Wanderson Nogueira

Palavreando

Aos sábados, no Caderno Z, o jornalista Wanderson Nogueira explora a sua verve literária na coluna "Palavreando", onde fala de sentimentos e analisa o espírito e o comportamento humano.

01/07/2023

Do que se embriaga? Que aquilo que bebe não seja apenas para limpar a garganta, as vísceras, as angústias, espante a ansiedade ou devasse seus medos. Que não seja o vinho, a crença ou a pólvora que ateiem seus pensamentos de coragem. Mas que seja conforme a sua fé. 

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24/06/2023

Os seis graus que fazem lá fora podem ser menos intensos do que o frio que faz dentro de um coração vazio.  Coração vazio pesa. Como sala cheia também pode ser muito vazia. Porque não é o espaço ocupado ou quantas pessoas estão ali, mas como preenchemos e somos preenchidos por olhares e compreensões. Como nos conectamos uns aos outros e como esse laço invisível nos traz para perto, junto, parte. Não nascemos para sermos sozinhos. 

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17/06/2023

E se esse for o dia mais feliz da sua vida? Se você viver assim, vai querer fazê-lo mais feliz ainda pelo simples saber. Talvez essa perspectiva seja melhor do que pensar que pode ser esse seu último dia, seu último instante. Seu único instante. 

A felicidade… Que dia feliz o de nascer. Apesar do susto de sair de bolsa tão confortável, ver a luz (ainda que apenas por silhuetas e sombras) é de uma beleza inigualável. 

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10/06/2023

Procuro por você e não me canso de querer te encontrar. Te encanto em canções, enquanto vasculho sua presença em lugares cheios de gente e até nos vazios de alma. Suspeito ter te visto virando a esquina. Convencido de que sei seu nome, até corri pela avenida te chamando: “meu amor, meu amor”. Prefiro me apegar à crença de que você não ouviu ao invés de afirmar que não era você.

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03/06/2023

Minha prece não é para santo, ainda que confie em São Jorge — Ogum. Não peço a Deus todos os dias, porque em algumas segundas, percebo Deus tão diferente ou mesmo ausente que questiono o por quê de tanta maldade no mundo. Talvez faça oração por minha própria procissão de fé, para minha corrida pelas horas, para minha inquietude diante do caos e do silêncio que faço para o mesmo caos. 

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20/05/2023

Repetidas vezes, tenho dito para mim mesmo, não por sabedoria sobrenatural ou fé, mas por vivência: o amor é composto por muitos ingredientes, alguns até exclusivos de cada relacionamento, mas todos os amores são sustentados por companheirismo, intimidade e admiração. 

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13/05/2023

Certa vez, um professor me disse que felicidade é mais ou menos isso: uma experiência, que de tão boa, você vai fazer de tudo para poder repeti-la. Eu repeti muitas, sem ter a exata noção do porquê queria de novo. 

Quero repetir tantas outras, algumas que, inclusive, não posso mais. Há ainda aquelas que imagino que depois da primeira, vou querer uma segunda, terceira e tantas quanto puder, até se esgotarem.

Dentre as que imagino, há algumas que, infelizmente, são impossíveis, pelo menos nesse espaço-tempo, tal qual conhecemos.

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06/05/2023

Sei que o mundo está ruim, mas esperançar é preciso. Ainda que o futuro nos impeça de fazer o que tem que ser feito agora, de dizer o que tem que ser dito hoje, é louvável pensar em um amanhã mais bonito. 

Isso explica muito de nós. Essa coisa de acordar, se levantar e enfrentar as agruras. Essa coisa de continuar, persistir bem próximo de teimar, mesmo quando o ao redor diz não!

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29/04/2023

Mulher, eu não posso falar por você, mas precisamos falar de você. O que penso saber, mas não sinto, ainda que tente ser empático. Eu não sei se chego a esse patamar, mas de certo jamais saberei o que passa. 

Homem, eu preciso falar com você sobre elas, ainda que não possa falar por elas. Como homem, por mais que tenha relatos, depoimentos, coleção de fatos estarrecedores de crimes praticados contra elas, não vivo na pele o que elas sofrem.

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07/04/2023

Em tempos que assistimos, (muitos até passivamente), autoridades que abusam do egocentrismo em detrimento das instituições, A Voz da Serra — sobrevive.

É sombrio ver uma cidade com tanta história escrita por instituições centenárias, normalizar o desrespeito aos princípios da administração pública, entre os quais, as basilares normas da publicidade e da impessoalidade.

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