É comum ficarmos preocupados com a dependência de drogas como o álcool, a maconha, anfetaminas, cocaína, e não pensarmos no vício em tranquilizantes prescritos por médicos e comprados em farmácias, chamados de “tarja preta”.
A verdade é que os tranquilizantes ou calmantes, cientificamente chamados de “benzodiazepínicos”, podem se tornar danosos para a saúde, se usados de forma abusiva, junto com outras drogas ou na retirada deles.
É comum ficarmos preocupados com a dependência de drogas como o álcool, a maconha, anfetaminas, cocaína, e não pensarmos no vício em tranquilizantes prescritos por médicos e comprados em farmácias, chamados de “tarja preta”.
A verdade é que os tranquilizantes ou calmantes, cientificamente chamados de “benzodiazepínicos”, podem se tornar danosos para a saúde, se usados de forma abusiva, junto com outras drogas ou na retirada deles.
No Brasil os tranquilizantes mais conhecidos e prescritos são: Alprazolam (Apraz, Frontal), Clonazepam (Rivotril), Diazepam (várias marcas), Lorazepam (Lorax) e, Bromazepam (Lexotan). Eles são usados para o tratamento de ansiedade, insônia, abstinência alcoólica, convulsões, sedação. Apesar de serem medicamentos com certa segurança no uso em doses normais, os abusadores deles correm risco não só de dependência física, mas também de terem que ser atendidos em emergência por causa de overdose, sendo que alguns podem morrer por isso.
Estudo feito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) com 1.460 pessoas em 23 estados mostrou que os casos de depressão aumentaram 90%, estresse agudo 40% e crises de ansiedade 71% durante a pandemia da covid-19. As vendas do Rivotril (Clonazepam) aumentaram 22% em março e abril de 2020 comparado ao mesmo bimestre de 2019, pulando de 4,6 milhões para 5,6 milhões de caixas. Os benzodiazepínicos estão sendo prescritos em níveis alarmantes.
Estes medicamentos não são perigosos se usados em dose normal, por tempo limitado e com orientação médica. O vício pode surgir por eles aumentarem os níveis de dopamina, uma substância química cerebral responsável por sentimentos de prazer. Um cérebro normal não medicado controla a liberação de dopamina, mas sob uso de benzodiazepínicos, esses medicamentos alteram o mecanismo cerebral para a regulação da dopamina e permitem que ela inunde o cérebro.
Os efeitos colaterais mais frequentes devido ao uso destes tranquilizantes incluem: tontura, sonolência, confusão, fraqueza muscular, sedação, fala meio arrastada, boca seca, perturbação na memória de curto prazo, visão embaçada, sensação de muita ansiedade quando tenta deixar a medicação e reflexos motores diminuídos.
Quando a pessoa em uso de um benzodiazepínico ingere bebidas alcoólicas ou outras drogas com função depressora do sistema nervoso central, ela pode apresentar respiração lenta ou interrompida, perda da função cognitiva (dificuldade de pensar), reflexos lentificados, aumento da probabilidade de ficar dependente do remédio e pode ter outras reações graves como entrar em coma.
Se você está viciado em tranquilizantes, peça ajuda a seu médico para ele fazer um plano de “desmame” sem que você passe pela síndrome de abstinência, que é um conjunto de sinais e sintomas que surgem pela falta da medicação ou da dosagem que sedava a pessoa. Podem surgir dores no corpo, contrações musculares, sudorese, perda de peso, respiração ofegante, crises de ansiedade, náusea, vômito, depressão, insônia, alucinações, dificuldade de concentração, tremores.
Os benzodiazepínicos têm indicações médicas precisas. Nem todos que começam a usar estes medicamentos por recomendação médica terão problemas com eles desde que sigam a prescrição corretamente. O problema surge quando se usa por conta própria ou se aumenta a dose sem indicação médica. E também quando a pessoa tem a ideia de que seu sofrimento mental será resolvido só com medicação, sem precisar ajuda para compreender as causas dele e trabalhar nelas, que é feito no tratamento psicoterápico.
A medicação ajuda a aliviar os sintomas, e a psicoterapia ajuda a entender as causas deles e aprender técnicas de autocontrole e autoconhecimento que produzirão alívio dos sintomas e evitará o surgimento de dependência do medicamento.
_______
Cesar Vasconcellos de Souza
www.doutorcesar.com
www.youtube.com/claramentent
Tik-Tok @claramentent
Deixe o seu comentário