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Benefícios da humildade para a saúde

quarta-feira, 14 de junho de 2023

No programa dos Doze Passos de AA – Alcoólicos Anônimos, o Passo Sete diz: “Humildemente pedimos a Ele [Deus como cada um concebe] para remover nossas imperfeições.” Imperfeições neste contexto significam defeitos de caráter. Uma coisa é você se submeter a um tratamento físico, por exemplo, desintoxicação alcoólica ou alimentar, e outra é procurar vencer seus defeitos como pessoa que se manifestam pelo seu comportamento. Muitos membros de AA ou outras pessoas se tornam sóbrias, mas continuam orgulhosas.

No programa dos Doze Passos de AA – Alcoólicos Anônimos, o Passo Sete diz: “Humildemente pedimos a Ele [Deus como cada um concebe] para remover nossas imperfeições.” Imperfeições neste contexto significam defeitos de caráter. Uma coisa é você se submeter a um tratamento físico, por exemplo, desintoxicação alcoólica ou alimentar, e outra é procurar vencer seus defeitos como pessoa que se manifestam pelo seu comportamento. Muitos membros de AA ou outras pessoas se tornam sóbrias, mas continuam orgulhosas. Falta nelas um despertar espiritual que as pode levar a entender que será bom também melhorar seu caráter.

Viajo com alguma frequência geralmente para apresentar palestras e algumas vezes uso meu carro para as viagens. Nessa semana estava dirigindo pela rodovia Presidente Dutra em direção a São Paulo. Eu estava na pista da esquerda numa ultrapassagem. Olhei pelo espelho retrovisor e vinha um automóvel piscando os faróis. Não era ambulância, nem bombeiro, nem polícia. Era um indivíduo apressado com um carrão importado.

Claro, tem pessoas que estão apressadas nas estradas porque estão com alguma emergência, mas estou acostumado com este tipo de atitude nas viagens em que um carro atrás de mim vem piscando insistentemente os faróis e lá na frente, ao parar num restaurante ou lanchonete, vejo a pessoa daquele carro tranquilamente tomando um lanche. Então, não era uma emergência que o fazia insistir para eu sair da frente para ele passar. Era arrogância mesmo, falta de humildade, prepotência. O indivíduo ostenta um carrão e quer que todos saiam da sua frente como se ele fosse o dono da rodovia.

Falar de humildade para pessoas assim é tido por elas como xingamento. Elas desdenham a atitude humilde. Mas quando ocorre uma tragédia com elas, algumas se humilham e finalmente admitem que não são deuses. Caem do andor. Muitos confundem humildade com humilhação. Humildade não significa mendigar por misericórdia, mas é o resultado de percebermos que somos todos irmãos como seres humanos, que não somos superiores aos outros. Humilhação tem que ver com você passar vergonha geralmente por ser vítima de abusos de outras pessoas.

O Passo Sete, além de falar em humildade, menciona também o pedir. Pedir a Deus para remover defeitos pessoais de caráter. Alguns têm dificuldade em pedir ajuda. Mas quando descobrimos que nosso conhecimento, nossa capacidade, nossa experiência são limitadas e nos tornamos humildes, então aceitamos que precisamos pedir ajuda. E ela vem e alivia nossa vida.

Este Passo termina com a palavra “imperfeições”. Isto pode significar atitudes criminosas, corruptas no indivíduo, mas em geral tem que ver com defeitos de caráter menos violentos do que estes, como vaidade, inveja, insegurança, tendência de manipular as pessoas, desejos de se exaltar e outros. É muito libertador quando decidimos lutar para vencer estes e outros defeitos de caráter. Permanecer neles é um tipo de prisão, de falta de liberdade, mesmo que renda muito dinheiro.

Se tornar humilde gradativamente é uma força para a vida. Com esta virtude você não precisa competir com os outros. Aceitando ajuda, muitas vezes faz a vida vai ficar mais leve, mais serena e em paz. Ajuda sua imunidade, favorece a recuperação da saúde física, melhora seus relacionamentos. Ao irmos recebendo a humildade porque a queremos, pedimos e praticamos, vamos vencendo, dia a dia, nossos defeitos de caráter, e daí não precisamos ficar piscando os faróis do nosso carro para quem está à nossa frente na rodovia para passarmos com pressa inútil. Ser humilde é aliviante.

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Cesar Vasconcellos de Souza

www.doutorcesar.com

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Além da Psicologia

quinta-feira, 08 de junho de 2023

Existem sofrimentos físicos, como a fratura de um osso, uma doença infecciosa, um enfarto do coração, e muitos outros. Há também sofrimentos mentais, como a depressão, a crise de pânico, a esquizofrenia, dependência química, etc. Outra modalidade de sofrimento é na dimensão social, onde entra a violência social, a corrupção, a poluição sonora e do ar, engarrafamentos de trânsito, entre outros. E existem os sofrimentos de origem espiritual, como a falta de fé, a desesperança, o fanatismo religioso, a opressão e a possessão demoníaca.

Existem sofrimentos físicos, como a fratura de um osso, uma doença infecciosa, um enfarto do coração, e muitos outros. Há também sofrimentos mentais, como a depressão, a crise de pânico, a esquizofrenia, dependência química, etc. Outra modalidade de sofrimento é na dimensão social, onde entra a violência social, a corrupção, a poluição sonora e do ar, engarrafamentos de trânsito, entre outros. E existem os sofrimentos de origem espiritual, como a falta de fé, a desesperança, o fanatismo religioso, a opressão e a possessão demoníaca.

Pensando em que todos nós vivemos nestas quatro dimensões, física, mental, social e espiritual, a saúde, portanto, para ser completa precisa atingir estas áreas. Uma pessoa pode ser saudável fisicamente, sem doença física, mas ser agressivo nos relacionamentos. Neste caso, ele não tem saúde mental boa, embora possa produzir muito dinheiro. Outra pode se relacionar bem com as pessoas, mas não crer em nada, não ter nenhuma fé. Então, ela está também com a saúde capenga.

O físico Albert Einstein disse: “A religião sem ciência, é cega, e a ciência sem religião é manca.” Einstein está dizendo que precisamos de uma visão maior da vida, da ciência, entrando na área espiritual para haver completude. O químico e biólogo Louis Pasteur, desenvolveu a teoria do germe para doenças, criou o processo de pasteurização e vacinas, disse: “O germe não é nada, o solo é tudo.” Ou seja, algo mais do que um germe, que pode ser um vírus ou uma bactéria, é necessário para produzir uma doença. Por exemplo, nem todos os que foram contaminados com o vírus da covid-19 desenvolveram a doença covid. Então, não basta o agente da doença estar presente para a pessoa se enfermar. Ela precisa ter alguma fraqueza sobre a qual o vírus ou a bactéria atua para produzir a doença.

Boa parte dos problemas mentais podem ser tratados com psicoterapia, que é um tratamento baseado em conversas com um profissional treinado, geralmente psicólogo ou psiquiatra, que usa uma técnica de atendimento ou “terapia psicológica”. Mas ao analisarmos de perto os sofrimentos das pessoas que procuram estes profissionais, encontramos algo além do psicológico e que atinge a área espiritual da vida delas.

Por exemplo, alguém pode procurar um tratamento psicológico para crise de ansiedade, e ser orgulhoso, mentiroso, corrupto. Estes defeitos de caráter são do campo espiritual humano. Podemos até encontrar parte da explicação do por que o indivíduo age com prepotência, com mentiras e corrupção em sofrimentos psicológicos talvez na vida dele ao longo da infância. Mas isso não explica tudo. Nem todos que sofreram na infância com pais abusivos, divorciados, dependentes químicos, se tornam orgulhosos, mentirosos e corruptos. Por isso, temos que recorrer aos elementos espirituais para a aquisição de saúde na dimensão espiritual porque os recursos psicológicos não são suficientes para curar estas feridas do caráter.

Interessante que no programa dos AA – Alcoólicos Anônimos de recuperação do alcoolismo, e em outros grupos de ajuda mútua, se utilizam os 12 Passos. Os três primeiros falam sobre a pessoa admitir sua impotência diante do consumo de bebidas alcoólicas, vir a acreditar que um Poder Superior a poderia conduzir para a sanidade e que quem deseja entrar em recuperação, decide entregar sua vontade e sua vida aos cuidados deste Poder Superior, o Deus conforme se concebe.

Troque o álcool por aquilo que pode ser seu problema principal de caráter. Trabalhe para dar estes passos um dia de cada vez, todos os dias, acrescentando a oração consciente, perseverante, usando suas próprias palavras dirigidas, eu diria, ao Criador do Universo. Esta prática favorece a melhora de sua saúde além dos bons cuidados físicos, mentais e sociais que você possa estar praticando.

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Arranje tempo para ser

quarta-feira, 31 de maio de 2023

Apesar de nossa sociedade estar descontrolada, achamos que temos controle, na era digital. Controlar é uma ilusão porque não sabemos e não vemos tudo o que se passa em nosso interior e exterior.

Apesar de nossa sociedade estar descontrolada, achamos que temos controle, na era digital. Controlar é uma ilusão porque não sabemos e não vemos tudo o que se passa em nosso interior e exterior.

Nós, humanos, somos uma raça de progresso, sempre procurando novidades, geralmente melhores. Mas já surge um cansaço na humanidade. “O novo das novidades está ficando desgastado.” (“Simplesmente São – A Espiritualidade da Saúde Mental”, Gerald May, Ph.D., psiquiatra no Shalem Institute, Washington, DC). Todos nós costumamos dizer: “Não tenho tempo!”, ou “Não tiro férias há três anos!”, “Preciso trabalhar mais!”, porém, quando paramos um momento em que não temos nada a fazer, pode surgir um incômodo em nosso peito e uma pergunta bem no meio de nossa mente: “Para quê?”

“Ótimo, você conquistou uma posição de fama, ou de riqueza material, ou de academicismo brilhante. Mas e daí? Qual o sentido disso tudo? Para onde você está sendo levado com isso?” Pode ser que logo a seguir dessa “voz” interior você vá rapidinho fazer algo. Liga a TV, pega o jornal do dia para ler, liga seu celular. Não dá tempo e atenção ao lado sábio e sadio de sua mente que está querendo lhe dizer algumas coisas! Talvez é preciso parar de controlar para viver.

Quando a sanidade em você diz que tudo o que tem feito não preenche necessidades no profundo de seu ser, quando atinge aquela meta tão desejada e pouco tempo após volta o vazio que quer lhe empurrar para uma nova meta, parecendo que o prazer acabou de novo, o que sobra? Boris Beker, que foi número 1 do tênis mundial, abriu seu coração numa entrevista dizendo que muitas vezes ficava no quarto do hotel andando angustiado de um lado para o outro, se perguntando: “E agora que sou o número 1? Que mais?” E afirmou que chegou a pensar em que talvez fosse melhor morrer.

A maioria de nós dá duro para chegar lá. Mas o que é chegar lá? Onde fica este “lá”? Por que quando achamos que chegamos “lá” depois vem a sensação de vazio? Se olharmos profundamente a nós mesmos, podemos concluir que talvez o “lá” é na verdade um estado de ser (existir) relacionado com descansar. Como disse Joseph Conrad: “Aquilo que todos realmente buscam é uma forma, talvez só alguma fórmula, de paz.” (obra citada, p.17).

Parece que este “lá” tem que ver com ser apenas quem você é. Simplesmente ser. Relaxar e ficar bem. Descansar. No evangelho de João, na Bíblia, no capítulo 12, versículo 24, Jesus Cristo disse assim: “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto.” Para chegar “lá” a semente, como disse Jesus, tem que morrer, para poder dar fruto, descanso, paz – se não fica ela só, que pode significar o fazer, fazer, fazer, e assim você nunca chega lá porque sempre há o que fazer. Sempre.

Deixar a semente morrer é abrir mão do controle. Como assim? Veja exemplos de controle: “As coisas têm que funcionar do jeito que quero!”, “Só vou ser feliz se aquela pessoa me amar!”, “Só consigo paz se ganhar mais dinheiro!”, “Só me realizo como pessoa se conseguir aquele título acadêmico!”, “Preciso daquele poder político!”

O “ser” no sentido de existir lhe é dado de graça. O grão de trigo quando é plantado no solo não é ele quem dá a ele mesmo poder de dar fruto, de vir a ser. O que você precisa fazer é permitir entrar num processo de cura, querer isso, buscar isso, abrindo mão do controle e permitir a natureza agir.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Doença de Alzheimer e assistir TV

quarta-feira, 24 de maio de 2023

No site da Harvard Health Publishing foi publicado um artigo em 10 de abril de 2023 com o título: “O menor tempo de TV reduz o risco de demência?”. O autor é o médico Andrew Budson, do Conselho Consultivo Editorial da Harvard Health Publishing, pertencente à Universidade Harvard. Ali é dito que um estudo estimou que metade dos adultos americanos passam de duas a três horas por dia assistindo televisão, com alguns assistindo até oito horas por dia. Isto é bom ou é ruim?

No site da Harvard Health Publishing foi publicado um artigo em 10 de abril de 2023 com o título: “O menor tempo de TV reduz o risco de demência?”. O autor é o médico Andrew Budson, do Conselho Consultivo Editorial da Harvard Health Publishing, pertencente à Universidade Harvard. Ali é dito que um estudo estimou que metade dos adultos americanos passam de duas a três horas por dia assistindo televisão, com alguns assistindo até oito horas por dia. Isto é bom ou é ruim?

Dr. Budson diz que quanto mais tempo você se senta e assiste televisão, menos tempo tem para atividade física. E sabe-se que a prática de atividade física habitual diminui o risco de problemas cognitivos e demência. Se além de gastar muito tempo diante da TV você ainda fica sentado com outras atividades, isto aumenta ainda mais o risco de doenças como a de Alzheimer ou outro tipo de demência.

Será que estando exercitando-se regularmente, assistir televisão ainda é ruim para a saúde? O primeiro estudo científico que sugeriu que a TV ainda é ruim para o seu cérebro foi de 2005. Controlando o ano de nascimento, sexo, renda e educação, os pesquisadores viram que cada hora a mais assistindo TV na meia idade aumentava o risco de doença de Alzheimer de uma a três vezes. E participar de atividades estimulantes intelectualmente e atividades sociais reduziu o risco de desenvolver esta doença.

Em 2018, o estudo do UK Biobank começou a acompanhar cerca de 500 mil pessoas no Reino Unido que tinham de 37 a 73 anos quando foram recrutados pela primeira vez entre 2006 e 2010. As informações demográficas relatadas foram um pouco escassas: 88% da amostra foi descrita como branca e 11% como outra; 54% eram mulheres. Os pesquisadores examinaram o desempenho basal dos participantes em vários testes cognitivos diferentes, incluindo testes de memória visual-espacial, numérica de curto prazo, inteligência, entre outros.

Cinco anos depois, muitos participantes repetiram certos testes. Dependendo do teste, o número de participantes avaliados variou de 12.091 a 114.373. Os resultados deste estudo foram claros. Primeiro, mais tempo de assistir TV estava associado a uma pior função cognitiva em todos os testes cognitivos. E mais importante, o tempo de ver TV também estava ligado a um declínio na função cognitiva cinco anos depois para todos os testes cognitivos. Embora esse tipo de estudo não possa provar que a assistir TV causou o declínio cognitivo, ele sugere que sim. Mas o uso do computador foi associado a melhor função cognitiva e a uma menor probabilidade de declínio cognitivo ao longo do estudo de cinco anos.

Dr. Andrew comenta que em 2022, os pesquisadores analisaram essa mesma amostra do UK Biobank com outra pergunta em mente: o tempo gasto assistindo TV versus o uso de computador daria diferentes riscos de desenvolver demência ao longo do tempo? Suas análises incluíram 146.651 pessoas do UK Biobank, com 60 anos ou mais. No início do estudo, nenhum havia sido diagnosticado com demência. Ao longo de 12 anos, 3.507 participantes foram diagnosticados com demência. Depois de controlar a atividade física do participante: o tempo gasto assistindo televisão aumentou o risco de demência e o tempo gasto usando o computador diminuiu o risco de demência. Os que assistiam mais TV diariamente, mais de quatro horas, tinham 24% mais chances de desenvolver demência. E os que usavam computadores interativamente mais de uma hora por dia como atividade de lazer tinham 15% menos chances de desenvolver demência.

Este médico de Harvard diz que se você assistir mais de uma hora de TV por dia, a recomendação é desligá-la e fazer atividades que são boas para seu cérebro como praticar exercícios físicos, usar o computador, fazer palavras cruzadas, ouvir boa música, participar de atividades sociais e outras cognitivamente estimulantes.

Fonte: https://www.health.harvard.edu

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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A importância da mãe

quarta-feira, 17 de maio de 2023

No último domingo, 14, foi comemorado o Dia das Mães que, na verdade, é todo dia. Quando ela ama seu filho, sua filha, cada dia ela pensa neles. O pai que ama seus filhos também. Apesar de atrasado, quero deixar umas palavras sobre as mães.

O vínculo da mãe com seu filho é poderoso porque é biológico, emocional, relacional e espiritual. Ser mãe amadurecendo é ter uma mentalidade de sacrifício na qual existe o pensamento: que posso fazer para ajudar meu filho, minha filha?

No último domingo, 14, foi comemorado o Dia das Mães que, na verdade, é todo dia. Quando ela ama seu filho, sua filha, cada dia ela pensa neles. O pai que ama seus filhos também. Apesar de atrasado, quero deixar umas palavras sobre as mães.

O vínculo da mãe com seu filho é poderoso porque é biológico, emocional, relacional e espiritual. Ser mãe amadurecendo é ter uma mentalidade de sacrifício na qual existe o pensamento: que posso fazer para ajudar meu filho, minha filha?

A mãe que lida com o estresse em sua função maternal, pode adquirir alívio na medida em que ela pede ajuda para as multitarefas sob sua responsabilidade. Tem gente que assume coisas demais porque pode ter dificuldade em pedir ajuda aos outros. Se você é mãe e está super atarefada, evite assumir tudo sozinha. Se você faz isso porque pensa que seu marido ou outro familiar adulto não fará como você faz, talvez seja melhor aceitar a frustração de que realmente o outro não fará a tarefa igual você faz, mas pedir ajuda assim mesmo para evitar o esgotamento.

Tenha momentos para si mesma, para ler, sair com uma amiga, tirar um cochilo. Algumas mães dizem: “Ah! Meu marido não vai cuidar bem das crianças!”. Sim, ele poderá não cuidar como você cuidaria, mas elas não irão morrer sem sua presença. Outras mães argumentam: “Meus filhos não conseguem ficar sem minha presença.” Neste caso pense que há uma diferença entre “eles vão sentir minha falta” e “eles não aguentam ficar sem mim”. A primeira é verdadeira, mas a segunda não necessariamente.

Sinais de que você pode estar entrando num esgotamento podem ser: cansaço, dores musculares e de cabeça, alterações menstruais, insônia, infecções repetidas, desinteresse sexual, dificuldade de concentração, labilidade emocional (chorar com facilidade), desânimo, pensamento lento entre outros.

Ter contato com outras mães ajuda a ver que elas também têm dificuldades no seu papel materno e possibilita trocar ideias sobre solução de problemas no lar, além de desabafar suas preocupações. Cada mãe precisa se cuidar através de exames médicos como prevenção de câncer de mama, ginecológico e outras questões de saúde. É importante manter o peso adequado, praticar atividades físicas ao ar livre, usar alimentação natural.

Do ponto de vista psicológico a mãe se sentirá melhor ao crer que seus filhos podem aguentar a falta dela quando ela precisar se ausentar. Também é importante colocar limites para as crianças que geralmente exigem muita atenção, querem que a mãe brinque com elas muito tempo, além delas pedirem para comprar coisas como brinquedos e guloseimas.

Se a mãe dá tempo de qualidade para seus filhos, ela não precisa se sentir culpada de ter momentos para cuidar de si. E vai ajudar na saúde geral da mãe se ela dormir bem, delegar tarefas, desabafar com pessoa ética, de experiência e de preferência do mesmo sexo. Ela deve observar seus pensamentos e ver se existem autodepreciação, autodesvalorização e evitar isso. Ajuda também cultivar gratidão, orar e ter convívio em sua comunidade religiosa.

Finalmente, o papel da mãe para com seus filhos é fundamental para a construção do caráter deles. Uma autora com mais livros traduzidos no mundo, escreveu: “Depois de Deus, o poder da mãe para o bem é a maior força conhecida na Terra.” Ellen G White - O Lar Adventista, pág. 240. Use, mãe, este poder para o bem sempre. Se você precisar parar com seu trabalho fora de casa por algum tempo para cuidar do seu filho ou filha, saiba que isto terá consequências positivas para o resto da vida da criança. Você poderá perder dinheiro, mas ganhará a paz e consciência tranquila de ter feito o melhor por seu filho ou filha enfrentar a vida.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Usando pessoas para parar nossa dor

quarta-feira, 10 de maio de 2023

Melody Beattie é uma escritora best-seller norte-americana que publicou vários livros sobre codependência afetiva e recuperação emocional. O texto de hoje tem ideias dela e minhas sobre a tentativa de lidar com nossa dor usando as pessoas.

Melody Beattie é uma escritora best-seller norte-americana que publicou vários livros sobre codependência afetiva e recuperação emocional. O texto de hoje tem ideias dela e minhas sobre a tentativa de lidar com nossa dor usando as pessoas.

Ela comenta que a nossa felicidade não é um presente que uma outra pessoa tem nas mãos dela. Não é uma outra pessoa que pode nos dar ou nos negar o sentimento de bem estar na dependência de como ela se sente. Melody diz: “Aquela caixa lindamente embrulhada com a fita que acreditávamos conter nossa felicidade que alguém estava segurando - é uma ilusão!”

Em vez de ficar esperando ou forçando alguém a tentar interromper sua dor, será melhor encontrar coragem para parar de fazer isso, esperar, enfrentar seu sofrimento, aceitá-lo, lidar com seus problemas, pois isso é um bom passo para a felicidade.

Se alguém está lhe machucando, você tem o direito de dizer para ele ou ela parar de fazer isso e tem a responsabilidade de se proteger para interromper a dor. As pessoas não têm o direito de ficar nos machucando o tempo todo sem que façamos algo para nos livrar disso. Alguns indivíduos toleram coisas ruins por muito tempo por medo de retaliação, medo de ficar sozinhos ou inabilidade em colocar limites.

Quando ficarmos conscientes de que e como estamos tentando usar outras pessoas para interromper nossa dor e criar nossa felicidade, a cura emocional poderá chegar. Quando criança esperávamos de nossos pais ou cuidadores aprovação, elogios, colo, carinho. Isto não vindo deles, procurávamos em outras pessoas. Mas ao crescermos podemos querer repetir esta busca, esta mendigação de afeto justamente colocando nas mãos dos outros, mentalmente, a fonte de nosso bem estar. A verdade é que mesmo que alguém nos ame de verdade, esta pessoa não tem poder de criar em nós paz, felicidade, serenidade, bem estar. Ela pode contribuir para isso, mas não criar isso em nós.

Não coloque nas mãos de outra pessoa a fonte de sua felicidade. As melhores e boas pessoas que você conhece não conseguem fazer isso por você, em você. A serenidade, o bem estar, nossa felicidade, que é um processo, está muito em nossas mãos, não nas mãos dos outros.

O texto de reflexão que a Melody escreveu, termina com uma oração dela que diz assim: “Deus, ajude-me a lembrar que possuo a chave para minha própria felicidade. Dê-me coragem para ficar parado e lidar com meus próprios sentimentos. Dê-me os insights [percepções] que preciso para melhorar meus relacionamentos. Ajude-me a parar de fazer a dança da codependência e começar a fazer a dança da recuperação.”

Saúde mental não é ausência de tristeza, ansiedade, medo, mas é não se apavorar quando sentir isto, é ter paciência consigo mesmo quando sentir isso, e aguentar estas emoções desagradáveis até que elas passem sem se drogar com qualquer coisa, e ter esperança de melhora e recuperação. Não vamos nos iludir com as ideias que ouvimos por aí que propaga que tudo vai correr perfeitamente, que vai chegar o dia em que nos sentiremos perfeitos, tendo o controle de tudo. Isso não é real nessa existência. Precisamos, então, aceitar nossas limitações, aprender que alguns problemas em nossa vida talvez não terão solução, e ter consciência do fato de que podemos estar buscando a irrealidade. Se não pensarmos nestas coisas, possivelmente vamos perseguir a felicidade tentando usar pessoas. E usar é abusar, o que é diferente de pedir ajuda.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Honestidade faz parte da cura

quarta-feira, 03 de maio de 2023

Rose N. Franzblauer foi psicóloga e colunista do jornal New York Post. Ela disse: “Honestidade sem compaixão e compreensão não é honestidade, mas hostilidade sutil.” Tem gente que se diz sincera porque fala tudo o que pensa. Será benéfico isso? Não pode ser uma forma de hostilidade contra aquela pessoa ou grupo social para quem o indivíduo se dirige?

Rose N. Franzblauer foi psicóloga e colunista do jornal New York Post. Ela disse: “Honestidade sem compaixão e compreensão não é honestidade, mas hostilidade sutil.” Tem gente que se diz sincera porque fala tudo o que pensa. Será benéfico isso? Não pode ser uma forma de hostilidade contra aquela pessoa ou grupo social para quem o indivíduo se dirige?

Todos os dias lemos ou ouvimos em jornais, revistas, telejornais notícias cheias de conflito de interesses. Por exemplo, uma rede de TV famosa em nosso país joga dos dois lados. Às vezes faz isso disfarçadamente, outras explicitamente. Quando interessa à sua ambição materialista insaciável, ela fica do lado da direita política. Quando não interessa, ela defende a esquerda. Um nojo. E como afeta a opinião pública! O politicamente correto muitas vezes não é prudência, mas é hipocrisia e faz parte da malignidade.

Certa vez uma amiga budista comentou: “A verdade vai acabando com as minhas mentiras.” E uma pergunta que pode surgir nesse contexto é: você quer a verdade? Precisamos entender que não tem cura pessoal, comunitária, social, política sem verdade. Mas como a verdade pode surgir se, por exemplo, colocam políticos corruptos para serem o chefe de uma comissão parlamentar? Isso equivale colocar um lobo voraz para tomar conta do galinheiro. Não funciona para o bem. Mas isso parece ser feito para se manter a zona de conforto no caldo da corrupção.

Rose Franzblauer diz ainda que “qualquer coisa boa pode ser usada de forma prejudicial ou destrutiva. Toda a nossa recuperação [da saúde mental e por extensão, a de uma nação] é baseada em uma premissa fundamental de honestidade. Mas nossa honestidade se torna distorcida e prejudicial quando não estamos em sintonia com nossas motivações. Um homem que contradiz outros membros do grupo para se sentir superior em vez de ser útil está sendo hostil. Se criticarmos as pessoas sobre coisas que elas não podem mudar, estaremos apenas ferindo-as.”

Muito de nosso comportamento tem que ver com motivações mais inconscientes do que conscientes. Lembra quando você disse alguma palavra e queria dizer outra? Por que saiu a palavra que você não queria? Em psicanálise chamamos isso de “ato falho”. É da mente inconsciente que vem isso. Então, veja que temos uma área de nossa mente desconhecida para nossa consciência. Foi por isso que Jesus disse que é do coração que vem as coisas que machucam a pessoa e a leva a ferir as outras com seus comportamentos. Coração aqui se refere à parte mais profunda da mente e não o órgão em nosso peito que bombeia sangue para todo o corpo.

A psicóloga Rose segue dizendo: “À medida que crescemos, encontramos mais partes de nós mesmos que podem ser prejudiciais. Precisamos aceitar essas partes também, não nos condenar por sermos humanos, não esconder nossos impulsos destrutivos de nós mesmos. Então nossa honestidade conosco e com os outros não será maculada por motivos desonestos.” Interessante isso que ela diz, não é? Quando aceitamos nosso lado maldoso, tendencioso, corrupto, destrutivo, desonesto, quando percebemos que existe isso em nosso caráter, em vez de negar e fugir dessa verdade, aí temos a escolha de pegar um caminho de cura emocional, de honestidade que pode ajudar tanta gente, além de nós mesmos.

Franzbauer termina a reflexão dela com essa oração: “Eu oro por honestidade comigo mesmo primeiro, para que minha honestidade com os outros seja pura.” Eu também. Honestidade faz parte da cura pessoal, comunitária, social, política e espiritual.

(Fonte: Today’s Gift - Touchstones: A Book of Daily Meditations for Men -

hazeldenbettyford.org)

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Aceitando as emoções

quinta-feira, 27 de abril de 2023

Não gostamos de sentir uma emoção dolorosa. A dor psicológica ou emocional não é nada agradável. Porém, é importante aprendermos a aceitar nossas emoções. Para isso acontecer podemos aprender a regular nossas emoções.

A regulação emocional envolve maneiras pelas quais conseguimos nos comportar adequadamente ao sentirmos muita ansiedade ou angústia ou outra emoção. Ela nos auxilia a identificar, entender e aceitar sentimentos. E através da regulação emocional podemos usar estratégias saudáveis para lidar com emoções dolorosas.

Não gostamos de sentir uma emoção dolorosa. A dor psicológica ou emocional não é nada agradável. Porém, é importante aprendermos a aceitar nossas emoções. Para isso acontecer podemos aprender a regular nossas emoções.

A regulação emocional envolve maneiras pelas quais conseguimos nos comportar adequadamente ao sentirmos muita ansiedade ou angústia ou outra emoção. Ela nos auxilia a identificar, entender e aceitar sentimentos. E através da regulação emocional podemos usar estratégias saudáveis para lidar com emoções dolorosas.

Quem consegue regular suas emoções, evita comportamentos impulsivos que ferem a si mesmo e os outros, como a automutilação, se protege para não brigar facilmente usando agressão física ou mesmo verbal, especialmente nos momentos de pressão. O aprendizado de regulação de emoções ocorre ao longo da infância quando a família sabe manejar razoavelmente bem os sentimentos. Este aprendizado por ser perturbado por traumas familiares, pais controladores e agressivos, falta de apego saudável com os pais.

Geralmente temos a tendência de rejeitar sentimentos de tristeza, vergonha, medo. Mas como isto vem na pessoa, ela tenta algo para evitá-los, talvez usando álcool, tranquilizantes, ou drogas como maconha, cocaína e outras, para se sentir melhor. Se você rejeita uma emoção porque ela é desagradável, isto pode piorar sua vida mental. Sentimentos têm uma finalidade. O medo protege, a tristeza faz parte do luto, a vergonha pode indicar que você foi ferido em sua dignidade, a ansiedade excessiva mostra que existe conflito dentro da pessoa que precisa solução.

Em vez de afastar ou reprimir suas emoções você pode aprender a aceitá-las. Isto significa que você permite que suas emoções sejam o que são sem julgá-las ou tentar mudá-las. Elas estão aí em sua mente e têm uma causa para surgirem.

Aceitar emoções não significa que você se acomode a se sentir sempre mal sem fazer nada. Significa que você se torna consciente da emoção, para de brigar com ela e entende que ela irá embora. O que é bom passa. Mas o que é ruim, também passa. Aceitar uma emoção que surge em sua consciência, significa sentar no banco do carona, abandonar as armas e sair da luta. Aceitar nesse contexto, significa pensar que as emoções mudarão. Você aprendeu que pode estar feliz hoje, mas amanhã poderá estar triste e não mais se rebela contra isso. As emoções flutuam e mudam de um momento para outro.

Qual é o sentido de tentar aceitar as emoções? Não seria mais fácil simplesmente se livrar delas? Não é fácil livrar-se das emoções. Ela surge por alguma razão, ela tem uma função. Ela nos ajuda a decidir o que fazer. Devemos nos afastar de alguém? Devemos nos aproximar? Precisamos pedir perdão? É necessário nos proteger de pessoas abusivas? Precisamos chorar por alguma perda importante? Procure pensar no significado desta ou daquela emoção que surge aí na sua mente. Ignorar isso pode nos levar a tomar decisões ruins.

É possível aprender a melhorar a aceitação de suas emoções. Isso não significa que seja sempre fácil. Emoções dolorosas e intensas não são agradáveis, mexem com nossos instintos para tentarmos evitá-las. Com a prática persistente, no entanto, você pode aprender a aceitar mais suas emoções.

Uma estratégia que podemos usar para identificarmos e aceitar melhor nossas emoções pode ser observar nossos pensamentos e emoções sem julgamento. Também a meditação é útil para aumentar a conscientização e a aceitação de experiências emocionais. Você pode meditar, por exemplo, no significado de textos espirituais para sua vida. Outra ferramenta é a psicoterapia que ajuda na aquisição de controle emocional. Fora isso, a oração sincera, feita com concentração, prestando atenção no que você diz, usando palavras espontâneas, favorece a melhora da consciência de si mesmo, de suas emoções e do significado delas.

Fonte: www.verywellmind.com/how-accepting-emotions-can-improve-emotional-health

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Vício em fentanil

quarta-feira, 19 de abril de 2023

Muita gente está ficando viciada em fentanil, um opioide sintético. Opioides são drogas encontradas na planta da papoula que tem ópio. Alguns opioides são feitos da planta e outros, como o fentanil, são produzidos por cientistas em laboratórios.

O fentanil é um poderoso opioide sintético semelhante à morfina, mas 50 a 100 vezes mais potente que ela, sendo feito em laboratórios oficiais e produzido ilegalmente. Como a morfina, é usado para tratar pacientes com dor intensa, especialmente após uma cirurgia.

Muita gente está ficando viciada em fentanil, um opioide sintético. Opioides são drogas encontradas na planta da papoula que tem ópio. Alguns opioides são feitos da planta e outros, como o fentanil, são produzidos por cientistas em laboratórios.

O fentanil é um poderoso opioide sintético semelhante à morfina, mas 50 a 100 vezes mais potente que ela, sendo feito em laboratórios oficiais e produzido ilegalmente. Como a morfina, é usado para tratar pacientes com dor intensa, especialmente após uma cirurgia.

Os opioides sintéticos, incluindo o fentanil, são agora as drogas mais comuns envolvidas em mortes por overdose de drogas nos Estados Unidos, matando em 2021 mais de 70 mil pessoas, ou seja, quase 200 pessoas por dia. O risco de overdose por abuso do fentanil é bem maior comparado com outras drogas. O fentanil é muito letal, bastando 2 miligramas para levar à morte. A atuação no corpo é rápida e o efeito também passa rápido. Nos Estados Unidos se compra em farmácias com receita, e no Brasil só é usado em hospitais. O fentanil existe na forma de injeção, como adesivo para a pele, ou pastilhas. A droga ilegal é vendida como um pó, em conta-gotas ou sprays nasais ou em pílulas.

Traficantes de drogas estão misturando fentanil com outras drogas, como heroína, cocaína e anfetaminas. Fazem isso porque basta pouca dose para produzir um “barato” com fentanil, tornando-a uma opção mais barata. Isso é arriscado quando se tomam drogas sem perceber que podem conter fentanil.

Como a heroína, a morfina e outras drogas opioides, o fentanil funciona ligando-se aos receptores opioides em áreas do cérebro que controlam a dor e emoções. Após tomar opioides muitas vezes, o cérebro se adapta à droga, diminuindo sua sensibilidade, tornando difícil sentir prazer com qualquer coisa além da droga, assim as pessoas se viciam e a busca e uso de drogas tomam conta de suas vidas.

Efeitos do fentanil incluem: sensação de felicidade; sonolência; náusea; confusão; constipação; sedação; problemas para respirar, inconsciência. Na overdose de fentanil a respiração diminui ou para, pode diminuir a quantidade de oxigênio no cérebro, podendo levar a um coma, danos cerebrais permanentes, e morte.

Traficantes de drogas misturam o fentanil com outras drogas para aumentar os lucros, tornando difícil saber qual droga está causando a overdose. A naloxona é um medicamento que pode tratar overdose de fentanil quando administrado imediatamente. Mas o fentanil é mais forte do que outras drogas opioides, como a morfina, e pode exigir várias doses de naloxona. Os que recebem naloxona devem ser monitorados por mais duas horas após a última dose de naloxona para garantir que a respiração não diminua ou pare. Também se usa a naltrexona, a metadona e a buprenorfina.

Viciados em fentanil que param de usá-lo podem ter sintomas graves de abstinência começando algumas horas após a última tomada da droga. Estes sintomas incluem: dor muscular e óssea; problemas de sono; diarreia e vômitos; ondas de frio com arrepios; movimentos incontroláveis das pernas, fissura pela droga.

Terapias comportamentais para o vício em opioides como o fentanil podem ajudar as pessoas a modificar suas atitudes e comportamentos relacionados ao uso de drogas, aumentar as habilidades saudáveis para a vida e ajudá-las a manter sua medicação. Essas abordagens de tratamento comportamental provaram ser eficazes, especialmente quando usadas junto com medicamentos.

Fonte: https://nida.nih.gov/publications/drugfacts/fentanyl

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Uso de telas por crianças e adolescentes

quinta-feira, 13 de abril de 2023

Crianças podem gastar tempo demais com telas, seja celular, TV, tablet, computador. Alguns argumentam que por se tratar de uma geração diferente, não tem nenhum problema isso. Será verdade?

Crianças podem gastar tempo demais com telas, seja celular, TV, tablet, computador. Alguns argumentam que por se tratar de uma geração diferente, não tem nenhum problema isso. Será verdade?

Vemos notícias em redes de TV e rádio e artigos de jornais, falando dos supostos benefícios de videogames e desenhos animados para o crescimento mental das crianças e jovens. Mas isto é falso, e só interessa às indústrias do entretenimento. Dra. Natália Biagi, psiquiatra infantil com formação na Universidade de Campinas explica: “Não existe comprovação científica de que as crianças estão mais criativas, inteligentes, curiosas e ágeis por conta da tecnologia.”

Quanto mais cedo uma criança se acostuma às telas, mais chances ela tem de se tornar usuária frequente. Os primeiros anos de vida são fundamentais para aprendizagem e amadurecimento cerebral e as telas privam as crianças de vários estímulos e experiências essenciais com difícil recuperação depois.

Dra. Natália diz: “Estar presente quando a criança está na tela ou sentada ao lado dos pais que estão no celular não é interação de qualidade. Nosso cérebro é bem menos sensível a uma representação de vídeo do que uma presença humana efetiva. Para cada hora passada diante da tela durante a semana, um bebê de 18 meses perde 52 minutos de conversa com seus pais.”

A psiquiatra infantil continua: “A utilização de smartphone provoca menor envolvimento dos pais e um modo de interação mais mecânico. Uma pesquisa mostrou que crianças de 18 meses para cada meia hora passada com um aparelho digital portátil multiplicava por quase 2,5 a probabilidade de apresentar atraso na linguagem. Com a TV, o risco era quadruplicado com consumo maior que duas horas diárias. A criança precisa que falem com ela, que suas palavras sejam solicitadas, que seja encorajada a nomear os objetos, estimulada a organizar suas respostas, que lhe contem histórias e a convidem a ler.”

Quanto ao uso de telas por adolescentes e pré-adolescentes as telas recreativas têm impactos nocivos mensuráveis a partir de 60 minutos de utilização diária. Já que o crescimento cerebral segue até o início da vida adulta, na adolescência há muita vulnerabilidade para aquisição e desenvolvimento de transtornos de dependência. Para cada “like” que o jovem recebe, dopamina pode ser liberada causando a sensação de prazer e pode viciar.

Crianças e jovens que gastam muitas horas com telas podem ter obesidade por causa do sedentarismo, problemas com sono, memória, aprendizagem, desatenção, impulsividade e sintomas depressivos. E os que especialmente se expõem a jogos violentos, podem copiar modelos agressivos e repeti-los na vida de alguma forma, como vemos notícias de jovens portando armas e atacando colegas e professores em escolas. Os videogames favorecem uma atenção dispersa, exatamente o contrário da atenção necessária à aprendizagem no contexto escolar.

Às vezes os pais querem limitar o uso de telas em seus filhos, quando eles não se controlam nisso, gastando muitas horas com TV, celular, tablet, computador. É bom lembrar que crianças podem imitar o comportamento descontrolado dos pais.

Dra. Natália dá estes conselhos: retire telas do quarto de dormir, desligando tudo pelo menos uma hora e meia antes de dormir; explique a razão da colocação dos limites (cérebro em formação, telas minam a inteligência, perturbam o desenvolvimento do cérebro, prejudicam a saúde, favorecem a obesidade, interferem no sono); estabeleça regras/limites quanto ao tempo de duração máxima semanal ou diária.

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que até pelo menos dois anos de idade não se deve permitir crianças terem acesso ao uso de telas. Melhores estímulos para as crianças são a leitura, o pai ou mãe podem ler e contar histórias para elas, musicalização, esportes não competitivos, desenhar com lápis e papel, escrever, contato com a natureza, brincadeiras com estímulos sensoriais, contato social de alta qualidade. É iImportante também ter a supervisão de um adulto durante uso das telas por crianças e mesmo jovens, cuidando do conteúdo.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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