A comunicação social pastoral

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Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

O iluminado e sábio S. Paulo VI assinou, em 1971, a Instrução Pastoral Communio Et Progressio, concretizando um voto do Concílio Vaticano II, de um documento posterior que aprofundasse as diretrizes sobre a prática da comunicação social na Igreja. Esta instrução traz o conceito de comunicação dialógica inculturada eclesial (187) e desenvolve o tema do direito à informação e de informar (CP 32-47); insiste na educação e formação dos que recebem a comunicação, dos comunicadores, situando as oportunidades e obrigações de ambos; enfatiza o sentido da cooperação entre cidadãos e autoridades, entre as diversas nações, entre todos os cristãos, crentes e homens de boa vontade (CP 63-100) . 

Na sua abertura já há a exposição das finalidades sociais da comunicação eclesial: "... a comunhão e o progresso da convivência humana são os fins primordiais da comunicação social e dos meios que emprega, quais sejam - a imprensa, o cinema, o rádio e a televisão". "A Igreja encara os meios de comunicação social como 'dons de Deus', na medida em que ... criam laços de solidariedade entre os homens, pondo-se assim a serviço da sua vontade salvífica" (CP 2). Quase metade deste texto muito positivo trata, depois de uma breve apresentação teológica, de como os meios de comunicação contribuem e podem contribuir para o progresso da humanidade (CP 19-100).

 Ainda trabalhando o conceito de participação ativa e já antecipando o que atualmente se chama leitura crítica da comunicação, é destaque o que afirma a instrução: "O público assume um papel ativo no processo de comunicação social, sempre que criticamente julgar as notícias recebidas, tendo em conta a sua fonte e contexto sempre que não tiver medo de manifestar claramente as suas reservas, acordo ou completo desacordo com as comunicações recebidas" ( CP 82).

A partir do nº 101, frisa o empenho dos católicos no campo das comunicações sociais, com seus benefícios, acentuando a opinião pública e a mútua comunicação na vida da Igreja, no diálogo interno e com o mundo. No nº 106 trabalha a utilidade dos meios de comunicação para a propagação do Evangelho. E desenvolve no nº 162 e seguintes até a conclusão, os temas organizacionais, equipamento, pessoal, orientações e exigências pastorais, informação, planejamento e coordenação, com os instrumentos e organismos locais, diocesanos, regionais nacionais, estimulando e coordenando as atividades católicas neste campo. 

Sobre a linguagem e a qualidade dos programas sustenta que não podem ser decalque da linguagem dos púlpitos, desrespeitando a linguagem própria de cada meio. E que seria lamentável se a qualidade dos programas religiosos fosse inferior aos demais programas de uma emissora (cf n. 128).

Importante ressaltar o Dia Mundial das Comunicações Sociais (CP 167-168), instituído pelo decreto conciliar Inter Mirifica e que passou a ser celebrado anualmente, a partir de 1967, com uma mensagem pontifícia, marco referencial para comunicadores e todas as pessoas comprometidas com a transformação da sociedade, conforme os valores humanos e cristãos.

 Muito mais poderíamos falar sobre o tema nos documentos do Magistério da Igreja, sob o pontificado de S. Paulo VI e ainda sobre os dos papas posteriores, como o grande comunicador e missionário S. João Paulo II, Bento XVI e Francisco. Mas abordaremos sobre isto nos próximos artigos.

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é assessor eclesiástico da Comunicação Institucional da Diocese de Nova Friburgo

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