Uma vitória com V maiúsculo

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

quarta-feira, 22 de junho de 2022

Sofrer uma penalidade máxima aos seis minutos de jogo e ainda, por consequência, ter um jogador expulso o que obrigou o time a jogar, pelo menos, 84 minutos com um a menos, não é para qualquer um. O triunfo, ao final da partida, só pode ser definido como uma vitória com V maiúsculo. Foi o que aconteceu no último domingo, 19, com o Botafogo, ao vencer o Internacional por três a dois, em pleno estádio Beira Rio, em Porto Alegre-RS.

O Var veio para atrapalhar e a nossa arbitragem, que já era ruim, ficou pior. O lance do pênalti contra o Botafogo é um exemplo clássico disso. Na jogada, a bola bateu primeiro no peito do jogador, para em seguida bater em seu braço, sem mudar sua trajetória. Por isso, acertadamente, não foi marcada a penalidade; vem o Var, intervém desnecessariamente e induz o juiz a mudar sua interpretação e ainda expulsa o defensor do Fogão. Como ele era o último homem antes do goleiro, diz a regra que é caso de cartão amarelo, ou seja, a lambança estava feita. Luís Castro, técnico do Botafogo reclamou e, também, foi expulso, em seguida. Nenhuma advertência com cartão amarelo, vermelho simplesmente, fim de papo. Penalidade batida, é gol do Internacional. Aos 13, ou seja, quatro minutos após, o Fogão toma o segundo gol, o que poderia ser o prenúncio de uma goleada.

Ledo engano, pois mesmo fora de campo, a empatia entre jogadores e técnico se fez presente, e aos 18 minutos, ainda do primeiro tempo, o Botafogo fez seu primeiro gol, em jogada confusa, em que o Var teve que intervir. Aliás, esse momento recolocou o time no jogo, deu um novo ânimo a todo o elenco e fez com que a técnica, posta de lado pela inferioridade numérica, desse lugar a uma garra, uma vontade de vencer que foi coroada, com os 3 a 2, ao final do jogo.

O que preocupa é que Savio Pereira Sampaio, árbitro da partida, pertence ao quadro da Fifa e pode ser um dos nossos representantes na Copa do Mundo do Qatar. Juiz confuso, sem personalidade, pois se não marcou a penalidade no decorrer do lance, ao rever a jogada e ter constatado que a bola antes de tocar o braço do Philipe Sampaio, batera no seu peito, deveria ter dado seguimento ao jogo e não voltar atrás em sua decisão. Mal intencionado, deu dez minutos de acréscimo em cada tempo, com a nítida intensão de ajudar a equipe colorada. Verdadeiro soprador de apito.

A partir daí o que se viu foi uma sucessão de intervenções do Var que anulou dois gols do Internacional por impedimento num (diga-se de passagem, gol legal) e condução com a mão, no outro, além da anulação de um gol do Botafogo, também por impedimento. Muita confusão, quando os gols eram anulados, principalmente porque a partida já estava igualada em dois a dois, e a equipe do Inter não se conformava em empatar um jogo em que o adversário estava com um a menos. Num futebol corrido, como o atual, essa inferioridade numérica representa muito e só uma equipe aguerrida e com muita vontade de vencer consegue suportar essa pressão.

Ao final do jogo, numa atitude infantil de Luiz Piazon que foi comemorar o gol do fogão em frente ao túnel do Internacional, o tempo fechou e aconteceu uma pancadaria generalizada, com a expulsão de um jogador do Inter e um espetáculo deprimente que, raramente, se vê no futebol europeu de hoje. Os gols que deram números finais ao jogo foram anotados aos 14 e 54 minutos do segundo tempo, por Ericsson e Hugo.

A equipe do Glorioso está de parabéns, deu um espetáculo de entrega, perseverança e raça a sua torcida que já estava incomodada, após quatro derrotas seguidas, para times de menor expressão e arrancou, no Rio Grande do Sul, uma vitória quase impossível. Uma vitória com V maiúsculo, pois venceu o adversário e o soprador de apito.

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