Não caiu de podre, foi incompetência mesmo

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Como tudo só acontece ao Botafogo, eis que faltando três rodadas para o término do Campeonato Brasileiro de 2020, o alvinegro carioca já está rebaixado; só lhe resta agora perder os últimos jogos, terminar na lanterna, após uma pífia participação na competição, a pior em sua história outrora gloriosa, pois quem vive do passado é museu.

Sua apaixonada torcida amarga uma terceira queda, também uma novidade entre os clubes do Rio de Janeiro, infelizmente escabreada, pois assim como aconteceu com o Cruzeiro, de Belo Horizonte-MG, sua volta à elite do futebol brasileiro não vai ser fácil, como o foi nas outras duas quedas. Cada diretoria que passa se esmera em incompetência e, como os sucessivos presidentes são todos oriundos do grupo de Carlos Augusto Montenegro, nada vai mudar.

O atual elenco (vamos deixar de fora os da base, pois esses são o nosso futuro, mas lhes falta experiência) é um dos piores que já vestiram a, então, gloriosa camisa da estrela solitária, e os componentes da diretoria achavam que a solução era trocar técnicos, como se esses tivessem condições de ensinar fundamentos do futebol aos nossos cabeças de bagre. Pior, num clube que deve perto de R$ 1 milhão, trazer o japonês Keisuke Honda, de 34 anos e o marfinense Salomon Kalou, também de 34 anos, com salários mais altos foi uma irresponsabilidade. Afinal, o clube está com as finanças combalidas e mesmo com toda a pompa e circunstância que os dois reforços internacionais chegaram, foram uma decepção, não contribuindo em nada com as suas presenças em campo. Muita pólvora para pouco festim.

O mais triste é que as diretorias que se sucederam, presas de uma incompetência monumental, jamais atentaram para a necessidade de atrair a torcida, com um time que fosse barato, mas competitivo, pois isso alavancaria o marketing do clube, atraindo investidores e aumentando a venda de uniformes, e outros objetos com a marca do Botafogo. Quem, de sã consciência vai se animar em investir num clube falido, de segunda divisão, muito mais para cair para a série C, em 2021, do que voltar à série A.

Jogadores desmotivados, não comprometidos com o time, que conseguiram em 34 rodadas quatro vitórias, 12 empates e 18 derrotas. Já totalmente descrentes com o destino do time, preferiram, alguns, frequentar as baladas, muito mais emocionantes que um campo de futebol. Matematicamente rebaixado para a segundona, tem tudo para terminar o campeonato na última colocação, lanterna da maior competição do Brasil. Sem falar que fora a Copa do Brasil, que qualquer timinho de interior disputa a primeira fase, está fora da Sul Americana e da Libertadores da América, dois torneios que trazem dinheiro, para aqueles que passam de fase. O Botafogo de 2021 vai ficar restrito às cotas de televisão da série B, muito inferiores ao da série A, ao que conseguir amealhar de cotas do Campeonato Carioca, também muito baixas e da Copa do Brasil, onde sempre sobra pelo caminho.

É triste, muito triste ver o clube do coração prostrado, sem nenhuma perspectiva de se levantar e voltar aos tempos em que era respeitado e impunha respeito aos adversários. A nós torcedores só resta a oração, e temos de rezar muito, pois o futuro é escuro, sem nenhuma luz ao final do túnel.

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