São raros os momentos na vida em que nos deparados com a verdade,
em que sentimos que somos invadidos pela constatação de fatos, que, muitas
vezes e naturalmente, negamos reconhecê-los como realidades presentes em
nossa história de vida. Um desses raros momentos é o da morte. Ninguém
consegue mentir na hora de findar.
A maioria das pessoas, como eu, não gosta de pensar nesta última etapa
da vida, nos minutos finais. A médica Ana Claudia Quintana Arantes, autora do
livro “A morte é um dia que vale a pena viver”, editado pela Casa da Palavra,
Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
Tereza Cristina Malcher Campitelli
Momentos Literários
Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.
Faço desta coluna uma carta aos sobreviventes, posto que assim me sinto. Sobrevivi à tragédia de 2011 e termino 2020 com saúde.
Acordei em 2021 com a paz dos náufragos que se deitam sobre a areia e descansam, olhando as nuvens que se movimentam no céu. Durante o café da manhã, Robson Crusoé, Malu Mulher, Jean Valjean e tantos outros personagens passearam pelo meu imaginário como conselheiros da manutenção da vida. Foi uma bela companhia.
Ah, a literatura nunca deixa de nos assistir! Cura-nos da estupidez.
Vou aqui relatar uma interessante experiência literária que tive recentemente. Com todas as dificuldades que enfrentamos neste ano de 2020, a literatura, mais uma vez nos mostrou seu poder de superação. É a expressão humana que está constantemente pronta a ir além. De apontar para horizontes, mesmo quando as nuvens carregadas retiram do nosso olhar o encontro da paisagem com o céu. É a arte que se aventura ao vazio, preenchendo-o com palavras cuidadas por pensamentos inquietos e mãos sensíveis. É o culto à beleza humana que nunca se esgota, mesmo nos tempos de pandemia.
Ao pegar o livro de crônicas do nosso professor de português Robério José Canto, O Dia em que o Trem não Chegou, sua última publicação, em que ele reúne crônicas publicadas, tive o prazer de me deliciar com seus textos, tão bem escritos. Ah, como ele sabe usar o humor e a ironia com maestria! Para compô-lo, além do mais, é preciso ter o domínio da nossa língua, tão complexa e delicada, mesmo que romântica.
Dando continuação às reflexões que tive ao assistir, no YouTube, o Curso de Imersão: “Vincent e Pablo, dois gigantes do século XIX e XX”, apresentado por Catherine Beltrão. A arte se movimenta no tempo, transformando suas expressões, mostrando o modo de pensar e de viver de uma época. Este tema me faz lembrar a visita que fiz ao museu de Van Gogh, em Amsterdã, quando passei uma manhã inteira observando suas obras, percebendo a sensibilidade com que ele captava as imagens da vida, a serenidade com que distribuía as cores na tela, principalmente o branco e o amarelo.
Assisti, no YouTube, o Curso de Imersão: “Vincent e Pablo, dois gigantes
do século XIX e XX”, apresentada por Catherine Beltrão, engenheira que
mergulhou no universo artístico, especialmente na pintura e na literatura,
autora do projeto Artenarede. A Imersão é um curso de curta duração e possui
um objetivo específico. Assim sendo, esta se constitui em duas palestras sobre
Vincent Van Gogh e Pablo Picasso, suas vidas, obras e contextualização
histórica da época em que viveram.
Como nos momentos iniciais nos foram apresentados conceitos
Faço parte de um grupo de leitura, Clássicos da Literatura, coordenado
por Márcia Lobosco. Estamos lendo Razão e Sensibilidade, a primeira obra
escrita pela escritora inglesa Jane Austen (1775-1817), publicada em 1811. O
romance nos traz questões existenciais, que nos desafiam com frequência, a
começar pelo título, que nos remete à dinâmica sentimento-pensamento-ação,
motivando-nos a olhar para esta dialética, que rege nossos movimentos, desde
o momento em que o temos nas mãos. Inegavelmente, é uma reflexão
Escrevi este texto há uns quinze anos. Entretanto, para mim, continua a ser
atual, pois me deparo com as questões que nele apresento quando escrevo.
Como esta coluna é para alimentar o leitor e o escritor, decidi trazê-lo aqui. Posto
que é interessante ao leitor conhecer as agruras que o escritor sofre ao produzir
um texto a ser degustado pelo leitor. Posto que para o escritor é saudável refletir
um pouco mais sobre o ato de escrever, que se constitui num desafio constante
porque as ideias nos rondam, cutucam e são insistentes, porém apresentam-se
É gratidão sentir vontade de homenagear pessoas que deixaram, ao
longo de suas vidas, através de sentimentos, ideias e realizações, riquezas
para nossas vidas e cidade. Faço questão de brindar, então, com champagne
em taça de cristal, os artistas da literatura que escreveram significativas
palavras em forma de poesia ou prosa.
Nova Friburgo deveria colocar placas com versos dos trovadores
friburguenses nas curvas da Serra da Boa Viagem, bem como espalhá-las em
suas praças e esquinas, cantos e recantos. Quando comento com alguém que
Estou escrevendo esta coluna na quarta-feira, 21 de outubro, motivada pelo
cronista friburguense Zuenir Ventura. Geralmente, escrevo-a nos finais de semana,
pois criei o hábito de pensar no tema que vou abordar e do modo como vou fazê-lo
durante os dias de branco. Como a literatura nos toca de diferentes formas, um bom
cronista sabe como fazê-lo com veemência.
Hoje, ao ler sua coluna no jornal O Globo, intitulada Carência de Afeto, senti sua
dor por não abraçar seus netos e tantas outras pessoas guardadas em seu afeto. Sua