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Inteligência artificial e paz

terça-feira, 02 de janeiro de 2024

Caros irmãos, desejamos um feliz e abençoado ano novo para todos, repleto de saúde, amor, paz e incontáveis bênçãos! Durante este primeiro mês do ano, compartilharemos com vocês, em partes, a Mensagem do Santo Padre Francisco para a celebração do Dia Mundial Da Paz: 1º de janeiro de 2024, intitulada “Inteligência Artificial e Paz”.

Caros irmãos, desejamos um feliz e abençoado ano novo para todos, repleto de saúde, amor, paz e incontáveis bênçãos! Durante este primeiro mês do ano, compartilharemos com vocês, em partes, a Mensagem do Santo Padre Francisco para a celebração do Dia Mundial Da Paz: 1º de janeiro de 2024, intitulada “Inteligência Artificial e Paz”.

O Papa pede "um diálogo aberto sobre o significado dessas novas tecnologias" e de se trabalhar de "forma responsável" ao se produzir e usar esses dispositivos para estar "a serviço da humanidade e pela proteção da casa comum". Vejamos o primeiro tópico da mensagem.

“No início do novo ano, tempo de graça concedido pelo Senhor a cada um de nós, quero dirigir-me ao Povo de Deus, às nações, aos chefes de Estado e de Governo, aos representantes das diversas religiões e da sociedade civil, a todos os homens e mulheres do nosso tempo para lhes expressar os meus votos de paz.”

O progresso da ciência e da tecnologia como caminho para a paz

A Sagrada Escritura atesta que Deus deu aos homens o seu Espírito a fim de terem «sabedoria, inteligência e capacidade para toda a espécie de trabalho» (Ex 35, 31). A inteligência é expressão da dignidade que nos foi dada pelo Criador, que nos fez à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1, 26) e nos tornou capazes, através da liberdade e do conhecimento, de responder ao seu amor. Esta qualidade fundamentalmente relacional da inteligência humana manifesta-se de modo particular na ciência e na tecnologia, que são produtos extraordinários do seu potencial criativo.

Na Constituição pastoral Gaudium et spes, o Concílio Vaticano II reafirmou esta verdade, declarando que «sempre o homem procurou, com o seu trabalho e engenho, desenvolver mais a própria vida». [1] Quando os seres humanos, «recorrendo à técnica», se esforçam para que a terra «se torne habitação digna para toda a humanidade», [2] agem segundo o desígnio divino e cooperam com a vontade que Deus tem de levar à perfeição a criação e difundir a paz entre os povos. Assim o próprio progresso da ciência e da técnica – na medida em que contribui para uma melhor organização da sociedade humana, para o aumento da liberdade e da comunhão fraterna – leva ao aperfeiçoamento do homem e à transformação do mundo.

Justamente nos alegramos e sentimos reconhecidos pelas extraordinárias conquistas da ciência e da tecnologia, graças às quais se pôs remédio a inúmeros males que afligiam a vida humana e causavam grandes sofrimentos. Ao mesmo tempo, os progressos técnico-científicos, que permitem exercer um controle – até agora inédito – sobre a realidade, colocam nas mãos do homem um vasto leque de possibilidades, algumas das quais podem constituir um risco para a sobrevivência humana e um perigo para a casa comum.

Deste modo os progressos notáveis das novas tecnologias da informação, sobretudo na esfera digital, apresentam oportunidades entusiasmantes, mas também graves riscos, com sérias implicações na prossecução da justiça e da harmonia entre os povos. Por isso torna-se necessário interrogar-nos sobre algumas questões urgentes: quais serão as consequências, a médio e longo prazo, das novas tecnologias digitais? E que impacto terão elas sobre a vida dos indivíduos e da sociedade, sobre a estabilidade e a paz?

Fonte: Vaticano

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Natal! Qual?

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Chegamos ao Natal. Não caberia a pergunta que virá, se todos vivêssemos o sentido original do nascimento do Salvador entre nós, no coração. Mas, com certeza, cabe nos dias e no cenário de hoje o intrigante questionamento: Qual Natal?

Chegamos ao Natal. Não caberia a pergunta que virá, se todos vivêssemos o sentido original do nascimento do Salvador entre nós, no coração. Mas, com certeza, cabe nos dias e no cenário de hoje o intrigante questionamento: Qual Natal?

Caminhando pelas cidades, vimos de tudo: luzes artificiais, filas para compras contínuas e movimentadas. Vimos gente apressada, ouvimos barulhos de carros e motos acelerados e dos anúncios de beira de calçada arrebanhando para as promoções. Encontramos tanto colorido entre ferros e plásticos, sobressaindo o vermelho do reinado do papai Noel, de casas, vilas e renas-monumentos, um paraíso de enfeites e decorações variadas. Este é um natal menor, de fantasia, trampolim do consumo desenfreado, dos presentes e preocupações materiais, de comidas e bebidas, de fartura de ceias que quase ninguém come mais em comunhão.

À noite, cada um sai para um lado, pois há um outro natal ainda bem menor: o da balada Noel, da farra Noel... onde o vazio da euforia e do carnal faz um estrondo de surdez para as almas desencontradas sem ter o que celebrar. Ainda há, no caminho superficial do urbano, um "carnatal", transformando tudo num longo desfile interminável, de figuras e caricaturas de tudo misturado, nos carros alegóricos e alas do marketing, nos shows de trios e pipocas, na falta total de foco e do sentido real e principal natalino. Mais um carnaval fora de época, afastando os corações do presépio do interior do espírito.

De quantos natais estamos tratando? E, contudo, faltou um: o mais simples e o mais óbvio: o nascimento do Senhor Jesus entre nós. A simplicidade e a ternura de uma noite sagrada em que o próprio Deus vem até nós, derramar o Seu Amor de forma infinitamente humilde e generosa, para revelar a grandeza da humanidade a todos nós, homens, sua imagem e semelhança pela criação, para nos tornar seus filhos, salvando-nos de nossas misérias, de nós mesmos, dos nossos pecados de egoísmo destrutivo e autodestrutivo. Na gruta de Belém, na singeleza do menino que nasce entre animais, que recebe os cantos de pastores e dos anjos, o carinho de sua belíssima Mãe Maria e do seu pai adotivo José, brilha uma estrela de esperança e misericórdia e rebrilha no centro a cruz da Redenção, símbolo máximo do Amor que tudo transforma e liberta.

Quem sabe conseguiríamos retornar a este original espírito de mais concentração, oração, fé e confraternização, na comunhão da família, na celebração das igrejas, na transmissão da caridade de Cristo a todos os irmãos da cidade, do estado, do país, do mundo, comunicando a verdadeira alegria: Jesus te ama! Nasceu e morreu por ti! Nós também te amamos e queremos o melhor para ti! Doamos nossa vida pela tua felicidade e salvação! Que corrente de amor e de fraternidade revolucionaria a nossa sociedade com a luz de um Natal permanente onde cada irmão renasceria, sendo valorizado e considerado pela dignidade da pessoa que é e não pelo que tem nos bolsos ou nos bancos, pelo que pode comprar ou vender!

Ninguém seria excluído da ceia maior da igualdade, da felicidade, da vocação e da realização humana que é a preparação e prefiguração da cidade celeste, da Páscoa eterna. Natal-Páscoa! Todos irmãos. Como nas primeiras comunidades cristãs: "Todos os que acreditavam eram unidos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e bens e os repartiam entre todos, conforme a necessidade de cada um. E todos os dias perseveravam unânimes no Templo. E partiam o pão nas casas, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo. E a cada dia o Senhor acrescentava à comunidade aqueles que eram salvos" (Atos dos Apóstolos 2,44-47). "Eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão, na fração do pão e nas orações." (At 2,42).

Então, alguns diriam: impossível "hoje", utopia! Considerando que a palavra utopia vem do Grego: "u" (não) tópos (lugar), seria um "não lugar", algo não existente dentro da avaliação materialista e acumuladora de nossa mentalidade hodierna capitalista. Mas, para os verdadeiros cristãos, eivados do Amor solidário e despojado de Jesus é apenas "um não lugar ainda", ou seja, uma meta amorosa, cheia de entusiasmo místico transformado em iniciativas e gestos concretos de uma economia de comunhão, de partilha real, com equidade, de modéstia no viver e no sentir justo do bem comum. Aí está o ponto diferencial de inflexão, temido pelo sistema multissecular injustamente desigual. O Natal-mudança de direção que não quer ser celebrado ou é ofuscado propositalmente pelo espetáculo conveniente do mito-consumo, excludente e humilhante. O Natal verdadeiro que significa amor ao próximo o ano inteiro e a alegria em promover, libertar e estender a salvação integral de Jesus a toda pessoa humana, vendo em cada irmão o próprio Senhor.

E agora? Já escolheu que Natal quer continuar a celebrar? Esperamos que este último, com Cristo. Contamos com você nesta virada! Feliz Natal e um abençoado ânimo novo! (É ânimo mesmo, no Espírito renovador, da graça de Deus!).

 

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é assessor eclesiástico da Comunicação Institucional da Diocese de Nova Friburgo 

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Natal: Alegria, Oração e Gratidão

sábado, 23 de dezembro de 2023

"Irmãos

Estai sempre alegres!

Rezai sem cessar.

Dai graças em todas as circunstâncias.

Não apagueis o espírito!

Mas examinai tudo e guardai o que for bom.

Afastai-vos de toda espécie de maldade!" (1Ts 5, 16-21)

"Irmãos

Estai sempre alegres!

Rezai sem cessar.

Dai graças em todas as circunstâncias.

Não apagueis o espírito!

Mas examinai tudo e guardai o que for bom.

Afastai-vos de toda espécie de maldade!" (1Ts 5, 16-21)

Com este projeto de vida, indicado por São Paulo, venho por meio deste prestigioso Jornal A VOZ DA SERRA, desejar aos leitores, direção, profissionais da Comunicação e a todos os irmãos e irmãs de nossa Igreja Católica e demais denominações cristãs e religiosas, bem como às autoridades e tomadores de decisão, meus sinceros votos de um Feliz Natal e um novo ano vivenciado na teimosa esperança de dias melhores para todos.

Elevamos a Deus nossas orações e Ação de Graças por tudo e por tanto que Dele recebemos. Acolhemos Jesus, o Príncipe da Paz, com renovado compromisso de sermos instrumentos de Sua Paz. Com os Anjos cantamos: "Glória a Deus nas Alturas e paz na terra aos homens por Ele amados" e com Maria, Mãe de Jesus e nossa, também exultamos de alegria rezando: "o Senhor fez em nós maravilhas!"

Deus vem até nós e nós, movidos pelo Amor, vamos até Jesus, para viver por Ele, seguindo os seus ensinamentos. Vem Senhor Jesus, fica conosco e nos torne mais humanos e santos. Com a minha cordial saudação, gratidão e bênção.

Feliz Natal!

Dom Luiz Antonio Lopes Ricci é bispo da Diocese de Nova Friburgo. 

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Preparai o caminho do Senhor

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Estamos celebrando neste tempo do advento, do dia 17 ao 24 de dezembro, a meditação próxima do nascimento humilde do Salvador, ressaltando a voz do profeta Isaías, concretizada pelo testemunho vigoroso de São João Batista, que clama no deserto: "Preparai o caminho Senhor" (Is 40,3; Mc 1,3; Jo 1,23).

Estamos celebrando neste tempo do advento, do dia 17 ao 24 de dezembro, a meditação próxima do nascimento humilde do Salvador, ressaltando a voz do profeta Isaías, concretizada pelo testemunho vigoroso de São João Batista, que clama no deserto: "Preparai o caminho Senhor" (Is 40,3; Mc 1,3; Jo 1,23).

Hoje também no deserto das máquinas e na incoerente selva de manequins, num palco de materialismo e consumismo, a voz da Igreja de Cristo clama: "Preparai o presépio do coração, consertai as estradas da alma, as falhas e buracos causados pelo egoísmo e pecado, aplainai as veredas tortuosas da soberba, da ambição e da injustiça, reacendei as luzes apagadas pela corrupção e degradação da dignidade, pela violência e exploração dos mais fracos e pobres, reformai a casa comum dos direitos e das relações sociais, a partir da reconstrução da ética e da fraternidade dentro do espírito, despojado e humilde na manjedoura interior da caridade".

Como São João Batista, devemos ter a consciência de que não somos o centro, mas apenas preparadores do caminho e que o Senhor que deve ser adorado e seguido como Mestre é o Messias, Jesus Cristo. Respondeu o grande profeta do deserto: "Eu vos batizo com água, mas virá um mais forte do que eu que vos batizará com Espírito Santo e fogo, do qual não sou digno nem de desatar as correias das sandálias" (Mt 3,11; Mc 1,7). O pregador famoso e popular que arrebanhava multidões e batizava um número imenso de pessoas, mergulhando-as no rio Jordão e levando-as à conversão, não se deixou nunca conduzir pela vaidade, nem pelo desejo de fã-clube, nem pela tentação de se autodeclarar messias, nem caiu no canto da sereia dos sacerdotes e levitas a serviço dos fariseus maquiavélicos e maldosos. "Confessou e não negou: Eu não sou o messias" (Jo 1,20; cf Jo 3,28).

Esta é a espiritualidade mais genuína de nossa missão cristã - a de João Batista: esvaziar-se de si mesmo, como o fez o próprio Cristo (cf. Filipenses 2), anunciar e preparar o caminho do Salvador, dar o testemunho do despojamento do deserto, na postura mística de oração e de penitência, dando a vida para estender a todos o Evangelho da Verdade, rejeitando as seduções do poder, do dinheiro, das riquezas deste mundo, miragens e fantasias do hedonismo e fama oca do mundanismo, no escondimento e mesmo no sofrimento e martírio, para amar verdadeiramente o próximo, promovendo a sua vida e dignidade,

Cada vez que isto acontece, estamos como São João Batista, cumprindo a profecia transformadora de Isaías, pavimentando as vias de uma nova comunidade de paz, fruto da justiça, de uma nova civilização do amor e da fraternidade, baseada na verdade e na corresponsabilidade pela casa comum, de uma nova sociedade com mais solidariedade e partilha, onde todos os homens como irmãos e filhos de Deus se sentem em torno da mesma mesa pascal da igualdade, de santificação nunca dissociada da empatia e sensibilidade humana, da conversão expressa num total sentir com o outro, assumindo sua dor e sua cruz até a ressurreição.

Assim podemos vislumbrar novos ventos do Nascimento do Redentor, não mais na Belém do mundo, onde, com certeza já nasceu da Virgem Santa Maria, com a guarda fiel de São José, numa gruta, entre os pastores e os animais, na simplicidade e esvaziamento de um Deus, Verbo que se fez carne e habitou entre nós (cf Jo 1,14). Mas agora na Belém da nossa vida interior, o renascer da redenção na nossa cooperação livre e consciente à Boa Nova semeada pelo Bom Pastor, impulsionado por Sua graça e Luz.

Resgatemos este verdadeiro espírito de Natal, distanciados de toda a parafernália mercantilista e manipulação oportunista de lendas pagãs. Silenciemos na manjedoura de nossos corações esta voz do Espírito Santo que nos remete à busca do amor ao próximo e da justiça o ano inteiro, na campanha permanente do amor aos irmãos, dando pão a quem tem fome, dando água a quem tem sede, saúde a quem está doente, agasalho a quem tem frio, conforto a quem está sofrido, abrigo a quem está na rua, fé a quem está enfraquecido, fortaleza e alegria a quem está desanimado e entristecido, sem sentido para a vida, oferecendo Cristo a todos os que estão famintos e sedentos do verdadeiro Amor.

A voz continua a vibrar e ecoar, no deserto da indiferença e egoísmo, para quem quiser e puder escutar: "Preparai o caminho do Senhor".

Pe. Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça

Assessor Eclesiástico da Comunicação Institucional

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Declaração Universal de Direitos Humanos é uma via mestra, diz o Papa

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Logo após rezar o Angelus, no último domingo, 10, o Papa Francisco recordou que há 75 anos, mais precisamente em 10 de dezembro de 1948, era assinada a Declaração Universal dos Direitos Humanos: “É como uma via mestra, na qual foram dados muitos passos em frente, mas ainda faltam muitos e, infelizmente, por vezes retrocedemos. O empenho pelos direitos humanos nunca termina! Neste sentido, estou próximo de todos aqueles que, sem proclamações, na vida concreta de cada dia lutam e pagam pessoalmente por defender os direitos daqueles que não contam.”

Logo após rezar o Angelus, no último domingo, 10, o Papa Francisco recordou que há 75 anos, mais precisamente em 10 de dezembro de 1948, era assinada a Declaração Universal dos Direitos Humanos: “É como uma via mestra, na qual foram dados muitos passos em frente, mas ainda faltam muitos e, infelizmente, por vezes retrocedemos. O empenho pelos direitos humanos nunca termina! Neste sentido, estou próximo de todos aqueles que, sem proclamações, na vida concreta de cada dia lutam e pagam pessoalmente por defender os direitos daqueles que não contam.”

A adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela Assembleia Geral das Nações Unidas representou uma das conquistas mais significativas da comunidade internacional desde o fim da Segunda Guerra Mundial e foi a base para o desenvolvimento de uma estratégia para a promoção e proteção dos direitos humanos em todo o mundo. Este código ético de importância histórica fundamental foi o primeiro documento a estabelecer universalmente (ou seja, em todas as partes do mundo) os direitos que dizem respeito a cada ser humano.

Ao celebrar este importante aniversário, é necessário reconhecer os enormes progressos alcançados, mas também refletir sobre os múltiplos desafios que impedem o pleno usufruto de todos os direitos humanos por cada indivíduo.

 

A Declaração Universal dos Direitos do Homem

Entre os direitos fundamentais do ser humano estão o direito à vida, o direito à liberdade individual, o direito à autodeterminação, o direito a um julgamento justo, o direito a uma existência digna:

Artigo 1: "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade."

Artigo 2: "Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra, origem nacional ou social, fortuna, nascimento ou outro estatuto. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autônomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.

Artigo 3: "Todas as pessoas têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal."

Artigo 4: "Ninguém pode ser mantido em escravidão ou em servidão; a escravatura e o comércio de escravos, sob qualquer forma, são proibidos."

Artigo 5:  "Ninguém será submetido a tortura nem a punição ou tratamento cruéis, desumanos ou degradantes."

Artigo 6:  "Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento como pessoa perante a lei."

Artigo 7: "Todos são iguais perante a lei e, sem qualquer discriminação, têm direito a igual proteção da lei. Todos têm direito a proteção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação."

Artigo 8: "Todas as pessoas têm direito a um recurso efetivo dado pelos tribunais nacionais competentes contra os atos que violem os seus direitos fundamentais reconhecidos pela Constituição ou pela lei."

Artigo 9: "Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado."

Artigo 10: "Todas as pessoas têm direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública julgada por um tribunal independente e imparcial em determinação dos seus direitos e obrigações e de qualquer acusação criminal contra elas."

 

Fonte: Vatican News

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Maria, advento da Graça de Deus

segunda-feira, 04 de dezembro de 2023

Iniciamos no último domingo, 3, um novo ano litúrgico, de celebração da fé da Igreja, do Mistério Salvífico, com o tempo do Advento, preparando as duas vindas do Senhor, a sua consumação da história, na glória final e a seu nascimento como redentor das nossas vidas e corações. E na próxima sexta-feira, 8, celebraremos a Imaculada Conceição de Maria, dia santo de guarda para todos os católicos.

Iniciamos no último domingo, 3, um novo ano litúrgico, de celebração da fé da Igreja, do Mistério Salvífico, com o tempo do Advento, preparando as duas vindas do Senhor, a sua consumação da história, na glória final e a seu nascimento como redentor das nossas vidas e corações. E na próxima sexta-feira, 8, celebraremos a Imaculada Conceição de Maria, dia santo de guarda para todos os católicos. Ninguém melhor que a Mãe do Senhor, discípula fiel do seu filho, preservada de todo pecado em previsão dos méritos de Cristo, para nos conduzir neste itinerário de conversão e preparação do encontro com o Senhor.

Ave Plena de Graça! Com este anúncio o arcanjo Gabriel descortinava um novo cenário místico para toda a História da Salvação! E com o sim da jovem Virgem de Nazaré, o céu e a terra se encontravam num matrimônio libertador. No seu ventre sagrado, o chamado se transformava na encarnação do Verbo, Jesus Cristo, nosso Redentor. Maria era então o próprio advento da glória do Criador no seu plano de restauração de todo o cosmo e da humanidade, de todo horizonte natural e histórico, portal da esperança e da certeza de que o eterno se instaurou no tempo e o divino se humanizou para divinizar o humano. Como no tempo litúrgico do advento, começava a confiante espera e o espírito de entrega ao mistério, na gravidez da fé, como a dócil Mãe na sua resposta humilde e despojada: "Eu sou a serva do Senhor. Faça-se em mim, segundo a sua palavra". A forte e perseverante missionária que guardava tudo no silêncio do seu coração, acreditando que se cumpririam todas as promessas do Senhor. Maria, exemplo da espera resiliente e confiante, proativa na serenidade, fiel no serviço cotidiano da construção do Reino.

Toda a Igreja é chamada a seguir Jesus Cristo e o modelo é a sua Mãe que Ele nos deu como nossa Mãe, entregando-a, no alto da cruz, a nós, representados no apóstolo São João: "Filho, eis aí a tua mãe. Mãe, eis aí o teu filho". Ela foi a primeira discípula missionária do seu Filho,  que o concebeu primeiro no coração e só depois no ventre, como afirma Santo Agostinho, porque Ele já era a Palavra, o Verbo divino que ela acolhia como dedicada seguidora dos mandamentos, como filha de Sião, conhecedora das profecias sobre o Messias que nasceria de uma virgem e que se chamaria Emanuel - Deus conosco, conforme Isaías 7,14.

A grande novidade é que ela seria o cumprimento desta boa nova, a simples jovem de uma pequenina e pobre cidade do interior, o humilde que Deus escolhe para confundir e desbaratar o sistema dos que se julgam doutos e dominadores de tudo, centralizadores da relevância. Também esta espiritualidade deve ser seguida por toda a comunidade eclesial missionária: a da simplicidade e do escondimento, referenciando sempre Deus, como centro, Cristo e sua missão, instaurando o seu Reino de justiça e de paz, de verdade e de amor. A espiritualidade da humildade e da fortaleza no Senhor, como a casa sobre a rocha, sabedoria que sabe onde põe a sua fé e o sentido de sua vida e trabalho missionário.

Maria é sempre mais aquela estrela matutina que precede e anuncia o Sol de nossa salvação que é Jesus Cristo, seu filho amado, aquela estrela do mar que guia e orienta a todos nós, navegantes do barco da Igreja e do mundo, indo à frente, na singeleza e força de sinal d'Aquele que é o Senhor, o que nos liberta com seu poder, sua luz radiante de Graça e redenção.

É assim o advento vivo que nos prepara e ensina os caminhos da correspondência livre e amorosa, a total oferta da vida nas mãos de Deus, para servirmos como instrumentos humildes do plano maior da iluminação, do resgate, da promoção, do renascimento e salvação de tantos irmãos, vontade paternal do Senhor.

Caminhemos com Maria, como Maria, nestes tempos e clima espiritual do Advento, preparando a recepção de Jesus nos nossos corações, concentrados no seu amor e sinalização de luz, interiorizados na dimensão do amor ao próximo, no grande significado da doação da cruz que já se faz presente no presépio, no esvaziamento missionário que já se ouve no hino do glória contido e no ensaio do coro dos anjos para a festa natalina, no rebrilho transformador do coração d'Aquele que nascendo na Belém do mundo, quer nascer agora dentro de nós, num novo olhar, num novo sentir, numa revolução do amor fraterno! Recebamos, com fé e caridade, alegria e paz, o maravilhoso Deus que vem até nós para encontrar os frutos do que já semeou, os talentos multiplicados dos dons que nos concedeu, a paz luminosa que dimana da sua própria presença em nosso meio. E digamos, então, com Maria, a Mãe da Igreja: "Marana tha" - "Vem, Senhor Jesus!"

 

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é assessor eclesiástico da Comunicação Institucional da Diocese de Nova Friburgo 

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Clamor pela paz entre os povos

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

“De fato, ele é a nossa paz: de dois povos fez um só, em sua carne derrubando o muro da inimizade que os separava” (Ef 2,14)

Nós, membros do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, reunidos em Brasília, nos últimos dias 21 a 23, diante do conflito na Terra Santa, e em outras partes do mundo, nos unimos ao Papa Francisco nos seus insistentes apelos pela paz e pela dignidade da pessoa humana.

“De fato, ele é a nossa paz: de dois povos fez um só, em sua carne derrubando o muro da inimizade que os separava” (Ef 2,14)

Nós, membros do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, reunidos em Brasília, nos últimos dias 21 a 23, diante do conflito na Terra Santa, e em outras partes do mundo, nos unimos ao Papa Francisco nos seus insistentes apelos pela paz e pela dignidade da pessoa humana.

O conflito na Terra Santa já causou uma vasta destruição e grande número de mortos, principalmente entre os enfermos, crianças, idosos e mulheres. O isolamento da população está provocando a fome e a sede de cerca de dois milhões de pessoas.

As Nações Unidas indicam que dois bilhões de pessoas viviam em zonas de conflito em 2022, o que representava um quarto da população mundial. Essa triste realidade mostra que “nós entramos na terceira guerra mundial, só que ela é travada em pedaços, em capítulos” (Papa Francisco). Lamentavelmente, a humanidade, ao invés de crescer na direção da justiça social e da paz, segue numa trajetória destrutiva de degradação ambiental, grande desigualdade social e guerras.

Não podemos perder a capacidade de dizer “não” à guerra e à violência nas suas variadas formas e de promover a paz no mundo. Cessem as hostilidades e sejam garantidos o cuidado das pessoas feridas, o trabalho em segurança dos profissionais de saúde e o acesso a água e alimentos. “O processo de paz é um empenho que se prolonga no tempo. É um trabalho paciente de busca da verdade e da justiça, que honra a memória das vítimas e abre, passo a passo, para uma esperança comum, mais forte que a vingança” (Papa Francisco, Fratelli Tutti, n. 226).

A paz só será alcançada mediante o respeito à liberdade, à dignidade e ao futuro dos povos. Reconhecemos, como sinais de esperança, capazes de trazer um alívio às populações na região de conflito, a trégua e a liberação de reféns e prisioneiros, acordadas recentemente, bem como as ações de solidariedade internacional.

Na proximidade da celebração do Advento, do Príncipe da Paz que vem (cf. Is 9,6), conclamamos todas as pessoas de boa vontade e comunidades a serem artífices da paz, e a “perseverar na oração por aqueles que sofrem por causa das guerras em tantas partes do mundo… Por favor, caminhemos avante pela paz, orem pela paz, orem muito pela paz” (Papa Francisco, Audiência Geral de 22 de novembro de 2023). Maria de Nazaré, interceda, junto a seu Filho Jesus, para que a paz reine, em sua amada terra, entre os povos que nela habitam e em todo o mundo.

Fonte: CNBB

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Mensagem do Papa Francisco para o VII Dia Mundial dos Pobres

terça-feira, 21 de novembro de 2023

“Nunca afastes de algum pobre o teu olhar” (Tb 4, 7). Esta recomendação ajuda-nos a compreender a essência do nosso testemunho. Deter-se no Livro de Tobite, um texto pouco conhecido do Antigo Testamento, eloquente e cheio de sabedoria. Podemos questionar-nos: De onde tira Tobite a coragem e a força interior que lhe permitem servir a Deus no meio de um povo pagão e amar o próximo até ao ponto de pôr em risco a própria vida?

“Nunca afastes de algum pobre o teu olhar” (Tb 4, 7). Esta recomendação ajuda-nos a compreender a essência do nosso testemunho. Deter-se no Livro de Tobite, um texto pouco conhecido do Antigo Testamento, eloquente e cheio de sabedoria. Podemos questionar-nos: De onde tira Tobite a coragem e a força interior que lhe permitem servir a Deus no meio de um povo pagão e amar o próximo até ao ponto de pôr em risco a própria vida? Estamos diante de um exemplo extraordinário: Tobite é um marido fiel e um pai carinhoso; foi deportado para longe da sua terra e sofre injustamente; é perseguido pelo rei e pelos vizinhos de casa… Apesar de ânimo tão bom, é posto à prova. Como muitas vezes nos ensina a Sagrada Escritura, Deus não poupa as provações a quem pratica o bem. E porquê? Não o faz para nos humilhar, mas para tornar firme a nossa fé n’Ele.

Tobite, no período da provação, descobre a própria pobreza, que o torna capaz de reconhecer os pobres. É fiel à Lei de Deus e observa os mandamentos, mas para ele isto não basta. A solicitude operosa para com os pobres torna-se-lhe possível, porque experimentou a pobreza na própria pele. Por isso, as palavras que dirige ao filho Tobias constituem a sua verdadeira herança: “Nunca afastes de algum pobre o teu olhar” (Tb 4, 7). Enfim, quando nos deparamos com um pobre, não podemos virar o olhar para o lado oposto, porque impediríamos a nós próprios de encontrar o rosto do Senhor Jesus. E notemos bem aquela expressão «de algum pobre», de todo o pobre. Cada um deles é nosso próximo. Não importa a cor da pele, a condição social, a proveniência… Se sou pobre, posso reconhecer de verdade quem é o irmão que precisa de mim. Somos chamados a ir ao encontro de todo o pobre e de todo o tipo de pobreza, sacudindo de nós mesmos a indiferença e a naturalidade com que defendemos um bem-estar ilusório.

Vivemos um momento histórico que não favorece a atenção aos mais pobres. O volume sonoro do apelo ao bem-estar é cada vez mais alto, enquanto se põe o silenciador relativamente às vozes de quem vive na pobreza. Tende-se a ignorar tudo o que não se enquadre nos modelos de vida pensados sobretudo para as gerações mais jovens, que são as mais frágeis perante a mudança cultural em curso. Coloca-se entre parênteses aquilo que é desagradável e causa sofrimento, enquanto se exaltam as qualidades físicas como se fossem a meta principal a alcançar. A realidade virtual sobrepõe-se à vida real, e acontece cada vez mais facilmente confundirem-se os dois mundos. Os pobres tornam-se imagens que até podem comover por alguns momentos, mas quando os encontramos em carne e osso pela estrada, sobrevêm o fastídio e a marginalização. A pressa, companheira diária da vida, impede de parar, socorrer e cuidar do outro. A parábola do bom samaritano (cf. Lc 10, 25-37) não é história do passado; desafia o presente de cada um de nós. Delegar a outros é fácil; oferecer dinheiro para que outros pratiquem a caridade é um gesto generoso; envolver-se pessoalmente é a vocação de todo o cristão.

Damos graças ao Senhor porque há tantos homens e mulheres que vivem a dedicação aos pobres e excluídos e a partilha com eles; pessoas de todas as idades e condições sociais que praticam a hospitalidade e se empenham junto daqueles que se encontram em situações de marginalização e sofrimento. Não são super-homens, mas “vizinhos de casa” que encontramos cada dia e que, no silêncio, se fazem pobres com os pobres. Não se limitam a dar qualquer coisa: escutam, dialogam, procuram compreender a situação e as suas causas, para dar conselhos adequados e indicações justas. Estão atentos tanto à necessidade material como à espiritual, ou seja, à promoção integral da pessoa. O Reino de Deus torna-se presente e visível neste serviço generoso e gratuito; é realmente como a semente que caiu na boa terra da vida destas pessoas, e dá fruto (cf. Lc 8, 4-15). A gratidão a tantos voluntários deve fazer-se oração para que o seu testemunho possa ser fecundo.

Não posso deixar de fora, em particular, uma forma de mal-estar que aparece cada dia mais evidente e que atinge o mundo juvenil. Quantas vidas frustradas e até suicídios de jovens, iludidos por uma cultura que os leva a sentirem-se “inacabados” e “falidos”. Ajudemo-los a reagir a estas instigações nocivas, para que cada um possa encontrar a estrada que deve seguir para adquirir uma identidade forte e generosa. É fácil cair na retórica, quando se fala dos pobres. Tentação insidiosa é também parar nas estatísticas e nos números. Os pobres são pessoas, têm rosto, uma história, coração e alma. São irmãos e irmãs com os seus valores e defeitos, como todos, e é importante estabelecer uma relação pessoal com cada um deles.

O Livro de Tobias ensina-nos a ser concretos no nosso agir com e pelos pobres. É uma questão de justiça que nos obriga a todos a procurar-nos e encontrar-nos reciprocamente, favorecendo a harmonia necessária para que uma comunidade se possa identificar como tal. Portanto, interessar-se pelos pobres não se esgota em esmolas apressadas; pede para restabelecer as justas relações interpessoais que foram afetadas pela pobreza. Assim «não afastar o olhar do pobre» leva a obter os benefícios da misericórdia, da caridade que dá sentido e valor a toda a vida cristã.

Papa Francisco

Fonte Pascom Brasil

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A sétima edição do “Dia Mundial dos Pobres” será realizada no Vaticano

terça-feira, 14 de novembro de 2023

A sétima edição do “Dia Mundial dos Pobres”, evento tão desejado pelo Papa Francisco, terá início, na manhã de 19 de novembro, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, com uma celebração Eucarística, presidida pelo Santo Padre. Logo a seguir, na Sala Paulo VI, o Papa almoçará com os mais necessitados. Em vista deste evento o ambulatório “Mãe de Misericórdia” ampliará a sua obra caritativa durante toda a semana que precede o evento com uma maior assistência gratuita de médicos e enfermeiros.

A sétima edição do “Dia Mundial dos Pobres”, evento tão desejado pelo Papa Francisco, terá início, na manhã de 19 de novembro, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, com uma celebração Eucarística, presidida pelo Santo Padre. Logo a seguir, na Sala Paulo VI, o Papa almoçará com os mais necessitados. Em vista deste evento o ambulatório “Mãe de Misericórdia” ampliará a sua obra caritativa durante toda a semana que precede o evento com uma maior assistência gratuita de médicos e enfermeiros.

“Encorajar a Igreja a ultrapassar seus confins para encontrar a pobreza, nos múltiplos aspectos, existente no mundo de hoje”. Eis o espírito com o qual, por desejo do Papa Francisco, voltará a ser celebrado o “Dia Mundial dos Pobres”, que chegou à sua sétima edição. O evento, que se realizará no domingo, 19 de novembro, começará com uma Santa Missa, presidida pelo Papa, na Basílica vaticana.

 

Fisichella: atenção aos necessitados no caminho jubilar

O lema para este “VII Dia Mundial dos Pobres”, extraído do livro de Tobias, “Não desvie seu olhar dos pobres” (Tb 4,7), foi publicado, como sempre, por ocasião da festa de Santo Antônio de Pádua, 13 de junho. Segundo a tradição, a mensagem para o evento é acompanhada de um subsídio pastoral, em seis línguas.

O arcebispo Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, indica este evento como caminho rumo ao Jubileu 2025: “A atenção aos mais necessitados faça com que todos nós nos tornemos peregrinos de esperança, em um mundo que precisa ser iluminado pela luz de Cristo Ressuscitado e da tocha da caridade, que ele acendeu em nossos corações”.

Este ano, o Dia Mundial dos Pobres conta com uma participação direta do Dicastério para o Serviço da Caridade, que vai organizar o almoço para os pobres, que Francisco sempre oferece na Sala Paulo VI, após a celebração Eucarística. O almoço deste ano será oferecido pela rede italiana de Hotéis Hilton.

 

Ambulatório Mãe de Misericórdia oferecerá assistência gratuita aos pobres

A Esmolaria Apostólica, junto com o Ambulatório Mãe de Misericórdia, obra caritativa desejada pelo Papa, que atua sob a Colunata de Bernini, na Praça de São Pedro, dispensa, durante todo o ano, assistência gratuita aos que vivem em situações de indigência pelas ruas de Roma. Na semana que precede o “Dia Mundial dos Pobres”, a instituição prestará assistência aos mais frágeis, todos os dias, de manhã à noite, com a colaboração de cerca de 50 médicos, enfermeiros e voluntários. Os pobres e necessitados receberão, gratuitamente, consultas médicas gerais e especializadas: ultrassonografias, exames de sangue, remédios, vacinas, testes contra a Covid, cardiologia, ortopedia, oftalmologia, odontologia, otorrinolaringologia, reumatologia, cirurgia geral, nefrologia, audiologia, psiquiatria, cirurgia vascular, angiologia, gastroenterologia, ginecologia, podologia.

 

Aumenta sempre o grito de ajuda e solidariedade

O Dicastério para a Evangelização, graças à colaboração do Seguro Unipolsai, continuará a dar outras formas de ajuda às famílias menos favorecidas, através, por exemplo, do pagamento de contas.

Em sua Mensagem, para o Dia Mundial dos Pobres, Francisco recorda: “Todos os dias, estamos engajados na acolhida aos pobres, mas isso não é suficiente. Um rio de pobreza escorre pelas ruas das nossas cidades a ponto de transbordar; o grito dos irmãos e irmãs, que pedem ajuda, apoio e solidariedade aumenta cada vez mais forte. Por isso, no domingo, que precede a festa de Cristo Rei, reunamo-nos, em torno da Mesa eucarística, para recebermos, mais uma vez, o dom e o compromisso de viver a pobreza e servir aos pobres”.

Fonte: Vatican News

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Seu amigo-familiar está vivo! Confie em Deus!

segunda-feira, 06 de novembro de 2023

Celebramos na quinta-feira passada, 2, o Dia de Finados, denominado "Comemoração de todos os fiéis defuntos" e no último domingo, 5,  a "Solenidade de Todos os Santos", os que já adentraram a glória e a felicidade eterna no Reino celeste, junto a Deus. As duas temáticas celebradas se unem no sentido do que deve ser o destino de todos os cristãos, filhos de Deus e pela vontade do Senhor, Criador e Redentor, o fim alcançado de toda a humanidade, sua imagem e semelhança. 

Celebramos na quinta-feira passada, 2, o Dia de Finados, denominado "Comemoração de todos os fiéis defuntos" e no último domingo, 5,  a "Solenidade de Todos os Santos", os que já adentraram a glória e a felicidade eterna no Reino celeste, junto a Deus. As duas temáticas celebradas se unem no sentido do que deve ser o destino de todos os cristãos, filhos de Deus e pela vontade do Senhor, Criador e Redentor, o fim alcançado de toda a humanidade, sua imagem e semelhança. 

O que devemos saber sobre os que partiram? A nossa Igreja Católica, através do seu Magistério, apoiado na Sagrada Escritura e Sagrada Tradição, responde.

A morte - é um acontecimento natural, consequência de nossa fragilidade corporal, ou efeito das contingências de nossas relações de vida em sociedade, provocado muitas vezes por acidentes, violência, injustiças e pelo pecado de omissão dos que deveriam promover e garantir a vida. Todos nós, em algum momento de nossa existência, teremos esta passagem. Mas não é o fim.

O eu humano não morre, pois é espiritual e o princípio espiritual psicossomático não se desgasta com a matéria. O nosso eu psico-corporal é superior e continua vivo. "As almas dos justos estão nas mãos de Deus e nas as atingem nenhum tormento. Parecem mortos aos olhos dos insensatos...mas estão em paz, ... a esperança deles está cheia de imortalidade" ( Sabedoria, 3, 1-4).

E o que acontece com nossos parentes e amigos?  Eles vão após a morte, espiritualmente para o encontro com Cristo, Deus feito homem, Senhor da Vida. "Não queremos, irmãos que fiquem na ignorância a respeito dos mortos, não se deixem levar pela tristeza, como os outros que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também devemos crer que Deus levará, por meio de Jesus, junto com Ele os que morreram" ( 1 Tessalonicenses 4,13-15). "Eu sou a ressurreição e a vida, Todo aquele que crê em mim, mesmo se morrer, viverá e todo o que vive e crê em mim, jamais morrerá" ( João 11,25-26).

E os nossos familiares e amigos voltarão para este mundo em outros corpos? Ou eles se comunicarão conosco do além? Não. Temos apenas uma única existência nesta terra, como nos diz a Bíblia."Foi determinado que o homem morra uma só vez e logo em seguida venha o juízo" ( Hebreus 9,27). O homem morre uma só vez. Isto quer dizer que tem uma só vida neste mundo. E em seguida vem o nosso encontro com Deus ( o juízo particular) diante do Senhor da vida, quando todas as nossas ações serão avaliadas perante o Amor e a Verdade, diante dos olhos e coração de Cristo. Ninguém tem que voltar para pagar pecados, pois os pecados já foram todos lavados de nossas vidas pela cruz redentora de Jesus Cristo, uma vez por todas, quando morreu por nós.

"Sabeis, igualmente, que Ele se manifestou para tirar os nossos pecados e nele não há pecado"(1 João 3,5. " Ele que se entregou a si mesmo por nós para nos remir de toda maldade e purificar para si um povo todo seu, consagrado às boas obras" (Tito 2,14). Confira também 1 Pedro 1, 9  e Isaías 53,4-5. Por isso, o próprio ladrão que tinha muitos pecados e crimes, no alto da cruz, arrependido, foi perdoado por Jesus que lhe disse "Ainda hoje estarás comigo no paraíso" (Lucas 23,43). Alcançou a salvação eterna naquele mesmo dia, sem precisar pagar nada, pois foi totalmente lavado pelo sangue redentor do Senhor da misericórdia.

Nem mesmo os nossos entes queridos que partiram  se comunicarão conosco, pois já estão numa outra dimensão, fora do nosso espaço e  tempo. Como o próprio Cristo ensinou na parábola do rico e do pobre Lázaro ( LUCAS 16, 19-31). Temos, contudo uma comunhão espiritual com aqueles que já estão na comunidade celeste, através da oração e da missa, onde estão unidas a Igreja triunfante na glória e a Igreja militante, peregrina na terra, oferecendo os frutos espirituais da graça de Deus e as indulgências à Igreja que se purifica antes da entrada definitiva para a união com a presença puríssima do Senhor.

E o que é o Céu ou a vida celeste bem-aventurada? Não é um lugar "lá em cima", mas é a união para sempre, no aprofundamento da verdade e do amor com Deus, através do Cristo, Deus feito homem e com os irmãos que "lavaram e alvejaram suas vestes no sangue do Cordeiro" ( Apocalipse 7,14), ou seja se santificaram e foram purificados pelo sangue redentor de Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

O que celebramos no dia de Todos os Santos. Este céu começa aqui na terra para quem já tem essa união de amor com Deus e com os irmãos, com tribulações, e só teremos a plena felicidade quando passarmos deste mundo para os Seus braços. Essa união definitiva e feliz é uma estado espiritual de comunhão com o Senhor, na realização e paz eterna. E na comunhão dos santos, quem já alcançou intercede por quem ainda peregrina e luta na terra pela salvação de todos.

E o que é o inferno ou a perdição eterna? Também não é um lugar "lá em baixo", nem experiência física (não há mais físico) mas é a separação eterna do homem com Deus, por própria opção do homem que se coloca contra Deus. Este estado espiritual de negação e afastamento do Senhor que é o sentido profundo e realizador  da Vida já começa também aqui no coração daqueles que se opõem a Deus, que rejeitam a Sua graça até o fim e que é definitivo após a morte, no vazio e frustração eterna, na ausência da felicidade de Deus e já sem as ilusões e "compensações" da terra que já traziam também "o fogo" interior do vazio de Deus e do sofrimento espiritual das consequências do mal.

A possibilidade desta perdição existe, a partir do livre arbítrio do homem. Deus propõe a salvação, não a impõe. Mas se até no último momento alguém se arrepende, Ele o envolve com sua misericórdia infinita e o salva, como fez com o ladrão na cruz. O Magistério da Igreja nunca afirmou, nem genericamente que alguém tenha fechado esta possibilidade desta negação até o fim. Será que alguém conseguiu resistir à misericórdia e à graça de Deus até o final de sua vida? Não sabemos e nem podemos julgar.É competência somente de Deus. Rezamos para que todos se salvem e tenham a adesão ao Senhor, mesmo que seja  na etapa final de suas vidas, no descortinar da Verdade às suas consciências, na última fronteira com o estado eterno.

E o purgatório? Quando morremos ainda carregamos conosco os efeitos dos vícios e infidelidades ao Amor de Deus.

Antes de entrarmos na comunhão com o Senhor puríssimo e santíssimo é necessária uma purificação destas falhas pela força do próprio amor de Deus para que sejamos totalmente santificados. Estas pequenas infidelidades e distrações do caminho não nos tiraram da adoração e seguimento do Senhor.

Por isto já estão direcionados para o céu os que se purificam. É o estado espiritual de sofrimento positivo no sentido de perceber diante do grande Amor e Verdade que é Deus que poderia amá-lO mais, servi-lO melhor com os dons que Ele mesmo concedeu e não ter se desviado por vezes do sentido maior da existência , apegando-se a coisas efêmeras e secundárias da terra.

A Bíblia nos diz que "é um pensamento bom e religioso rezar pelos mortos(...)para que sejam livres de seus pecados " ( 2 Macabeus 12, 43-46). A nossa Igreja ensina a mesma coisa ( confira Catecismo da Igreja Católica n° 1030). E a melhor oração que podemos fazer pelos nossos entes queridos é a Santa Missa, entregando-os à misericórdia do Deus da vida.

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é assessor eclesiástico da Comunicação Institucional da Diocese de Nova Friburgo 

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