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Você conhece o Copom?
Gabriel Alves
Educação Financeira
Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.
A essa altura, se me acompanha por aqui, você já sabe de cor e salteado o que é o Comitê de Política Monetária (Copom) e quais são suas atividades no contexto econômico. Contudo, ainda que já tenha certa familiaridade com o tema, pode ser importante acompanhar o raciocínio para elucidar ainda mais os conceitos em sua cabeça. Agora, caso já esteja se sentindo perdido, preste bastante atenção porque este conhecimento vai te ajudar a compreender como a dinâmica de política monetária pode influenciar diretamente no seu dia a dia e como você pode usar isso a seu favor.
De acordo com o Banco Central, para começarmos pela definição, o Copom tem o objetivo de “estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir a taxa de juros”. Suas competências, portanto, “são definir a meta da Taxa Selic e divulgar o Relatório de Inflação”. É aqui, então, que nossa conversa passa fazer sentido; quando o assunto converge para juros e inflação.
Afinal, quais são esses juros que só o termo é o suficiente para fazer sentido diante do contexto do tema? Aquele sobre qual o Estado está disposto a pagar para financiar suas atividades financeiras. Os juros em questão, talvez já tenha ouvido falar, é a meta da Taxa Selic. Controlando esta ferramenta, o Banco Central é capaz de – entre muitas consequências das atividades do Copom – agir sobre as relações entre oferta e demanda monetárias. Às vezes o dinheiro no seu bolso (os mesmos R$ 10, por exemplo) vale mais, às vezes vale menos: quanto mais alta a Taxa Selic, mais custoso é o dinheiro e maior torna-se o custo de oportunidade sobre o capital. E, por este motivo, ao vermos a Taxa Selic em mínimas históricas num passado ainda bastante recente, o capital migrou para o mercado real e foi um grande incentivo ao empreendedorismo naquela época.
Contudo, é claro, o momento passou também pelo surto global da pandemia do coronavírus e muito se desestabilizou (apesar de ter sido uma ótima hora para o governo emitir seus cheques em benefícios sociais, afinal, o dinheiro estava barato). O destino, como não poderia ser diferente, cobrou caro pela emergência e fez o mundo correr para subir suas taxas de juros: o Brasil viu uma forte escalada da Selic e até a Suíça deixou sua época de juros negativos para bater a marca de 0,5% ao ano.
Consegue absorver a ideia? Juros é ferramenta econômica para manejar a política monetária. Resumidamente, para analisar o momento, esta ferramenta se tornou fundamental para controlar os níveis de inflação. Tudo se encaixa!
No Brasil, a meta da Taxa Selic é divulgada a cada 45 dias pelo Copom. São sempre dois dias de reunião: no primeiro, os chefes de departamento apresentam todas as suas análises técnicas de conjuntura para, enfim, no segundo encontro, deliberar a meta da Taxa Selic por maioria simples de votos. Durante a última semana aconteceu a 249ª reunião do comitê e o anúncio foi de manutenção da taxa em 13,75% a.a. o que sinalizou o possível fim do ciclo de altas e, de acordo com a ata da reunião, “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2023 e, em grau menor, o de 2024.” Ao longo de 2022 ainda teremos mais duas reuniões. Acompanharemos de perto.
Gabriel Alves
Educação Financeira
Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.
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