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Descriminalização da maconha no Brasil. Entenda

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Composta em 1998 pelo artista Gabriel O Pensador, a música intitulada 'Cachimbo da Paz' revitaliza um polêmico debate que perdura ao longo de gerações tanto no Brasil como no mundo.  Trazendo consigo toques de relevância contemporânea que margeiam a nossa realidade, nas letras da canção, o rapper declara: "Cada um experimenta o cachimbo da floresta; alegam que é excelente; alegam que não presta; há quem queira proibir, há quem queira autorizar; e essa polêmica atinge até mesmo o Congresso".

Composta em 1998 pelo artista Gabriel O Pensador, a música intitulada 'Cachimbo da Paz' revitaliza um polêmico debate que perdura ao longo de gerações tanto no Brasil como no mundo.  Trazendo consigo toques de relevância contemporânea que margeiam a nossa realidade, nas letras da canção, o rapper declara: "Cada um experimenta o cachimbo da floresta; alegam que é excelente; alegam que não presta; há quem queira proibir, há quem queira autorizar; e essa polêmica atinge até mesmo o Congresso".

Apesar dos quase 30 anos de sua composição, a música expõe temáticas sensíveis que atualmente tem sido rediscutidas no cenário nacional. Ainda que o debate não tenha chegado nas nossas câmaras legislativas, nesta quinta-feira, 17,  a missão do Supremo Tribunal Federal será julgar a descriminalização do porte da maconha para uso pessoal.

O julgamento

O julgamento não se dará em um único dia e certamente não teremos o veredito ainda nesta semana. Pode não parecer, mas as sessões do STF são longas e os votos dos ministros são bem embasados e demorados. É possível que somente depois de alguns meses tenhamos o veredito.

Afinal, alguns de vocês devem estar se perguntando: “Com tantos problemas no Brasil, é o momento ideal para falarmos de maconha?”. Bom, a verdade é que apesar da pauta levar o nome da droga, os debates são extensos, e abordam outros assuntos, como  o superencarceramento, o racismo, a legislação brasileira e a rotina do judiciário.

Desde 2015, o julgamento seguia parado na Suprema Corte. O estopim, se deu pela condenação de um homem por tráfico de drogas depois de ter sido flagrado com três gramas de maconha. A quantia apreendida equivale a metade de um sachê de açúcar desses que encontramos na padaria.

O que é tráfico e o que é uso?

Não existe uma regra clara e a legislação é confusa. Desde que a nova lei de drogas foi aprovada em 2006, aumentou em 340% o encarceramento de pessoas por porte de drogas que acabam sendo condenadas por tráfico. O porte para consumo não dá pena de prisão, mas a lei também não especifica qual é a quantidade considerada para consumo.

Nesse passo, a polícia, o judiciário e a promotoria é que acabam decidindo o que é tráfico e o que é consumo. Não existe uma regra clara. “Ter droga em depósito” pode ser definido como uso ou como tráfico. Atual legislação gera distorções, que variam em muito em consequências. No uso, uma simples condução a delegacia, no tráfico, uma pena de prisão com pena mínima de cinco anos em regime fechado.

E nesse sentido, vivemos no limbo e na indecisão de quem julga que reproduz sua visão de mundo nas sentenças. Assim, de um lado, um homem negro preso por menos de um sachê de açúcar de maconha, enquanto do outro lado, temos o filho de uma desembargadora, branco, apreendido com 130 quilos de maconha no carro, solto.

Na atual legislação, muitas pessoas são punidas com a prisão por portarem quantidades consideradas irrisórias de maconha enquanto outras seguem soltas. Muitas vezes, a baliza para um juiz determinar o que é tráfico e o que é uso são totalmente subjetivos, como: o local da apreensão das drogas, a classe social da pessoa, o trabalho dela, a cor da pele e o grau de estudo.

Alexandre de Moraes em seu voto citou um estudo: 'Branco precisa estar com 80% a mais de maconha do que o preto para ser considerado traficante'. Na prática, sabemos que uma pessoa branca apreendida com um cigarro de maconha e moradora do alto das Braunes tem uma pena diferente de uma pessoa negra apreendida com o mesmo cigarro, sendo moradora do Alto de Olaria.

Liberação da venda não é cogitada

Apesar de ainda faltarem sete ministros para darem seus pareceres e seus votos finais, o atual placar é de 4 a 0 para a descriminalização da maconha para uso pessoal. Não há no presente momento, qualquer discussão que autorize ou permita a venda de maconha de forma indiscriminada. O crime de tráfico ainda existirá e com duras penas.

Um estudo do Ipea aponta que 27% dos réus condenados por tráfico de maconha portavam menos de 25 gramas da droga. No caso de uma decisão do STF que estipule até 25 gramas como a quantidade considerada para consumo próprio poderia tirar 45 mil pessoas da cadeia e diminuir a população carcerária do país em 6%.

Vale lembrar que a autolesão não é crime. O Estado não pode te punir se você quiser beber veneno, beber álcool em excesso, comer açúcar demais ou ingerir sustâncias que não são legais para sua saúde. O que atualmente, o Supremo Tribunal Federal pretende definir é a baliza de como podemos diferenciar um traficante de uma pessoa que faz o uso adulto da cannabis. 

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Greve em Hollywood e o valor do trabalho criativo

quarta-feira, 09 de agosto de 2023

Depois de um longo dia de trabalho, nada melhor do que chegar em casa, tomar um banho, trocar de roupa e comer alguma coisa. Seja algo para beliscar ou uma janta, a verdade é que sempre, acompanhado da refeição, há uma tela de celular ou de televisão com uma das muitas assinaturas onde passam nossos filmes ou séries favoritas.

Depois de um longo dia de trabalho, nada melhor do que chegar em casa, tomar um banho, trocar de roupa e comer alguma coisa. Seja algo para beliscar ou uma janta, a verdade é que sempre, acompanhado da refeição, há uma tela de celular ou de televisão com uma das muitas assinaturas onde passam nossos filmes ou séries favoritas.

Há pessoas que têm outras preferências, sejam as novelas, minisséries ou mesmo os muitos programas de auditório que recheiam a programação nacional. As telinhas e o entretenimento já são um costume na vida dos brasileiros que desfrutam no seu momento de lazer, de produções nacionais e internacionais.

A programação é para todas as idades. Desde os conteúdos infantis com músicas repetitivas e desenhos animados que colam na nossa mente, até as tradicionais programações que são assistidas pela população com mais idade. Podem até tentar negar, mas eu, particularmente, não conheço uma pessoa que não se divirta diante de uma tela.

Pois bem. A lógica nos traz o ensinamento de que se um produto vende muito, certamente rende bons frutos, correto? Em partes. Apesar de consumirmos conteúdos o dia todo, a realidade norte-americana de produção de conteúdo criativo, tem nos mostrado exatamente o oposto.

“Writers Guild of America on Strike”

Muitas placas de protestos com os dizeres. Em uma tradução literal para o português, o anúncio: “O sindicato dos escritores americanos está em greve”.

A paralisação dos roteiristas de Hollywood completou 100 dias nesta quarta-feira, com paralisações e manifestantes protestando contra o que descrevem como desrespeito às suas demandas.

Dados apontam que há 10 anos, 33% dos roteiristas americanos recebiam o valor mínimo estipulado pelo governo. Atualmente, quase 50% dos profissionais de um dos mercados mais consumidos do mundo, recebem o que é considerado um mínimo essencial para o trabalho.

Os atores de Hollywood também aderiram à greve, especialmente por conta dos baixos salários e do abuso da inteligência artificial, interrompendo efetivamente a produção de programas de televisão e filmes com roteiro e impactando os negócios em toda a órbita do mundo do entretenimento.

Segundo os manifestantes, empresas de Hollywood tem oferecido aos atores apenas a compra do seu direito de imagem, sendo todo o resto gerado por Inteligência Artificial, trazendo dilemas éticos. Afinal, por meio de computadores, empresas conseguem criar atores virtuais e produzir filmes mais baratos sem que precisem contratar.

A greve é aderida por muitas celebridades, como Leonardo Di Caprio, Maryl Streep e George Clooney. Não porque eles precisem de dinheiro, afinal, já têm dinheiro suficiente para as próximas gerações da sua família. Mas sim, porque existem muitos profissionais – a grande maioria, por sinal – que não vivem essa luxuosa realidade.

Hollywood é a ponta do iceberg

O drama vivido pelos escritores e atores se assemelha ao dos profissionais da educação municipal de Nova Friburgo e aos enfermeiros do país: enquanto pessoas que trabalham pouco ganham fortunas, a categoria tem recebido muito abaixo do considerado como mínimo – o que soa irônico para um mercado que lucra tanto.

Grande parte dos artistas não consegue se dedicar somente à sua profissão. A realidade atinge a categoria de forma nacional e internacional, sejam com os escritores, atores, ou até mesmo, com os DJs, cantores, dançarinos, produtores, pintores e todo nicho artístico, tornando-se exceção quem vive apenas do que se especializou.

Todos elogiam e admiram o trabalho do grafite feito na zona portuária do Rio de Janeiro, feito pelo famoso Kobra. Em contrapartida, o programa “Apagando Cicatrizes”, idealizado por Robson Sark, que coloria os muros de contenção da cidade e davam vida às cicatrizes da tragédia de 2011, pouco teve a ajuda financeira do município.

“Grande parte dos projetos são financiados por nós mesmos. Existem shows por todos os lados, mas o trabalho de arte visual é sempre menosprezado pelo poder público e pelo poder municipal. Quantas e quantas vezes já não despendi dinheiro próprio em benefícios revertidos para escolas municipais, muros de contenção e outros espaços” – desabafa Sark.

A realidade de Hollywood somente expõe a ponta de um iceberg de como o trabalho criativo é visto em todo o mercado nacional e regional. Embora todos aproveitem e consumam de arte, a realidade de quem trabalha no setor somente se mostra mais frágil e desprotegida ao longo dos dias. 

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Quanto os professores municipais recebem a menos?

quarta-feira, 02 de agosto de 2023

O fim do ano se aproxima e junto com ele o ano letivo está quase na reta final. O mês de agosto, para os estudantes das escolas públicas e privadas, marca o início do segundo semestre: o momento de voltar das férias e dedicar as energias para não ficar em recuperação.

O fim do ano se aproxima e junto com ele o ano letivo está quase na reta final. O mês de agosto, para os estudantes das escolas públicas e privadas, marca o início do segundo semestre: o momento de voltar das férias e dedicar as energias para não ficar em recuperação.

“Será que há tempo para resgatar as notas? Sair-se bem nas últimas provas para não ficar em recuperação no final do ano? E se todo mundo conseguir e eu não”. Diversos estudantes e familiares se deparam com essas questões na reta final dos estudos. Contudo, os questionamentos também parecem se estender aos professores da rede municipal que tem recebido bem abaixo do piso salarial da categoria.

Salário baixo e expectativas baixas

Há 15 anos era sancionada a Lei do Piso Salarial, que tornava obrigatória a remuneração mínima nacional para profissionais do magistério público da educação básica. De acordo com a lei, todos os anos, no mês de janeiro, o Governo Federal deve publicar um reajuste do piso salarial dos professores.

O valor se aplica aos profissionais do magistério público da educação básica que desempenham atividades de docência (professor) ou de direção, administração, planejamento, inspeção, supervisão, orientação e coordenação educacional em escolas de ensino básico.

A ausência de um salário digno é um dos principais, senão o principal, indicador da desvalorização da carreira docente no Brasil. A reversão desse quadro é fundamental, afinal, é imprescindível. Torna-se importante que mesmo diante de todas as dificuldades que englobam apara que a carreira tenha maior atratividade.

Em 2023, com o reajuste de 14,95%, passou para R$ 4.420,55, para uma jornada de 40 horas semanais. Mesmo após longos anos da existência da lei que estabelece o piso, muitos municípios seguem sem pagar o compreendido como mínimo básico para os docentes da rede pública, incluindo-se o município de Nova Friburgo.

Leis municipais complementares dos professores em desconforme

A regulamentação do piso salarial dos professores, ainda que determinada por lei Federal, depende de ser incorporada pelas legislações municipais. No caso, os diplomas que definem o valor dos salários de professores são a Lei Complementar 040 (dos concursados de 99, 2007 e 2014) e da Lei Complementar 050 (dos concursados de 95).

De acordo com a Lei Complementar 040, os valores das progressões salariais são estabelecidos em definidos em diversos níveis:

  • Por concurso: Professor I (carga horária de 22h); Professor II (carga horário de 17h); Professor técnico (carga horária de 17h); Professor orientador pedagogo (carga horário de 30h) e Professor supervisor pedagogo (carga horária de 30h).
  • Por currículo: Currículo de ensino médio, bacharel, pós-graduado, mestre e doutor.
  • Por tempo de serviço: 0-5 anos; 5-10 anos; e assim por diante, até o patamar máximo dos servidores que têm mais de 30 anos de dedicação à docência municipal.  

Ainda que os professores da rede municipal de Nova Friburgo não trabalhem as 40 horas exigidas pela Lei Federal, o piso salarial deveria ser calculado de forma proporcional. Por exemplo: um professor inicial com carga horária de 22 horas, regido pela Lei 040, deveria receber R$2431,30. Atualmente, recebe um valor aproximado a de R$1.736,32. Uma diferença de R$667,98.

O valor pode mudar de acordo com a progressão dos servidores, contudo, a insatisfação toma conta de parte dos servidores que não consideram “justo”. Uma professora concursada da rede municipal há mais de 18 anos, que prefere não se identificar por temer represálias, desabafa:

“É desanimador. Vemos o número de nomeações em cargos de confiança nas secretarias do governo crescer, com bons salários, acúmulo de cargos e as brigas pelos salários dos professores serem menosprezadas. É desanimador sentir isso na pele.”

Após a Justiça dar ganho de causa para os professores da rede pública municipal de Mangaratiba, para eles receberem o piso nacional da categoria, os professores municipais de Nova Friburgo se sentiram animados em, no futuro próximo, ter a mesma conquista de direitos. 

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Parcerias público-privadas engatinham em Friburgo

quarta-feira, 26 de julho de 2023

O Brasil e o Estado do Rio de Janeiro galgam por 2023 com sinais de reação da economia e o cenário atual para parte da população é de otimismo. Os indicadores vêm comprovando o que a indústria da construção já tem defendido nos últimos anos: o país não sairá da crise sem retomar os investimentos.

Os brasileiros tem sentido no bolso a diminuição da inflação, em especial na menor oscilação dos custos dos produtos essenciais, como: os alimentos e os combustíveis. No mês de maio, por exemplo, o índice IPCA (que mede a inflação no país), teve a menor oscilação nos últimos três anos.

O Brasil e o Estado do Rio de Janeiro galgam por 2023 com sinais de reação da economia e o cenário atual para parte da população é de otimismo. Os indicadores vêm comprovando o que a indústria da construção já tem defendido nos últimos anos: o país não sairá da crise sem retomar os investimentos.

Os brasileiros tem sentido no bolso a diminuição da inflação, em especial na menor oscilação dos custos dos produtos essenciais, como: os alimentos e os combustíveis. No mês de maio, por exemplo, o índice IPCA (que mede a inflação no país), teve a menor oscilação nos últimos três anos.

O cenário de otimismo somou-se a aliança com países estrangeiros, trazendo bons reflexos ao mercado brasileiro. A grande retomada se deu nos investimentos privados que trouxeram uma grande valorização as grandes empresas do país. Do começo do ano até agora, a Bolsa de Valores (onde estão listadas as maiores empresas do país), já acumula uma alta de quase 14% de valorização.

No Estado do Rio, o cenário é similar. Os fluminenses surfam as melhorias proporcionadas pelo governo, que até o momento consegue estabilizar as contas do estado - que até então era visto como “falido”. O desafogo dos cofres públicos – temporário ou não - se deu com a venda da Cedae.

O Estado do Rio retomou os investimentos em obras pelos municípios. Contratou empresas de infraestrutura, gerou empregos e melhora - um pouco -, a nossa qualidade de vida, Investimentos como esses, se notam nas obras de drenagem realizadas no centro da cidade e Olaria - que são inteiramente realizadas pelo Governo do Estado.

Não há dúvida. É por sempre por meio do investimento em infraestrutura que criamos um ciclo de desenvolvimento. Combinamos a melhoria da prestação do serviço público, o restabelecimento da competitividade e melhoramos a produtividade da economia – por meio da geração de empregos e renda para a população.

Contudo, Nova Friburgo parece não compreender essa realidade. Ainda que tenhamos um dos maiores orçamentos da história do município – além de termos contraído um grande empréstimo - poucos vemos o dinheiro ser reinvestido em obras de infraestrutura e melhorias para a cidade.

Por que mesmo diante desse cenário - que deveria ser de otimismo para a cidade - porque não vemos melhorias efetivas que guinem a cidade para outro rumo? Ainda sim, tem faltado dinheiro?

Gestão pública não é fácil, mas tem solução

Pode não parecer, mas gerir as contas de casa não é tão fácil quanto gerir as contas de todo um município. Ainda que haja muito dinheiro público em caixa, as responsabilidades são muitas, em especial, no pagamento das folhas salariais, saúde, fornecimento de remédios e outros setores.

Quanto aos serviços essenciais: não há como a prefeitura escapar de suas caras responsabilidades. Contudo, a diminuição da conta dos serviços não essenciais, como o reparto, a reconstrução, administração e manutenção de espaços públicos, poderia dar um respiro a mais ao município.

Pensar em grandes obras de infraestrutura que, embora sejam de responsabilidade do Estado, precisem de um investimento alto demais para ser totalmente realizado pelo poder público. Na falta de dinheiro público, a retomada do investimento deveria ocorrer pelo uso intensivo de concessões e parcerias público-privadas (PPPs). As parcerias público-privadas são uma forma de prover obras e serviços públicos com o auxílio do empresariado.

No entanto, enquanto outros municípios crescem firmando estas parcerias sanar as lacunas deixadas pela falta de recursos, Nova Friburgo ainda engatinha na gestão das PPPs. Em vez de destinarmos o bom funcionamento de prédios públicos abandonados ao empresário local - o que geraria empregos – temos pecado com o empresariado local.

Um grande exemplo disso se deu nos últimos dias. Um espaço abandonado, localizado embaixo do viaduto, havia sido alvo de represálias do Ministério Público que requereu uma boa utilização do imóvel público, que estava em estado deplorável. Por meio de uma iniciativa da empresa de transporte por aplicativos, o Garupa, o espaço foi solicitado para prefeitura desde 2021 para a realização de uma PPP. A finalidade era dar mais dignidade para os motoristas de aplicativo da cidade, com a reforma do local, com a instalação de banheiros e bancos – que poderiam ser usados até pelos feirantes.

Em contrapartida, a prefeitura não aderiu a ideia da PPP e simplesmente decidiu demolir o local – o que é muito mais caro - e que poderia estar sendo utilizado por toda a comunidade friburguense. Não basta somente realizar PPP’s na administração de praças pela cidade. Friburgo precisa nesse momento: unir o melhor do público e do privado em torno de um objetivo comum, com transparência, regras claras e projetos bem definidos em uma política pública perene e focada no desenvolvimento.

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Pecamos num bom atendimento ao cliente

quarta-feira, 19 de julho de 2023

Quem nunca foi a um estabelecimento - seja uma loja, uma confecção ou um restaurante - e apesar de gostar dos produtos, passou pela frustração de não ser bem atendido? A demora do atendimento, burocracia ou a rispidez de um atendente em lidar com um cliente, estão entre as principais queixas dos consumidores.

Quem nunca foi a um estabelecimento - seja uma loja, uma confecção ou um restaurante - e apesar de gostar dos produtos, passou pela frustração de não ser bem atendido? A demora do atendimento, burocracia ou a rispidez de um atendente em lidar com um cliente, estão entre as principais queixas dos consumidores.

Certamente você e muitas outras pessoas já viveram, na pele, essa desconfortável situação. Nas repartições públicas, engolimos a seco e parece não termos com quem reclamar. Já nos estabelecimentos privados, chegamos ao ponto de prometermos para nós mesmos que nunca mais pisaríamos naquele local. Afinal, como uma cidade com forte potencial turístico, porque precisamos tanto ouvir o que os nossos consumidores tem a nos dizer?

 

A primeira impressão é a que fica

Para produzirmos a primeira impressão sobre algo, levamos entre 30 segundos a três minutos, formando uma opinião duradoura no nosso cérebro. Esta estatística varia, tornando curto o espaço de tempo para conquista do consumidor e a formação de uma clientela fiel, um difícil objetivo.

Todos nós gostamos de ser bem atendidos, e quem não gosta, que jogue a primeira pedra. De acordo com um levantamento que ouviu mais de mil brasileiros nas principais capitais do país, há somente uma certeza: ao comprar um produto, o bom atendimento é mais importante do que o preço ou a qualidade.

A pesquisa, aponta: 61% dos entrevistados afirmam que ser bem atendido é o fator principal quando consomem. Apenas 26% se preocupam primeiro com a qualidade; 24% compram de acordo com a imagem da empresa no mercado e 12% acham o preço importante na hora de decidir o que comprar.

Afastar um cliente insatisfeito, nunca é uma boa alternativa para o negócio. Afinal, como diria o ditado: a primeira impressão é sempre a que fica. A grande virada de chave é quando percebemos que não atendemos somente o consumidor local, mas também, o turista que visita a nossa cidade pela primeira vez.

 

Bom atendimento é vital ao turista

Pense na seguinte situação: é muito bom, por exemplo, quando o cliente chega em um restaurante em que o garçom já o conhece pelo nome, sabe o tira-gosto que ele irá escolher, a bebida preferida. Você, certamente, já deve ter passado por estabelecimentos desse tipo, em algum momento, não é mesmo?

Essa postura gera pertencimento, acolhimento. Prova disso é que em muitos restaurantes existem os chamados ‘clientes cativos’. Estes são, até mesmo, peças importantes da história do lugar. Afinal, todo mundo sabe que é muito mais barato cultivar um cliente antigo do que conseguir um novo.

Percebemos que se torna praticamente impossível ignorar a figura do garçom, afinal estes são a face do restaurante, já que estão na linha de frente da casa. Contudo, quando um cliente novo é mal atendido, cria-se um “pré-conceito”, sem que muitas vezes, o prato especial do chef sequer tenha sido experimentado.

Com a gestão do turismo em nossa cidade, a realidade também não deveria ser diferente. Afinal, quando um visitante não recebe um bom atendimento, seja em hotéis, lojas de lingerie localizadas nos pontos turísticos de nossa cidade, infelizmente, não será só o estabelecimento que sairá prejudicado. Mas sim, todo o turismo da cidade.

É muito importante que entendamos que os turistas são clientes da cidade. Eles buscam boas experiências, seja no simples ato de andar na rua e ver a beleza da cidade ou percorrendo grandes distâncias para comprar em lojas localizadas nos pontos turísticos.

Nova Friburgo não está se preparando para proporcionar uma experiência diferenciada para o consumidor local e muito menos para o turista, é o que afirma Phillipe Lontra, diretor de Hospitalidade do NFCC, gerente Customer Experience na PBS Brasil e detentor de mais de 200 horas em treinamento na Disney, em Orlando.

“Cidades que são exemplos no turismo, como Gramado-RS e Miguel Pereira, no sul fluminense, demonstram claramente que o crescimento do comércio impulsiona o turismo, e o crescimento do turismo, por sua vez, potencializa o comércio. Esses setores se retroalimentam mutuamente. Quando estão alinhados com um propósito comum, tudo tende a crescer. Precisamos entender o que funciona bem e potencializar e identificar o que precisar mudar para encantar as pessoas.”

 

O consumidor tem sempre razão?

Bom, se você já ouviu a frase de que “o cliente sempre tem a razão”, você certamente nunca trabalhou com atendimento ao público. Lidar com diretamente com clientes e consumidores é de longe uma tarefa fácil. Muitas das vezes, é importante reconhecer que o tratamento com os funcionários nem sempre é cordial.

Contudo, como temos um projeto de cidade turística, precisamos para ontem, identificar as problemáticas da cidade. O poder público tem que ter a sensibilidade de ouvir turistas, consumidores locais e acima de tudo, os comerciantes. Afinal, todos os agentes são fundamentais quando se trata de turismo, com uma visão ampla e de longo prazo.

O consumidor nem sempre tem razão, mas devem ser ouvidos com atenção porque tem muito a dizer. E para você? Estamos pecando num bom atendimento ao turista? Estamos cuidando bem da nossa primeira impressão?

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Maior número de vagas para concursos federais

quarta-feira, 05 de julho de 2023

Quem nunca ouviu falar que a melhor forma de ter um bom emprego com estabilidade de salário e a garantia de futuro equilibrado é por meio de um concurso público? Certamente, você e muitas outras pessoas já ouviram essas frases, especialmente, vinda da voz da experiência dos mais velhos.

Pois, bem. São excelentes as notícias não somente para os concurseiros de plantão, mas também para todos aqueles que anseiam em mudar radicalmente de vida, em busca da estabilidade financeira e profissional proporcionada pela difícil aprovação em um concurso público. 

Quem nunca ouviu falar que a melhor forma de ter um bom emprego com estabilidade de salário e a garantia de futuro equilibrado é por meio de um concurso público? Certamente, você e muitas outras pessoas já ouviram essas frases, especialmente, vinda da voz da experiência dos mais velhos.

Pois, bem. São excelentes as notícias não somente para os concurseiros de plantão, mas também para todos aqueles que anseiam em mudar radicalmente de vida, em busca da estabilidade financeira e profissional proporcionada pela difícil aprovação em um concurso público. 

Com o anúncio feito pelo Ministério da Gestão e Inovação para a realização de novos concursos públicos no último mês, podemos afirmar: 2023 será o ano dos concursos públicos. Ainda que muitos cursinhos busquem usar essa frase para atrair clientes, atualmente, o país atingiu a maior quantidade de novas vagas criadas dos últimos dez anos.

Ao todo, o Governo Federal já anunciou 5.880 novas vagas permanentes para serviço público nacional somente neste ano. Desse total, 4.436 vagas foram anunciadas somente no mês passado. A expectativa é que mais concursos sejam anunciados ao longo do ano para suprir a falta de servidores nas repartições.

Estimativa de mais editais

Ao longo dos quatro últimos anos, o governo brasileiro abriu somente 6.196 novas vagas permanentes em concursos públicos. Recomendado pelo antigo Ministério da Economia, o “travamento” dos concursos seria uma solução para a diminuição da folha de pagamentos.

No serviço público federal, um número traz grande preocupação: uma a cada três vagas estão desocupadas. Em dezembro do ano passado, em 42 das 192 áreas de trabalho existentes, tivemos mais vagas disponíveis do que servidores trabalhando. Para o serviço público, há sobrecarga de trabalho e para a sociedade, falhas nos serviços.

Os ministérios da Saúde e da Educação, o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) estão entre os que têm o maior número de postos vagos, de acordo com o Portal de Transparência federal, com dados entre 2016 e 2022. O número de vagas por órgão é definido por legislação específica.

Atualmente, dentre as 4.436 vagas anunciadas pelo governo, os editais abertos abrangem instituições como o Incra, Ibama, Anvisa, PF, PRF, Inmetro, IBGE, Inep, INSS e outros, além dos ministérios da Saúde, Minas e Energia, Meio Ambiente, Agricultura, Educação, Relações Exteriores e Justiça.

Dada a falta de servidores públicos nacionais, é possível que mais concursos públicos sejam lançados ainda este ano. Por isso, é sempre importante manter os olhos abertos nos editais. Até o presente momento, a expectativa é de que o impacto orçamentário anual do país seja de R$ 735 milhões.

Rio de Janeiro

Ainda que não sejam a nível federal, diversos concursos públicos também foram autorizados em nosso estado, contando com editais próprios em diversas cidades próximas, para quem não anseia voar para muito longe de casa. Em número inferior de vagas, mas grandes as possibilidades dada a menor competitividade.  

E existem concursos para todos os gostos. Para quem pretende seguir a carreira militar, há os concursos da Pmerj, Pmerj Saúde e Corpo de Bombeiros. Já quem gosta da carreira jurídica, vão ser disponibilizadas vagas para o TJRJ (cargo de juiz), MP (cargo de promotor) e DP (cargo de defensor público).

Preparo nos estudos e força mental

Ao contrário do que muita gente acredita, aprendizado não é só sentar o ‘popô’ na cadeira e estudar. Se fosse assim, quem estudasse mais tempo jamais perderia a vaga para quem estuda menos. Infelizmente, o mundo dos concursos é cruel e na maior parte das vezes, seu tempo de estudo não irá representar o seu resultado na prova

Muitas pessoas cometem um erro primordial. Certamente se eu te falar que saiu a inscrição de uma maratona de 42 quilômetros, a chance de você, que nunca nem caminhou na vida, conseguir terminar essa prova é quase zero. Com os concursos a lição é a mesma: se você nunca estudou ou fez concurso, comece devagar, até que se torne uma rotina.

Já outras pessoas, se sentem desacreditadas porque estudaram incessantemente – ou viram alguém estudar - por dois ou três anos e acabaram não passando nas provas. E acredite, você não está sozinho! Para você, o recado é simples: a única pessoa que tem a certeza de que não irá passar, é aquela que não tenta. Persevere e conquiste!

E mais importante, zelem pela a sua saúde mental! Não há cursinho ou rotina de estudo que consiga sustentar uma pessoa mentalmente abalada. De nada adiantam dois ou três anos de estudo, se você se perde com sua ansiedade em uma tarde de prova. Sorte aos concurseiros e foco em 2023.

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Pouco crescimento da população e seus riscos

quarta-feira, 28 de junho de 2023

Dados mostram que população brasileira tem aumentado, mas em ritmo mais lento em 150 anos. A taxa média de crescimento anual da população brasileira atingiu, entre 2010 e 2022, o menor nível da série histórica. É o que mostram dados do Censo 2022, divulgados nesta quarta-feira, 28, pelo IBGE.

Dados mostram que população brasileira tem aumentado, mas em ritmo mais lento em 150 anos. A taxa média de crescimento anual da população brasileira atingiu, entre 2010 e 2022, o menor nível da série histórica. É o que mostram dados do Censo 2022, divulgados nesta quarta-feira, 28, pelo IBGE.

De acordo com o levantamento, o avanço no número de habitantes no país foi de apenas 0,52% por ano ao longo dos últimos 12 anos. Até então, o menor crescimento anual havia sido registrado entre os anos 2000 e 2010, quando o índice ficou em 1,17%. Desaceleramos o crescimento populacional brasileiro.

Teremos mais avós que netos

Devido às melhorias proporcionadas pelo aumento da qualidade de vida do mundo, as pessoas estão vivendo mais. De modo inversamente proporcional, devido aos altos custos que demandam uma criança e ao planejamento familiar cada dia mais tardio, as famílias estão tendo menos filhos.

Um, dois, e quando muito, três. Às vezes, até nenhum. De vez em quando, pais de pet. É a nova realidade da família moderna. Em 1960, a taxa mundial de fecundidade era de quase cinco filhos por mulher, segundo o Banco Mundial. Quase 60 anos depois, esse número caiu pela metade, para apenas 2,4.

Por outro lado, os avanços socioeconômicos galgaram a passos largos, beneficiando muita gente que nasceu nesse período. Em 1960, as pessoas viviam em média pouco mais de 52 anos de idade. Passados os mesmos 60 anos, a expectativa de vida atual atingiu 72 anos em 2017.

De acordo com um estudo realizado pela ONU, atualmente existem 705 milhões de pessoas acima de 65 anos contra apenas 680 milhões entre zero e quatro anos. Pela primeira vez na humanidade estamos vivendo em uma sociedade com mais avós do que netos.

As estimativas apontam que esse desequilíbrio entre os mais velhos e os mais jovens tende a aumentar. Até 2050 – haverá duas pessoas com mais de 65 anos para cada uma entre zero e quatro anos. Afinal: “Num mundo com tanta gente, não ter a população crescendo é ruim?”

Em outros países, a mesma situação

Pode-se observar o envelhecimento da população mais acentuado nos países desenvolvidos, como Japão, Canadá e França. Esses países tendem a ter menores números de nascimentos por uma série de razões. Nessas nações, o alto custo de vida leva as pessoas a terem menos filhos. A inserção da mulher no mercado de trabalho, também a faz ter filhos mais tarde, e, portanto, têm menos filhos.

Um bom exemplo é o Japão, onde a expectativa de vida ao nascer é de quase 84 anos (a mais alta do mundo). Ali, os idosos somaram 27% da população no ano passado - também a maior taxa do mundo. E a população com menos de 5 anos? Segundo a ONU, 3,85%.

Os desafios preocupam as autoridades japonesas há décadas. Como medida, a idade mínima para aposentadoria de 65 para 70 anos. No Japão, os seus trabalhadores se aposentam mais tarde do que em qualquer outro lugar do mundo. E se você pensa que esse desafio somente está restrito a países desenvolvidos, você está errado.

A desaceleração no desenvolvimento demográfico pode ter um impacto negativo no crescimento das economias, assim como aconteceu com a China, que pode ter seu planos de se tornar a maior economia global adiados, explica Lorran Lamblet, assessor de investimentos da Manchester, filiada ao Banco XP.

“A China adotou uma política de permitir apenas um filho por casal, o que abaixou a média para 1,6 filhos. Em contrapartida, o crescimento do país que está atrelado a infraestrutura e a construção de imóveis passam por dificuldades que geram um efeito cascata da economia.  Estima-se que existem mais imóveis disponíveis do que pessoas.”

Para se ter ideia, desde 2013, todo bebê recém-nascido em Lestijärvi, um dos menores municípios da Finlândia, "vale" 10 mil euros (o equivalente a cerca de R$ 46,3 mil) pagos pelo governo. A baixa taxa de natalidade afeta muitos países no mundo e conosco, isso não será diferente.

Questão de tempo

Vamos fazer uma analogia. Pensemos em noite de Natal. Os avós, com uma condição de vida mais estável, podem dar, cada um, um presente para seu neto, um jovem adulto. Em contrapartida, esse mesmo neto, entrando no mercado de trabalho, não tem condição de dar um presente para cada um dos avós. Matematicamente, a conta natalina não fecha. E menos ainda, a da economia.

A medida que envelhecemos, demandamos cada vez mais recursos do Estado. Pessoas especiais necessitam de cuidados especiais. Os gastos estatais são inerentes em diversos campos, em especial: na área da saúde (tanto na prevenção como no combate), por meio do SUS, e na aposentadoria, por meio da Previdência Social.

Contudo, com menos nascimentos, temos um cenário com menos jovens adultos trabalhando, pagando impostos e consequentemente, contribuindo para a previdência. Então, não será somente a conta natalina que poderá não fechar. A pressão sobre os sistemas de saúde e previdenciário são questão de tempo.

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Novidades sobre o Pix

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Existem algumas sensações na vida que são únicas. Sejam nas coisas simples da rotina ou que acontecem de vez em quando: elas produzem umas das melhores sensações de bem estar no mundo. Dentre elas, um merecido descanso, lamber a tampa do Danone, comer uma pizza quando se está com fome, e a mais importante, ler a notificação no seu celular de “Pix recebido com sucesso”.

Existem algumas sensações na vida que são únicas. Sejam nas coisas simples da rotina ou que acontecem de vez em quando: elas produzem umas das melhores sensações de bem estar no mundo. Dentre elas, um merecido descanso, lamber a tampa do Danone, comer uma pizza quando se está com fome, e a mais importante, ler a notificação no seu celular de “Pix recebido com sucesso”.

Lançado em novembro de 2020, a modalidade de pagamentos instantâneos – o Pix – rapidamente ganhou o coração dos brasileiros com a facilidade de ser realizado a qualquer hora ou dia da semana com alguns toques no seu celular. E tudo isso, sem taxas para pessoas físicas, de forma prática e com a garantia de segurança da instituição.

Consolidado como meio de pagamento mais relevante no atual mercado brasileiro, é atualmente responsável por R$ 10,9 trilhões em transações e conta quase 600 milhões de chaves cadastradas. O serviço chega a metade de 2023 com anúncios relevantes do ingresso de novas modalidades e mudanças no funcionamento para alguns bancos.

Novos serviços anunciados

O Banco Central anunciou nesta quarta-feira, 21, que haverá uma a nova modalidade de pagamentos: o Pix Automático. Essa novidade poderá ser utilizada como uma espécie de “débito automático”, realizando pagamento de serviços como fornecimento de energia elétrica, gás, telefonia, internet, seguros, escolas, academias, serviços de streamings, entre outros exemplos, como a sua assinatura do Jornal A Voz da Serra.

Segundo o Banco Central, o Pix Automático valerá para empresas de qualquer segmento do mercado e de qualquer porte, com a principal atribuição de facilitar pagamentos recorrentes pelos consumidores. O usuário precisará apenas conceder uma autorização prévia para repetir automaticamente os pagamentos periódicos.

A medida do Banco Central, além de ajudar os esquecidos – lista na qual eu me incluo -, ampliará o leque de alternativas disponíveis para que pequenas e médias empresas recebam seus pagamentos recorrentes e para que os consumidores tenham opções de pagamento. Todos saem ganhando – menos os banqueiros.

O serviço de pagamento contínuo poderá substituir a necessidade de um cartão de crédito, por exemplo, que muitas das vezes não são acessíveis a parte da população. Além disso, será uma alternativa ao débito automático que depende de convênios das empresas com múltiplas instituições, gerando complexidade ao processo e custos elevados, o que restringia o serviço a grandes empresas - geralmente prestadoras de serviços públicos.

O cronograma de testes e lançamento da nova função foi discutido na última segunda-feira, 19. De acordo com o Banco Central, a fase de testes do programa será realizada entre outubro e fevereiro, e o lançamento definitivo somente deverá ocorrer em abril de 2024.

Recua a cobrança de PJs na Caixa

Nesta terça-feira, 20, a pedido do presidente Lula, o Governo Federal determinou a suspensão da cobrança da tarifa de pessoas jurídicas nas transações de via Pix. Anunciada pela Caixa a medida que entraria em vigor no dia 19 de julho segue suspensa e sem data estabelecida para retorno. A Caixa acatou a decisão do governo, mas explicou que esta cobrança já é autorizada por resolução do Banco Central há anos e que outros bancos de grande expressão já aplicam tarifas a esta operação - ao contrario da gigante estatal, que até o presente momento, não cobrava. 

A cobrança de taxas nas transações via Pix de pessoas jurídicas (empresas) já era possível desde novembro de 2020. Embora não fosse obrigatória, as instituições já estavam autorizadas a fazerem a arrecadação. Em resumo, a resolução dá a opção dos bancos cobrarem as empresas ou não. Várias instituições financeiras já iniciaram suas cobranças às empresas em 2021, dentre elas: Banco do Brasil, Santander, Bradesco, Mercado Pago, Itaú e outros. Já outros bancos, com destaque especial para os bancos online, como Nubank, C6 e Inter não efetuam cobranças do pagamento de taxas.

A Caixa Econômica Federal, em nota, devido a polarização política do país, ressaltou que a decisão de cobrar pelo serviço já estava definida desde o ano passado e que a suspensão temporária da medida poderá dar mais tempo para os clientes terem o tempo de se adaptarem às novas regras. Tudo indica que em breve, as taxas entrarão novamente em vigor na gigante estatal, o que poderá atingir até os MEI’s (microempreendedores individuais), EI’s (empresários individuais) e demais pessoas jurídicas.

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Idosos também podem sofrer alienação parental

quarta-feira, 14 de junho de 2023

Você já ouviu falar do termo “Alienação Parental”? Se sim, é muito comum nos depararmos com a expressão quando estamos falando de crianças e de adolescentes que são manipulados por um dos pais para que se voltem contra o outro genitor - principalmente quando estes estão envolvidos em um dolorido processo de separação.

Você já ouviu falar do termo “Alienação Parental”? Se sim, é muito comum nos depararmos com a expressão quando estamos falando de crianças e de adolescentes que são manipulados por um dos pais para que se voltem contra o outro genitor - principalmente quando estes estão envolvidos em um dolorido processo de separação.

A prática contra crianças e adolescentes aproveita-se do fator ingenuidade, devido à falta de vivência que os impossibilita de enxergar além do que lhes é contato. Pelos motivos próprios, por ciúmes ou por raiva do outro genitor, o afastamento da criança de um dos pais é motivo de muito drama nas famílias e no judiciário brasileiro.

Por sinal, essa forma de violência psicológica é tão constante que existe previsão em lei para o seu combate. Contudo, e se eu te contar que essa prática comum também acontece contra muitos idosos e não existe lei específica para isso, você acreditaria em mim? Pois bem...

Mais comum do que imaginamos

Em geral, começa assim: um indivíduo que mora com este idoso, se aproveita de suas fragilidades físicas e psicológicas e começa a criar histórias inverídicas, a rememorar fatos desvirtuados, que nunca ocorreram, sempre com a intenção de desmerecer e de denegrir o outro.

Muitas vezes, essas histórias criam raízes, troncos e frutos na cabeça de pessoas que muitas vezes já não tem mais o discernimento sóbrio da realidade. E o próximo, é o afastamento do idoso do contato familiar, ficando impedido de receber visitas.

O idoso, muitas vezes frágil - fisicamente e psicologicamente - depende da ajuda daquele que cuida e mora com ele. Vivencia assim, o demérito daquela que é a sua família por fatos que lhe são contados, deixando com o passar dos anos de emitir juízo de valor sobre o que é verdade e o que é fantasia.

E do afastamento, não é incomum que este idoso passe a sofrer consequências físicas e psicológicas - já que não raramente seu quadro em saúde tem pioras significativas diante desta situação - passando a exteriorizar sintomas de novas doenças e comportamentos emocionais que antes não lhe tocavam.

As razões para as práticas estão muitas vezes relacionadas a valores financeiros, seja porque há uma herança a ser partilhada no caso de falecimento deste idoso, seja porque se sabe que este mesmo idoso recebe uma boa aposentadoria ou tem muitos bens. Raramente as alienações parentais em idosos tem um fundo simplesmente emocional.

No juridiquês essa prática perversa é chamada de “Alienação Parental Inversa”, podendo ser praticadas por filhos, netos, sobrinhos, ou qualquer membro da família, sempre com o objetivo final de afastar e isolar este idoso do seu convívio pessoal e familiar.

A prática é mais comum e mais triste do que imaginamos. Este tipo de alienação já chegou ao ponto de uma mãe passar em um corredor e nem mesmo cumprimentar a própria filha que ali se encontrava - esta mãe sempre acompanhada pelo filho alienador, fazendo como se não a conhecesse, passando naquele corredor.

Dia especial para esse tema

O Dia Mundial de Conscientização sobre a Violência contra a Pessoa Idosa (15 de junho) foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2011, com o objetivo de chamar a atenção para a existência de violações dos direitos dos idosos e divulgar formas de denunciá-las e combatê-las.

Da mesma forma que as crianças são incapazes de perceber o que permeia nas mentes dos alienadores, os idosos também se tornam alvos fáceis desse tipo de conduta de mentes insanas, tendo em vista que nem sempre conseguem compreender o verdadeiro interesse por trás do comportamento daqueles.

E infelizmente, nos últimos anos de vida, nos anos conhecidos como a “melhor idade” podem ter os efeitos da alienação perdurando sobre o idoso até o fim de sua vida ou de sua sanidade mental. O período pode ser longo ou curto, a depender de sua própria longevidade.

É direito de todo familiar conviver com este idoso, participar de suas atividades na medida das possibilidades de cada um. Sempre priorizando uma vida digna àquele que tem idade elevada e que dedicou muitos dos anos, aos cuidados e ao carinho para que tivéssemos a possibilidade de ser quem somos hoje.

Necessitamos, no Brasil, combater a alienação parental inversa. É um assunto que precisa ser mais abordado, seja pelos políticos, “influencers” ou pelas mídias de comunicação. Soa como um absurdo que ainda tenhamos que combater a Alienação Parental Inversa, por uma lei específica para proteger crianças e adolescentes.

Idosos são frequentemente ‘escanteados’ nas políticas públicas do Brasil e vítimas de crimes de violência psicológica no âmbito familiar. O ideal é sempre estar atento aos sinais e sempre que precisar, buscar amparo, recorrendo ao Ministério Público ou a assistência jurídica de confiança.

Ainda que as lideranças políticas – do Executivo e do Legislativo – pouco abordem as pautas de proteção ao idoso, preocupando-se mais com seus likes nas redes sociais, lembrem-se: a solução dos problemas de quem não pode esperar é para ontem! Dediquem-se aos idosos, porque só não fica velho quem morre cedo.

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Como vender Nova Friburgo para o turista?

sábado, 10 de junho de 2023

O turismo cresce no Brasil inteiro, especialmente após a pandemia do coronavírus. A vontade de fazer o tempo perdido valer a pena reaqueceu o setor nacional. Em Nova Friburgo, porém, a realidade é outra. Ainda seguimos estagnados há anos, sem uma perspectiva que o setor mude de verdade, a realidade de nossa cidade.

O turismo cresce no Brasil inteiro, especialmente após a pandemia do coronavírus. A vontade de fazer o tempo perdido valer a pena reaqueceu o setor nacional. Em Nova Friburgo, porém, a realidade é outra. Ainda seguimos estagnados há anos, sem uma perspectiva que o setor mude de verdade, a realidade de nossa cidade.

É vero que hoje temos uma boa gestão turística na cidade, que investe pesado no setor de eventos, a perdê-los de vista. Tivemos um Carnaval com uma mega estrutura e ao final do ano, um desfile inspirado no Natal Luz de Gramado. Demos um passo. Mas, apesar das excelentes iniciativas, estamos longe de estarmos na rota do turismo nacional.

Ainda que diante de um expressivo orçamento da pasta no governo municipal, o que faz uma cidade com tantas belezas naturais, um setor gastronômico de deixar água na boca e um charmoso e gostoso friozinho ainda ter tantas dificuldades em despontar no cenário local?

 

Falta alcançar o turista

Hoje, “praticamente” todo mundo tem acesso à internet por meio dos smartphones que nos acompanham 24 horas por dia - até mais do que deveríamos usá-los. Num mundo tão plugado e com fácil acesso à internet, tornou-se imprescindível que as cidades apelem para as redes sociais para fomentarem seus projetos.

A relevância das redes sociais para vendas é algo inquestionável, especialmente no mundo pós-pandemia. Contudo, ao mesmo tempo temos tantas oportunidades, será que estamos dispostos a extrair o que há de melhor para a nossa cidade através das redes sociais?

Sem dúvidas, a gestão municipal atual trouxe muitas mudanças para a cidade, dentre elas, a “Instagramização” dos portais de comunicação oficiais. Podemos afirmar, de certa forma, hoje, a comunicação oficial é muito mais feita através das redes sociais, do que através de qualquer outro meio – o que nos trás facilidades e desafios.

Contudo, assusta-me a quantidade de moradores (nem falo dos turistas) da cidade que desconhecem os projetos realizados pelas próprias secretarias da nossa cidade. Incansáveis vezes em que ouvimos falar de shows ou eventos que passaram e só fomos descobrir dias ou semanas após. Imagine. Se esse fenômeno acontece com frequência com moradores da cidade, quem dirá com os turistas.

Ainda que louvável a modernização da comunicação pela prefeitura e suas secretariais, torna-se coerente relembrar que muitas pessoas não têm redes sociais e muito menos seguem cada perfil de cada secretaria existente da prefeitura em suas redes. E um turista, em regra, por motivos óbvios, também não seguem os perfis de nossas secretarias.

Para vendermos turismo e crescermos, sem dúvidas precisamos atingir ótimos potenciais compradores. Uma cidade que sempre faz isso com muita frequência é Petrópolis, que toda hora está divulgando suas ações na televisão e na capital, de diversas formas. Antes de mudarmos o turismo, precisamos chegar no turista.

 

Turismo radical esquecido

Nova Friburgo é uma cidade maravilhosa e com um imenso potencial para o desenvolvimento. Somos uma região serrana, localizada próxima a uma das maiores capitais desse país – que recebe milhares de turistas por ano – e com um clima agradável, que harmoniza com uma excelente gastronomia e belezas naturais.

Quando ainda criança, me vem uma nostalgia gostosa poder relembrar diversos parapentes colorindo os céus da nossa cidade, indo e vindo. Sempre tive a vontade de realizar um voo desses, saindo do Caledônia e passando pela nossa cidade. Acabei voando, e foi uma experiência incrível. Mas não em Nova Friburgo.

A realidade é que apesar de possuirmos uma capacidade sem igual de explorarmos essas atividades, perdemos esses turistas, que pagam caro pela experiência. É entristecedor, acompanhar nas redes sociais, diversos moradores da nossa própria cidade, indo para Urubici-SC, para realizar atividades como escaladas e bungee jump.

Para vocês, também não soa um pouco irônico. Pois bem. A falta de capacitação, de divulgação e de investimentos no turismo radical, faz com que pontos como a rampa de parapente do Caledônia, sigam em estado de abandono. A possibilidade de explorar Nova Friburgo sob novos ângulos, certamente, traria multidões à nossa cidade.

 

Belezas naturais desconhecidas

Por sua vez, as belezas naturais que temos em nossa cidade são para perder de vista. Quedas d’água ornamentam a nossa paisagem nas montanhas, nos privilegiando com visuais lindos e únicos na nossa região, como as cachoeiras: do Indiana Jones, Adutora e Feiticeira – ainda desconhecidas por muitos friburguenses.

A falta de sinalização ou de infraestrutura de acesso já são velhas conhecidas dos friburguenses, não somente nas cachoeiras, mas também no caminho aos picos e montanhas de nossa cidade. A falta de sinalização é tanta, que não é tão incomum conhecer um turista que visitou Lumiar e jura nunca ter vindo à Friburgo. 

Os investimentos em sinalização e acesso são primordiais. Há tempos atrás, foi uma polêmica o investimento no acesso de locais como o Pontal do Atalaia, em Arraial do Cabo e na praia Azeda, em Búzios. Hoje, de modo muito cômico, os acessos criticados por muitos viraram pontos de fotos.

Os investimentos em festas são extremamente importantes, mas não devem ser somente nelas. As obras de infraestrutura ficam, ao contrário de diversos eventos que se perdem ao longo do esquecimento. E por fim, e não menos importante, antes de fazermos pesados investimentos, temos que ter a certeza de que iremos atingir pessoas Além das Montanhas.

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