A comunicação da Igreja após o Concílio Vaticano II

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Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Logo após o Vaticano II, com o seu decreto Inter Mirifica sobre os meios de comunicação social, destaca-se  a encíclica Evangeli Nuntiandi (1975), de Paulo VI, sobre a evangelização e a comunicação da fé, por meios adaptados, no testemunho de total entrega a Deus, de solidariedade e amor ao próximo, "de pobreza, de desapego e liberdade ante aos poderes deste mundo, numa palavra, testemunho de santidade" (En 41).

As conferências episcopais latinoamericanas (Celam) desde Medellin (1968) também impostaram este tema firmado na Gaudium Et Spes, constituição pastoral do Concílio Vaticano II, que apresenta a missão da Igreja no mundo, mergulhando nas culturas, salgando e iluminando as diversas esferas sociais, solidária às "alegrias e esperanças, tristezas e angústias do ser humano de cada tempo, notadamente dos que sofrem" (GS 1). Puebla, em 1979, reafirma esta opção preferencial de Jesus de libertar integralmente a pessoa humana, na sensibilidade aos mais pobres, superando os pecados pessoais e sociais, as estruturas injustas.

Evangelizar é comunicar a vida plena. Santo Domingo (em 1992) resgata o aspecto da cultura e a marca cristã, a religiosidade e a nova evangelização em comunhão com a promoção humana, colocando os meios de comunicação social como prioridade para a pastoral eclesial na América Latina e Caribe. O Departamento de Comunicação Social do Celam (Decos) vem repropondo esta posição em vários documentos, ressaltando as atitudes de escuta e diálogo em relação às culturas e a importância de um planejamento da Pastoral da Comunicação. O Documento de Aparecida (2007) declara que é preciso conhecer e valorizar a cultura da comunicação (DA 484 ss).

Para um aprofundamento do tema da comunicação na Igreja, é importante o estudo ainda de duas instruções  pastorais do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais: a Communio Et Progressio (1971), promulgada por determinação do Concílio Vaticano II , como um posterior esclarecimento,  sobre os detalhes e encaminhamentos, o qual se tornou um marco na orientação do processo comunicacional eclesial; e Aetatis Novae (1992), enfocando os meios de comunicação como um serviço à cultura e à evangelização, apresentando os desafios e propondo a elaboração dos planos de Pastoral da Comunicação. O Conselho Pontifício tem, ao longo dos anos, oferecido vários textos de orientação, dentre eles, Ética na Publicidade (1997), Ética nas Comunicações Sociais (2000), Igreja e Internet e Ética na Internet (2002), dentre outros.

No Brasil, a CNBB apresentou sua colaboração específica na Campanha da Fraternidade de 1989, com o texto Comunicação para a Verdade e a Paz; ainda com Comunicação e Igreja no Brasil (1994); Igreja e Comunicação – Rumo ao novo milênio (1997). E, ultimamente, com o valioso Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil (2014) que deve ser estudado por todos para a implementação e o trabalho da Pastoral da Comunicação, propondo quatro eixos: formação, articulação, produção e espiritualidade. Também a Campanha da Fraternidade deste ano nos convoca a uma reflexão sobre a Igreja em sua relação de comunicação, diálogo com a sociedade, no testemunho da solidariedade e promoção humana, buscando a unidade e a paz. Gostaríamos de concluir esta contribuição, com dois textos, um do Papa S. João Paulo II e outro da Instrução Aetatis Novae:

"O primeiro areópago dos tempos modernos: o mundo das comunicações"

"Talvez se tenha descuidado um pouco deste areópago: deu-se preferência a outros instrumentos no anúncio evangélico e para a formação, enquanto os meios de comunicação foram deixados à iniciativa de particulares ou de pequenos grupos, entrando secundariamente na programação pastoral" (Redemptoris Missio, 37).

Sobre o planejamento pastoral

"Não é suficiente ter um Plano de Pastoral da Comunicação, mas é necessário que a comunicação faça parte integrante de todos os planos pastorais, visto que a comunicação tem, de fato, um contributo a dar a qualquer outro apostolado, ministério ou programa" (AN 17).

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é assessor eclesiástico da Comunicação Institucional da Diocese de Nova Friburgo

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