Basta entrarmos no mês de Maio que as propagandas comerciais começam a falar de apenas um assunto: o Dia das Mães. Desde pequeno, sempre aprendi pela escola, pela família e pelo senso comum brasileiro de que esta celebração especial devem ser comemoradas no segundo domingo do mês de maio.
Basta entrarmos no mês de Maio que as propagandas comerciais começam a falar de apenas um assunto: o Dia das Mães. Desde pequeno, sempre aprendi pela escola, pela família e pelo senso comum brasileiro de que esta celebração especial devem ser comemoradas no segundo domingo do mês de maio.
Para o comércio, a data é a segunda mais importante no Brasil em números de vendas absolutas, perdendo apenas para o Natal. Mas, ao contrário do que possa parecer – e que muita gente acredita - , o dia não surgiu com a intenção de ser uma data comercial. O propósito era distante da realidade atual.
A irônica origem da data
No início do século 20, a celebração nasceu nos Estados Unidos através de uma campanha feita pela americana Anna Jarvis, que havia perdido sua mãe em 1905. Após três anos, dolorida pelo sentimento de luto e revestida de saudades, Anna realizou uma linda e justa homenagem para ela, de forma ainda não oficial.
Desde então, a americana passou a enviar diversas cartas para muitos congressistas americanos, governadores e celebridades pedindo a mobilização pela criação de um feriado em homenagem as nossas mães. E assim, tão somente em 1911, foi criada a data oficial no calendário dos EUA.
A historiadora Katharine Antolini. escreveu no livro "Em Memória da Maternidade: Anna Jarvis e a Luta pelo Controle do Dia das Mães" que a militante esperava que o trabalho das mães fosse reconhecido pelo seu serviço incomparável que prestavam à humanidade em todos os campos da vida.
A reviravolta irônica na história é que Anna Jarvis jamais esperava que o dia fosse tão abraçado pelas campanhas publicitárias e se transformasse em uma data tão comercial. Anos depois da sua luta pela criação da data comemorativa, a militante, se arrependeu do que viu e passou a pedir o fim da data, por entender que a data perdeu sua essência.
O verdadeiro Dia das Mães
Afinal, a quem nos deu um amor platônico desde os nossos primeiros segundos de existência, será que somente devemos dar um abraço apertado, um beijo, um ‘eu te amo’ e um presente num único dia do ano? A verdade, é que nós nunca conseguiremos retribuir o amor platônico materno em nossa vida, e quem dirá num único dia.
Gerar, parir, criar. Abrir mão de si, para dedicar o melhor que você pode proporcionar ao seu filho. Quantas histórias já não ouvimos de mães que foram dormir mais cedo para deixar a saciedade do jantar aos filhos? Ser mãe é para sempre. Pode ser lindo e ao mesmo tempo, solitário, intenso, difícil.
Solteira ou casada, tendo a responsabilidade compartilhada ou tendo que dar conta de tudo sozinha, a experiência de ser mãe é única e individual. De um lado, mulheres que sonham desde criança em serem mamães. De outro, outras que nunca se imaginaram nesse papel até se tornarem uma.
Se há a maternidade idealizada e perfeita nas capas de revista, há também a realidade real, intensa e difícil, que não vende publicidade. O único lugar em que essa maternidade ganha estampa, são nas olheiras das faces cansadas das noites mal dormidas.
Há também a realidade de mulheres que encaram o verdadeiro malabares entre o profissional, o pessoal e a maternidade. Não havendo dia de descanso e nem férias, muito menos dia bom ou dia ruim: todo dia, é dia.
E se não bastasse ser mãe, algumas mulheres ainda acumulam o papel de pai. Apenas nos últimos cinco anos, 860 crianças foram registrados sem uma figura paterna em seus documentos. E quantas outras, apesar de registradas, não são abandonadas no momento em que mais precisam?
Além de encarar uma série de novidades (como a amamentação, os cuidados com o bebê e a privação do sono), a mãe precisa lidar com um turbilhão de novos sentimentos. O medo de não dar conta, a culpa (“nasce uma mãe, nasce uma culpa”), o cansaço, a solidão e a responsabilidade fazem do início dessa jornada um momento muito intenso.
E ainda que intenso, marca nossas vidas para sempre. E para elas, pouco importa se você tem 20, 30, 40 ou 50 anos, a preocupação é sempre a mesma. Se estiver calor, leve um casaco. Se estiver sol, leve um guarda chuva. Se estiver frio, saia do sereno. Se você acha que está certo, sua mãe te mostra que você está errado.
Às suas mães não deixem de dar um beijo e levar flores para elas. Não somente na data comemorativa, mas especialmente em um dia que ela não espere recebê-las. Seja grato por todos os mimos e preocupações dedicados incessantemente em todos os dias durante sua existência.
Aos que infelizmente não tenham a mãe por perto por razões carnais ou familiares, diga a sua figura materna: 'Obrigado. Obrigado por ter cuidado de mim quando você não tinha a menor obrigação disso e por ser tão especial nos momentos em que tanto precisei do seu suporte.’
A verdade é que no útero, a mãe pode proteger seu bebê, com um espaço quentinho, calmo, e seguro. No mundo real, não! O filho cresce e trilha os próprios caminhos, mas contando com um imenso espaço no coração de cada mãe.
Feliz dia das mães? Todo dia deveria ser o Dia das Mães.
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