Seria uma jornada e tanto, mais do que uma aventura. Um resgate? Ou uma forma de compreender melhor o presente, que é a síntese do que vivemos. Nunca conseguimos compreender com plenitude o presente. Há indagações, questões mal resolvidas, sonhos longe de ser realizados, mágoas. Há várias brechas que tentamos preencher no presente. Enfim... Saber lidar com as dores e os hiatos do passado é uma sabedoria.
Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana

Tereza Cristina Malcher Campitelli
Momentos Literários
Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.
Eis que amanheci o primeiro dia de 2025 pensando no tema com o qual deveria brindar o novo ano. Não precisou de muito tempo para que Júlio Verne (1828 – 1905), romancista francês, dramaturgo e poeta, tomasse conta das minhas ideias. Perguntei-me com certa surpresa: por que voltar no tempo em mais de cem anos se hoje há tantas questões relevantes? A resposta logo me veio com clareza pelo modo como estou vendo o mundo na era da Inteligência Artificial.
Estamos chegando em 2025, e estou mergulhada em reflexões, o que é comum acontecer nesses tempos. Não gostaria de pensar nas coisas que gostaria de adquirir ou alcançar, já que durante anos fiz relações intermináveis de finalidades pessoais, profissionais e materiais.
A arte abraça o Natal com luzes, enfeites, árvores e presépios. Mas a grande beleza está por trás dos nossos olhos, na disposição em apreciar o encantamento que embala cada instante natalino.
A literatura, em todos seus estilos, abraça o Natal. Poesias, contos, romances, crônicas acenam com palavras a comemoração do nascimento de Jesus. Aqui, nesta coluna, vou brindar a cidade de Nova Friburgo pelo modo como está festejando este tempo religioso com tanta criatividade.
O nome é a mais nobre das palavras por traduzir uma identidade, identificar uma personalidade e contar uma história.
Ao fazer literatura, experimentamos situações que emergem do quotidiano, as quais passam despercebidas por serem comuns. E não são! São as mais importantes, mas não a consideramos desta forma sempre que lidamos com ela. O nome. Mesmo possuindo valor inestimável, quantas vezes alguém pergunta meu nome e eu respondo até sem pensar: Tereza. Em quantas situações não considerei, como deveria, o valor do meu nome para minha história de vida? E o de outras pessoas?
Tenho um grupo de amigas desde os primeiros anos de colégio com o qual compartilho, até hoje, uma bela amizade. Semana passada, delas recebi uma mensagem em que algumas letras de músicas eram recitadas e poderiam ser aplicadas a momentos especiais, como a exaltação da amizade, do amor e da saudade. Concluí que as letras continham, além da beleza, a sabedoria simples que pode nos sustentar, esclarecer, estimular. Não é à toa que as pessoas cantarolam músicas, inclusive quando realizam tarefas rotineiras.
Está na minha cabeceira o livro “O que dizem os sonhos: contos escolhidos, adaptados e recontados por Muriel Bloch”. É uma linda e interessante coletânea de sonhos contados desde remotos tempos e que se transformaram em contos. Todas as sociedades são criadoras de enredos, personagens e cenários que vêm tecendo a vida pelos quatro cantos do planeta.
Acho que sou uma pessoa corajosa por ter resolvido ler dois livros de Física, “Einstein: verdadeiras e mentiras”, escrito por Waldon Volpiceli Alves, e “Universo numa casca de noz”, por Stephen Hawking. Como tenho o pensamento voltado para a literatura e busco fundamentos nas Ciências Humanas, como a Filosofia, Psicologia, História, dentre outras, tenho encontrado na Física outras explicações para os fenômenos da natureza e fatos da vida.
Ao ler o livro de contos “Café com broa: histórias de um mascate”, escrito com beleza literária por Tânia Theophilo, encontrei interessantes metáforas. Por que o passado não volta? Quem não guarda essa vontade nos segredos dos sonhos? A vida é cheia de sutilezas não percebidas a olhos vistos.