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Qualidade de vida é o motivo do nosso suor

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Trabalhar para direcionar todos os nossos esforços a fim de proporcionar conforto e segurança é o objetivo de muitos aqui; talvez também seja o seu. A preocupação com o futuro deve, sempre, ser parte de um planejamento financeiro; ainda mais quando o planejamento envolve investimentos. Aqui, a propósito, não me refiro exclusivamente a ativos negociados via mercado financeiro. Apesar de ser o meu mundo, não vou me restringir apenas a estas possibilidades. Afinal, investir é multiplicar; alocar tempo e dinheiro em algo que possa trazer benefícios futuros.

Trabalhar para direcionar todos os nossos esforços a fim de proporcionar conforto e segurança é o objetivo de muitos aqui; talvez também seja o seu. A preocupação com o futuro deve, sempre, ser parte de um planejamento financeiro; ainda mais quando o planejamento envolve investimentos. Aqui, a propósito, não me refiro exclusivamente a ativos negociados via mercado financeiro. Apesar de ser o meu mundo, não vou me restringir apenas a estas possibilidades. Afinal, investir é multiplicar; alocar tempo e dinheiro em algo que possa trazer benefícios futuros.

Contudo, erra quem foca apenas em ganho de capital. Já que o assunto é qualidade de vida no futuro, é importante compreender a necessidade de encontrar novas possibilidades de renda. Aqui, portanto, encontramos a principal dor de quem vê a idade chegar enquanto a energia vai embora: gerar renda sem demanda de tempo. É fazer seu capital pagar seu custo de vida enquanto você pode degustar os prazeres da aposentadoria. O usufruto do capital.

Entretanto, inicialmente – e sem causar nenhuma surpresa – precisamos falar de contextos econômicos e política monetária. Na última quarta-feira, 26, o Copom manteve a taxa básica de juros do Brasil sem nenhuma alteração. Desde o último dia 4 de agosto, a Selic está em 13,75% ao ano e esta semana passamos pela segunda reunião consecutiva sem nenhum reajuste promovido pelo comitê, mantendo o que havia sido comunicado ao mercado nos últimos encontros. O que isso significa para sua qualidade de vida? É mais simples ser bem remunerado pelo seu dinheiro.

E ser bem remunerado pelo seu dinheiro é fundamental, já que – de acordo com algumas pesquisas antigas – mais de 70% dos brasileiros passam por redução da qualidade de vida após a aposentadoria. Outro número muito importante vem do Relatório Global do Sistema Previdenciário 2020, viabilizado pela seguradora Allianz, ao mostrar que apenas 10% das pessoas com mais de 25 anos poupam algum dinheiro para aposentadoria no Brasil. Olhando para o futuro, a única reflexão provocada pelo estudo está acerca da preocupação com a saúde financeira (e, consequentemente, física e mental) dos cidadãos brasileiros.

Se você faz parte dos 90% das pessoas que não planejam o futuro e não poupam nada para a aposentadoria, repense: você pode mesmo contar com o sistema de Previdência Social? O risco da falta de estratégia é enorme. Enquanto jovens vivem seus dias como se fossem o último, o futuro guarda uma longa expectativa de vida e cenários quase cruéis para suas aposentadorias.

Aposentadorias... – diz o escritor que vos escreve em alto tom de ironia e preocupação. Meu objetivo aqui, hoje, é único: provocar a maior reflexão possível para as suas verdades de agora. Você precisa pensar em você. No “futuro você”!

O tempo passa e depois não há como se arrepender. Quanto mais o tempo passa, menos tempo você tem para corrigir as decisões tomadas hoje.

Educação Financeira também é qualidade de vida. Reflita.

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Marcação a mercado agora é regra

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Diante da nova regra da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), estabelecida no início deste ano, bancos e corretoras estão obrigados a mostrar a cotação de negociações no mercado secundário para alguns títulos específicos de Renda Fixa. É o que denominamos como “marcação a mercado”, ferramenta responsável por possibilitar um “preço de tela” variável para determinado ativo (ainda que um título classificado como Renda Fixa).

Diante da nova regra da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), estabelecida no início deste ano, bancos e corretoras estão obrigados a mostrar a cotação de negociações no mercado secundário para alguns títulos específicos de Renda Fixa. É o que denominamos como “marcação a mercado”, ferramenta responsável por possibilitar um “preço de tela” variável para determinado ativo (ainda que um título classificado como Renda Fixa).

A alteração regulatória, a princípio, tem o objetivo de promover maior liquidez aos investimentos e proporcionar novas possibilidades de ganho de capital para investidores. Contudo, antes de entrarmos num conhecimento mais profundo acerca da ferramenta em questão, é importante esclarecer: mesmo com a marcação a mercado fazendo oscilar o valor do seu capital investido, basta segurar o ativo em carteira até sua data de vencimento para ter direito aos critérios de taxas contratadas no momento da compra do título.

Na prática, como vai funcionar?

Títulos corporativos (Debêntures, CRI e CRA) e públicos (negociados via tesouraria da instituição financeira) passam a estar sujeitos à marcação a mercado a partir do dia 2 de janeiro de 2023 para investidores pessoas físicas. Caso você tenha um título público comprado via Tesouro Direto (e não pela tesouraria, como comentei acima) já se deparou com a marcação a mercado através dos Tesouros IPCA+ e Prefixados – aqui, a regra já era vigente.

Por acaso, você já se deparou com rentabilidade acima do esperado ou negativa com investimentos nesses produtos? Pois bem, é a marcação a mercado. Entretanto, ainda que seu investimento apresente essas aparentes “inconsistências”, basta esperar (como disse anteriormente) a data de vencimento para receber todas as taxas contratadas.

Nos detalhes, ainda que as instituições – em maioria – sinalizem a execução da marcação diária, a regra, por sua vez, obriga a marcação minimamente mensal. A propósito, por falar em detalhes, investidores qualificados (com patrimônio acima de R$ 1 milhão em aplicações financeiras) poderão – a princípio – escolher a marcação de seus títulos de acordo com sua preferência: a mercado ou na curva.

Mas, então, como aproveitar essa novidade para explorar ganhos mais significativos em Renda Fixa? Basicamente, a estratégia do investidor precisará contar com as projeções de política monetária, pois agora juros e inflação passam a influenciar ainda mais seus investimentos. Num cenário hawkish (contracionista com alta nas taxas de juros), títulos tendem a ser negociado com valor reduzido dos papéis; neste cenário, a marcação a mercado tende a fazer com que o valor do seu investimento recue – portanto, uma janela de oportunidades para novas compras.

Por outro lado, o contexto dovish (expansionista com queda nas taxas de juros) pode possibilitar a valorização dos preços dos ativos e proporcionar ganho de capital acima da média e, por consequência, fomentar a liquidez do investimento com a maior negociação dos papéis.

Caso tenha comprado seus títulos (apenas os que estarão reféns da marcação a mercado) em cenário hawkish, talvez seja melhor aguardar o vencimento ou novas oportunidades ao longo do tempo para não realizar nenhuma perda financeira; em cenário dovish, talvez você possa aproveitar as oportunidades que surgirem.

Não por acaso, fiz questão de usar o “talvez” repetidamente para fortalecer a ideia de que, apesar das leituras econômicas dentro de projeções monetárias, o mercado é livre para realizar suas negociações como preferir. Portanto, mantenha-se sempre atento às boas oportunidades.

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Perfil de Risco

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Selecionar seus investimentos pode ser mais simples do que parece. Todas as quase infinitas possibilidades de produtos para a sua carteira, podem ser reduzidas ao que você está disposto a vivenciar e isso está diretamente ligado as suas características como investidor. Essas características, por sua vez, têm a ver com o seu suitability: processo implementado por bancos e corretoras para identificar o seu perfil de investidor. É com o perfil definido que sugestões mais assertivas podem ser efetuadas.

Selecionar seus investimentos pode ser mais simples do que parece. Todas as quase infinitas possibilidades de produtos para a sua carteira, podem ser reduzidas ao que você está disposto a vivenciar e isso está diretamente ligado as suas características como investidor. Essas características, por sua vez, têm a ver com o seu suitability: processo implementado por bancos e corretoras para identificar o seu perfil de investidor. É com o perfil definido que sugestões mais assertivas podem ser efetuadas.

Contudo, antes de classificarmos alguns investimentos disponíveis dentro de cada perfil definido pelo suitability, vamos pontuar quais são os pontos considerados nesta pesquisa.

  • Conhecimento e experiência com investimentos;
  • Prazo estipulado de tempo para manter os investimentos
  • Objetivos ao investir
  • Tolerância aos riscos
  • Realidade financeira e necessidades futuras dos recursos
  • Patrimônio e disponibilidade de capital

A volatilidade destas informações, entretanto, faz com que a resposta ao questionário da instituição que custodia seus investimentos seja feita periodicamente a fim de manter a atualização de seu perfil e, consequentemente, investimentos.

O seu perfil vai ser classificado em uma de três possibilidades abaixo:

  • Conservador: investidor averso ao risco e/ou pouco experiente com relação aos seus investimentos. Risco, no mercado financeiro, é a possibilidade de um resultado diferente do esperado no ato do investimento. Por isso as maiores alocações – para este perfil – tendem a ser em produtos de renda fixa e uma pequena parte em fundos de investimentos multimercados e ou ações.
  • Moderado: aqui, há um equilíbrio interessante entre produtos de renda fixa, fundos de investimentos multimercados e ativos negociados em bolsa de valores.
  • Arrojado: para este investidor, a estratégia torna-se mais ativa e, além de pesar as alocações para a renda variável, o investidor pode adquirir produtos diretamente e sem o intermédio de fundos de investimentos; o que diminui custos e potencializa rentabilidade.

Percebe como algo tão simples pode te auxiliar – e muito – na escolha do que pode ser uma possibilidade para as suas necessidades? Seus objetivos são únicos; suas características também. Não saia por aí investindo no que um amigo ou parente te indicou. Você precisa, antes de tudo, se reconhecer como investidor e saber como seus interesses serão refletidos em sua carteira.

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Mais emprego, mais espaço para Educação Financeira

quinta-feira, 06 de outubro de 2022

Observar o contexto econômico ao seu redor é o primeiro passo para atribuir Educação Financeira ao seu dia a dia. A capacidade de interpretar e compreender dados também é fundamental para se posicionar e participar do seu papel cidadão. Sempre busco fomentar, neste espaço, a importância de conhecimentos financeiros como parte de sua formação cidadã.

Observar o contexto econômico ao seu redor é o primeiro passo para atribuir Educação Financeira ao seu dia a dia. A capacidade de interpretar e compreender dados também é fundamental para se posicionar e participar do seu papel cidadão. Sempre busco fomentar, neste espaço, a importância de conhecimentos financeiros como parte de sua formação cidadã.

Educação Financeira depende de acesso a conhecimento; execução dos aprendizados, entretanto, depende de renda. Esta, por sua vez, depende de emprego e esse vai ser o foco do assunto de hoje. Portanto, antes de apresentar dados referentes ao momento econômico que estamos vivendo, é importante darmos um passo atrás e conhecer (se é que você ainda não conhece) alguns institutos e ferramentas responsáveis por tudo o que será mencionado daqui em diante.

Você conhece o Ipea?, o Caged? E a Pnad? O IBGE já te soa mais familiar? No Brasil e no mundo, mapear, calcular e projetar dados é fundamental para a idealização e implementação de toda política pública séria e assertiva. Nosso país, portanto, conta com institutos de pesquisa capacitados para realizar todo este trabalho e divulgar essas informações. Tudo, é claro, possibilitado graças a criação de ferramentas específicas capazes de viabilizar tais estudos.

Dentro do contexto proposto, o IBGE coordena a Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio) e administra os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), por sua vez, elabora a Carta de Conjuntura, um relatório periódico responsável por reunir e elucidar todas as informações econômicas relevantes ao cidadão. É através dessa Carta que nós, especialistas em finanças e mercados, avaliamos o cenário da economia nacional e projetamos resultados de acordo com as políticas públicas propostas. Caso surja interesse profundo, busque pelo documento nos sites de pesquisa e você vai encontrar todo o histórico. Recomendo fortemente.

Nesta carta, alguns itens precisam ser analisados com mais atenção.

O primeiro, por razões óbvias, a Taxa de Desocupação, que chegou em 8,9% em junho de 2022 e alcançou o menor patamar desde o mesmo mês em 2015 – época precedente a principal recessão do Brasil nos últimos anos. Analisar este dado nos leva à conclusão simples de mais vagas sendo oferecidas no mercado de trabalho. Possibilitando a interpretação de, apesar do momento delicado para a política monetária e elevado custo do capital, economia em aquecimento e, consequentemente, maiores expectativas de crescimento do PIB.

As vagas de trabalho também falam bastante sobre a conjuntura, já que são a ferramenta para o aumento do Nível de Ocupação. Em contrapartida aos dados positivos, o salário médio real de admissão – nos mesmos períodos observados – recuou 4,4% e você também pode acessar esta informação através da Carta.

Saber encontrar as raízes da informação é a chave para entender os detalhes de tantos dados. São nestes detalhes que podemos nos especializar e formar pensamentos singulares. Estamos vivenciando um momento oportuno para voltar a crescer, educar e formar cidadãos. Disse no início do texto: executar os conhecimentos exercitados neste espaço depende de renda; e renda só vem com mais empregos e, se possível, mais bem remunerados.

O trimestre encerrado em agosto deste ano também mostrou Taxa de Desocupação em 8,9%, mas meu objetivo não foi apenas repercutir resultados – esse trabalho o jornalismo já faz com êxito. Hoje eu quero te mostrar como você pode compreender todo o sistema de levantamento de dados e divulgação de resultados para interpretar cenários de esfera econômica. Espero ter contribuído.

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Você conhece o Copom?

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

A essa altura, se me acompanha por aqui, você já sabe de cor e salteado o que é o Comitê de Política Monetária (Copom) e quais são suas atividades no contexto econômico. Contudo, ainda que já tenha certa familiaridade com o tema, pode ser importante acompanhar o raciocínio para elucidar ainda mais os conceitos em sua cabeça. Agora, caso já esteja se sentindo perdido, preste bastante atenção porque este conhecimento vai te ajudar a compreender como a dinâmica de política monetária pode influenciar diretamente no seu dia a dia e como você pode usar isso a seu favor.

A essa altura, se me acompanha por aqui, você já sabe de cor e salteado o que é o Comitê de Política Monetária (Copom) e quais são suas atividades no contexto econômico. Contudo, ainda que já tenha certa familiaridade com o tema, pode ser importante acompanhar o raciocínio para elucidar ainda mais os conceitos em sua cabeça. Agora, caso já esteja se sentindo perdido, preste bastante atenção porque este conhecimento vai te ajudar a compreender como a dinâmica de política monetária pode influenciar diretamente no seu dia a dia e como você pode usar isso a seu favor.

 De acordo com o Banco Central, para começarmos pela definição, o Copom tem o objetivo de “estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir a taxa de juros”. Suas competências, portanto, “são definir a meta da Taxa Selic e divulgar o Relatório de Inflação”. É aqui, então, que nossa conversa passa fazer sentido; quando o assunto converge para juros e inflação.

Afinal, quais são esses juros que só o termo é o suficiente para fazer sentido diante do contexto do tema? Aquele sobre qual o Estado está disposto a pagar para financiar suas atividades financeiras. Os juros em questão, talvez já tenha ouvido falar, é a meta da Taxa Selic. Controlando esta ferramenta, o Banco Central é capaz de – entre muitas consequências das atividades do Copom – agir sobre as relações entre oferta e demanda monetárias. Às vezes o dinheiro no seu bolso (os mesmos R$ 10, por exemplo) vale mais, às vezes vale menos: quanto mais alta a Taxa Selic, mais custoso é o dinheiro e maior torna-se o custo de oportunidade sobre o capital. E, por este motivo, ao vermos a Taxa Selic em mínimas históricas num passado ainda bastante recente, o capital migrou para o mercado real e foi um grande incentivo ao empreendedorismo naquela época.

Contudo, é claro, o momento passou também pelo surto global da pandemia do coronavírus e muito se desestabilizou (apesar de ter sido uma ótima hora para o governo emitir seus cheques em benefícios sociais, afinal, o dinheiro estava barato). O destino, como não poderia ser diferente, cobrou caro pela emergência e fez o mundo correr para subir suas taxas de juros: o Brasil viu uma forte escalada da Selic e até a Suíça deixou sua época de juros negativos para bater a marca de 0,5% ao ano.

Consegue absorver a ideia? Juros é ferramenta econômica para manejar a política monetária. Resumidamente, para analisar o momento, esta ferramenta se tornou fundamental para controlar os níveis de inflação. Tudo se encaixa!

No Brasil, a meta da Taxa Selic é divulgada a cada 45 dias pelo Copom. São sempre dois dias de reunião: no primeiro, os chefes de departamento apresentam todas as suas análises técnicas de conjuntura para, enfim, no segundo encontro, deliberar a meta da Taxa Selic por maioria simples de votos. Durante a última semana aconteceu a 249ª reunião do comitê e o anúncio foi de manutenção da taxa em 13,75% a.a. o que sinalizou o possível fim do ciclo de altas e, de acordo com a ata da reunião, “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2023 e, em grau menor, o de 2024.” Ao longo de 2022 ainda teremos mais duas reuniões. Acompanharemos de perto.

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Glossário de crédito

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Como costumo sempre dizer, dominar vocabulário técnico é fundamental para compreender os detalhes de negociações financeiras e manter a sua segurança diante de instituições financeiras. Hoje, especificamente, vamos abordar dez termos ligados ao relacionamento de crédito.

Como costumo sempre dizer, dominar vocabulário técnico é fundamental para compreender os detalhes de negociações financeiras e manter a sua segurança diante de instituições financeiras. Hoje, especificamente, vamos abordar dez termos ligados ao relacionamento de crédito.

Amortização – comumente, dívidas são compostas por juros e valor principal. A amortização refere-se ao pagamento do principal, fazendo com que a dívida seja reduzida ao longo do tempo. Para facilitar a interpretação, precisamos separar em duas partes o valor das parcelas de um produto de crédito: a primeira, cobre os juros da operação, ao passo que a segunda é responsável por amortizar o valor principal e reduzir o valor da dívida contraída.

CET – informada em valor percentual, o Custo Efetivo Total é – como o próprio nome já diz – quanto, de fato, vai custar uma dívida. Aqui, não é informado apenas o valor de juros, mas também é somado todo tipo de custo referente ao produto, como impostos, tarifas bancárias e quaisquer outros encargos embutidos. Portanto, além de comparar juros entre diferentes instituições, estude sempre o CET.

Credor – aquele que concede o crédito ao devedor.

Devedor – aquele que se responsabiliza por uma dívida com o credor.

Dívida – de acordo com a definição do próprio Banco Central, “é a obrigação de pagar algum valor”.

Inadimplência – quando o devedor não assume sua responsabilidade sobre a dívida de acordo com todos as características predeterminadas no momento da contratação, caracteriza-se a inadimplência. O devedor, portanto, torna-se inadimplente.

Juros – o dinheiro tem custos ao longo do tempo. Juros, no caso, são os custos para levar o montante atual a valores futuros e, se for o caso, incluir na taxa o ganho de capital obtido com a operação.

Linha de crédito – o mercado de crédito promove diferentes produtos para diferentes objetivos de seus clientes. Quando os objetivos são semelhantes, uma linha de crédito é identificada. Imagine, por exemplo, que você precisa financiar um imóvel. Neste caso, poderá haver, numa instituição financeira, uma linha de crédito específica para seu objetivo. Outra possibilidade para exercitar a interpretação do conceito, é imaginar as necessidades de um produtor rural para aquisição de insumos ou, até mesmo, indústrias precisando expandir ou renovar suas máquinas: em ambas as possibilidades, haverá no mercado alguma linha de crédito específica para cada uma das necessidades específicas.

Renegociação – quando o devedor se vê em situação de não cumprir o acordo com seu credor e não quer se tornar Inadimplente, há a possibilidade de renegociação da dívida. O objetivo é assumir a responsabilidade da operação para que nenhuma das pontas saia prejudicada da negociação em questão.

Saldo devedor – valor que ainda falta ser amortizado do valor principal.

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“Posso trocar de corretora?”

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

E se, por algum motivo, você quer ou precisa trocar de corretora? O que acontece com seus investimentos? Essa pergunta exige resposta clara, afinal é o seu dinheiro e você precisa ter total controle sobre o que acontece ou deixa de acontecer. Portanto, fica definida como obrigação aos prestadores de serviço de custódia, de acordo com a instrução CVM nº 542, que “o custodiante deve realizar a transferência dos valores mobiliários, bem como dos eventuais direitos e ônus a eles atribuídos, ao custodiante indicado pelo investidor”.

E se, por algum motivo, você quer ou precisa trocar de corretora? O que acontece com seus investimentos? Essa pergunta exige resposta clara, afinal é o seu dinheiro e você precisa ter total controle sobre o que acontece ou deixa de acontecer. Portanto, fica definida como obrigação aos prestadores de serviço de custódia, de acordo com a instrução CVM nº 542, que “o custodiante deve realizar a transferência dos valores mobiliários, bem como dos eventuais direitos e ônus a eles atribuídos, ao custodiante indicado pelo investidor”.

Além disso, o mesmo artigo em questão – no parágrafo seguinte – define que “a transferência dos valores mobiliários a outro custodiante deve obedecer a procedimentos razoáveis, tendo em vista as necessidades dos investidores e a segurança do processo, e deve ser efetuada em, no máximo, dois dias úteis contados do recebimento, pelo custodiante, do requerimento válido formulado pelo investidor”.

Trazer as palavras da CVM para este espaço foi decisão que contou com a necessidade de mostrar a obrigatoriedade, de fato, das corretoras de valores efetuarem toda transferência de custódia solicitada pelo investidor. Contudo, algumas regras específicas precisam ser pontuadas.

Ao falar em prazo de dois dias úteis, estamos nos referindo apenas a valores mobiliários e isso não inclui fundos de investimentos e produtos específicos ofertados apenas pela corretora de origem (instituição cedente). Fundos, por exemplo, têm prazo diferente e pode ser de até 30 dias úteis para completar portabilidade. Ademais, produtos específicos, como operações atreladas a crédito colateralizado, por exemplo, não fazem parte das obrigações de portabilidade da agente custodiante. Portanto, esteja atento ao que compõe sua carteira e estratégia de investimentos antes de iniciar qualquer processo de Solicitação de Transferência de Valores Mobiliários (STVM).

E é sobre estratégia, a propósito, o assunto de agora. Por que você quer mudar de instituição? Por que você precisa efetuar uma STVM? Existem duas possibilidades genéricas que se estendem em muitos pontos específicos, mas geralmente se resumem a produtos oferecidos ou serviços prestados. Sobre produtos, costumam ser motivos cíclicos: por vezes está melhor aqui, por vezes está melhor lá (é claro, comparando instituições concorrentes de qualidades semelhantes). Serviços, por sua vez, é o que mais provoca a necessidade ou vontade da transferência. Afinal, qualidade de atendimento é imprescindível para quem valoriza o próprio patrimônio.

Hoje não vim aqui cheio de informações técnicas e te ensinar o passo a passo de um processo STVM. Vim com o objetivo de te mostrar a possibilidade e, caso esteja pensando nisso, te ajudar a refletir sobre seus motivos. Entender estes pontos é fundamental para tomar sua decisão. Portanto, estude, pense, repense, e escolha a melhor decisão para seu patrimônio. Espero ter contribuído.

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É muito importante conhecer essas palavras

sexta-feira, 09 de setembro de 2022

Conhecer alguns termos técnicos é importante no processo de educação financeira. Vocabulário é fundamental para compreender as mais diversas referências financeiras e, principalmente, estar inserido num contexto em que você possa fazer parte do meio: compreendendo e criticando informações.

Alavancagem: com o objetivo de potencializar resultados, investidores usam determinadas garantias para operar com volume financeiro acima do patrimônio real, podendo resultar em grandes lucros ou prejuízos.

Conhecer alguns termos técnicos é importante no processo de educação financeira. Vocabulário é fundamental para compreender as mais diversas referências financeiras e, principalmente, estar inserido num contexto em que você possa fazer parte do meio: compreendendo e criticando informações.

Alavancagem: com o objetivo de potencializar resultados, investidores usam determinadas garantias para operar com volume financeiro acima do patrimônio real, podendo resultar em grandes lucros ou prejuízos.

Alíquota: valor percentual que incide sobre determinada atividade, geralmente, com finalidade tributária.

Amortização: redução gradual de uma dívida baseada em pagamentos periódicos. Além das taxas de juros, um financiamento calcula um determinado valor a ser pago para reduzir a quantia total da operação.

Ativo e Passivo: ativos são bens ou serviços que agregam rentabilidade; passivos, por sua vez, são bens ou serviços com carga de desvalorização e despesas com o passar do tempo.

CDB: Certificado de Depósito Bancário são títulos emitidos por instituições financeiras. Na prática, ao adquirir um destes títulos, o investidor está emprestando dinheiro em troca de uma rentabilidade pré-definida.

CDI: Certificado de Depósito Interbancário é um dos principais indexadores (taxas de reajustes) dos ativos existentes no mercado financeiro. Taxa de referência para a realização de operações de empréstimos interbancários.

Dividendos: distribuição de parte dos lucros de uma determinada empresa a seus acionistas.

IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, é o índice oficial do Governo Federal para medir inflação.

Liquidez: o período entre investimento e resgate do capital, podendo haver lucro ou não.

Selic: o Sistema Especial de Liquidação e Custódia representa o sistema responsável pelo controle de emissão, compra e venda de títulos públicos federais; fazendo desta taxa, a principal ferramenta de controle inflacionário e outras medidas econômicas.

Se você me acompanha sabe, gosto de trazer determinados conteúdos com certa frequência para estimular o conhecimento e, por consequência, o processo de aprendizagem de novos leitores. A propósito, caso você seja um novo leitor, seja bem-vindo e aproveite este espaço.

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Deflação? Comer continua sendo caro...

sexta-feira, 02 de setembro de 2022

Em tempos de deflação, a comida não para de ficar mais cara. Esta semana, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulgou o resultado do IGP-M de agosto. O resultado, deflação de 0,70% para o período. Para o IPCA, índice oficial de inflação medido pelo IBGE, o mês de julho também foi deflacionário e foi calculado em -0,68% - puxado pelo recorde de deflação com o grupo de Transportes, -4,51%. Ainda assim, enquanto isso, a alimentação – o consumo mais básico – está cada vez menos acessível.

Em tempos de deflação, a comida não para de ficar mais cara. Esta semana, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulgou o resultado do IGP-M de agosto. O resultado, deflação de 0,70% para o período. Para o IPCA, índice oficial de inflação medido pelo IBGE, o mês de julho também foi deflacionário e foi calculado em -0,68% - puxado pelo recorde de deflação com o grupo de Transportes, -4,51%. Ainda assim, enquanto isso, a alimentação – o consumo mais básico – está cada vez menos acessível.

Antes de começarmos nossa conversa sobre o assunto, precisamos voltar um pouco e entender o que são estes índices e quais são suas utilidades. Basicamente, ambos consideram cestas de produtos e serviços comumente utilizados por grande parte da população; quando aplicados numa fórmula, o resultado da medida de inflação. Mas vamos as diferenças.

IGP-M: medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas, o indicador apura informações sobre a variação de preços entre os dias 21 e 20 do mês da coleta. De acordo com a própria instituição, o índice “é utilizado amplamente na fórmula paramétrica de reajuste de tarifas públicas (energia e telefonia), em contratos de aluguéis e em contratos de prestação de serviços.

IPCA: sob responsabilidade do IBGE, o Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor é quem produz o indicador. Medido em meses fechados, do dia 1º ao 30 do mês de referência, o IPCA busca englobar resultados relevantes para famílias com rendimentos de um a 40 salários mínimos.

Contudo, o ponto onde quero chegar precisa destrinchar este assunto e encarar os detalhes individuais do que é medido. Para isso, vamos usar, daqui em diante, apenas o IPCA a partir de agosto de 1999 – mês em que todos os nove componentes do índice passaram a ser medidos simultaneamente.

Numa análise simples de todos estes componentes, o segmento Alimentação e Bebidas lidera os números somando 174,8% de inflação; no mês com a maior inflação do grupo, o índice aferiu 5,85% em novembro de 2002. Pode parecer pouco para quem vivenciou na pele (e no bolso) os tempos de inflação dos anos 80-90, mas é extremamente relevante para economias maduras.

Todavia, a essa altura você pode estar se perguntando: “e por que alimentos?”

Já parou para refletir sobre as extensas cadeias de produção e distribuição de alimentos? Se considerarmos que muitas vezes precisamos cotar em dólares os insumos primários para as cadeias de produção de alimentos, podemos encontrar uma justificativa. A soja, utilizada para a produção de ração animal e o petróleo, para viabilizar combustível para distribuição – ambos comercializados em dólar – podem ser bons exemplos para exercitar a compreensão do cenário. Mas, ainda assim, será que essa justificativa pode ser considerada a verdadeira resposta para um problema social?

Falar e compreender inflação, é fundamental para cobrar e promover políticas públicas. Já que o assunto te interessa (partindo deste princípio, já que está lendo esta coluna), estude. Só o estudo nos proporciona as melhores ferramentas para encontrar as mais assertivas respostas.

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O que é um FII?

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Primeiro de tudo, você sabe o que é um FII?

Na última semana trouxe um texto sobre investimentos imobiliários e algumas possibilidade de fazer bons negócios no setor. Todos sabemos, no Brasil e no mundo, o mercado imobiliário é responsável por atrair investimentos de grande relevância e representam uma parcela relevante do direcionamento de recursos de pessoas físicas – até mesmo por questões culturais.

Primeiro de tudo, você sabe o que é um FII?

Na última semana trouxe um texto sobre investimentos imobiliários e algumas possibilidade de fazer bons negócios no setor. Todos sabemos, no Brasil e no mundo, o mercado imobiliário é responsável por atrair investimentos de grande relevância e representam uma parcela relevante do direcionamento de recursos de pessoas físicas – até mesmo por questões culturais.

Contudo, comprar, construir e alugar diretamente um imóvel não é a única alternativa para direcionar seu patrimônio. Conversamos sobre isso na última semana e, se você não leu, vale a pena voltar lá e conferir.

E para responder a pergunta feita no início desta coluna, FIIs são fundos imobiliários; o foco do assunto de hoje. Chegou a hora de analisar todos os pontos necessários para você estudar e viabilizar seus investimentos neste mercado em ascensão no país.

Participantes (apenas alguns)

- Cotista: você se torna cotista de um FII quando compra suas cotas que, por sua vez, são uma fração do valor patrimonial do fundo.

- Gestor: de acordo com a política de investimentos definida previamente pelo regulamento do fundo, o gestor é o profissional responsável por decidir quais investimentos vão receber as alocações financeiras do fundo.

- Empreendimentos: seja qual for o segmento do fundo (veremos suas distinções adiante), todo investimento realizado por um FII acabará em empreendimentos imobiliários reais. Ou seja, você – de fato – investe em imóveis muitas vezes de primeira linha ao se tornar um cotista destes fundos.

Segmentos

- Fundos de Tijolo: grandes galpões, shopping centers, agências bancárias, hotéis, edifícios comerciais e residenciais; FIIs deste segmento buscam investimentos em ativos reais, concretos, e seu objetivo principal aqui é gerar renda a partir do aluguel destes imóveis.

- Fundos de Papel: Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Letras de Crédito Imobiliário (LCI), entre outros, são exemplos de investimentos deste segmento. Cada um destes ativos mencionados são títulos de dívida negociados por bancos e financeiras, contudo, com lastro no mercado imobiliário. Um CRI, por exemplo, pode representar um título de dívida emitido por alguma construtora ou incorporadora para a construção de um parque industrial. De toda forma, este não é um segmento com investimento direto em ativos reais.

- Fundos Híbridos: aqui, a explicação vai ser breve. Junte as duas possibilidades acima num único FII e você tem um fundo híbrido de investimentos imobiliários.

Compreender o que é o ativo que você está prestes a investir, ou até mesmo já investe, é fundamental para garantir segurança, assertividade e, principalmente, sinergia com a tese dos seus investimentos. Avaliar e identificar boas oportunidades, por outro lado, já é uma habilidade ainda mais complexa e cria profissionais capacitados para a tarefa, é o caso dos analistas CNPI. Contudo, você também pode buscar aprofundar mais os seus conhecimentos e talvez eu traga estas informações em outro momento oportuno. Estou falando de Vacância, Liquidez, Valor Patrimonial, Cap Rate, Dividend Yeld, Portfólio e muitos outros indicadores que vão levar seus investimentos a patamares ainda mais profissionais.

 Mas hoje a gente fica por aqui e na próxima semana voltamos a nos encontrar para mais conteúdos de Educação Financeira. Até lá!

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