de ouro de aluvião, na Guiana Francesa.

Só que o mundo dá voltas e apesar da humanidade ter memória curta, ainda existem pessoas atentas aos mandos e desmandos dos países ricos. Semana passada foi publicada nas redes sociais, através do site www.frontliner.com.br a seguinte pérola: Alemanha destrói floresta de 12 mil anos e vilarejos, para extração de carvão mineral. “O grupo ativista Ende Gelände acusa empresas de energia e líderes políticos de instrumentalizar o conflito da Ucrânia como desculpa de continuar a minerar carvão marrom ou lignite, um dos combustíveis mais poluentes do mundo. Com a guerra na Ucrânia, teme-se uma crise energética de grandes proporções na Europa.

“Em 23 de abril, cerca de quatro mil manifestantes se reuniram na vila de Lützerath, no Estado da Renânia do Norte-Vestfália, o coração industrial da Alemanha, para protestar contra a expansão da mina de Garzweiler, que produz carvão marrom, ou lignite — um dos combustíveis fósseis mais poluentes do mundo”.

“A cicatriz marrom-cinza na terra que é a mina de Garzweiler já engoliu mais de uma dúzia de vilarejos. Igrejas centenárias, casas, rodovias foram demolidas e o solo sobre a qual foram construídas foi removido. Terras agrícolas desapareceram, os cemitérios foram esvaziados”. É nessa área que está incluída a Floresta Hambach, com mais de mais de 5.500 hectares, a maior floresta da região.

Única em sua ecologia, e uma das florestas mais antigas da Europa, é descrita como “o último remanescente de um ecossistema silvestre que ocupou esta parte da planície do Rio Reno entre Aachen e Colônia desde o final da última era glacial”. Aliás, esse protesto se deu depois que o último fazendeiro da vila, Eckhardt Heukamp, foi forçado a vender para a RWE sua propriedade do século 18, em que sua família viveu por gerações, após perder um processo judicial contra a desapropriação. O imóvel fica agora a poucos metros da borda da mina.

Como a justiça alemã é composta pelo mesmo naipe de juristas daqui, deu o seguinte despacho: ” Os tribunais decidiram que a lei de mineração do país dá à companhia de carvão o direito legal de expandir e que a legislação de eliminação do uso do carvão não contradiz essa decisão”. Dane-se o meio ambiente.

A Alemanha ainda é o país que mais queima carvão para produzir bens industriais e se por um lado parou com a produção do carvão duro, agora ele é importado, a maior parte vindo da Rússia, pelo menos não produz mais. No entanto, o carvão de lignite, para gerar eletricidade, ainda é produzido no mercado interno. Mas, quando o novo governo alemão, de esquerda, se formou em dezembro, prometeu a eliminação do uso desse mineral até 2030.

A administração também disse que apoiava a preservação das vilas ameaçadas pela expansão da mina Garzweiler, operada pela Rhenish-Westphalian Power Plant (RWE) AG, a segunda maior empresa de energia da Alemanha e uma das maiores concessionárias da Europa. Não é o que se vê, na prática, pois os interesses econômicos sempre estiveram na frente de qualquer campanha ecológica e o lema das nações mais ricas sempre foi o mesmo, ou seja, terceiro mundo faça o sacrifício para salvar o planeta, pois nossa economia não pode parar. Desde quando governos socialistas ou comunistas cumprem com a palavra.

Juro que gostaria de entrevistar essa debilóide da Greta Thunberg e o star de cinema Leonardo, para que emitam as suas opiniões a respeito; só não vale o bordão do que é bom para a Alemanha, não é bom para o Brasil.

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