Por que sinto tanta ansiedade?

César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

quarta-feira, 24 de abril de 2024

Todos nós temos ansiedade, mas nem todo mundo tem ansiedade excessiva. Ansiedade excessiva pode ter como causa conflitos que a pessoa viveu no passado, na infância e adolescência e que ainda perturbam hoje e também tem como causa situações traumáticas na vida adulta. Junto disso se a pessoa tem o que chamamos de ansiedade traço, isto significa que ela já nasceu com uma tendência para ser mais ansiosa do que o normal. Se você pensar em desde quando se sente ansioso e verificar que é desde pequeno, então possivelmente você tem ansiedade traço.

Mas se quando era criança, até uns 10 anos de idade, você reconhece que não era ansioso, então possivelmente a causa ou as causas das crises de ansiedade devem ser relacionadas com situações estressantes para você na vida adolescente e adulta. Analise e pense o que pode estar produzindo isso e tente ver uma saída para aquilo que gera conflito hoje. Talvez você vai precisar colocar limites para pessoas abusivas, talvez vai precisar aprender a pedir ajuda em vez de tentar fazer tudo sozinho o tempo todo, talvez vai ser necessário perdoar os que te feriram e talvez continuam ferindo, além de perdoar a si mesmo por seus erros.

Algumas vezes alguém pode ter crises de ansiedade nem tanto relacionadas com conflitos importantes com pessoas, mas como consequência de uma forma de pensar que interpreta as coisas de maneira negativa, trágica, pessimista ou contra você. Pense bem e procure entender. Se for isso, ou seja, se sua ansiedade excessiva for consequência de um jeito de pensar negativo que predomina em sua mente, então a solução tem que ver com treinar o cultivo de pensamentos otimistas, de gratidão, de esperança, de perdão, de autoproteção em vez de autoataque, autodepreciação ou autodesvalorização.

Ansiedade exagerada pode ser sinal de que tem coisas em sua vida de relacionamentos consigo mesmo, com os outros, com a vida, com Deus, que necessitam correção, ajuste, aceitação ou modificação. Faça perguntas para si mesmo, como: Tenho dificuldade em dizer o que penso e por isso engulo um monte de coisas que seria melhor serem faladas? Sinto muito medo de magoar as pessoas e por isso me anulo? Sei colocar limites? Admito minha impotência em algumas coisas ou finjo que posso tudo? Me pego com frequência me autodepreciando? Tenho impaciência e irritabilidade e não estou trabalhando nisso para melhorar e por isso me deixo levar pela emoção? Vivo reclamando da vida em vez de olhar o que é bom e o que funciona bem?

Dependendo de como você responde estas questões, pode indicar que existe ansiedade exagerada ligada àquilo que é sua dificuldade numa das situações que citei. Portanto, fazendo o possível para resolver, melhorar, mudar a situação que você crê ser hoje a pior em termos de produzir ansiedade, você poderá se sentir melhor, a ansiedade diminuirá, talvez não a curto prazo, e talvez não haverá necessidade de medicação para este desconforto emocional.

Pense nisso. Analise o que vai mal em sua vida e que dá para você tomar uma atitude para mudar. Reflita para ver o que está produzindo tensão, ansiedade, e veja o que dá para começar a fazer para mudar, ajustar, melhorar, interromper, corrigir. Dê um primeiro passo e vamos ver o que acontecerá. A gente muda quando a gente muda. E quando você muda sua atitude de pior para melhor, surge alívio da ansiedade.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

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