Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
Violência feminina

Cesar Vasconcellos de Souza
Saúde Mental e Você
O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.
Viu na mídia algo sobre violência feminina contra homens? Não são só homens frágeis vítimas de agressão feminina. Mulheres agressivas dão socos, pontapés nos testículos, beliscões, agridem o homem com ele dirigindo um veículo. Ele se defende bloqueando golpes, porque sabe que se revidassem iriam ferir a agressora.
Há argumentos de que o abusador é maior e mais forte, e a vítima é menor e mais fraca. Alguém de 1,60 de altura, violenta e raivosa pode causar mais dano em alguém de 1,80 de altura não violento. A abusadora não precisa ser grande ou forte para jogar um facão, chicotear, picotar a roupa, chamar a polícia mentindo que está sendo abusada. Mulheres disparam tiros de arma de fogo em homens, agridem com objetos pesados, quebrando o braço dele, jogam o carro contra eles, esfaqueiam.
Mulheres usam violência só em autodefesa? Não. Homens atacados por mulheres agressivas contam: “Liguei meu carro, ela colocou o bebê no chão da garagem onde eu não o podia ver, e não podia sair.” “Ela usou cocaína e me esfaqueou na barriga. Não denunciei porque não queria ver a mãe de meus filhos presa”.
Homens vítimas de mulheres abusivas ficam no lar para proteger os filhos da mãe cruel, e porque ela promete mudar e procurar ajuda para o descontrole dela; eles a amam, eles querem ficar com ela, mas sem os abusos. Existem delegacias para crianças, adolescentes e mulheres adultas. Você conhece em nosso país alguma Delegacia do Homem? Mesmo em número muito menor, homens também são violentados por mulheres agressivas no Brasil e no mundo.
Coline Cardi e Geneviève Pruvost no texto “O controle social das mulheres violentas”, citam que o primeiro trabalho científico que ousou combinar o estudo da violência contra mulheres e produzida por elas, foi feito por A. Farge e C. Dauphin. Coline, do Centro de Pesquisas Sociológicas e Políticas na Universidade Paris-VIII, e Pruvost, socióloga do Centro de Pesquisa Sociológica em Direito e Instituições Penais, citam Marie-Élisabeth Handman, antropóloga: “… é necessário dizer que as mulheres não são menos violentas que os homens; simplesmente as causas da violência delas e as formas que elas assumem são usualmente diferentes daquelas dos homens e que o exercício de sua [das mulheres] violência cai dentro das margens deixadas para elas pelos homens.” (Marie-Élisabeth Handman, (Handman, 2003, 73).
Em “Mulheres e Práticas Violentas: Silêncio e Desvelamentos”, do Seminário Internacional Fazendo Gênero, Univ. Fed. de Santa Catarina, Florian., 2013, Claudia Priori, da Universidade Estadual do Paraná, cita Elizabeth Badinter: “[...] do lado feminista, o assunto é tabu. Permanece impensável e impensado tudo aquilo que diminui o alcance do conceito de dominação masculina e da imagem das mulheres vítimas. Quando se fala disso, é sempre da mesma maneira: primeiro, a violência feminina é insignificante; segundo, é sempre uma resposta à violência masculina; por último, essa violência é legítima.” (UFSC 2013), cita Elizabeth Badinter, Rumo Equivocado, O feminismo e alguns destinos, Editora Civilização Brasileira, 2005.
C. Priori afirma: “A ideologia dominante nos discursos e representações é a de uma feminilidade passiva e amistosa em oposição a uma masculinidade ativa e violenta. Um dualismo que coloca a mulher sempre como vítima e o homem sempre como o agressor, o algoz.” www.fazendogenero.ufsc.br/10/resources/anais/20/1384359615_ARQUIVO_ClaudiaPriori.pdf.
“Se queremos que nossa cultura reconheça a capacidade das mulheres para liderança e competição, é hipocrisia negar e minimizar a capacidade das mulheres para a agressão e mesmo maldade. ...É tempo de ver as mulheres como completamente humanas – o que inclui o lado negro da humanidade.”
Cathy Young, “The Surprising Truth About Women and Violence”, [“A Supreendente Verdade Sobre Mulheres e Violência”], Time 25 Junho 2014 http://time.com/2921491/hope-solo-women-violence.
Provérbios 27:15 diz: “O gotejar constante e ruidoso num dia de chuva e uma mulher implicadora [rixosa] têm muito em comum. Conter uma pessoa assim? Seria mais fácil reter o vento ou apanhar um objeto liso com as mãos cheias de óleo.” (versão “O Livro”).
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Cesar Vasconcellos de Souza
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Cesar Vasconcellos de Souza
Saúde Mental e Você
O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.
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