Celebrar o Mês Mariano Diocesano é, em primeiro lugar, render graças a Deus por nos ter dado como mãe, a Sua Mãe. Mas, também é celebrar uma pequena e significativa parte da história de nossa Igreja Particular.
Celebrar o Mês Mariano Diocesano é, em primeiro lugar, render graças a Deus por nos ter dado como mãe, a Sua Mãe. Mas, também é celebrar uma pequena e significativa parte da história de nossa Igreja Particular.
Em 26 de março de 1960 foi criada a Diocese de Nova Friburgo. O que chamava a atenção era o grande número de paróquias e comunidades dedicadas à Virgem Maria. Porém, o único título mariano que, na época, se repetia como padroeira de paróquia nos três vicariatos era o de Nossa Senhora da Conceição. Por Breve Pontifício de 3 de julho de 1961, documento assinado pelo Papa São João XXIII, a diocese recebeu como padroeira principal a Bem-aventurada Virgem Maria, sob o título de “Imaculada Conceição''.
Mas, não bastava dizer que a Imaculada Mãe de Deus era a padroeira apenas no papel, era preciso aproximá-la do coração do povo. A localidade de Rio das Ostras, até então, apenas uma pequena comunidade, possuía a imagem da Imaculada Conceição mais antiga de todo o território diocesano. Dom Clemente José Carlos Isnard, primeiro bispo diocesano, iniciou uma peregrinação com esta em toda a diocese, chegando em Nova Friburgo em 24 de maio de 1962. Às 18h, a imagem foi transladada da matriz de Olaria para a Catedral São João Batista. As autoridades civis uniram-se ao bispo e ao clero, seminaristas, educandários católicos e fiéis, concentrados na Praça Marcílio Dias (Paissandu), para receber a imagem formando um só cortejo em direção à catedral.
Após a sua chegada foi celebrada a Santa Missa, seguindo-se a consagração do bispado e a vigília até às 24h, quando houve outra missa. O programa, extenso e movimentado, aconteceu nos dias 25, 26 e 27. Em 27 de maio de 1962, foi impressionante a religiosidade. Milhares de pessoas presenciaram um desfile. No campo do Nova Friburgo F.C., no Centro, houve missa campal. A multidão encheu as arquibancadas e o gramado do espaçoso estádio. Dom Clemente Isnard presidiu a celebração, ladeado por outros quatro bispos. Terminada a missa, Dom Clemente fez a consagração da diocese à Imaculada Conceição. Cerca de 20 mil pessoas presentes aclamaram Nossa Senhora, acenando com as suas bandeirinhas e cantando.
Dom Alano Maria Pena, OP, segundo bispo, sempre terminava suas pregações citando a "Escola de Maria”, onde o exemplo da Mãe de Deus deveria sempre iluminar nossa caminhada rumo à Casa eterna do Pai. Posteriormente, Dom Rafael Llano Cifuentes terceiro bispo, ardente devoto da Virgem Maria, sempre insistia que a diocese deveria aumentar sua a devoção à padroeira, tanto que, em seu pastoreio, o Seminário Diocesano voltou a ter a Imaculada como sua patrona.
No ano jubilar de 2010, pelos 50 anos da criação da Diocese de Nova Friburgo, Dom Edney Gouvêa Mattoso, quarto bispo, seguindo as pegadas de Dom Clemente, ordenou uma peregrinação jubilar da Imaculada Conceição por todas as paróquias da diocese. Infelizmente, nesse período, aconteceu a tragédia climática na Região Serrana provocada pelas chuvas, porém, no meio de tantas tristezas, a presença da Virgem Maria peregrinando levou o consolo divino à tantas vítimas que sofriam com tal catástrofe.
Dom Luiz Antonio Lopes Ricci, chegou para ser o quinto bispo diocesano num momento muito difícil para a toda a humanidade: a pandemia da Covid-19. Ele, porém, também trouxe consigo uma imensa devoção à Virgem Maria.
Agora, em maio de 2022, quando se comemoram os 60 anos da consagração desta diocese à Imaculada Conceição, vamos mais uma vez levar as três imagens da padroeira pela diocese. A Imaculada Conceição percorrerá os três vicariatos no Mês Mariano Diocesano para que, nessa época ‘pós-pandemia’, na sombra da guerra e no enfrentamento da crise econômica, o povo possa, com o seu auxílio materno, saber transformar as tristezas em alegria.
Três pequeninas imagens da Virgem Maria podem parecer pouco para percorrer o imenso território diocesano em apenas um mês. Mas, elas são como os cinco pães e os dois peixes apresentados a Jesus para alimentar a multidão. Temos a certeza de que o Senhor multiplicará as graças por onde essas imagens passarem a ponto de, ao término da peregrinação, as graças serão tantas que irão até sobrar.
Padre Marcus Vinícius Moreira Falcão é pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, no bairro Olaria.
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