Wanderson Nogueira

Palavreando

Aos sábados, no Caderno Z, o jornalista Wanderson Nogueira explora a sua verve literária na coluna "Palavreando", onde fala de sentimentos e analisa o espírito e o comportamento humano.

09/03/2024

Minha mãe era costureira, minha tia mais nova balconista. Minha avó era do campo, minha tia mais velha doméstica. Todas mães. Todas Marias. 

De onde elas vieram era tradição: homens com o primeiro nome José, mulheres precedidas de Maria. E assim minha avó fez com cada um dos seus sete filhos, três mulheres e quatro homens, sendo que a primogênita recebeu o nome composto de Maria José e o primeiro filho homem recebeu o nome de José Maria. 

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02/03/2024

Como o tempo tem passado depressa. Já nem sei mais se é só uma sensação. Se é carnaval, de repente é inverno, do nada já é ano novo de novo. O futuro já é passado e o presente nem se sente. 

O tempo sempre passa mais apressado quando cantamos sem esforço ou quando devoramos um prato com gosto. Também é ligeiro quando estamos hipnotizados por toda a beleza que há entre a cachoeira e o mar, o tanto de graça que existe entre a terra e o céu. Passa veloz  quando nos perdemos em um olhar. 

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24/02/2024

O melhor ou o pior dia da sua vida começa como outro qualquer. Você acorda, bebe dois copos de água, alguns bebem o primeiro copo com um limão espremido. Cada um com seu ritual, cada qual com seu hábito. Há os que escovam os dentes antes de qualquer coisa, outros que só após tomar o café da manhã. Há quem sequer tome café da manhã. No dia em que decidiu beber um copo de leite, teve dor de barriga o dia todo. Ficou um trauma, por culpa do leite ou não. Melhor se precaver? 

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07/02/2024

Foi em uma quinta-feira, antes da sexta de carnaval. E te ver, ali, em um espaço improvável que o imponderável cantou. Impactado, mesmo antes de tomar coragem para lhe dizer oi, um novo mundo me disse bem-vindo. E fui com a audácia dos sonhadores e a permissividade de quem quer ser feliz. 

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03/02/2024

A Terra a ser herdada será aquela que agora está sendo plantada. Colhemos tempestade. Quem mais paga são as vítimas da desigualdade. O gado passeia pelos pastos que outrora dava arroz. Tomates para quem? Soja é melhor do que árvores. Pois se entupam de agrotóxicos na ilusão de ser possível estocar ar. E a fome é problema de quem tem fome — dirão os cavaleiros do apocalipse. O fim do mundo não é produto de profecias, mas é alimentado dia após dia por nós, com cada vez mais velocidade. Não é possível se colocar de fora. Somos co-responsáveis. 

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27/01/2024

Quando foi que o homem inventou os edifícios? Há dois mil anos ou mais… Primeiro com dois andares, três, depois com cinco, oito, onze. O prédio com mais andares do mundo em 1885 não chega nem perto dos 46 do prédio mais alto da São Paulo de hoje. E o que dizer dos 290 metros de altura do prédio mais alto do Brasil, em Balneário Camboriú? Apenas um terço do Burj Khalifa, em Dubai. 

Arranha-céus. Como ousam cruzar o céu? Cimento e aço materializando loucuras. À estratosfera? Jamais. Talvez, daqui a alguns anos, quem sabe? 

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20/01/2024

Abre a janela desta manhã que amanhece mais cedo. O sol das cinco e meia da manhã brilha sem queimar. Lá fora, dá para ouvir os pássaros acordando em regozijo. O céu rosado manifesta poesias que podem ser lidas sem uma ordem específica. Passa o olho por esses desenhos nada infantis. Percebe. Capta. Boceja a preguiça. Reivindica essa energia.  

A liberdade é mesmo linda. Abre os braços, o peito e a mente. O sol quer fotografar seu rosto. Alma. Deixa essa energia abastecer seus sonhos, sua vivacidade, seus propósitos. O que te move? Escolha o movimento de ser feliz!

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30/12/2023

Nós merecemos mais do que o melhor, fomos destinados à excelência. Se olharmos para trás, que história incrível nos potencializou. Quando foi que nos esquecemos que nascemos para ser grandes como projetaram nossos ancestrais?

Recuperar a nossa trajetória é essencial para recobrar a consciência que apenas enfeites em efemérides não nos bastam. A festa acaba. A música cessa. As visitas vão embora. E quem fica o ano todo? Nem com o essencial é prestigiado.

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23/12/2023

Peito aberto para as lembranças que passeiam, velozmente, por uma avenida repleta de luz. Lembranças de reuniões de família, união de amigos e canções. Não há época em que o ser humano é mais humano que no Natal. A ingenuidade invade e as declarações de amor se revelam em abraços e cartões. 

Não há preocupação com estar mais vulnerável, simplesmente isso não importa. Você está ali para os outros e os outros estão ali para você de peito aberto, coração escancarado para transbordar tudo aquilo que muitas das vezes se sente, mas se oculta.

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16/12/2023

O que eles verão? Deixa ver. Que o mar, apesar de parecer desaguar no infinito, se fantasia de horizonte. Entre o que parece e é, há toda imaginação. É fértil a ilusão e toda pretensão do que cria. Criatividade é uma bondade dos astros conosco. E tudo podemos e nada nos fortalece mais do que a fé na vida.

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