Mais emprego, mais espaço para Educação Financeira

Gabriel Alves

Educação Financeira

Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.

quinta-feira, 06 de outubro de 2022

Observar o contexto econômico ao seu redor é o primeiro passo para atribuir Educação Financeira ao seu dia a dia. A capacidade de interpretar e compreender dados também é fundamental para se posicionar e participar do seu papel cidadão. Sempre busco fomentar, neste espaço, a importância de conhecimentos financeiros como parte de sua formação cidadã.

Educação Financeira depende de acesso a conhecimento; execução dos aprendizados, entretanto, depende de renda. Esta, por sua vez, depende de emprego e esse vai ser o foco do assunto de hoje. Portanto, antes de apresentar dados referentes ao momento econômico que estamos vivendo, é importante darmos um passo atrás e conhecer (se é que você ainda não conhece) alguns institutos e ferramentas responsáveis por tudo o que será mencionado daqui em diante.

Você conhece o Ipea?, o Caged? E a Pnad? O IBGE já te soa mais familiar? No Brasil e no mundo, mapear, calcular e projetar dados é fundamental para a idealização e implementação de toda política pública séria e assertiva. Nosso país, portanto, conta com institutos de pesquisa capacitados para realizar todo este trabalho e divulgar essas informações. Tudo, é claro, possibilitado graças a criação de ferramentas específicas capazes de viabilizar tais estudos.

Dentro do contexto proposto, o IBGE coordena a Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio) e administra os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), por sua vez, elabora a Carta de Conjuntura, um relatório periódico responsável por reunir e elucidar todas as informações econômicas relevantes ao cidadão. É através dessa Carta que nós, especialistas em finanças e mercados, avaliamos o cenário da economia nacional e projetamos resultados de acordo com as políticas públicas propostas. Caso surja interesse profundo, busque pelo documento nos sites de pesquisa e você vai encontrar todo o histórico. Recomendo fortemente.

Nesta carta, alguns itens precisam ser analisados com mais atenção.

O primeiro, por razões óbvias, a Taxa de Desocupação, que chegou em 8,9% em junho de 2022 e alcançou o menor patamar desde o mesmo mês em 2015 – época precedente a principal recessão do Brasil nos últimos anos. Analisar este dado nos leva à conclusão simples de mais vagas sendo oferecidas no mercado de trabalho. Possibilitando a interpretação de, apesar do momento delicado para a política monetária e elevado custo do capital, economia em aquecimento e, consequentemente, maiores expectativas de crescimento do PIB.

As vagas de trabalho também falam bastante sobre a conjuntura, já que são a ferramenta para o aumento do Nível de Ocupação. Em contrapartida aos dados positivos, o salário médio real de admissão – nos mesmos períodos observados – recuou 4,4% e você também pode acessar esta informação através da Carta.

Saber encontrar as raízes da informação é a chave para entender os detalhes de tantos dados. São nestes detalhes que podemos nos especializar e formar pensamentos singulares. Estamos vivenciando um momento oportuno para voltar a crescer, educar e formar cidadãos. Disse no início do texto: executar os conhecimentos exercitados neste espaço depende de renda; e renda só vem com mais empregos e, se possível, mais bem remunerados.

O trimestre encerrado em agosto deste ano também mostrou Taxa de Desocupação em 8,9%, mas meu objetivo não foi apenas repercutir resultados – esse trabalho o jornalismo já faz com êxito. Hoje eu quero te mostrar como você pode compreender todo o sistema de levantamento de dados e divulgação de resultados para interpretar cenários de esfera econômica. Espero ter contribuído.

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