Violência feminina

César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Viu na mídia algo sobre violência feminina contra homens? Não são só homens frágeis vítimas de agressão feminina. Mulheres agressivas dão socos, pontapés nos testículos, beliscões, agridem o homem com ele dirigindo um veículo. Ele se defende bloqueando golpes, porque sabe que se revidassem iriam ferir a agressora.

Há argumentos de que o abusador é maior e mais forte, e a vítima é menor e mais fraca. Alguém de 1,60 de altura, violenta e raivosa pode causar mais dano em alguém de 1,80 de altura não violento. A abusadora não precisa ser grande ou forte para jogar um facão, chicotear, picotar a roupa, chamar a polícia mentindo que está sendo abusada. Mulheres disparam tiros de arma de fogo em homens, agridem com objetos pesados, quebrando o braço dele, jogam o carro contra eles, esfaqueiam.

Mulheres usam violência só em autodefesa? Não. Homens atacados por mulheres agressivas contam: “Liguei meu carro, ela colocou o bebê no chão da garagem onde eu não o podia ver, e não podia sair.” “Ela usou cocaína e me esfaqueou na barriga. Não denunciei porque não queria ver a mãe de meus filhos presa”.

Homens vítimas de mulheres abusivas ficam no lar para proteger os filhos da mãe cruel, e porque ela promete mudar e procurar ajuda para o descontrole dela; eles a amam, eles querem ficar com ela, mas sem os abusos. Existem delegacias para crianças, adolescentes e mulheres adultas. Você conhece em nosso país alguma Delegacia do Homem? Mesmo em número muito menor, homens também são violentados por mulheres agressivas no Brasil e no mundo.

Coline Cardi e Geneviève Pruvost no texto “O controle social das mulheres violentas”, citam que o primeiro trabalho científico que ousou combinar o estudo da violência contra mulheres e produzida por elas, foi feito por A. Farge e C. Dauphin. Coline, do Centro de Pesquisas Sociológicas e Políticas na Universidade Paris-VIII, e Pruvost, socióloga do Centro de Pesquisa Sociológica em Direito e Instituições Penais, citam Marie-Élisabeth Handman, antropóloga: “… é necessário dizer que as mulheres não são menos violentas que os homens; simplesmente as causas da violência delas e as formas que elas assumem são usualmente diferentes daquelas dos homens e que o exercício de sua [das mulheres] violência cai dentro das margens deixadas para elas pelos homens.” (Marie-Élisabeth Handman, (Handman, 2003, 73).

Em “Mulheres e Práticas Violentas: Silêncio e Desvelamentos”, do Seminário Internacional Fazendo Gênero, Univ. Fed. de Santa Catarina, Florian., 2013, Claudia Priori, da Universidade Estadual do Paraná, cita Elizabeth Badinter: “[...] do lado feminista, o assunto é tabu. Permanece impensável e impensado tudo aquilo que diminui o alcance do conceito de dominação masculina e da imagem das mulheres vítimas. Quando se fala disso, é sempre da mesma maneira: primeiro, a violência feminina é insignificante; segundo, é sempre uma resposta à violência masculina; por último, essa violência é legítima.” (UFSC 2013), cita Elizabeth Badinter, Rumo Equivocado, O feminismo e alguns destinos, Editora Civilização Brasileira, 2005.

C. Priori afirma: “A ideologia dominante nos discursos e representações é a de uma feminilidade passiva e amistosa em oposição a uma masculinidade ativa e violenta. Um dualismo que coloca a mulher sempre como vítima e o homem sempre como o agressor, o algoz.” www.fazendogenero.ufsc.br/10/resources/anais/20/1384359615_ARQUIVO_ClaudiaPriori.pdf.

“Se queremos que nossa cultura reconheça a capacidade das mulheres para liderança e competição, é hipocrisia negar e minimizar a capacidade das mulheres para a agressão e mesmo maldade. ...É tempo de ver as mulheres como completamente humanas – o que inclui o lado negro da humanidade.”

Cathy Young, “The Surprising Truth About Women and Violence”, [“A Supreendente Verdade Sobre Mulheres e Violência”], Time 25 Junho 2014 http://time.com/2921491/hope-solo-women-violence.

Provérbios 27:15 diz: “O gotejar constante e ruidoso num dia de chuva e uma mulher implicadora [rixosa] têm muito em comum. Conter uma pessoa assim? Seria mais fácil reter o vento ou apanhar um objeto liso com as mãos cheias de óleo.” (versão “O Livro”).

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Cesar Vasconcellos de Souza

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