A mudança de status de uma rainha

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

terça-feira, 20 de setembro de 2022

De amante do príncipe de Gales, o atual Rei Charles 3º da Inglaterra, até receber o título de Rainha Consorte, Camila Parker Bowles viu decorrer 30 anos até ter seus desejos consumados. Nascida Camila Rosamaria Shand, antes de conhecer Charles ela foi casada com o oficial militar Andrew Parker Bowles, com quem teve dois filhos, daí ter se tornada Camila Parker Bowles. No entanto, seu relacionamento com Charles continuou antes do seu divórcio e permaneceu durante o casamento de Charles com Diana, sendo inclusive segundo Diana, o motivo principal do fim de seu casamento, pois alegou numa entrevista em 1995 ao jornalista inglês Martin Bashir, que três num casamento era demais.

Em 2005, Camila oficializou seu casamento com Charles e passou a ser conhecida como a Princesa de Gales. Mas, seu destino estava sendo pavimentado aos poucos, pois quando a rainha Elizabeth 2ª comemorou seus 70 anos de reinado, declarou que seu desejo sincero era de que Camila fosse chamada de rainha consorte, quando a hora chegasse. Até então a expectativa era que seu título se limitasse ao de princesa consorte, à semelhança de como o marido de Elizabeth, príncipe Philip era conhecido, depois que se casou, em 1947, e sua mulher se tornou rainha da Inglaterra, em 1953.

Mas, a vida de Camila foi complicada, pois aos olhos dos britânicos, ela não era bem aceita, já que esses idolatravam Diana e a amante de Charles era considerada inimiga pública número 1. De acordo com a escritora Anna Pasternack, autora de livros sobre mulheres da realeza britânica, ir de inimiga pública número 1, do papel de a outra e amante para rainha consorte é uma virada totalmente inimaginável, na época do divórcio de Charles com Diana. Aquela declaração de Elisabeth, quando da comemoração dos seus 70 anos de reinado, foi um divisor de águas, pois a rainha era amada pelos seus súditos e suas opiniões, tinham peso.

Por isso, foi muito importante para ela a atuação de especialistas em recuperação de imagens e pela sua própria maneira de ser, pois além de ter uma devoção constante ao rei e à família real, ao contrário de membros mais jovens da família, não busca holofotes e não finge ser alguém que não é. Ainda de acordo com Anna Pasternack, sua atuação à frente de 90 instituições de caridade e a passagem do tempo, aliadas à sua personalidade, foram fundamentais nessa mudança de sua imagem. Tanto é assim, que numa pesquisa feita na Inglaterra, 53% dos britânicos dizem acreditar que a rainha consorte vai desempenhar um bom trabalho na nova função.

Além de saber lidar com Charles, segundo a opinião de muitos, ela é diplomática e muito boa em acalmar situações carregadas. Provavelmente ele vai ser um rei muito melhor tendo Camila como rainha. Aliás, Charles já havia feito menção a isso, quando em seu discurso realizado no dia da morte de sua mãe, anunciou o novo título de Camila e disse: “em reconhecimento ao seu serviço público leal, desde o nosso casamento, há 17 anos, ela se torna minha rainha consorte. Eu sei que ela trará para as exigências de seu novo papel a devoção inabalável à função, na qual confio tanto”.

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