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A irmã morte

terça-feira, 02 de novembro de 2021

Todos os anos, no dia 2 de novembro, fazemos uma pausa de nossas atividades cotidianas para nos lembrarmos de nossos irmãos e irmãs, parentes e amigos, que já partiram do nosso convívio. Refletir sobre a morte sempre foi importante para a humanidade, quanto mais nos é neste momento que estamos vivendo.

Passados quase dois anos do início da pandemia da Covid-19, os números de mortes ainda nos assustam. Muitas pessoas que ocupam um lugar importante em nossa peregrinação, através do tempo e da história, largaram suas mãos de nossas mãos.

Todos os anos, no dia 2 de novembro, fazemos uma pausa de nossas atividades cotidianas para nos lembrarmos de nossos irmãos e irmãs, parentes e amigos, que já partiram do nosso convívio. Refletir sobre a morte sempre foi importante para a humanidade, quanto mais nos é neste momento que estamos vivendo.

Passados quase dois anos do início da pandemia da Covid-19, os números de mortes ainda nos assustam. Muitas pessoas que ocupam um lugar importante em nossa peregrinação, através do tempo e da história, largaram suas mãos de nossas mãos.

Contemplar a morte tão de perto nos faz pensar sobre nossa finitude e sobre o que estamos cultivando nesta vida. Nem sempre é possível encarar com serenidade a chegada desse final inevitável para todos. A humanidade tem um desejo incontrolável de vida. Construímos nossa existência com momentos marcantes, planejamos o futuro sem nos dar conta que um dia esta vida será abruptamente interrompida. Não há quem um dia não enfrente o mistério da morte.

Contudo, não se pode delegar somente um aspecto negativo sobre este momento ímpar de nossa existência. Ao vivenciar o processo do fim, num primeiro momento poderíamos repetir como o autor sagrado “Tanto morre o sábio como morre o louco! E assim detestei a vida, pois a meus olhos tudo é mau no que se passa debaixo do sol; sim, tudo é efêmero e vento que passa. Também se tornou odioso para mim todo o trabalho que produzi debaixo do sol, visto que devo deixá-lo àquele que virá depois de mim” (Ecle 2, 16b-18).

Mas, é importante recordar que ao contemplar todo o caminho de sua existência, o mesmo autor conclui: “que nada é melhor para o homem do que alegrar-se e procurar o bem-estar durante sua vida. Igualmente é dom de Deus que todos possam comer, beber e gozar do fruto de seu trabalho. Reconheci que tudo o que Deus faz dura para sempre, sem que se possa ajuntar nada, nem nada suprimir. Deus procede dessa maneira para ser temido. Aquilo que é, já existia, e aquilo que há de ser, já existiu; Deus chama de novo o que passou" (Ecle 3, 12-14).

Assim, compreendemos que a morte é um processo natural da vida, com todas as finitudes que ela possui (doenças, enfermidades, idade). São Francisco de Assis chama a morte de irmã, pois a vê como aquela que no fim do decurso nesta vida nos dá a mão e nos conduz ao bem supremo. Como um autêntico arauto da paz, Francisco, jamais diria ‘bem-vinda irmã morte’ quando ela é consequência do pecado humano. O santo de Assis gritaria ao mundo de hoje: “Maldita a morte causada por toda a violência armada; maldita a morte causada pela fome em consequência da não partilha; maldita a morte provocada pela privação dos direitos sociais, causada pelo enriquecimento ilícito dos que legislam em causa própria; maldita a morte causada pela disseminação da segregação racial, ideológica e religiosa. Enfim, maldita a morte que destrói a vida das nossas florestas; maldita a morte, fruto dos produtos tóxicos despejados sobre o alimento; maldita a morte dos nossos rios, resultado da ganância das mineradoras; maldita a morte das nossas praias nordestinas, causada pela omissão dos primeiros responsáveis e pela ganância” (Frei Fidêncio Vanboemmel).

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Padre Aurecir Martins de Melo Júnior é assessor da Pastoral da Comunicação da Diocese de Nova Friburgo.

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Igreja Sinodal: comunhão, participação e missão

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Um extraordinário e inédito processo de escuta de todo o povo de Deus, por dois anos, lançado nos últimos dias 9 e 10, em Roma, pelo profético Papa Francisco, nos projeta neste mês de outubro, mês das missões, num caminho já proposto pelo Concílio Vaticano II e impulsionado pelo iluminado Papa São Paulo VI - a sinodalidade.

Um extraordinário e inédito processo de escuta de todo o povo de Deus, por dois anos, lançado nos últimos dias 9 e 10, em Roma, pelo profético Papa Francisco, nos projeta neste mês de outubro, mês das missões, num caminho já proposto pelo Concílio Vaticano II e impulsionado pelo iluminado Papa São Paulo VI - a sinodalidade. Isto foi expresso nas últimas décadas, pela implementação do Sínodo dos Bispos, como um forte e rico momento de escuta do sucessor de Pedro dos seus irmãos sucessores dos apóstolos, espalhados no mundo inteiro, representando e ecoando as realidades e anseios de seus milhares de rebanhos. Estes processos enriqueceram muito a reflexão de toda a Igreja sobre diversos temas, com a contribuição das mais variadas culturas e especificidades dos países representados por seus pastores, com a contribuição de vários peritos, clérigos, religiosos e leigos. Estas proposições dos padres sinodais serviram de base para importantes e renovadoras exortações apostólicas pós-sinodais, assinadas pelos pontífices, desde São Paulo VI.

Mas, com certeza, faltava um aprofundamento sobre a própria sinodalidade, exercitando não só a colegialidade episcopal, alcançando de forma indireta as comunidades. Já há tempos, era sugerido, inclusive pelo próprio Papa Francisco, um processo de "caminhar juntos", escutando diretamente todas as expressões do povo de Deus, colhendo das bases das comunidades e dos cristãos, dos não cristãos e da sociedade em geral, as impressões, testemunhos e dados referentes à essencialidade da Igreja, em sua "comunhão, participação e missão", ouvindo, deixando que todos tomem a palavra, falando com coragem, integrando liberdade, verdade e caridade; celebrando a palavra e a eucaristia, na corresponsabilidade missionária, participando da comunidade eclesial e no serviço à sociedade, com responsabilidade social e política, no diálogo e na busca da justiça e do bem comum, salvaguardando os direitos humanos, no cuidado com a casa comum; fomentando a união e diálogo ecumênico, a partir de um único batismo, investindo na sinodalidade como um princípio educativo para a formação da pessoa humana e do cristão, das famílias e das comunidades, numa decisão por discernimento com base num consenso que dimana da obediência comum ao espírito; tornando as lideranças e membros da Igreja mais capazes de caminhar juntos, de se ouvir mutuamente e de dialogar, num crescimento em comunhão, aumentando a participação ministerial e o comprometimento missionário.

Como está todo este quadro na nossa comunidade diocesana, vicarial, forânea, paroquial, na comunidade onde vivo e atuo como batizado, como cristão, como cidadão? É o que este processo lançado pelo Papa quer saber, ao mesmo tempo consignando a sinodalidade como forma, estilo e estrutura da mesma Igreja, na atualização de sua corresponsabilidade e participação na missão da nova evangelização essencialmente unida à promoção humana. Por isto, foi aberta em todas as dioceses do mundo, no último dia 17, a fase de escuta de todos os representantes deste múnus conjunto e de seu contexto social de desenvolvimento.

Na nossa Diocese de Nova Friburgo, houve uma missa de abertura na Paróquia Nossa Senhora das Graças, em Olaria, às 16h, presidida pelo bispo diocesano, Dom Luiz Antonio Lopes Ricci, que ressaltou a importância de auscultar, termo do vocabulário médico que nos remete a um exame mais sensível e aprofundado da nossa realidade para um diagnóstico que nos direciona para a superação dos desafios, para a saúde da Igreja, em sua vida e missão. Com uma comissão diocesana e um material distribuído a todas as paróquias, comunidades e demais representações cristãs, religiosas e sociais, haverá um grande e frutuoso caminho comum (método) de construção do próprio caminho comum (diretrizes da vida e missão), através de relatórios que passarão pelas conferências episcopais e chegarão ao Sínodo dos Bispos que acontecerá em outubro de 2023, em Roma.

Depois deste evento, fruto de toda uma comunhão e cooperação, continuará o processo sinodal na fase de execução, com a mesma participação e entusiasmo das dioceses e comunidades e expressões eclesiais missionárias. Rezemos e participemos deste belo e histórico caminho juntos, como irmãos, numa igreja constitutivamente sinodal, aplicando cada vez mais estes princípios e ensinamentos do Concílio Vaticano II. Boa missão para todos.

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é chanceler e assessor eclesiástico diocesano da Pastoral Familiar da Diocese de Nova Friburgo. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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Li·ber·da·de

terça-feira, 19 de outubro de 2021

1. Nível de total e legítima autonomia que representa o ideal maior de um cidadão, de um povo ou de um país;

2. Poder de agir livremente, dentro de uma sociedade organizada, de acordo com os limites impostos pela lei;

3. Faculdade que tem o indivíduo de decidir pelo que mais lhe convém.

 

1. Nível de total e legítima autonomia que representa o ideal maior de um cidadão, de um povo ou de um país;

2. Poder de agir livremente, dentro de uma sociedade organizada, de acordo com os limites impostos pela lei;

3. Faculdade que tem o indivíduo de decidir pelo que mais lhe convém.

 

Em uma busca rápida pela web sobre o verbete ‘liberdade’, é unânime a definição acima. Apesar de cada linha filosófica apresentar uma vertente da definição do conceito, impera que a liberdade é imprescindível para a organização social e felicidade pessoal. No entanto, não é difícil encontrar atitudes que tendem a antagonizar o desejo supremo de liberdade presente no coração do homem.

Centrado em seus próprios interesses e ideologias, o homem moderno tende a usurpar o conceito de liberdade para benefício próprio, agindo violenta e indiscriminadamente contra quem pensa diferente de si.

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) alerta para o perigo que sentinela a liberdade, fruto da cultura individualista e egoísta hodierna. Em primeiro lugar, o compêndio da doutrina católica esclarece que o exercício da liberdade não implica o direito de dizer e fazer tudo o que se quer. “É falso pretender que o homem, sujeito da liberdade, se basta a si mesmo, tendo por fim a satisfação do seu interesse próprio no gozo dos bens terrenos”. E, depois, denuncia: “as condições de ordem econômica e social, política e cultural, requeridas para um justo exercício da liberdade, são com demasiada frequência desprezadas e violadas” (CIC, 1740).

O que fora constatado pelo Magistério da Igreja é fruto de sua atenta ação em favor da humanidade. Denunciando as ameaças à liberdade, seu maior desejo é que o indivíduo seja capaz de identificar as situações de cegueira e de injustiça que abalam a vida moral e induzem tanto os fracos como os fortes na tentação de pecar contra a caridade.

É certo que quem se afasta da lei moral, atenta contra a sua própria liberdade, aprisiona a si mesmo e quebra os laços de fraternidade com os seus semelhantes. Somos livres para defender a vida, a dignidade e o bem comum. Somos livres para, no exercício consciente de nossa cidadania, acusar mentalidades que fazem sucumbir a paz e a prosperidade da nação. Somos livres para expor nossos pensamentos, sem que para isso seja necessário usar de violência verbal, moral e física contra quem quer que seja.

A sabedoria popular já ensina que a minha liberdade termina onde começa a liberdade do outro. Assim, qualquer ato que fira a dignidade e a liberdade do outro é um ato contra a liberdade. Portanto, ao fim desta reflexão, não se pode deixar de dizer que o crime contra a liberdade é agravado quando é praticado por quem tem o dever de zelar pela liberdade e dignidade de todos.

Quando se trata da atividade política, nos ajuda lembrar o que diz o Papa Francisco: “Todos têm não apenas a liberdade, o direito, como também a obrigação de dizer o que pensam para ajudar o bem comum. É legítimo usar esta liberdade, mas sem ofender” (15 jan. 2015). Diante destas questões, é preciso rever nossas atitudes e buscar praticá-las na verdade e caridade a fim de conquistarmos a verdadeira liberdade.

 

Padre Aurecir Martins de Melo Júnior é assessor da Pastoral de Comunicação da Diocese de Nova Friburgo. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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Viva a mãe de Deus e nossa!

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Na última terça-feira, 12, celebramos Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. Esta grande solenidade da Virgem Mãe de Deus recorda sua presença entre nós. A pequenina imagem de terracota encontrada em outubro de 1717, por três pescadores no Rio Paraíba do Sul, em São Paulo, é reconhecida como uma ação direta de Deus em favor de seu povo. Os muitos sinais que acompanham este esplêndido fato, recordam-nos a presença materna e consoladora da mãe do Senhor na nossa história e na nossa terra, sempre atenta às necessidades dos seus filhos.

Na última terça-feira, 12, celebramos Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. Esta grande solenidade da Virgem Mãe de Deus recorda sua presença entre nós. A pequenina imagem de terracota encontrada em outubro de 1717, por três pescadores no Rio Paraíba do Sul, em São Paulo, é reconhecida como uma ação direta de Deus em favor de seu povo. Os muitos sinais que acompanham este esplêndido fato, recordam-nos a presença materna e consoladora da mãe do Senhor na nossa história e na nossa terra, sempre atenta às necessidades dos seus filhos.

As redes vazias dos pobres pescadores que quase se romperam pela abundância de peixes após o “aparecimento” da enegrecida imagem da Imaculada Conceição, ainda hoje têm muito a nos dizer. Maria, na sagrada escritura, é enaltecida por sua intercessão sempre constante.

A virgem é evocada pela rainha Ester, que arriscou a vida para salvar o seu povo da condenação à morte. Maria, perfeita e completamente salva e redimida de todo pecado por pura graça de Deus! Mais que ninguém, ela pode cantar as palavras de Isaías: “Com grande alegria rejubilo-me no Senhor, e minha alma exultará no meu Deus, pois me revestiu de justiça e salvação, como a noiva ornada de suas joias” (Is 61,10).

Maria pura e casta, totalmente agraciada, totalmente salva por Deus, não esquece de nós, filhos que o filho, Jesus Cristo, lhe deu ao pé da cruz. Ela é a mulher do Apocalipse, em luta constante contra a serpente, o antigo inimigo, que ameaça o povo de Deus; ela é a mulher que, em Caná, intercede pelos esposos, ensina-nos a fazer o que o filho disser e cuida para que a água das nossas pobrezas e das nossas angústias seja transformada no vinho da alegria, fruto da ação do espírito do Cristo ressuscitado (cf. D. Henrique Soares, homilia).

No atual cenário brasileiro e mundial, somos mais uma vez conduzidos aos pés da virgem mãe de Deus e clamar sua intercessão. Nossas redes estão vazias. Falta-nos alegria, esperança e confiança. E mais uma vez ela recolhe nossas necessidades e a apresenta cada uma delas ao seu filho.

Roguemos à rainha e padroeira do Brasil que nos acompanhe em nossas dores, que interceda por nosso país diante de tantas limitações políticas ou sociais ou ecológicas, que ferem a liberdade e a dignidade dos brasileiros e impedem o crescimento da justiça e da paz. Que ela nos ajude a crescer e a nos libertar continuamente.

“Ajuda-nos, mãe de Deus e mãe nossa. Ajuda-nos a construir um Brasil mais cristão, mais justo, mais decente, mais pacífico e solidário, e que, pelas tuas preces maternas, jorre para nós o vinho bom da alegria e sejamos todos, um dia, herdeiros do Reino dos Céus. Amém”!

Padre Aurecir Martins de Melo Júnior é assessor diocesano da Pastoral da Comunicação da Diocese de Nova Friburgo.

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Comunicar uma Igreja em permanente saída

terça-feira, 05 de outubro de 2021

Uma palavra constante do nosso querido Papa Francisco é esta: devemos ser uma Igreja viva, missionária, solidária, com a alegria do Evangelho a buscar as ovelhas, as pessoas mais afastadas e perdidas nas periferias do mundo e da existência. Uma Igreja em estado permanente de saída. Ele mesmo expressou estas ideias, ainda como Cardeal, na redação do Documento de Aparecida na Conferência Episcopal Latino Americana e do Caribe.

Uma palavra constante do nosso querido Papa Francisco é esta: devemos ser uma Igreja viva, missionária, solidária, com a alegria do Evangelho a buscar as ovelhas, as pessoas mais afastadas e perdidas nas periferias do mundo e da existência. Uma Igreja em estado permanente de saída. Ele mesmo expressou estas ideias, ainda como Cardeal, na redação do Documento de Aparecida na Conferência Episcopal Latino Americana e do Caribe.

Lá é aprofundada a natureza do cristão como discípulo missionário frente aos inúmeros desafios e contradições da sociedade hodierna. Na exortação apostólica Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho), ele pauta as linhas fundamentais para este anúncio da Boa Nova, do próprio Cristo, continuando a ênfase na dimensão missionária de todos os batizados. Os Bispos do Brasil (CNBB) captam e sintetizam estes elementos num renovador texto pastoral, o documento 100: "Comunidade de comunidades - uma nova paróquia", para vivência e trabalho missionário nas células comunitárias, dentro da realidade brasileira.

Resgatando para nossas paróquias o Concílio Vaticano II e toda a sua riqueza, deveríamos reler a Constituição Pastoral Gaudium et Spes sobre a Missão da Igreja no mundo e o decreto Ad Gentes, no seu conceito geral de missão, aliando ao contexto próprio do apostolado dos leigos apresentado num outro texto magisterial - Apostolicam Actuositatem. Veríamos que a Igreja deve salgar e iluminar todas as áreas e âmbitos da humanidade e do tecido social com os princípios e verdades do Amor de Cristo. Ou seja, deve ir ao encontro, se aproximar, falar a mesma linguagem dos homens, se inculturar, ser solidária, se doar para a promoção da pessoa humana, na sua libertação-salvação integral, resgatando a sua dignidade de filha de Deus, transformando a realidade em Reino do Senhor. Isto, tendo como modelo o próprio Verbo que se encarnou, tornando-se um de nós, no envio missionário da comunhão trinitária, entrando em nossa cultura e linguagem para nos revelar os caminhos da felicidade do plano divino.

Jesus Cristo saiu ao encontro dos mais necessitados, perdidos, pobres e marginalizados, a serviço de todos, para que compreendessem o sentido mais profundo de suas existências no verdadeiro Amor. Fundou a Igreja e enviou os apóstolos e discípulos com este mesmo despojamento e doação missionários, "sem alforje, nem ouro, nem prata", dando a vida pelos irmãos. A Igreja é essencialmente comunhão e missão na caridade fraterna e solidária de Cristo. A respeito deste tema há a rica e bela encíclica de São João Paulo II - Redemptoris Missio (A Missão do Redentor).

Lendo o documento de Aparecida, vemos que ninguém é verdadeiro missionário, sem antes ser verdadeiro discípulo de Cristo. Por isso, a missão parte de uma experiência decisiva pessoal com Jesus, de atração, vinculação, intimidade e seguimento. Deve haver conversão, formação e engajamento na comunidade. As estruturas da paróquia devem também ter uma conversão pastoral, deixando de lado uma pastoral da conservação, superando elementos ultrapassados e se tornando missionárias. Deve ser a Igreja uma comunhão de amor que cresce pela atração, tendo  como  fonte e  cume a Eucaristia,  sensível e aberta aos pobres, advogada da justiça, profética, a serviço do Reino da Vida, na leitura orante da Bíblia, na espiritualidade de unidade e participação, formando comunidades eclesiais missionárias, como casa da iniciação cristã, integrando os movimentos e novas expressões comunitárias, com coração aberto ao ecumenismo e diálogo inter-religioso, promovendo a globalização da solidariedade, doando-se aos "rostos sofredores que doem em nós".

O missionário deve ter ímpeto e audácia, ousadia e confiança; fervor espiritual, imaginação e criatividade. Deve ser decidido, determinado, entusiasmado, na evangelização pessoa a pessoa, casa a casa, comunidade a comunidade. Enfim, a espiritualidade missionária é doar-se aos irmãos, esvaziando-se de tudo, anunciando, com alegria, o Evangelho da Vida! O que deve permear toda a nossa ação pastoral.

Vamos ler estes documentos e, aos poucos, aprofundar a nossa reflexão e trabalho missionário!

Pe. Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é Chanceler e Assessor Eclesiástico Diocesano da Pastoral Familiar

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Ouvir a voz de Deus

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Durante este mês de setembro, temos refletido sobre o valor da escuta. Já consideramos que vivemos uma cultura que limita as relações e nos afasta da responsabilidade que temos uns com os outros. Fruto de um egocentrismo exagerado, a humanidade tem-se tornado surda às dores e angústias alheias.

Durante este mês de setembro, temos refletido sobre o valor da escuta. Já consideramos que vivemos uma cultura que limita as relações e nos afasta da responsabilidade que temos uns com os outros. Fruto de um egocentrismo exagerado, a humanidade tem-se tornado surda às dores e angústias alheias.

Mas esta surdez também nos impede de ouvir a Palavra de Deus e de nos deixar formar por ela. A Sagrada Escritura sempre denunciou o fechamento do coração humano em acolher os planos de Deus. Tendemos a nos fechar em nós mesmos e viver a vida como se ela fosse nossa de modo absoluto. É o que denuncia, por exemplo, o Profeta Jeremias: “Escutai, prestai ouvidos, não sejais orgulhosos, porque o Senhor falou” (13,15).

Esta palavra ecoa ainda hoje pelos lábios de santos profetas de nosso tempo. O saudoso Dom Henrique Soares (1963-2020) em suas homilias denunciava este modo egoísta de ser do nosso tempo: “Nossa civilização ocidental, do alto da sua ilusória autossuficiência, tem sido particularmente fechada à Palavra do Senhor: construímos a sociedade e construímos nossa vida privada, nossos valores morais, nossas escolhas, do nosso modo, sem realmente ouvir a proposta e o caminho que o Senhor nos indica. Reunimos e escutamos os especialistas: economistas, antropólogos, sociólogos, sexólogos, psicólogos, cientistas da religião... mas, para nós, o Senhor não tem mais nada a dizer! Os gurus são os economistas e psicólogos, é o intelectual de moda, o sabichão de plantão, são os livros de autoajuda... Somos uma geração de surdos!”

Não podemos nos deixar levar por pensamento tão vazio. O Senhor falou e continua a falar e tem muito a dizer e dos mais diversos modos. É preciso abrir os olhos, ouvidos e o coração para escutá-lo.

A palavra de Deus não aprisiona nem confere status e autoridade, mas é dirigida aos corações humildes. Ao longo da História da Salvação, Deus escolheu homens simples, humildes que se punham a serviço da comunidade. Infelizmente, contagiados pela cultura do poder, muitos dos escolhidos tratam essa escolha como motivo de superioridade e desejam reprimir o anúncio daqueles que não fazem parte do grupo. E, assim, não escutam a voz de Deus dirigida também a eles.

É ainda pior, quando a Palavra de Deus é instrumentalizada para se adquirir privilégios, para oprimir e subjugar. Lamentavelmente, está cada vez mais comum encontrar no cenário sociopolítico quem jogue culpa, medo e dependência sobre os indivíduos ‘comuns’, utilizando-se da autopromoção, como se detivesse autoridade e exclusividade sobre a interpretação da Sagrada Escritura. Ou ainda, quem faz carreira sobre a égide de ‘homem de Deus’ e não defende a justiça e a dignidade humana.

Precisamos deixar os lugares de aparente superioridade, romper com a ‘cultura do cancelamento’ e ouvir Deus falar também por quem, aparentemente, tem pouco a nos falar sobre Deus.

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Padre Aurecir Martins de Melo Junior é assessor diocesano da Pastoral da Comunicação. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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Dom da escuta

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Na vivência eclesial, o mês de setembro é marcado pela meditação mais intensa da Sagrada Escritura. O Mês da Bíblia é um evento que tem como objetivo incentivar e valorizar a escuta da Palavra de Deus.

Desde 1971, a Igreja no Brasil oferece aos fiéis temas que favoreçam o aprofundamento e conhecimento dos mistérios e planos do Senhor. Este ano a proposta de estudo é a Carta de São Paulo Apóstolo aos Gálatas com o seguinte lema: “Pois todos vós sois um só em Cristo Jesus”.

Na vivência eclesial, o mês de setembro é marcado pela meditação mais intensa da Sagrada Escritura. O Mês da Bíblia é um evento que tem como objetivo incentivar e valorizar a escuta da Palavra de Deus.

Desde 1971, a Igreja no Brasil oferece aos fiéis temas que favoreçam o aprofundamento e conhecimento dos mistérios e planos do Senhor. Este ano a proposta de estudo é a Carta de São Paulo Apóstolo aos Gálatas com o seguinte lema: “Pois todos vós sois um só em Cristo Jesus”.

O mês de setembro também recebeu outra importante campanha de conscientização: “Setembro Amarelo”. Dentre as muitas e importantes ações, está a conscientização do valor da escuta.

A cultura atual tem nos conduzido ao mais terrível isolamento social, aquele que se faz atuante mesmo quando está cercado de pessoas. Há um certo ar de desconfiança em todas as relações que nos bloqueia e nos faz crer que não se pode mostrar fraqueza ou dor. Somos marcados com a dupla insensatez de não saber ouvir e não saber (poder) falar. Criamos um mundo utópico maquiando a realidade vivida pela obrigação de estar sempre bem, o que favorece o advento da desconfiança mútua e o aprisionamento em si, nas suas próprias dores e angústias. Não há espaço para grupos de partilhas sinceras e destemidas. As relações estão cada vez mais poluídas pela vaidade e pelo orgulho.

O Papa Francisco ao refletir a palavra “insensato”, aplicada por Jesus aos fariseus no evangelho de Lucas (11, 37-41), adverte que “a insensatez é não escutar, literalmente ‘não saber’, ‘não ouvir’: a incapacidade de escutar a palavra. Quando a palavra não entra, eu não a deixo entrar porque não a escuto. O tolo não escuta. Ele crê que ouve, mas não ouve, não escuta. Faz sempre como acha, sempre. E, por isso, a palavra de Deus não pode entrar no coração e não há lugar para o amor. E quando entra, entra destilada, transformada pela minha concepção da realidade. Os tolos não sabem ouvir. E esta surdez os leva à corrupção. Quando não entra a palavra de Deus, não há lugar para o amor e enfim, não há espaço para a liberdade” (Homilia Matutina, 17 out. 2017).

É urgente ouvir a voz de Deus que nos chama à reconciliação e ao amor, porém se estivermos preocupados demais em disfarçar nossas fraquezas, não seremos capazes de ir ao encontro dos que precisam de nós. O dom da escuta sincera, orante, o mais possível livre de preconceitos e condições nos permitirá entrar em comunhão com as diferentes situações que vivem nossos irmãos. Ouvir a Deus, para escutar com ele o clamor do povo; ouvir o povo, para respirar com ele a vontade a que Deus nos chama (cf. Papa Francisco, Discurso na Vigília de Oração preparatória para o sínodo sobre a família, 4 de outubro de 2014). Façamos de nossa vida um receptáculo aberto, disponível a acolher, a ouvir, a valorizar o outro com suas experiências, dores e alegrias.

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Padre Aurecir Martins de Melo Junior é assessor diocesano da Pastoral da Comunicação. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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Encarnação e evangelização: comunicação do amor

terça-feira, 14 de setembro de 2021

Com alegria e esperança, estamos em setembro, mês dedicado à Bíblia, sob as bênçãos do Deus-Palavra que se fez homem para nos salvar. Assim, encarnação e evangelização são ideias irmãs dentro da lógica missionária da Santíssima Trindade. Encarnar-se implica em despojamento - movimento de saída ao encontro do que se há de redimir e elevar. Evangelizar é o anúncio-testemunho de quem se entrega à missão do reino de Deus. Missão trinitária e cristológica é tornar-se próximo, fazendo-se um com os receptores da Palavra-Vida, assemelhando-se com humildade, inculturando-se com simplicidade.

Com alegria e esperança, estamos em setembro, mês dedicado à Bíblia, sob as bênçãos do Deus-Palavra que se fez homem para nos salvar. Assim, encarnação e evangelização são ideias irmãs dentro da lógica missionária da Santíssima Trindade. Encarnar-se implica em despojamento - movimento de saída ao encontro do que se há de redimir e elevar. Evangelizar é o anúncio-testemunho de quem se entrega à missão do reino de Deus. Missão trinitária e cristológica é tornar-se próximo, fazendo-se um com os receptores da Palavra-Vida, assemelhando-se com humildade, inculturando-se com simplicidade.

Desta forma, nos responsabilizamos em abrir as portas para a presença libertadora de Jesus Cristo no mundo, nos homens, em nós. Assumir a postura evangelizadora do mestre, com o seu indispensável testemunho de pobreza e despojamento missionário: está aí o nosso grande desafio frente a uma estrutura social materialista, egoísta e friamente indiferente aos apelos das carências e dos sofrimentos dos mais pobres e necessitados. Sem este sinal de conversão, o interesse e o amor concreto pelo mais marginalizado e abandonado, correremos o risco de cair na mesmice de uma retórica vazia, de certa forma até cínica, enquanto insensível às transformações necessárias, embora sofridas, para que venha a justiça do Reino de Deus para todos, como doce fruto do compromisso cristão.

Fujamos do "pós-cristianismo" que já esfria grandes partes do mundo, especialmente o continente europeu. Muita letra e pouco espírito. Muitas fórmulas e regras e pouco amor. Muita vitrine e fachada e pouca vontade de transformar as injustiças e a própria vida. Muito sal e quase nenhum sabor. Muito brilho e fraca luz. Muitas declarações de direitos e pouco respeito à vida.

Que possamos ser sinal do Cristo vivo e redentor, no amor e na verdade, assumindo para redimir, testemunhando para pregar, despojando-nos de nós mesmos para estimular a solidariedade. Este é o grande projeto de evangelização para os nossos tempos, seguindo a eficaz metodologia e "marketing" de Jesus Cristo, missionário do pai: a autenticidade no amor verdadeiro ao próximo.

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é chanceler e assessor eclesiástico diocesano da Pastoral Familiar. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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Setembro, mês da escuta

terça-feira, 07 de setembro de 2021

No primeiro domingo de setembro (último dia 5), a liturgia da Igreja nos presenteou com um texto muito significativo para este que é o mês da Bíblia na Igreja do Brasil. Trata-se da cura que Jesus realiza de um surdo que falava com dificuldade (Mc 7, 31-37). Gostaria, portanto, de te convidar a escutar comigo o que o texto tem a nos dizer, já que mais que uma leitura, deter-se diante da Sagrada Escritura é estar de ouvidos atentos ao que o mestre tem a ensinar.

No primeiro domingo de setembro (último dia 5), a liturgia da Igreja nos presenteou com um texto muito significativo para este que é o mês da Bíblia na Igreja do Brasil. Trata-se da cura que Jesus realiza de um surdo que falava com dificuldade (Mc 7, 31-37). Gostaria, portanto, de te convidar a escutar comigo o que o texto tem a nos dizer, já que mais que uma leitura, deter-se diante da Sagrada Escritura é estar de ouvidos atentos ao que o mestre tem a ensinar.

Levaram a Jesus o deficiente auditivo para que o curasse impondo-lhe as mãos. Interessante notar que a prática de impor as mãos aparece aqui como algo recorrente nas atitudes de Jesus. Eles levam o homem até Jesus já sabendo o que iriam pedir: que impusesse as mãos. E Jesus, antes de impor as mãos, leva o homem para fora da multidão, a fim de ficar a sós com ele e para que a experiência da cura não fosse viciada pelos curiosos de plantão.

O Senhor colocou o dedo nos seus ouvidos. Jesus toca naquele homem, como pediram, e transmite nesse toque a ternura do seu afeto. Como é importante não nos esquivarmos do toque puro e cheio de afeto na vida das pessoas que nos são confiadas. Faz muita diferença!

Mas Jesus ainda faz mais. A atenção é toda voltada para o homem surdo. É como se todo o resto não importasse naquele momento, somente o encontro entre dois mundos: a divindade rebaixada e a humanidade exaltada. Quando a experiência do encontro pessoal com Cristo acontece em nossa vida, nada tem tanto valor quanto esse contato íntimo com a pessoa do Verbo e, assim, nossa dignidade é elevada.

Caro leitor, ler e meditar com a Bíblia é replicar em sua vida o mesmo encontro que, não só aquele surdo, mas tantos outros puderam experimentar: a pecadora adúltera, a mulher no poço de Jacó, Zaqueu, Mateus, Maria Madalena, Pedro, uma vez que “na Igreja, veneramos extremamente as sagradas escrituras, apesar da fé cristã não ser uma ‘religião do livro’: o cristianismo é a ‘religião da Palavra de Deus’, não de ‘uma palavra escrita e muda, mas do Verbo encarnado e vivo’” (Bento XVI – Verbum Domini, 7). Por isso, escutar a Sagrada Escritura com espírito de fé é pôr-se em contato pessoal com o verbo e receber a cura que ele quer realizar.

Agora, uma última palavra. De certa forma, nós nos tornamos aquilo que escutamos. O mundo hoje está cheio de palavrório sem sentido, barulho, agitação, confusão. É preciso deixar que Jesus nos conduza para fora dessa multidão e algazarra, pois só assim, longe da opinião comum, faremos a experiência libertadora e curadora do toque poderoso daquele que abre nossos ouvidos para a verdade e nos faz escutar e reter o que verdadeiramente importa. Se você está sempre irado, triste, desanimado, revoltado, com medo, pergunte-se: ao que mais tenho dado ouvidos?

Padre Celso Henrique Macedo Diniz é administrador paroquial da Paróquia Santo Antônio e Cristo Ressuscitado, no Prado, distrito de Conselheiro Paulino

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Setembro Amarelo

terça-feira, 31 de agosto de 2021

Setembro está chegando e vamos tratar de um tema, que apesar de crucial para o momento que estamos vivenciando, ainda é um tabu. O suicídio é uma triste realidade que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Entendendo a urgência em tratar o tema, o Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria, iniciaram, em 2015, a campanha ‘Setembro Amarelo’. A proposta é promover eventos que abram espaço para debates sobre suicídio e divulgar o tema, alertando a população sobre a importância de sua discussão.

Setembro está chegando e vamos tratar de um tema, que apesar de crucial para o momento que estamos vivenciando, ainda é um tabu. O suicídio é uma triste realidade que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Entendendo a urgência em tratar o tema, o Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria, iniciaram, em 2015, a campanha ‘Setembro Amarelo’. A proposta é promover eventos que abram espaço para debates sobre suicídio e divulgar o tema, alertando a população sobre a importância de sua discussão.

O Papa Francisco, atento às urgências da humanidade, tratou do suicídio em sua conta do Twitter: “Quantas situações de usura somos obrigados a ver e quanto sofrimento e angústia existem nas famílias. E muitas vezes, no desespero, quantos homens acabam no suicídio porque não aguentam, não têm esperança, não têm uma mão estendida que os ajude, mas só uma mão que os obriga a pagar os juros. A usura é um pecado grave”, relata.

O pontífice ainda apontou a pandemia como um agente catalisador para a perda de perspectiva e, por consequência, para o aumento dos casos de autoextermínio. Mas, ao mesmo tempo, o santo padre convida aos que sofrem a ouvir atentamente a voz de Jesus que nos chama à vida.

“Hoje, no drama da pandemia, perante tantas certezas que se desmoronam, diante de tantas expectativas traídas, no sentido de abandono que nos aperta o coração, Jesus diz a cada um: “Coragem! Abre o coração ao meu amor. Sentirás a consolação de Deus que te sustenta”. (Papa Francisco em 10 de setembro de 2020, Dia Mundial para a Prevenção do Suicídio, pelo Twitter).

A Diocese de Nova Friburgo, ciente de sua responsabilidade em promover e defender a vida em todas as circunstâncias, abraça essa tão importante campanha e abre espaço para discussão sobre o tema. No próximo dia 15 de setembro, às 19h30, em suas redes sociais, discutirá abertamente sobre este importante tema, com a participação do bispo diocesano, Dom Luiz Antonio Lopes Ricci, e alguns sacerdotes. Contudo, sabemos que este ato não esgota a amplitude, necessidade e urgência do assunto.  Há muito o que se fazer. Deste modo, cabe a cada um de nós, indivíduos, organizações sociais e entidades religiosas abrir espaço para discussão e acolhimento.

Foto da galeria

Padre Aurecir Martins de Melo Junior é assessor eclesiástico diocesano da Pastoral da Comunicação. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

 

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