O nome de Nova Friburgo significa cidade livre, e o poeta precisa de liberdade para observar a vida e inspirar-se. Aqui, a poesia paira sobre a cidade; sempre e em algum lugar há alguém reverenciando poesia, a relíquia que retira a venda dos olhos através de palavras cuidadas.
Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana

Tereza Cristina Malcher Campitelli
Momentos Literários
Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.
Encontramos preciosidades quando abrimos um livro de literatura, seja em prosa ou poesia, e mergulhamos em suas páginas. Aliás, toda história nos ensina algo porque o autor e o leitor são aprendizes por essência. Vou falar de uma autora brasileira que admiro, Lygia Bojunga, e da sua obra “Paisagem”, publicada em 2006, pela Casa Lygia Bojunga.
A Academia Friburguense de Letras está realizando um Ciclo de Palestras on-line, via Zoom, “Os desafios da Literatura Infantojuvenil” e temas diversos estão sendo apresentados durante as palestras. Ontem, Anna Cláudia Ramos, escritora e Mestre em Literatura, abordou a importância do brincar e do ler durante a infância. Brincar. Sim, brincar. Passear pelo universo do “Faz de Conta” com passos criativos, em que a criança recria suas fantasias e os personagens das histórias que conhece.
“Quando olhares para o céu de noite, eu estarei habitante numa delas e estarei rindo, então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir! Assim, tu te sentirás contente por teres me conhecido”
Saint-Exupéry em O Pequeno Príncipe
O leitor, quando mergulhado numa história, deixa seus olhos deslizarem sobre o texto, sendo capaz de perceber os personagens em seus sentimentos, palavras e ações, contextualizadas em cenas, ricas em circunstâncias a serem por ele captadas e refletidas.
Mas como é possível, a literatura atrair a criança e o jovem, competindo com um universo de situações por eles vividas?
Sim, senhor!, por ser um lugar que cultiva histórias, os ares da Literatura Infantojuvenil invadem a Academia Friburguense de Letras através do Ciclo de Palestras, “Os Desafios da Literatura Infantojuvenil”.
A literatura é um bom local para guardar lembranças e torná-las vívidas. Se as palavras falam de situações fugazes, podem nos trazer o que vivemos em carruagens. O tempo passa, mas as memórias ficam. É o que vou fazer agora, vou trazer a esta coluna, através de um relato, algumas lembranças das minhas amigas de colégio, já que eram tantas que não caberiam num daqueles livros de capa dura do tamanho de almanaque.
Estou com o livro nas mãos “Um grande dia para as escritoras”, idealizado por Giovana Madalosso, sentindo o cheiro das folhas que deslizam com o movimento dos dedos, fazendo os olhos absorverem a vibrante cor rósea misturada com a coral. Deixando-me inebriar ao admirar as 53 fotos de escritoras em várias cidades do mundo, totalizando 2.302 mulheres. As fotos foram tiradas em diferentes lugares das cidades, como praças, escadarias, anfiteatros, museus, prédios históricos, além de tantos outros usados de cenário para o registro de um momento tão feminino e grandioso.
Os amantes usam o tempo para sentirem o prazer de gostar de estar com o outro e, às vezes, são momentos tão agradáveis que parecem eternos. Cecília Meireles, certa vez, poetou “Eu canto porque o instante existe e aminha vida está completa.” A sensação de bem-estar nos invade com ternura, como um véu que nos faz sentir embevecimento por aquilo que estamos fazendo.
A Literatura Infantojuvenil não é, de modo algum, uma historinha para criancinhas. É um texto sério, escrito com para pessoas que estão chegando a este mundo conturbado, cheio de guerras e brincadeiras, fantasia e realidades múltiplas.