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Desafios para a educação

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Caros leitores, hoje encerramos a reflexão acerca da Mensagem do Papa Francisco sobre a Inteligência Artificial e a Paz, apresentando os últimos tópicos. Acompanhe a seguir.

Caros leitores, hoje encerramos a reflexão acerca da Mensagem do Papa Francisco sobre a Inteligência Artificial e a Paz, apresentando os últimos tópicos. Acompanhe a seguir.

O desenvolvimento de uma tecnologia que respeite e sirva a dignidade humana tem implicações claras para as instituições educativas e para o mundo da cultura. Ao multiplicar as possibilidades de comunicação, as tecnologias digitais permitiram encontrar-se de novas formas. Todavia continua a ser necessária uma reflexão contínua sobre o tipo de relações para onde nos estão encaminhando. Os jovens estão a crescer em ambientes culturais impregnados de tecnologia, o que não pode deixar de pôr em causa os métodos de ensino e formação.

A educação para o uso de formas de inteligência artificial deveria visar sobretudo a promoção do pensamento crítico. É necessário que pessoas de várias idades, principalmente os jovens, desenvolvam uma capacidade de discernimento no uso de dados e conteúdos recolhidos na web ou produzidos por sistemas de inteligência artificial. As escolas, as universidades e as sociedades científicas são chamadas a ajudar os estudantes e profissionais a assumir os aspectos sociais e éticos do progresso e da utilização da tecnologia.

A formação no uso dos novos instrumentos de comunicação deveria ter em conta não só a desinformação, as notícias falsas, mas também a recrudescência preocupante de «medos ancestrais (...) que souberam esconder-se e revigorar-se por detrás das novas tecnologias». 

 

Desafios para o desenvolvimento do direito internacional

O alcance global da inteligência artificial deixa claro que, juntamente com a responsabilidade dos estados soberanos de regular a sua utilização internamente, as organizações internacionais podem desempenhar um papel decisivo na obtenção de acordos multilaterais e na coordenação da sua aplicação e implementação. A este respeito, exorto a Comunidade das Nações a trabalhar unida para adotar um tratado internacional vinculativo, que regule o desenvolvimento e o uso da inteligência artificial nas suas variadas formas. Naturalmente o objetivo da regulamentação não deveria ser apenas a prevenção de más aplicações, mas também o incentivo às boas aplicações, estimulando abordagens novas e criativas e facilitando iniciativas pessoais e coletivas.

Em última análise, na busca de modelos normativos que possam fornecer uma orientação ética aos criadores de tecnologias digitais, é indispensável identificar os valores humanos que deveriam estar na base dos esforços das sociedades para formular, adotar e aplicar os quadros legislativos necessários. O trabalho de elaboração de diretrizes éticas para a produção de formas de inteligência artificial não pode prescindir da consideração de questões mais profundas relativas ao significado da existência humana, à proteção dos direitos humanos fundamentais, à busca da justiça e da paz. Este processo de discernimento ético e jurídico pode revelar-se preciosa ocasião para uma reflexão compartilhada sobre o papel que a tecnologia deveria ter na nossa vida individual e comunitária e sobre a forma como a sua utilização possa contribuir para a criação dum mundo mais equitativo e humano.

Espero que esta reflexão encoraje você leitor a fazer com que os progressos no desenvolvimento de formas de inteligência artificial sirvam, em última análise, a causa da fraternidade humana e da paz. Não é responsabilidade de poucos, mas da família humana inteira. De fato, a paz é fruto de relações que reconhecem e acolhem o outro na sua dignidade inalienável, e de cooperação e compromisso na busca do desenvolvimento integral de todas as pessoas e de todos os povos.

No início do novo ano, a minha oração é que o rápido desenvolvimento de formas de inteligência artificial não aumente as já demasiadas desigualdades e injustiças presentes no mundo, mas contribua para pôr fim às guerras e conflitos e para aliviar muitas formas de sofrimento que afligem a família humana. Possam os fiéis cristãos, os crentes das várias religiões e os homens e mulheres de boa vontade colaborar harmoniosamente para aproveitar as oportunidades e enfrentar os desafios colocados pela revolução digital, e entregar às gerações futuras um mundo mais solidário, justo e pacífico.

Fonte: Vaticano

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

​Temas quentes para a ética

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Caros irmãos, prosseguimos refletindo sobre a Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz, tratando acerca da Inteligência Artificial e da Paz.

Caros irmãos, prosseguimos refletindo sobre a Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz, tratando acerca da Inteligência Artificial e da Paz.

No futuro, a fiabilidade de quem solicita um mútuo, a idoneidade de um indivíduo para determinado emprego, a possibilidade de reincidência de um condenado ou o direito a receber asilo político ou assistência social poderão ser determinados por sistemas de inteligência artificial. A falta de níveis diversificados de mediação que tais sistemas introduzem está particularmente exposta a formas de preconceito e discriminação: os erros do sistema podem multiplicar-se facilmente, gerando não só injustiças em casos individuais, mas também, por efeito dominó, verdadeiras formas de desigualdade social.

Além disso, por vezes, as formas de inteligência artificial parecem capazes de influenciar as decisões dos indivíduos através de opções predeterminadas associadas a estímulos e dissuasões, ou então através de sistemas de regulação das opções pessoais baseados na organização das informações. Estas formas de manipulação ou controle social requerem atenção e vigilância cuidadosas, implicando uma clara responsabilidade legal por parte dos produtores, de quem os contrata e das autoridades governamentais.

O ato de se confiar a processos automáticos que dispõem os indivíduos por categorias, por exemplo, através de um uso invasivo da vigilância ou da adoção de sistemas de crédito social, poderia ter repercussões profundas também no tecido civil, estabelecendo classificações inadequadas entre os cidadãos. E estes processos artificiais de classificação poderiam levar também a conflitos de poder, envolvendo não apenas destinatários virtuais, mas também pessoas de carne e osso. O respeito fundamental pela dignidade humana requer a rejeição de que a unicidade da pessoa seja identificada com um conjunto de dados.

Não se deve permitir que os algoritmos determinem o modo como entendemos os direitos humanos e ponham de lado os valores essenciais da compaixão, da misericórdia e do perdão, ou eliminem a possibilidade de um indivíduo mudar e deixar para trás o passado.

Não podemos deixar de considerar o impacto das novas tecnologias no âmbito laboral: trabalhos, que outrora eram prerrogativa exclusiva da mão-de-obra humana, acabam rapidamente absorvidos pelas aplicações industriais da inteligência artificial. Também neste caso, há substancialmente o risco de uma vantagem desproporcionada para poucos à custa do empobrecimento de muitos.

 

Transformaremos as espadas em relhas de arado?

Nestes dias, contemplando o mundo que nos rodeia, não se pode ignorar as graves questões éticas relacionadas com o setor dos armamentos. A possibilidade de efetuar operações militares através de sistemas de controle remoto levou a uma percepção menor da devastação por eles causada e da responsabilidade da sua utilização, contribuindo para uma abordagem ainda mais fria e destacada da imensa tragédia da guerra. A pesquisa sobre as tecnologias emergentes no setor dos chamados «sistemas de armas letais autônomas», incluindo a utilização bélica da inteligência artificial, é um grave motivo de preocupação ética.

Numa ótica mais positiva, se a inteligência artificial fosse utilizada para promover o desenvolvimento humano integral, poderia introduzir inovações importantes na agricultura, na instrução e na cultura, uma melhoria do nível de vida de inteiras nações e povos, o crescimento da fraternidade humana e da amizade social. Em última análise, a forma como a utilizamos para incluir os últimos, isto é, os irmãos e irmãs mais frágeis e necessitados, é a medida reveladora da nossa humanidade.

Um olhar humano e o desejo de um futuro melhor para o nosso mundo levam à necessidade de um diálogo interdisciplinar voltado para um desenvolvimento ético dos algoritmos – a algor-ética -, em que sejam os valores a orientar os percursos das novas tecnologias. As questões éticas deveriam ser tidas em consideração desde o início da pesquisa, bem como nas fases de experimentação, projetação, produção, distribuição e comercialização. Esta é a abordagem da ética da projetação, na qual as instituições educativas e os responsáveis pelo processo de decisão têm um papel essencial a desempenhar.

 

Fonte: Vaticano

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A tecnologia do futuro: máquinas que aprendem sozinhas

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Caros irmãos, nesta semana continuamos apresentando neste espaço a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz: 1º de janeiro de 2024, intitulada “Inteligência Artificial e Paz”. Desta vez, trazemos o terceiro e o quarto tópico da mensagem de Francisco:            

Caros irmãos, nesta semana continuamos apresentando neste espaço a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz: 1º de janeiro de 2024, intitulada “Inteligência Artificial e Paz”. Desta vez, trazemos o terceiro e o quarto tópico da mensagem de Francisco:            

“Nas suas múltiplas formas, a inteligência artificial, baseada em técnicas de aprendizagem automática (machine learning), embora ainda numa fase pioneira, já está a introduzir mudanças notáveis no tecido das sociedades, exercendo uma influência profunda nas culturas, nos comportamentos sociais e na construção da paz.

Desenvolvimentos como a aprendizagem automática ou a aprendizagem profunda (deep learning) levantam questões que transcendem os âmbitos da tecnologia e da engenharia e têm a ver com uma compreensão intimamente ligada ao significado da vida humana, aos processos basilares do conhecimento e à capacidade que tem a mente de alcançar a verdade.

A capacidade de alguns dispositivos produzirem textos sintática e semanticamente coerentes, por exemplo, não é garantia de fiabilidade. Diz-se que podem «alucinar», isto é, gerar afirmações que à primeira vista parecem plausíveis, mas na realidade são infundadas ou preconceituosas. Isto coloca um sério problema quando a inteligência artificial é utilizada em campanhas de desinformação que espalham notícias falsas e levam a uma desconfiança crescente relativamente aos meios de comunicação. A confidencialidade, a posse dos dados e a propriedade intelectual são outros âmbitos em que as tecnologias em questão comportam graves riscos, aos quais se vêm juntar outras consequências negativas ligadas a um uso indevido, como a discriminação, a interferência nos processos eleitorais, a formação de uma sociedade que vigia e controla as pessoas, a exclusão digital e a exacerbação de um individualismo cada vez mais desligado da coletividade. Todos estes fatores correm o risco de alimentar os conflitos e obstaculizar a paz.

O sentido do limite, no paradigma tecnocrático

O nosso mundo é demasiado vasto, variado e complexo para ser completamente conhecido e classificado. A mente humana nunca poderá esgotar a sua riqueza, nem sequer com a ajuda dos algoritmos mais avançados. De fato, estes não oferecem previsões garantidas do futuro, mas apenas aproximações estatísticas. Nem tudo pode ser previsto, nem tudo pode ser calculado; no fim de contas, «a realidade é superior à ideia» e, por mais prodigiosa que seja a nossa capacidade de calcular, haverá sempre um resíduo inacessível que escapa a qualquer tentativa de quantificação.

As máquinas inteligentes podem desempenhar as tarefas que lhes são atribuídas com uma eficiência cada vez maior, mas a finalidade e o significado das suas operações continuarão a ser determinados ou capacitados por seres humanos com o seu próprio universo de valores. O risco é que os critérios subjacentes a certas escolhas se tornem menos claros, que a responsabilidade de decisão seja ocultada e que os produtores possam subtrair-se à obrigação de agir para o bem da comunidade. Em certo sentido, isto é favorecido pelo sistema tecnocrático, que alia a economia à tecnologia e privilegia o critério da eficiência, tendendo a ignorar tudo o que não esteja ligado aos seus interesses imediatos.

Isto deve fazer-nos refletir sobre um aspeto transcurado frequentemente na atual mentalidade tecnocrática e eficientista, mas decisivo para o desenvolvimento pessoal e social: o «sentido do limite». Com efeito, o ser humano, mortal por definição, pensando em ultrapassar todo o limite mediante a técnica, corre o risco, na obsessão de querer controlar tudo, de perder o controle sobre si mesmo; na busca de uma liberdade absoluta, de cair na espiral de uma ditadura tecnológica. Reconhecer e aceitar o próprio limite de criatura é condição indispensável para que o homem alcance ou, melhor, acolha a plenitude como uma dádiva; ao passo que, no contexto ideológico de um paradigma tecnocrático animado por uma prometeica presunção de autossuficiência, as desigualdades poderiam crescer sem medida, e o conhecimento e a riqueza acumular-se nas mãos de poucos, com graves riscos para as sociedades democráticas e uma coexistência pacífica.”

Fonte: Vaticano

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O futuro da inteligência artificial, por entre promessas e riscos

segunda-feira, 08 de janeiro de 2024

Caros irmãos, nesta semana trazemos para a reflexão o segundo tópico da Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz, cujo tema é “Inteligência Artificial e Paz”. Confira a seguir.

“Os progressos da informática e o desenvolvimento das tecnologias digitais, nas últimas décadas, começaram já a produzir profundas transformações na sociedade global e nas suas dinâmicas. Os novos instrumentos digitais estão a mudar a fisionomia das comunicações, da administração pública, da instrução, do consumo, dos intercâmbios pessoais e de inúmeros outros aspectos da vida diária.

Caros irmãos, nesta semana trazemos para a reflexão o segundo tópico da Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz, cujo tema é “Inteligência Artificial e Paz”. Confira a seguir.

“Os progressos da informática e o desenvolvimento das tecnologias digitais, nas últimas décadas, começaram já a produzir profundas transformações na sociedade global e nas suas dinâmicas. Os novos instrumentos digitais estão a mudar a fisionomia das comunicações, da administração pública, da instrução, do consumo, dos intercâmbios pessoais e de inúmeros outros aspectos da vida diária.

Além disso as tecnologias que se servem de uma multiplicidade de algoritmos podem, dos vestígios digitais deixados na internet, extrair dados que permitem controlar os hábitos mentais e relacionais das pessoas para fins comerciais ou políticos, muitas vezes sem o seu conhecimento, limitando o exercício consciente da sua liberdade de escolha.

Devemos recordar-nos de que a pesquisa científica e as inovações tecnológicas não estão desencarnadas da realidade nem são «neutras», [4] mas estão sujeitas às influências culturais. Sendo atividades plenamente humanas, os rumos que tomam refletem opções condicionadas pelos valores pessoais, sociais e culturais de cada época. E o mesmo se diga dos resultados que alcançam.

Isto aplica-se também às formas de inteligência artificial. Desta, até ao momento, não existe uma definição unívoca no mundo da ciência e da tecnologia. A própria designação, que já entrou na linguagem comum, abrange uma variedade de ciências, teorias e técnicas destinadas a fazer com que as máquinas, no seu funcionamento, reproduzam ou imitem as capacidades cognitivas dos seres humanos.

Falar de «formas de inteligência», no plural, pode ajudar, sobretudo a assinalar o fosso intransponível existente entre estes sistemas, por mais surpreendentes e poderosos que sejam, e a pessoa humana: em última análise, aqueles são «fragmentários» já que têm possibilidades de imitar ou reproduzir apenas algumas funções da inteligência humana. Além disso, o uso do plural destaca que tais dispositivos, muito diferentes entre si, devem ser sempre considerados como «sistemas sociotécnicos». Com efeito, o seu impacto, independentemente da tecnologia de base, depende não só da projetação, mas também dos objetivos e interesses de quem os possui e de quem os desenvolve, bem como das situações em que são utilizados.

Por conseguinte, a inteligência artificial deve ser entendida como uma galáxia de realidades diversas e não podemos presumir a priori que o seu desenvolvimento traga um contributo benéfico para o futuro da humanidade e para a paz entre os povos. O resultado positivo só será possível se nos demonstrarmos capazes de agir de maneira responsável e respeitar valores humanos fundamentais como «a inclusão, a transparência, a segurança, a equidade, a privacidade e a fiabilidade».

Assim, a imensa expansão da tecnologia deve ser acompanhada por uma adequada formação da responsabilidade pelo seu desenvolvimento. A liberdade e a convivência pacífica ficam ameaçadas, quando os seres humanos cedem à tentação do egoísmo, do interesse próprio, da ânsia de lucro e da sede de poder. Por isso temos o dever de alargar o olhar e orientar a pesquisa técnico-científica para a prossecução da paz e do bem comum, ao serviço do desenvolvimento integral do homem e da comunidade.

A dignidade intrínseca de cada pessoa e a fraternidade que nos une como membros da única família humana devem estar na base do desenvolvimento de novas tecnologias e servir como critérios indiscutíveis para as avaliar antes da sua utilização, para que o progresso digital possa verificar-se no respeito pela justiça e contribuir para a causa da paz. Os avanços tecnológicos que não conduzem a uma melhoria da qualidade de vida da humanidade inteira, antes pelo contrário agravam as desigualdades e os conflitos, nunca poderão ser considerados um verdadeiro progresso.

A inteligência artificial tornar-se-á cada vez mais importante. Os desafios que coloca não são apenas de ordem técnica, mas também antropológica, educacional, social e política. Precisamos estar conscientes das rápidas transformações em curso e geri-las de forma a salvaguardar os direitos humanos fundamentais, respeitando as instituições e as leis que promovem o progresso humano integral. A inteligência artificial deveria estar ao serviço de um melhor potencial humano e das nossas mais altas aspirações, e não em competição com eles.”

Fonte: Vaticano

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Inteligência artificial e paz

terça-feira, 02 de janeiro de 2024

Caros irmãos, desejamos um feliz e abençoado ano novo para todos, repleto de saúde, amor, paz e incontáveis bênçãos! Durante este primeiro mês do ano, compartilharemos com vocês, em partes, a Mensagem do Santo Padre Francisco para a celebração do Dia Mundial Da Paz: 1º de janeiro de 2024, intitulada “Inteligência Artificial e Paz”.

Caros irmãos, desejamos um feliz e abençoado ano novo para todos, repleto de saúde, amor, paz e incontáveis bênçãos! Durante este primeiro mês do ano, compartilharemos com vocês, em partes, a Mensagem do Santo Padre Francisco para a celebração do Dia Mundial Da Paz: 1º de janeiro de 2024, intitulada “Inteligência Artificial e Paz”.

O Papa pede "um diálogo aberto sobre o significado dessas novas tecnologias" e de se trabalhar de "forma responsável" ao se produzir e usar esses dispositivos para estar "a serviço da humanidade e pela proteção da casa comum". Vejamos o primeiro tópico da mensagem.

“No início do novo ano, tempo de graça concedido pelo Senhor a cada um de nós, quero dirigir-me ao Povo de Deus, às nações, aos chefes de Estado e de Governo, aos representantes das diversas religiões e da sociedade civil, a todos os homens e mulheres do nosso tempo para lhes expressar os meus votos de paz.”

O progresso da ciência e da tecnologia como caminho para a paz

A Sagrada Escritura atesta que Deus deu aos homens o seu Espírito a fim de terem «sabedoria, inteligência e capacidade para toda a espécie de trabalho» (Ex 35, 31). A inteligência é expressão da dignidade que nos foi dada pelo Criador, que nos fez à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1, 26) e nos tornou capazes, através da liberdade e do conhecimento, de responder ao seu amor. Esta qualidade fundamentalmente relacional da inteligência humana manifesta-se de modo particular na ciência e na tecnologia, que são produtos extraordinários do seu potencial criativo.

Na Constituição pastoral Gaudium et spes, o Concílio Vaticano II reafirmou esta verdade, declarando que «sempre o homem procurou, com o seu trabalho e engenho, desenvolver mais a própria vida». [1] Quando os seres humanos, «recorrendo à técnica», se esforçam para que a terra «se torne habitação digna para toda a humanidade», [2] agem segundo o desígnio divino e cooperam com a vontade que Deus tem de levar à perfeição a criação e difundir a paz entre os povos. Assim o próprio progresso da ciência e da técnica – na medida em que contribui para uma melhor organização da sociedade humana, para o aumento da liberdade e da comunhão fraterna – leva ao aperfeiçoamento do homem e à transformação do mundo.

Justamente nos alegramos e sentimos reconhecidos pelas extraordinárias conquistas da ciência e da tecnologia, graças às quais se pôs remédio a inúmeros males que afligiam a vida humana e causavam grandes sofrimentos. Ao mesmo tempo, os progressos técnico-científicos, que permitem exercer um controle – até agora inédito – sobre a realidade, colocam nas mãos do homem um vasto leque de possibilidades, algumas das quais podem constituir um risco para a sobrevivência humana e um perigo para a casa comum.

Deste modo os progressos notáveis das novas tecnologias da informação, sobretudo na esfera digital, apresentam oportunidades entusiasmantes, mas também graves riscos, com sérias implicações na prossecução da justiça e da harmonia entre os povos. Por isso torna-se necessário interrogar-nos sobre algumas questões urgentes: quais serão as consequências, a médio e longo prazo, das novas tecnologias digitais? E que impacto terão elas sobre a vida dos indivíduos e da sociedade, sobre a estabilidade e a paz?

Fonte: Vaticano

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Natal! Qual?

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Chegamos ao Natal. Não caberia a pergunta que virá, se todos vivêssemos o sentido original do nascimento do Salvador entre nós, no coração. Mas, com certeza, cabe nos dias e no cenário de hoje o intrigante questionamento: Qual Natal?

Chegamos ao Natal. Não caberia a pergunta que virá, se todos vivêssemos o sentido original do nascimento do Salvador entre nós, no coração. Mas, com certeza, cabe nos dias e no cenário de hoje o intrigante questionamento: Qual Natal?

Caminhando pelas cidades, vimos de tudo: luzes artificiais, filas para compras contínuas e movimentadas. Vimos gente apressada, ouvimos barulhos de carros e motos acelerados e dos anúncios de beira de calçada arrebanhando para as promoções. Encontramos tanto colorido entre ferros e plásticos, sobressaindo o vermelho do reinado do papai Noel, de casas, vilas e renas-monumentos, um paraíso de enfeites e decorações variadas. Este é um natal menor, de fantasia, trampolim do consumo desenfreado, dos presentes e preocupações materiais, de comidas e bebidas, de fartura de ceias que quase ninguém come mais em comunhão.

À noite, cada um sai para um lado, pois há um outro natal ainda bem menor: o da balada Noel, da farra Noel... onde o vazio da euforia e do carnal faz um estrondo de surdez para as almas desencontradas sem ter o que celebrar. Ainda há, no caminho superficial do urbano, um "carnatal", transformando tudo num longo desfile interminável, de figuras e caricaturas de tudo misturado, nos carros alegóricos e alas do marketing, nos shows de trios e pipocas, na falta total de foco e do sentido real e principal natalino. Mais um carnaval fora de época, afastando os corações do presépio do interior do espírito.

De quantos natais estamos tratando? E, contudo, faltou um: o mais simples e o mais óbvio: o nascimento do Senhor Jesus entre nós. A simplicidade e a ternura de uma noite sagrada em que o próprio Deus vem até nós, derramar o Seu Amor de forma infinitamente humilde e generosa, para revelar a grandeza da humanidade a todos nós, homens, sua imagem e semelhança pela criação, para nos tornar seus filhos, salvando-nos de nossas misérias, de nós mesmos, dos nossos pecados de egoísmo destrutivo e autodestrutivo. Na gruta de Belém, na singeleza do menino que nasce entre animais, que recebe os cantos de pastores e dos anjos, o carinho de sua belíssima Mãe Maria e do seu pai adotivo José, brilha uma estrela de esperança e misericórdia e rebrilha no centro a cruz da Redenção, símbolo máximo do Amor que tudo transforma e liberta.

Quem sabe conseguiríamos retornar a este original espírito de mais concentração, oração, fé e confraternização, na comunhão da família, na celebração das igrejas, na transmissão da caridade de Cristo a todos os irmãos da cidade, do estado, do país, do mundo, comunicando a verdadeira alegria: Jesus te ama! Nasceu e morreu por ti! Nós também te amamos e queremos o melhor para ti! Doamos nossa vida pela tua felicidade e salvação! Que corrente de amor e de fraternidade revolucionaria a nossa sociedade com a luz de um Natal permanente onde cada irmão renasceria, sendo valorizado e considerado pela dignidade da pessoa que é e não pelo que tem nos bolsos ou nos bancos, pelo que pode comprar ou vender!

Ninguém seria excluído da ceia maior da igualdade, da felicidade, da vocação e da realização humana que é a preparação e prefiguração da cidade celeste, da Páscoa eterna. Natal-Páscoa! Todos irmãos. Como nas primeiras comunidades cristãs: "Todos os que acreditavam eram unidos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e bens e os repartiam entre todos, conforme a necessidade de cada um. E todos os dias perseveravam unânimes no Templo. E partiam o pão nas casas, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo. E a cada dia o Senhor acrescentava à comunidade aqueles que eram salvos" (Atos dos Apóstolos 2,44-47). "Eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão, na fração do pão e nas orações." (At 2,42).

Então, alguns diriam: impossível "hoje", utopia! Considerando que a palavra utopia vem do Grego: "u" (não) tópos (lugar), seria um "não lugar", algo não existente dentro da avaliação materialista e acumuladora de nossa mentalidade hodierna capitalista. Mas, para os verdadeiros cristãos, eivados do Amor solidário e despojado de Jesus é apenas "um não lugar ainda", ou seja, uma meta amorosa, cheia de entusiasmo místico transformado em iniciativas e gestos concretos de uma economia de comunhão, de partilha real, com equidade, de modéstia no viver e no sentir justo do bem comum. Aí está o ponto diferencial de inflexão, temido pelo sistema multissecular injustamente desigual. O Natal-mudança de direção que não quer ser celebrado ou é ofuscado propositalmente pelo espetáculo conveniente do mito-consumo, excludente e humilhante. O Natal verdadeiro que significa amor ao próximo o ano inteiro e a alegria em promover, libertar e estender a salvação integral de Jesus a toda pessoa humana, vendo em cada irmão o próprio Senhor.

E agora? Já escolheu que Natal quer continuar a celebrar? Esperamos que este último, com Cristo. Contamos com você nesta virada! Feliz Natal e um abençoado ânimo novo! (É ânimo mesmo, no Espírito renovador, da graça de Deus!).

 

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é assessor eclesiástico da Comunicação Institucional da Diocese de Nova Friburgo 

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Natal: Alegria, Oração e Gratidão

sábado, 23 de dezembro de 2023

"Irmãos

Estai sempre alegres!

Rezai sem cessar.

Dai graças em todas as circunstâncias.

Não apagueis o espírito!

Mas examinai tudo e guardai o que for bom.

Afastai-vos de toda espécie de maldade!" (1Ts 5, 16-21)

"Irmãos

Estai sempre alegres!

Rezai sem cessar.

Dai graças em todas as circunstâncias.

Não apagueis o espírito!

Mas examinai tudo e guardai o que for bom.

Afastai-vos de toda espécie de maldade!" (1Ts 5, 16-21)

Com este projeto de vida, indicado por São Paulo, venho por meio deste prestigioso Jornal A VOZ DA SERRA, desejar aos leitores, direção, profissionais da Comunicação e a todos os irmãos e irmãs de nossa Igreja Católica e demais denominações cristãs e religiosas, bem como às autoridades e tomadores de decisão, meus sinceros votos de um Feliz Natal e um novo ano vivenciado na teimosa esperança de dias melhores para todos.

Elevamos a Deus nossas orações e Ação de Graças por tudo e por tanto que Dele recebemos. Acolhemos Jesus, o Príncipe da Paz, com renovado compromisso de sermos instrumentos de Sua Paz. Com os Anjos cantamos: "Glória a Deus nas Alturas e paz na terra aos homens por Ele amados" e com Maria, Mãe de Jesus e nossa, também exultamos de alegria rezando: "o Senhor fez em nós maravilhas!"

Deus vem até nós e nós, movidos pelo Amor, vamos até Jesus, para viver por Ele, seguindo os seus ensinamentos. Vem Senhor Jesus, fica conosco e nos torne mais humanos e santos. Com a minha cordial saudação, gratidão e bênção.

Feliz Natal!

Dom Luiz Antonio Lopes Ricci é bispo da Diocese de Nova Friburgo. 

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Preparai o caminho do Senhor

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Estamos celebrando neste tempo do advento, do dia 17 ao 24 de dezembro, a meditação próxima do nascimento humilde do Salvador, ressaltando a voz do profeta Isaías, concretizada pelo testemunho vigoroso de São João Batista, que clama no deserto: "Preparai o caminho Senhor" (Is 40,3; Mc 1,3; Jo 1,23).

Estamos celebrando neste tempo do advento, do dia 17 ao 24 de dezembro, a meditação próxima do nascimento humilde do Salvador, ressaltando a voz do profeta Isaías, concretizada pelo testemunho vigoroso de São João Batista, que clama no deserto: "Preparai o caminho Senhor" (Is 40,3; Mc 1,3; Jo 1,23).

Hoje também no deserto das máquinas e na incoerente selva de manequins, num palco de materialismo e consumismo, a voz da Igreja de Cristo clama: "Preparai o presépio do coração, consertai as estradas da alma, as falhas e buracos causados pelo egoísmo e pecado, aplainai as veredas tortuosas da soberba, da ambição e da injustiça, reacendei as luzes apagadas pela corrupção e degradação da dignidade, pela violência e exploração dos mais fracos e pobres, reformai a casa comum dos direitos e das relações sociais, a partir da reconstrução da ética e da fraternidade dentro do espírito, despojado e humilde na manjedoura interior da caridade".

Como São João Batista, devemos ter a consciência de que não somos o centro, mas apenas preparadores do caminho e que o Senhor que deve ser adorado e seguido como Mestre é o Messias, Jesus Cristo. Respondeu o grande profeta do deserto: "Eu vos batizo com água, mas virá um mais forte do que eu que vos batizará com Espírito Santo e fogo, do qual não sou digno nem de desatar as correias das sandálias" (Mt 3,11; Mc 1,7). O pregador famoso e popular que arrebanhava multidões e batizava um número imenso de pessoas, mergulhando-as no rio Jordão e levando-as à conversão, não se deixou nunca conduzir pela vaidade, nem pelo desejo de fã-clube, nem pela tentação de se autodeclarar messias, nem caiu no canto da sereia dos sacerdotes e levitas a serviço dos fariseus maquiavélicos e maldosos. "Confessou e não negou: Eu não sou o messias" (Jo 1,20; cf Jo 3,28).

Esta é a espiritualidade mais genuína de nossa missão cristã - a de João Batista: esvaziar-se de si mesmo, como o fez o próprio Cristo (cf. Filipenses 2), anunciar e preparar o caminho do Salvador, dar o testemunho do despojamento do deserto, na postura mística de oração e de penitência, dando a vida para estender a todos o Evangelho da Verdade, rejeitando as seduções do poder, do dinheiro, das riquezas deste mundo, miragens e fantasias do hedonismo e fama oca do mundanismo, no escondimento e mesmo no sofrimento e martírio, para amar verdadeiramente o próximo, promovendo a sua vida e dignidade,

Cada vez que isto acontece, estamos como São João Batista, cumprindo a profecia transformadora de Isaías, pavimentando as vias de uma nova comunidade de paz, fruto da justiça, de uma nova civilização do amor e da fraternidade, baseada na verdade e na corresponsabilidade pela casa comum, de uma nova sociedade com mais solidariedade e partilha, onde todos os homens como irmãos e filhos de Deus se sentem em torno da mesma mesa pascal da igualdade, de santificação nunca dissociada da empatia e sensibilidade humana, da conversão expressa num total sentir com o outro, assumindo sua dor e sua cruz até a ressurreição.

Assim podemos vislumbrar novos ventos do Nascimento do Redentor, não mais na Belém do mundo, onde, com certeza já nasceu da Virgem Santa Maria, com a guarda fiel de São José, numa gruta, entre os pastores e os animais, na simplicidade e esvaziamento de um Deus, Verbo que se fez carne e habitou entre nós (cf Jo 1,14). Mas agora na Belém da nossa vida interior, o renascer da redenção na nossa cooperação livre e consciente à Boa Nova semeada pelo Bom Pastor, impulsionado por Sua graça e Luz.

Resgatemos este verdadeiro espírito de Natal, distanciados de toda a parafernália mercantilista e manipulação oportunista de lendas pagãs. Silenciemos na manjedoura de nossos corações esta voz do Espírito Santo que nos remete à busca do amor ao próximo e da justiça o ano inteiro, na campanha permanente do amor aos irmãos, dando pão a quem tem fome, dando água a quem tem sede, saúde a quem está doente, agasalho a quem tem frio, conforto a quem está sofrido, abrigo a quem está na rua, fé a quem está enfraquecido, fortaleza e alegria a quem está desanimado e entristecido, sem sentido para a vida, oferecendo Cristo a todos os que estão famintos e sedentos do verdadeiro Amor.

A voz continua a vibrar e ecoar, no deserto da indiferença e egoísmo, para quem quiser e puder escutar: "Preparai o caminho do Senhor".

Pe. Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça

Assessor Eclesiástico da Comunicação Institucional

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Declaração Universal de Direitos Humanos é uma via mestra, diz o Papa

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Logo após rezar o Angelus, no último domingo, 10, o Papa Francisco recordou que há 75 anos, mais precisamente em 10 de dezembro de 1948, era assinada a Declaração Universal dos Direitos Humanos: “É como uma via mestra, na qual foram dados muitos passos em frente, mas ainda faltam muitos e, infelizmente, por vezes retrocedemos. O empenho pelos direitos humanos nunca termina! Neste sentido, estou próximo de todos aqueles que, sem proclamações, na vida concreta de cada dia lutam e pagam pessoalmente por defender os direitos daqueles que não contam.”

Logo após rezar o Angelus, no último domingo, 10, o Papa Francisco recordou que há 75 anos, mais precisamente em 10 de dezembro de 1948, era assinada a Declaração Universal dos Direitos Humanos: “É como uma via mestra, na qual foram dados muitos passos em frente, mas ainda faltam muitos e, infelizmente, por vezes retrocedemos. O empenho pelos direitos humanos nunca termina! Neste sentido, estou próximo de todos aqueles que, sem proclamações, na vida concreta de cada dia lutam e pagam pessoalmente por defender os direitos daqueles que não contam.”

A adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela Assembleia Geral das Nações Unidas representou uma das conquistas mais significativas da comunidade internacional desde o fim da Segunda Guerra Mundial e foi a base para o desenvolvimento de uma estratégia para a promoção e proteção dos direitos humanos em todo o mundo. Este código ético de importância histórica fundamental foi o primeiro documento a estabelecer universalmente (ou seja, em todas as partes do mundo) os direitos que dizem respeito a cada ser humano.

Ao celebrar este importante aniversário, é necessário reconhecer os enormes progressos alcançados, mas também refletir sobre os múltiplos desafios que impedem o pleno usufruto de todos os direitos humanos por cada indivíduo.

 

A Declaração Universal dos Direitos do Homem

Entre os direitos fundamentais do ser humano estão o direito à vida, o direito à liberdade individual, o direito à autodeterminação, o direito a um julgamento justo, o direito a uma existência digna:

Artigo 1: "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade."

Artigo 2: "Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra, origem nacional ou social, fortuna, nascimento ou outro estatuto. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autônomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.

Artigo 3: "Todas as pessoas têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal."

Artigo 4: "Ninguém pode ser mantido em escravidão ou em servidão; a escravatura e o comércio de escravos, sob qualquer forma, são proibidos."

Artigo 5:  "Ninguém será submetido a tortura nem a punição ou tratamento cruéis, desumanos ou degradantes."

Artigo 6:  "Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento como pessoa perante a lei."

Artigo 7: "Todos são iguais perante a lei e, sem qualquer discriminação, têm direito a igual proteção da lei. Todos têm direito a proteção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação."

Artigo 8: "Todas as pessoas têm direito a um recurso efetivo dado pelos tribunais nacionais competentes contra os atos que violem os seus direitos fundamentais reconhecidos pela Constituição ou pela lei."

Artigo 9: "Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado."

Artigo 10: "Todas as pessoas têm direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública julgada por um tribunal independente e imparcial em determinação dos seus direitos e obrigações e de qualquer acusação criminal contra elas."

 

Fonte: Vatican News

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Maria, advento da Graça de Deus

segunda-feira, 04 de dezembro de 2023

Iniciamos no último domingo, 3, um novo ano litúrgico, de celebração da fé da Igreja, do Mistério Salvífico, com o tempo do Advento, preparando as duas vindas do Senhor, a sua consumação da história, na glória final e a seu nascimento como redentor das nossas vidas e corações. E na próxima sexta-feira, 8, celebraremos a Imaculada Conceição de Maria, dia santo de guarda para todos os católicos.

Iniciamos no último domingo, 3, um novo ano litúrgico, de celebração da fé da Igreja, do Mistério Salvífico, com o tempo do Advento, preparando as duas vindas do Senhor, a sua consumação da história, na glória final e a seu nascimento como redentor das nossas vidas e corações. E na próxima sexta-feira, 8, celebraremos a Imaculada Conceição de Maria, dia santo de guarda para todos os católicos. Ninguém melhor que a Mãe do Senhor, discípula fiel do seu filho, preservada de todo pecado em previsão dos méritos de Cristo, para nos conduzir neste itinerário de conversão e preparação do encontro com o Senhor.

Ave Plena de Graça! Com este anúncio o arcanjo Gabriel descortinava um novo cenário místico para toda a História da Salvação! E com o sim da jovem Virgem de Nazaré, o céu e a terra se encontravam num matrimônio libertador. No seu ventre sagrado, o chamado se transformava na encarnação do Verbo, Jesus Cristo, nosso Redentor. Maria era então o próprio advento da glória do Criador no seu plano de restauração de todo o cosmo e da humanidade, de todo horizonte natural e histórico, portal da esperança e da certeza de que o eterno se instaurou no tempo e o divino se humanizou para divinizar o humano. Como no tempo litúrgico do advento, começava a confiante espera e o espírito de entrega ao mistério, na gravidez da fé, como a dócil Mãe na sua resposta humilde e despojada: "Eu sou a serva do Senhor. Faça-se em mim, segundo a sua palavra". A forte e perseverante missionária que guardava tudo no silêncio do seu coração, acreditando que se cumpririam todas as promessas do Senhor. Maria, exemplo da espera resiliente e confiante, proativa na serenidade, fiel no serviço cotidiano da construção do Reino.

Toda a Igreja é chamada a seguir Jesus Cristo e o modelo é a sua Mãe que Ele nos deu como nossa Mãe, entregando-a, no alto da cruz, a nós, representados no apóstolo São João: "Filho, eis aí a tua mãe. Mãe, eis aí o teu filho". Ela foi a primeira discípula missionária do seu Filho,  que o concebeu primeiro no coração e só depois no ventre, como afirma Santo Agostinho, porque Ele já era a Palavra, o Verbo divino que ela acolhia como dedicada seguidora dos mandamentos, como filha de Sião, conhecedora das profecias sobre o Messias que nasceria de uma virgem e que se chamaria Emanuel - Deus conosco, conforme Isaías 7,14.

A grande novidade é que ela seria o cumprimento desta boa nova, a simples jovem de uma pequenina e pobre cidade do interior, o humilde que Deus escolhe para confundir e desbaratar o sistema dos que se julgam doutos e dominadores de tudo, centralizadores da relevância. Também esta espiritualidade deve ser seguida por toda a comunidade eclesial missionária: a da simplicidade e do escondimento, referenciando sempre Deus, como centro, Cristo e sua missão, instaurando o seu Reino de justiça e de paz, de verdade e de amor. A espiritualidade da humildade e da fortaleza no Senhor, como a casa sobre a rocha, sabedoria que sabe onde põe a sua fé e o sentido de sua vida e trabalho missionário.

Maria é sempre mais aquela estrela matutina que precede e anuncia o Sol de nossa salvação que é Jesus Cristo, seu filho amado, aquela estrela do mar que guia e orienta a todos nós, navegantes do barco da Igreja e do mundo, indo à frente, na singeleza e força de sinal d'Aquele que é o Senhor, o que nos liberta com seu poder, sua luz radiante de Graça e redenção.

É assim o advento vivo que nos prepara e ensina os caminhos da correspondência livre e amorosa, a total oferta da vida nas mãos de Deus, para servirmos como instrumentos humildes do plano maior da iluminação, do resgate, da promoção, do renascimento e salvação de tantos irmãos, vontade paternal do Senhor.

Caminhemos com Maria, como Maria, nestes tempos e clima espiritual do Advento, preparando a recepção de Jesus nos nossos corações, concentrados no seu amor e sinalização de luz, interiorizados na dimensão do amor ao próximo, no grande significado da doação da cruz que já se faz presente no presépio, no esvaziamento missionário que já se ouve no hino do glória contido e no ensaio do coro dos anjos para a festa natalina, no rebrilho transformador do coração d'Aquele que nascendo na Belém do mundo, quer nascer agora dentro de nós, num novo olhar, num novo sentir, numa revolução do amor fraterno! Recebamos, com fé e caridade, alegria e paz, o maravilhoso Deus que vem até nós para encontrar os frutos do que já semeou, os talentos multiplicados dos dons que nos concedeu, a paz luminosa que dimana da sua própria presença em nosso meio. E digamos, então, com Maria, a Mãe da Igreja: "Marana tha" - "Vem, Senhor Jesus!"

 

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é assessor eclesiástico da Comunicação Institucional da Diocese de Nova Friburgo 

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