A ansiedade sobre o vírus corona

César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

quinta-feira, 19 de março de 2020

É perfeitamente normal ter forte ansiedade diante de uma pandemia. Dúdivas, enfrentar o desconhecido, notícias falsas, tudo isso gera ansiedade mesmo. Esta ansiedade pode diminuir até certo ponto se tomarmos algumas atitudes protetivas quanto ao contágio. Precisamos levar a sério a questão do isolamento ou da distância social. Isto ajuda muito a quebrar o ciclo de contaminações. Agora é hora de preservar vidas e não de querer manter a empresa ou seu negócio funcionando se ela coloca em risco seus funcionários e você mesmo.

Fique em casa. Trabalhe de casa. Os países que fizeram o isolamento social mais cedo nesta pandemia, tiveram a curva menor de contaminações e de mortes pelo vírus corona. Se muita gente fica contaminada e muitos entram no quadro grave em necessidade de internação, o sistema de saúde e mesmo os atendimentos nos hospitais particulares, não darão conta da demanda.

Sua ansiedade diminuirá bastante ao manter distância social, evitando estar em grupos de pessoas, no trabalho, na rua, no mercado, no shopping, na igreja, em qualquer lugar. Os idosos precisam ser protegidos porque são os de maior risco. Uma criança pode estar com o vírus corona, não ter nenhum problema clínico com isso, mas se for estar com um idoso, poderá contaminá-lo. Portanto, agora é hora de proteger os idosos evitando contato social e fornecendo a eles cuidado, alimento, remédios, com a maior segurança de contágio possível.

Mas é verdade que cada pessoa experimenta a ansiedade de modo diferente. Aqueles que são ansiosos desde sempre, que possuem a “ansiedade traço”, sofrem ansiedade mais intensa numa situação assim. As que possuem “ansiedade estado”, talvez possam ter uma intensidade menor de sofrimento. Também as pessoas que em seu estilo de vida praticam uma fé religiosa podem conseguir mais serenidade num momento de crise como agora vivemos.

Quanto ao fato de estarmos vivendo uma pandemia com o vírus corona, temos que aceitar que não temos controle sobre isso a não ser praticar as precauções que as autoridades de saúde do governo estão anunciando.

Pense que a maioria das pessoas que são contagiadas com este vírus, não morre. Proteja-se com o isolamento social, lavar as mãos por pelo menos 30 segundos com água e sabão líquido de preferência ou usando álcool gel. Cancele receber visitas, faxineiras, passadeiras, babás, jardineiros. Fique em casa. Se alguém de sua família que mora com você está com uma gripe comum, ela precisa usar máscara, e não deve sair de casa.

Procure cuidar de um jardim, de uma horta, praticar atividades físicas em ambiente isolado, dormir mais cedo, ingerir bastante água pura longe das refeições. E vai ajudar a reduzir sua ansiedade se você evitar ficar vendo notícias sobre esta pandemia o dia todo. Tente se afastar das notícias porque agora você já sabe o que precisa fazer para prevenir a infecção. Se ainda tem dúvidas, pergunte a uma fonte confiável. E pronto.

Se você fica sempre querendo ver notícias sobre o vírus corona e percebe que isto o deixa ansioso, então o melhor é reduzir a assistência destas notícias. Quem sabe assista somente o noticiário da noite na TV para se atualizar e pronto.

Porém, o isolamento social que realmente é a atitude sábia a ser tomada agora – ou melhor, ontem – pode ser minimizada por manter contato com amigos e outros parentes usando a tecnologia, como celular, tablet, telefone fixo, inclusive com conversa com imagem em tempo real. Assim a solidão não ficará tão ruim para aqueles que gostam de estar sempre com pessoas ao redor.

Por favor, fique em casa e mantenha sua higiene protetiva. A vida é mais importante do que o resto.

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O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

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