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Jubileu 2025 - Ano Santo e processos sinodais

terça-feira, 07 de janeiro de 2025

O ritmo intenso da vida pastoral durante o Ano Santo de 2025 poderá ajudar o desenvolvimento de um trabalho coletivo de reflexão e renovação das comunidades que inicie ou consolide processos sinodais nas dioceses. Um belo desafio para o Jubileu.

O ano 2024 entrega para o futuro a marca profunda que o Sínodo deixou em todos os que viveram intensamente o processo. Foram três anos de caminho em conjunto (2021-2024), num movimento que envolveu milhões de pessoas em todo o mundo.

No Jubileu iniciar processos sinodais

O ritmo intenso da vida pastoral durante o Ano Santo de 2025 poderá ajudar o desenvolvimento de um trabalho coletivo de reflexão e renovação das comunidades que inicie ou consolide processos sinodais nas dioceses. Um belo desafio para o Jubileu.

O ano 2024 entrega para o futuro a marca profunda que o Sínodo deixou em todos os que viveram intensamente o processo. Foram três anos de caminho em conjunto (2021-2024), num movimento que envolveu milhões de pessoas em todo o mundo.

No Jubileu iniciar processos sinodais

O fruto desse caminho são as conclusões condensadas no Documento Final do Sínodo publicado no dia 26 de outubro de 2024 e que foi aprovado nos seus 155 pontos.

Com o tema “Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão e missão”, na segunda e última sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, em Roma, participaram 368 membros com direito a voto, dos quais 272 eram bispos. E à imagem do que aconteceu na primeira sessão em 2023, mais de 50 votantes foram mulheres, entre religiosas e leigas de vários países.

O tempo agora é de recepção e aplicação das conclusões do Sínodo. O ritmo intenso da vida pastoral durante o Ano Santo de 2025 poderá ajudar no desenvolvimento de um trabalho coletivo de reflexão e renovação das comunidades que inicie ou consolide processos sinodais nas dioceses. Um belo desafio para o Jubileu.

Uma iniciativa que pode ser inspiradora de dinamismos nas dioceses é a Assembleia Mundial “Párocos pelo Sínodo”, que aconteceu em Roma, de 29 de abril a 02 de maio de 2024 sobre o tema “Como ser uma Igreja local sinodal em missão”.

Voltar à fonte que é Deus para evitar o clericalismo

Participou deste evento o padre António Bacelar, pároco na cidade da Maia, em Portugal. Para o padre “não há caminho sinodal, sem a contínua conversão de cada um. Vamos à fonte e a fonte é Deus”, afirma.

“O andamento do Sínodo é o andamento da Igreja, porque a Igreja é Sínodo e o Sínodo é Igreja. O que compartilhei com os colegas que faziam parte do meu grupo é que não há Igreja, não há caminho sinodal, sem a conversão contínua de cada um. Isto é, sem o irmos à fonte e a fonte é Deus. No caminho sinodal se toca algo, que às vezes pode ficar distante do nosso cotidiano, é que a Igreja é de Deus. E este de Deus não é um ornamento. É aquele que a conduz, que a inspira, que a leva. E o caminho sinodal me parece que traz esse fruto: eu sempre vejo esse nos reconduzir à fonte e celebrar e construir a Igreja por Aquele que de fato a conduz e que é Deus. E isso se desdobra na história, nas culturas diferentes, nas dificuldades que muitas vezes uma Igreja muito em volta da hierarquia e dos padres, pode constituir uma dificuldade. Quando se fala do clericalismo, fala-se da tentação por parte dos padres, mas também da parte dos leigos. Trata-se de uma conversão de mentalidade de que o Sínodo é um passo muito importante”, ressalta o padre Antônio Bacelar.

Fazer harmonia na Igreja para que ninguém fique de fora

Recordemos que o Papa Francisco disse no seu discurso de encerramento do Sínodo em outubro de 2024 que a pluralidade das diferenças encontradas durante o caminho sinodal deve ser vivida em harmonia. Pediu que ninguém fique de fora, pois Deus é para todos.

“Todos, na esperança de que não falte ninguém. Ninguém fique de fora! Todos! E a palavra-chave é esta: a harmonia, que é obra do Espírito; a Sua primeira manifestação forte, na manhã de Pentecostes, é harmonizar todas aquelas diferenças, todas aquelas línguas, todas aquelas coisas… Harmonia!”, assinalou o Santo Padre.

Francisco apelou para uma Igreja sem muros. “Quanto mal os homens e mulheres da Igreja causam quando erguem muros! Não devemos nos comportar como ‘dispensadores da Graça’ que se apropriam do tesouro, amarrando as mãos do Deus misericordioso”, disse o Santo Padre.

O Papa ainda deixou uma indicação literária com a sugestão de um poema da escritora francesa Madeleine Delbrêl, “a mística das periferias”, ressaltando uma ideia: “acima de tudo, não seja rígido”.

O Papa assinalou que a rigidez é um pecado que tantas vezes também afeta “os clérigos, os consagrados e as consagradas”. Uma chamada de atenção do Santo Padre para que o Documento Final desta assembleia sinodal seja acolhido com abertura.

Francisco anunciou a sua intenção de não publicar uma exortação apostólica, algo que acontece pela primeira vez, mas que está previsto na  constituição apostólica 'Episcopalis Communio', sobre o Sínodo dos Bispos, publicada em 2018, pelo Papa Francisco.

Palavras e atos na recepção do Documento nas dioceses

Entretanto, Francisco alertou os participantes no Sínodo para a necessidade de tornar acessível, os conteúdos do Documento Final, em especial com o “testemunho da experiência vivida”.

“A igreja sinodal para a missão precisa, agora, que as palavras partilhadas sejam acompanhadas de atos”, assinalou o Papa.

Abre-se, assim, um novo tempo no qual, como disse o Papa, as palavras compartilhadas devem ser acompanhadas de ações. Ou seja, a recepção das conclusões nas dioceses, que é a terceira fase do Sínodo, não deve ficar apenas na leitura e reflexão do Documento Final, mas será necessária uma criatividade reforçada na difusão das informações produzidas nesta sessão sinodal.

Destaque especial para o método sinodal da “Conversação no Espírito” que no número 45 do Documento Final ficamos sabendo que “a sua prática tem suscitado alegria, espanto e gratidão e tem sido experimentada como um caminho de renovação que transforma as pessoas, os grupos e a Igreja”, pode-se ler no Documento.

Documento Final faz parte do magistério pontifício

No passado dia 25 de novembro, o Papa Francisco pronunciou-se através de uma Nota de Acompanhamento do Documento Final do Sínodo, afirmando que este tem valor como “magistério pontifício”. O Santo Padre sublinhou a necessidade da implementação do Documento Final do Sínodo nas comunidades católicas.

“O documento final faz parte do magistério ordinário do sucessor de Pedro [o Papa] e, como tal, peço que seja aceito. Ele representa uma forma de exercício do magistério autêntico do bispo de Roma que tem algumas características novas, mas que, de fato, corresponde ao que tive a oportunidade de apontar em 17 de outubro de 2015, quando afirmei que a sinodalidade é a estrutura interpretativa apropriada para entender o ministério hierárquico”, pode-se ler na nota.

O discurso a que se refere o Santo Padre foi proferido por ele no 50º aniversário da instituição do Sínodo dos Bispos.

Em Portugal está marcado para o dia 11 de janeiro em Fátima, por iniciativa da Conferência Episcopal Portuguesa, um encontro nacional sobre o Sínodo. Laudetur Iesus Christus.

Fonte: Vatican News

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Saúde a pé

terça-feira, 07 de janeiro de 2025

Caminhada em ritmo acelerado, com mais de dois mil passos, reduz o risco de doenças

 

As revistas científicas JAMA Internal Medicine e JAMA Neurology apresentaram um estudo que estima que uma caminhada com dois mil passos pode reduzir o risco de morte prematura entre 8% e 10%. Já a partir de 3,8 mil passos, o risco de demência apresentou redução de 25%. Os que atingem 9,8 mil passos podem reduzir em 50% o risco de demência, câncer e doenças cardíacas.

Caminhada em ritmo acelerado, com mais de dois mil passos, reduz o risco de doenças

 

As revistas científicas JAMA Internal Medicine e JAMA Neurology apresentaram um estudo que estima que uma caminhada com dois mil passos pode reduzir o risco de morte prematura entre 8% e 10%. Já a partir de 3,8 mil passos, o risco de demência apresentou redução de 25%. Os que atingem 9,8 mil passos podem reduzir em 50% o risco de demência, câncer e doenças cardíacas.

Outra questão analisada pelo estudo foi a questão do ritmo dos passos durante a caminhada. De acordo com a pesquisa, andar rápido gera diversos benefícios adicionais para saúde, como melhora da circulação sanguínea e aumento da resistência do pulmão.

Mas para que a caminhada atinja os objetivos de benefícios para a saúde, é preciso cuidar do protagonista dessa atividade: os pés. O presidente da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé), Luiz Carlos Ribeiro Lara, destaca a importância da caminhada para a saúde como um todo, mas alerta para alguns cuidados com a saúde dos pés. O uso de um calçado impróprio para a atividade, por exemplo, pode ocasionar dores e, em alguns casos, até lesionar o pé ou tornozelo.

Saber o tipo de pisada também é importante, para utilizar o modelo de tênis adequado. “O tipo de pisada varia de acordo com o formato dos pés. Pés planos têm um arco medial mínimo ou ausente e são muito flexíveis durante a marcha, necessitando de calçados com mais suporte. Os pés cavos possuem arcos mais altos e são mais rígidos, necessitando de calçados com mais amortecimento. Já no pé normal, a porção mais alta do arco tem, aproximadamente, um dedo de altura. Para verificação correta, o ideal é procurar um médico especialista para identificar o seu tipo de pisada”, explica o especialista.

O médico ainda lembra que, antes da caminhada, é fundamental alongar-se sem pressa e após a atividade também. Em casos em que a pessoa sinta dores nos membros inferiores durante ou depois da caminhada, o presidente da ABTPé salienta que um médico especialista em tornozelo e pé seja procurado rapidamente. “A maioria das lesões são facilmente tratadas e requerem menor tempo de afastamento das atividades, se abordadas no seu início”, conclui.

A Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé) foi fundada em 1975 com a missão de unir a classe médica na especialidade, além de estimular o intercâmbio de informações científicas, fomentando a educação continuada entre os especialistas de pé e tornozelo no Brasil. Também tem a responsabilidade de esclarecer a população sobre os temas relacionados à especialidade.

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Tradicionais caminhada ou corrida são trunfos na prevenção de diversas doenças, aponta estudo
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2025 VEM AÍ...

sábado, 04 de janeiro de 2025

        O ano de 2024 reservou mais alguns grandes momentos para o esporte de Nova Friburgo, e A VOZ DA SERRA trouxe alguns deles durante a sua retrospectiva nos últimos dias. Como sempre, as projeções para o ano que começou nesta quarta-feira, 1º de janeiro, são de otimismo e crescimento do desporto municipal, em todos os seus níveis. Atletas e instituições friburguenses irão representar o município nos variados eventos e competições, sempre com a esperança por desempenhos destacados – algo que tem sido praxe nos últimos tempos - e bons resultados.

        O ano de 2024 reservou mais alguns grandes momentos para o esporte de Nova Friburgo, e A VOZ DA SERRA trouxe alguns deles durante a sua retrospectiva nos últimos dias. Como sempre, as projeções para o ano que começou nesta quarta-feira, 1º de janeiro, são de otimismo e crescimento do desporto municipal, em todos os seus níveis. Atletas e instituições friburguenses irão representar o município nos variados eventos e competições, sempre com a esperança por desempenhos destacados – algo que tem sido praxe nos últimos tempos - e bons resultados.

        Mantendo a tradição, listamos dez diferentes oportunidades que o esporte de Nova Friburgo terá para continuar escrevendo capítulos vitoriosos e históricos.

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    Depois de um 2024 com gosto de que poderia ter sido melhor, o Friburguense terá novamente a disputa da Série B1 do Campeonato Carioca como compromisso no futebol profissional. A competição deve ter início apenas em meados de agosto ou setembro, gerando um novo longo hiato, algo que vem se repetindo nesses últimos anos. Contudo, com planejamento e apoio das empresas da cidade, como começou a ocorrer já no fim do ano passado, o Tricolor da Serra poderá, enfim, conquistar o acesso para a 2ª divisão do futebol carioca. E, a partir daí, começar a projetar o seu retorno à elite e também ao cenário nacional. (foto divulgação)

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    No auge dos seus 38 anos de idade, Edson Barboza está pronto para novos desafios que estão por vir no UFC. Inclusive há um novo desafio previsto para o atleta em fevereiro, como A VOZ DA SERRA irá detalhar em suas próximas edições. Na organização desde 2010, Edson Barboza disputou 30 lutas, venceu 18 e perdeu 12 vezes. (foto divulgação)

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    A Prefeitura de Nova Friburgo deve publicar os nomes dos contemplados com o Bolsa Atleta Municipal de 2025, em breve. Após contemplar o total de 26 desportistas durante este ano, há promessa de ampliação do programa, com mais recursos e contemplados. A Câmara Municipal, inclusive, aprovou algumas mudanças no programa. (foto divulgação)

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    Certamente Nova Friburgo continuará olhando com carinho e acompanhando as equipes de Futebol de Mesa da cidade. Seja o Nova Friburgo Futebol Clube, a agora quarentona AFFM / Friburguense ou outra equipe, o município disputará algumas das principais competições estaduais e nacionais, sempre representado por seus talentosos botonistas. (foto divulgação)

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    No ciclismo, há sempre a expectativa pela realização de, pelo menos, três grandes eventos na cidade. O Montanha Cup, GP das Montanhas e Route MTB devem fazer novamente parte do calendário esportivo municipal, que tem tudo para, quem sabe, ganhar novos eventos, inclusive de outras modalidades que reúnem os apaixonados por velocidade sob duas rodas. (foto divulgação)

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    No futebol amador, as competições seguirão movimentando praticamente todos os cantos de Nova Friburgo. Campeonatos de bairros, distritos e regiões vão reunir centenas de atletas amadores, gerando renda para os mesmos e movimentando a economia das localidades que recebem os jogos. A Supercopa SAF, por exemplo, deverá ter a sua edição de número 10, que promete ser histórica. (foto divulgação)

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    O ano de 2024 foi especial para o futsal em Nova Friburgo. Sede da preparação da Seleção Brasileira hexacampeão do mundo, o município também observa o crescimento da modalidade entre os mais jovens, tendo o Friburguense liderando esse movimento. Por que não pensar na possibilidade de começar a desenvolver o futsal a nível profissional em Nova Friburgo? Fica o desafio para 2025... (foto divulgação)

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    Em franco crescimento, a prática esportiva eletrônica ganhou sua regulamentação em Nova Friburgo, através de projeto de lei, de autoria do vereador Claudio Leandro, que a Câmara Municipal aprovou por unanimidade. Essas modalidades são as atividades que, fazendo uso de artefatos eletrônicos, caracterizam-se pela competição entre dois ou mais participantes, e individualmente, em um ambiente virtual, no qual são empregadas habilidades e estratégias para alcançar objetivos e obter êxito nos jogos digitais. Expectativa por expansão em 2025. (foto divulgação)

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    Em 2024, o Projeto Solução de Judô iniciou uma nova fase, onde os seus atletas mais experientes passaram a lutar apenas nos eventos do alto rendimento da FJERJ (Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro), que classificam seus campeões para os campeonatos brasileiros e, consequentemente, aos torneios internacionais. Sendo assim, 2025 promete para os talentosos atletas do Projeto. E assim como o Solução, dezenas de outras iniciativas seguirão fazendo a diferença na vida de jovens friburguenses. (foto divulgação)

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    O atletismo de Nova Friburgo também deverá seguir pujante no ano de 2025. Com diversas assessorias e equipes de corrida reunindo cada vez mais participantes, as competições continuarão acontecendo pela cidade e pela região, sendo oportunidades para colocar, em prática, todo o esforço e a dedicação dos treinamentos. (foto divulgação)

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Retrospectiva: Bolsa Atleta

sexta-feira, 03 de janeiro de 2025

Apoio financeiro inédito em Nova Friburgo faz diferença para desportistas

        Depois de vários pedidos, estudos e tentativas, enfim o Bolsa Atleta Municipal saiu do papel. Os valores disponibilizados pela Prefeitura, através da Secretaria de Esportes, fizeram total diferença para o desempenho competitivo dos contemplados este ano, e há a promessa de uma ampliação dos benefícios para 2025.

Apoio financeiro inédito em Nova Friburgo faz diferença para desportistas

        Depois de vários pedidos, estudos e tentativas, enfim o Bolsa Atleta Municipal saiu do papel. Os valores disponibilizados pela Prefeitura, através da Secretaria de Esportes, fizeram total diferença para o desempenho competitivo dos contemplados este ano, e há a promessa de uma ampliação dos benefícios para 2025.

        Durante 2024 foram deferidos 26 nomes beneficiados, classificados para concessões nos níveis internacional, nacional e estadual, que estarão aptos a receber o benefício financeiro, técnico e material, destinado aos atletas e paratletas, incentivando jovens a desenvolver a prática do esporte.

        O programa Bolsa Atleta foi instituído em julho de 2023. Os novos beneficiários do programa foram contatados pela Secretaria Municipal de Esportes e Lazer para conferência de dados e demais atos necessários. São três categorias diferentes, de acordo com as regras do projeto. Foram concedidas 12 bolsas para o chamado nível estadual, no valor R$ 3 mil; outras 12 destinadas para atletas de nível nacional, de R$ 4.200, e mais duas bolsas correspondentes ao nível internacional, no valor de R$ 5.400 cada. Larissa Helena da Conceição e o lutador Pedro Henrique Dugin foram os beneficiados com os valores deste último nível.

        Para 2025, o Programa Bolsa Atleta municipal sofrerá algumas alterações. De acordo com a Prefeitura de Nova Friburgo, o objetivo é permitir a simplificação de processos e a eliminação de barreiras burocráticas que atualmente dificultam o acesso dos atletas à iniciativa, buscando garantir maior agilidade e eficiência, promovendo um programa mais acessível e inclusivo. Um projeto de lei foi encaminhado à Câmara de Vereadores, em regime de urgência, e aprovado, em discussão única, por unanimidade.

        De acordo com o prefeito Johnny Maycon, em publicação na sua rede social, neste ano foram R$ 100 mil investidos, e para 2025 a ideia é dobrar o número de contemplados, multiplicando também o valor investido, que deve ultrapassar os R$ 200 mil. Também há a promessa de ampliar o valor investido por atleta em todas as categorias.

        De acordo com o texto analisado, o Bolsa Atleta atenderá às modalidades olímpicas, paralímpicas e não olímpicas constantes dos programas da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, com prioridade àquelas em que o município vem sendo representado em eventos oficiais regionais, nacionais e internacionais. O programa consiste em apoio financeiro a atletas, paratletas e atletas guia.

        Após as modificações aprovadas, para pleitear a concessão do Bolsa Atleta e/ou do apoio financeiro excepcional, o interessado deve estar vinculado a alguma entidade de prática desportiva ou paradesportiva, ou entidade da administração desportiva oficial da respectiva modalidade, constar do ranking, pódio ou classificação na sua modalidade esportiva em entidades; constar em registro de graduação, no caso de artes marciais, em entidades oficiais, comprovado mediante apresentação de certificado de graduação.

        Além disso, é preciso ter participado de competições esportivas ou paradesportivas oficiais de nível regional, nacional ou internacional, no ano imediatamente anterior àquele em que tiver sido pleiteada a concessão do Bolsa Atleta e/ou do apoio financeiro excepcional. Para concorrer, o atleta não pode ter recebido nenhum tipo de patrocínio de pessoas físicas e jurídicas suficientes a custear a prática esportiva, e deve manter-se em treinamento esportivo e participando de competições esportivas. É necessário ainda ser residente e domiciliado em Nova Friburgo.

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O programa municipal Bolsa Atleta beneficiou 26 desportistas este ano em Nova Friburgo (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)
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Ano Novo com menos angústia e tristeza?

sexta-feira, 03 de janeiro de 2025

Vou repetir algumas ideias nesse texto, usadas no ano passado, porque acho que precisamos persistir na mesma busca do ano que passou, agora no Novo Ano, que é a luta contra a angústia e a tristeza. Mas tem algo novo também aqui nesse artigo.

Vou repetir algumas ideias nesse texto, usadas no ano passado, porque acho que precisamos persistir na mesma busca do ano que passou, agora no Novo Ano, que é a luta contra a angústia e a tristeza. Mas tem algo novo também aqui nesse artigo.

A sensação de impotência produz angústia. E às vezes a angústia é um sentimento que vem misturado com tristeza. Angústia gera aflição, e tristeza gera desânimo. É ruim e desagradável se sentir impotente diante da injustiça, da impunidade, do abuso de poder de magistrados, políticos, empresários, que manipulam a opinião pública e também destroem pequenos empreendedores com sua megalomania.

Quando alguém bem informado vê tanta coisa ruim que já acontece e que se vislumbra que acontecerá, isso pode gerar um estado emocional doloroso, e se a pessoa não encontra saída para sua angústia e tristeza, ela pode entrar em depressão pela perda da esperança.

Dói pensar que a sociedade será afetada pela ideologia que fala do “bem comum”, a qual envolve o controle, a castração da liberdade, conflitos de interesses econômicos e ideológicos. Machuca pensar em injustiças sociais praticadas pela liderança política de qualquer país, pela ignorância de boa parte da população que decide erradamente em eleições, influenciada pela manipulação da opinião pública produzida por poderosas redes de comunicação que são, na verdade, dúbias, jogando para este ou aquele lado conforme o interesse do momento, interesse econômico e de liberdade transgressora de princípios saudáveis de conduta.

Li uma frase que me chamou a atenção que dizia: “Impotência não é desamparo.”

Somos amparados por aqueles que nos ajudam. E há os que nos ajudam. Aceitar a impotência diante de injustiças sociais não é o mesmo que ficar desamparado e omisso diante da dor social. Fazer o bem é o melhor remédio contra este e outros tipo de injustiça. A resposta está no bem e não no revide do mal com o mal ou do bem com o mal. O mal tem seu limite. Ele não avançará nem mais um segundo e nem mais um milímetro além do que está estipulado. A vida espera a prática do bem. O tempo mostrará o bem e o mal, de forma que ficará claro para todo o Universo esse assunto de justiça e injustiça, hoje manchado com narrativas construídas contra a verdade. O desafio é ter força para esperar o tempo certo da implantação da justiça, suportar a dor e evitar ser conivente na prática da injustiça.

Aceitar a impotência diante da injustiça de um povo que vota sem conhecimento, de governantes, de um conhecido ou parente, é o primeiro passo para o alívio da angústia e da tristeza. No Ano Novo que começa, levantemos a cabeça com humildade, mas com esperança. Não com arrogância que pode se manifestar às vezes por frases tipo “que venha o novo ano”.  Não há justiça nesse mundo mal, do qual o Jesus Cristo Se referiu ao dizer: “Agora se aproxima o príncipe desse mundo e ele nada tem em Mim.” Definitivamente o sistema desse mundo não funciona do lado do altruísmo e da justiça social.

Portanto, a saída não está na direita, na esquerda ou no centro. A saída vem de cima, do Pai das luzes, do Criador do Universo.

Bom Ano Novo para você com a força de cima para lidar com a angústia e a tristeza, até que a justiça surja e acabe de vez com a mentira, a fraude, a corrupção e a maldade de baixo, porque a maldade sempre vem de baixo! Não vai demorar. Bom 2025!

Atenção! Agora estou colocando vídeos curtos de no máximo 10 minutos no Tik-Tok.  Acesse: @claramentent

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Retrospectiva: Futebol amador

terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Competições movimentam localidades diversas de Nova Friburgo

        Praticamente em cada localidade de Nova Friburgo a bola rola para as competições de futebol amador. Centenas – e por que não dizer, talvez, milhares – de atletas se reúnem, geralmente, aos finais de semana para defender as cores de suas equipes. Algumas delas representam bairros, outras os distritos. Há também aquelas formadas por amigos, ou que possuem décadas de existência. Cada uma com a sua importância para compor o cenário do desporto municipal.

Competições movimentam localidades diversas de Nova Friburgo

        Praticamente em cada localidade de Nova Friburgo a bola rola para as competições de futebol amador. Centenas – e por que não dizer, talvez, milhares – de atletas se reúnem, geralmente, aos finais de semana para defender as cores de suas equipes. Algumas delas representam bairros, outras os distritos. Há também aquelas formadas por amigos, ou que possuem décadas de existência. Cada uma com a sua importância para compor o cenário do desporto municipal.

        A grande reunião dos campeões de cada um desses cantinhos de Nova Friburgo acontece durante a disputa da Supercopa SAF, a maior competição da cidade e uma das maiores da região. Em 2024 foi promovida a nona edição do torneio, cumprindo com o seu principal objetivo: resgatar e fortalecer o futebol amador municipal. As partidas, os números e a organização impecável apenas reforçam o sucesso da Super Copa SAF 2024, conquistada este ano pelo São Pedro.

        Durante as 19 partidas realizadas, as redes balançaram 49 vezes, numa média de 2,58 gols por partida. Foram distribuídos 70 cartões amarelos e sete vermelhos – um deles, na grande decisão do campeonato. O Friburgo Sporting terminou com o melhor ataque, 12 gols marcados, e o Barroso com a melhor defesa, vazada em apenas três oportunidades. Júnior, do Nilo Martins, foi artilheiro com três gols marcados, e Pablo, do Barroso, o goleiro menos vazado.

        O torneio movimentou o total de 197 atletas de Nova Friburgo e região, consolidando a grandeza e a importância da competição para o futebol amador municipal e regional. O Corujão, de Olaria, segue como o maior vencedor da história da competição, com três conquistas, mas o São Pedro encosta, juntamente com o Vargem Alta, acumulando dois títulos cada. Unidos do Alto e Estrela do Mar levaram uma taça cada.

        A Super Copa SAF de Futebol Amador 2024 foi idealizada pelo SAF Assistencial, sendo organizada pela Liga Nova Friburgo de Desportos, com o apoio na organização da Secretaria Municipal de Esporte de Nova Friburgo.

        Além desta, diversas outras competições movimentam o município, a exemplo do Campeonato da Cidade 2024. Este ano, em sua primeira fase, foram cinco rodadas disputadas, em diferentes campos. Os quatro primeiros colocados no somatório de pontos conseguiram avançar de fase. Participaram as equipes do Amparo, Nilo Martins, JDA, Unidos do Alto, Vale dos Peões e Córrego Dantas.

        Outra tradicional e disputada competição do futebol amador de Nova Friburgo é a Copa Rural. A de 2024 reuniu Bragantino, Estrela do Mar, São Pedro, Macaé de Cima, Mônaco e Santo Antônio. Assim como em edições anteriores, o campeonato foi disputado em turno e returno, com jogos em várias localidades, movimentando também as economias e espaços esportivos da região.

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    O São Pedro, com grande campanha, conquistou mais uma vez o título da Supercopa SAF (Fotos: Rafael Seabra)

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    O futebol amador move centenas de atletas, nos mais variados cantos da cidade (Fotos: Rafael Seabra)

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Mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz

terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Perdoa-nos as nossas ofensas, concede-nos a tua paz

I. Na escuta do grito da humanidade ameaçada

Perdoa-nos as nossas ofensas, concede-nos a tua paz

I. Na escuta do grito da humanidade ameaçada

Na aurora deste novo ano que nos é dado pelo nosso Pai celeste, um tempo jubilar dedicado à esperança, dirijo os meus mais sinceros votos de paz a cada mulher e a cada homem, especialmente àqueles que se sentem prostrados pela sua condição existencial, condenados pelos seus próprios erros, esmagados pelo julgamento dos outros e já não veem qualquer perspectiva para a sua própria vida. A todos vós, esperança e paz, porque este é um Ano de Graça, que vem do Coração do Redentor!

Em 2025, a Igreja Católica celebra o Jubileu, um acontecimento que enche os corações de esperança. O “jubileu” remonta a uma antiga tradição judaica, quando a cada quarenta e nove anos o toque da trombeta (em hebraico: yobel) anunciava um tempo de clemência e de libertação para todo o povo (cf. Lv 25, 10). Este apelo solene deveria ecoar por todo o mundo (cf. Lv 25, 9), a fim de restabelecer a justiça de Deus nos diferentes âmbitos da vida: no uso da terra, na posse dos bens, na relação com o próximo, sobretudo os mais pobres e os que tinham caído em desgraça. O toque da trombeta recordava a todo o povo, aos ricos e a quem tinha empobrecido, que ninguém vem ao mundo para ser oprimido: somos irmãos e irmãs, filhos do mesmo Pai, nascidos para ser livres segundo a vontade do Senhor (cf. Lv 25, 17.25.43.46.55).

Também nos dias de hoje, o Jubileu é um acontecimento que nos impele a procurar a justiça libertadora de Deus em toda a terra. Em vez da trombeta, no início deste Ano de Graça, nós gostaríamos de estar atentos ao «desesperado grito de ajuda» que, como a voz do sangue de Abel, o justo, se eleva de muitas partes da terra (cf. Gn 4, 10) e que Deus nunca deixa de escutar. Nós, por nossa vez, sentimo-nos chamados a unir-nos à voz que denuncia tantas situações de exploração da terra e de opressão do próximo. Estas injustiças assumem, por vezes, o aspecto daquilo a que São João Paulo II definiu como «estruturas de pecado», porque não se devem apenas à iniquidade de alguns, mas estão, por assim dizer, enraizadas e contam com uma cumplicidade generalizada.

Cada um de nós deve sentir-se, de alguma forma, responsável pela devastação a que a nossa casa comum está sujeita, a começar pelas ações que, mesmo indiretamente, alimentam os conflitos que assolam a humanidade. Assim, fomentam-se e entrelaçam-se os desafios sistémicos, distintos mas interligados, que afligem o nosso planeta. Refiro-me, em particular, às desigualdades de todos os tipos, ao tratamento desumano dispensado aos migrantes, à degradação ambiental, à confusão gerada intencionalmente pela desinformação, à rejeição a qualquer tipo de diálogo e ao financiamento ostensivo da indústria militar. Todos estes são fatores de uma ameaça real à existência de toda a humanidade. No início deste ano, portanto, queremos escutar este grito da humanidade para nos sentirmos chamados, todos nós, juntos e de modo pessoal, a quebrar as correntes da injustiça para proclamar a justiça de Deus. Alguns atos esporádicos de filantropia não serão suficientes. Em vez disso, são necessárias transformações culturais e estruturais, para que possa haver também uma mudança duradoura.

II. Uma mudança cultural: somos todos devedores

O evento jubilar convida-nos a empreender várias mudanças para enfrentar a atual condição de injustiça e desigualdade, recordando-nos que os bens da terra não se destinam apenas a alguns privilegiados, mas a todos. Pode ser útil recordar o que escreveu São Basílio de Cesareia: «Mas que coisas, diz-me, são tuas? De onde as tiraste para as incluir na tua vida? […] Não saíste totalmente nu do ventre da tua mãe? Não voltarás, de novo, nu para a terra? De onde vem o que tens agora? Se dissesses que te veio por acaso, estarias a negar Deus, a não reconhecer o Criador, e não estarias grato ao Doador». Quando não há gratidão, o homem deixa de reconhecer os dons de Deus. Mas o Senhor, na sua infinita misericórdia, não abandona os homens que pecam contra Ele: antes, confirma o dom da vida com o perdão da salvação, oferecido a todos mediante Jesus Cristo. Por isso, ensinando-nos o “Pai Nosso”, Jesus convida-nos a pedir: «Perdoa-nos as nossas ofensas» ( Mt 6, 12).

Quando uma pessoa ignora a própria ligação com o Pai, começa a nutrir um pensamento de que as relações com os outros podem ser regidas por uma lógica de exploração, em que o mais forte pretende ter o direito de prevalecer sobre o mais fraco. Tal como as elites do tempo de Jesus, que se aproveitavam do sofrimento dos mais pobres, também hoje, na aldeia global interligada, o sistema internacional, se não for alimentado por uma lógica de solidariedade e interdependência, gera injustiças que, exacerbadas pela corrupção, aprisionam os países pobres. A lógica da exploração do devedor também descreve sucintamente a atual “crise da dívida”, que aflige vários países, especialmente no Sul do planeta.

Não me canso de repetir que a dívida externa se tornou um instrumento de controle, através do qual alguns governos e instituições financeiras privadas dos países mais ricos não hesitam em explorar indiscriminadamente os recursos humanos e naturais dos países mais pobres para satisfazer as necessidades dos seus próprios mercados. A isto se acrescenta que várias populações, já sobrecarregadas pela dívida internacional, vejam-se obrigadas a suportar também o peso da dívida ecológica dos países mais desenvolvidos. A dívida ecológica e a dívida externa são dois lados da mesma moeda, desta lógica de exploração que culmina na crise da dívida. Inspirando-me neste ano jubilar, convido a comunidade internacional para que atue no sentido de perdoar a dívida externa, reconhecendo a existência de uma dívida ecológica entre o Norte e o Sul do mundo. É um apelo à solidariedade, mas sobretudo à justiça.

A mudança cultural e estrutural para superar esta crise ocorrerá quando finalmente reconhecermos que somos todos filhos do mesmo Pai e, perante Ele, confessarmos que somos todos devedores, mas também todos necessários uns aos outros, segundo uma lógica de responsabilidade partilhada e diversificada. Poderemos descobrir, enfim, «que precisamos e somos devedores uns dos outros».

III. Um caminho de esperança: três ações possíveis

Se deixarmos que o nosso coração seja tocado por estas necessárias mudanças, o Ano de Graça do Jubileu pode reabrir o caminho da esperança para cada um de nós. A esperança nasce da experiência da misericórdia de Deus, que é sempre ilimitada.

Deus, que não deve nada a ninguém, continua a conceder incessantemente graça e misericórdia a todos os homens. Isaque de Nínive, um Padre da Igreja Oriental do século VII, escreveu: «O teu amor é maior do que as minhas dívidas. Pouca coisa são as ondas do mar comparadas com a quantidade dos meus pecados, mas se eu pesar os meus pecados, comparados com o teu amor, eles desaparecem como se nada fossem». Deus não calcula o mal cometido pelo homem, mas é imensamente «rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou» ( Ef 2, 4). Ao mesmo tempo, ouve o grito dos pobres e da terra. Bastar-nos-ia parar por um momento, no início deste ano, e pensar na graça com que Ele sempre perdoa os nossos pecados e anistia todas as nossas dívidas, para que o nosso coração se encha de esperança e de paz.

Por isso, Jesus, na oração do “Pai Nosso”, depois de termos pedido ao Pai a remissão das nossas ofensas (cf. Mt 6, 12), exigentemente afirma «assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido». Para perdoar uma dívida aos outros e dar-lhes esperança, é preciso que a própria vida esteja cheia dessa mesma esperança que vem da misericórdia de Deus. A esperança é superabundante em generosidade, não é calculista, não olha para a contabilidade dos devedores, não se preocupa com o seu próprio lucro, mas tem um único objetivo: levantar os caídos, curar os quebrantados de coração, libertar de todas as formas de escravidão.

Gostaria, portanto, de sugerir, no início deste Ano de Graça, três ações que podem devolver a dignidade à vida de populações inteiras e colocá-las de novo no caminho da esperança, para que a crise da dívida possa ser ultrapassada e todos possam voltar a reconhecer-se como devedores perdoados.

Antes de mais, retomo o apelo lançado por São João Paulo II, por ocasião do Jubileu do ano 2000, para que se pense numa «consistente redução, se não mesmo no perdão total da dívida internacional, que pesa sobre o destino de muitas nações». Reconhecendo a dívida ecológica, os países mais ricos sentir-se-ão chamados a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para perdoar as dívidas dos países que não estão em condições de pagar o que devem. Certamente, para que não se trate de um ato isolado de beneficência, que corre o risco de desencadear de novo um ciclo vicioso de financiamento-dívida, é necessário, ao mesmo tempo, desenvolver uma nova arquitetura financeira que conduza à criação de um acordo financeiro global, baseado na solidariedade e na harmonia entre os povos.

Além disso, faço apelo a um firme compromisso de promover o respeito pela dignidade da vida humana, desde a concepção até à morte natural, para que cada pessoa possa amar a sua vida e olhar para o futuro com esperança, desejando o desenvolvimento e a felicidade para si e para os seus filhos. Com efeito, sem esperança na vida, é difícil que surja no coração dos jovens o desejo de gerar outras vidas. Particularmente neste sentido, gostaria de convidar, uma vez mais, para um gesto concreto que possa favorecer a cultura da vida. Refiro-me à eliminação da pena de morte em todas as nações. Em realidade, esta punição, além de comprometer a inviolabilidade da vida, aniquila toda a esperança humana de perdão e de renovação.

Atrevo-me também a lançar um outro apelo às jovens gerações, recordando São Paulo VI e Bento XVI, neste tempo marcado pelas guerras: utilizemos pelo menos uma percentagem fixa do dinheiro gasto em armamento para a criação de um fundo mundial que elimine definitivamente a fome e facilite a realização de atividades educativas nos países mais pobres que promovam o desenvolvimento sustentável, lutando contra as alterações climáticas. Devemos tentar eliminar qualquer pretexto que possa levar os jovens a imaginar o seu futuro sem esperança, ou como uma expectativa de vingar o sangue derramado por seus entes queridos. O futuro é um dom que permite ultrapassar os erros do passado e construir novos caminhos de paz.

IV. A meta da paz

Aqueles que empreenderem, através dos gestos propostos, o caminho da esperança, poderão ver cada vez mais próximo a tão desejada meta da paz. O Salmista confirma-nos nesta promessa: quando «a verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz se abraçarão» ( Sal 85, 11). Quando me despojo da arma do crédito e devolvo o caminho da esperança a uma irmã ou a um irmão, contribuo para a restauração da justiça de Deus nesta terra e caminhamos juntos para a meta da paz. Como dizia São João XXIII, a verdadeira paz só pode vir de um coração desarmado da ansiedade e do medo da guerra.

Que 2025 seja um ano em que a paz cresça! Aquela paz verdadeira e duradoura, que não se detém nas querelas dos contratos ou nas mesas dos compromissos humanos. Procuremos a verdadeira paz, que é dada por Deus a um coração desarmado: um coração que não se esforça por calcular o que é meu e o que é teu; um coração que dissolve o egoísmo para se dispor a ir ao encontro dos outros; um coração que não hesita em reconhecer-se devedor de Deus e que, por isso, está pronto para perdoar as dívidas que oprimem o próximo; um coração que supera o desânimo em relação ao futuro com a esperança de que cada pessoa é um bem para este mundo.

Desarmar o coração é um gesto que compromete a todos, do primeiro ao último, do pequeno ao grande, do rico ao pobre. Por vezes, é suficiente algo simples como «um sorriso, um gesto de amizade, um olhar fraterno, uma escuta sincera, um serviço gratuito». Com estes pequenos-grandes gestos, aproximamo-nos da meta da paz, e lá chegaremos mais depressa quanto mais, ao longo do caminho, ao lado dos nossos irmãos e irmãs reencontrados, descobrirmos que já mudámos em relação ao nosso ponto de partida. Com efeito, a paz não vem apenas com o fim da guerra, mas com o início de um mundo novo, um mundo no qual nos descobrimos diferentes, mais unidos e mais irmãos do que poderíamos imaginar.

Concede-nos, Senhor, a tua paz! Esta é a oração que elevo a Deus ao dirigir as minhas saudações de Ano Novo aos Chefes de Estado e de Governo, aos Chefes das Organizações Internacionais, aos líderes das diferentes religiões e a todas as pessoas de boa vontade.

Perdoa-nos as nossas ofensas, Senhor,
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido,
e, neste círculo de perdão, concede-nos a tua paz,
aquela paz que só Tu podes dar
para aqueles que deixam o seu coração desarmado,
para aqueles que, com esperança, querem perdoar as dívidas aos seus irmãos,
para aqueles que confessam sem medo que são vossos devedores,
para aqueles que não ficam surdos ao grito dos mais pobres.

 

Vaticano, 8 de dezembro de 2024

Papa Francisco

Fonte: Vatican.Va

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Reflexões sobre 2025

terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Estamos chegando em 2025, e estou mergulhada em reflexões, o que é comum acontecer nesses tempos. Não gostaria de pensar nas coisas que gostaria de adquirir ou alcançar, já que durante anos fiz relações intermináveis de finalidades pessoais, profissionais e materiais.

Estamos chegando em 2025, e estou mergulhada em reflexões, o que é comum acontecer nesses tempos. Não gostaria de pensar nas coisas que gostaria de adquirir ou alcançar, já que durante anos fiz relações intermináveis de finalidades pessoais, profissionais e materiais.

Talvez pelo fato de estar avançando na década dos setenta, o sentido da vida ganha espaço em minhas indagações. Comumente, dia ou outro, essa questão me invade, porém nunca chego a uma conclusão. É saudável tê-la voejando na mente porque a cada momento da vida um sentido nos orienta. Todavia existe uma finalidade maior e vamos nos esforçando para interpretá-la ao longo das experiências. Não vou me espantar se terminar a vida sem conseguir chegar a uma proposição exata.

No meio de tantos pensamentos, inclusive desencontrados, até porque as questões mais robustas nos fazem ter redemoinhos de ideias, o conto de Jorge Luis Borges, escritor, ensaísta e poeta argentino (1899-1986), “O Aleph”, embala meus pensamentos. Nas mãos de um mestre da literatura, a história descreve o encontro do protagonista com o Aleph, que é a primeira letra do alfabeto hebraico. O conto tem tamanha profundidade que certamente vou precisar relê-lo mais vezes para compreender o significado da letra que representa o começo e o fim de tudo, onde estão todos os lugares do planeta vistos por todos os ângulos, onde tudo se junta e não se confunde. O Aleph é um dos pontos do espaço que contém os outros pontos e que reúne as fontes de luz. É o símbolo dos números infinitos, em que o todo não é maior que uma das partes.

Ao perceber o Aleph num porão de uma casa que seria demolida, Borges vê claramente todos os pontos do universo, o mar, a alvorada, as multidões, uma teia de aranha, olhos, espelhos, ruas, casa, vapor de água, jardins, grão de areia, pessoas, mulheres, as gavetas da sua escrivaninha, as formigas, os exércitos, as sombras de algumas samambaias, a circulação do próprio sangue, a engrenagem do amor, a transformação da morte. Ao ver a multiplicidade e a unidade da vida, ele chora.  Ao retornar à rua, nada mais o impressiona.

Através do conto, apenas consigo sentir meus esforços para perceber a minha interação com a energia de todas as coisas, quando eu possa me encontrar com Deus. A vida de cada um de nós é única, plural e vai se realizando a cada momento através da força que emerge de nossos corpos, da capacidade de liderar o próprio caminhar em todo seu modo e sentido.

Assim quero, em 2025, conceder-me a disponibilidade para antever a revelação da vida em seus ínfimos detalhes. Não pretendo me apiedar nem me intimidar, mas ter serenidade para tirar conclusões e constatar que cada vida não é casual e que sou o centro da minha história; que vou continuar a construí-la em algum ponto do universo, onde vou receber forças e doar minha energia ao universo; que as minhas palavras vão se misturar com as de todos os seres.

Possivelmente, 2025 será um ano desafiador. Só espero poder vislumbrar o meu melhor senso de ser gente.

É o que desejo a todos! 

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A VOZ DA SERRA é a Voz que atravessa o tempo, o espaço e permanece

terça-feira, 31 de dezembro de 2024

         A edição de A VOZ DA SERRA, do último fim de semana de 2024, trouxe um roteiro pra lá de oportuno, um guia perfeito para pisarmos o novo ano com o pé direito. E, de preferência, usando uma boa galocha, porque a previsão do tempo marca chuvas intensas para o Estado do Rio de Janeiro. As orientações perante as fortes tempestades são sempre as de procurar abrigo em casa ou em lojas, longe de janelas, árvores e postes.

         A edição de A VOZ DA SERRA, do último fim de semana de 2024, trouxe um roteiro pra lá de oportuno, um guia perfeito para pisarmos o novo ano com o pé direito. E, de preferência, usando uma boa galocha, porque a previsão do tempo marca chuvas intensas para o Estado do Rio de Janeiro. As orientações perante as fortes tempestades são sempre as de procurar abrigo em casa ou em lojas, longe de janelas, árvores e postes.

         Outro procedimento importante e, muitas vezes, negligenciado, é desconectar tomadas, evitando usar aparelhos eletrônicos ligados a fios em rede de eletricidade. Na minha casa de infância, não se podia ficar diante de espelhos e muito menos pegar em tesouras. Esses cuidados eram levados de forma responsável. Os carros são locais de segurança desde que não corram o risco de serem levados por excesso de correntezas.

         Vamos seguindo, relembrando episódios acontecidos “Há 50 Anos”. A manchete da coluna chama atenção: “Rua Portugal só para pedestres” – Era dezembro de 1974 quando ainda se discutia a possibilidade de a Rua Portugal ser fechada ao trânsito, servindo apenas ao movimento de pedestres. Realmente foi uma boa ideia, porque desfrutamos do espaço como área de lazer, de encontros, de negócios e de boas compras. Na mesma edição foi citado o nome do inesquecível doutor Walter Araújo que estudava a criação de um novo serviço de assistência médica com o apoio de diversos pediatras da cidade. Isso, “há 50 anos”, porque A VOZ DA SERRA mantém o passado no presente.

         Em “Sociais”, dois ícones da simpatia aniversariando. Nosso querido contador Carlos Rapiso, festejando idade nova em 30 de dezembro. Ele, que soma números, créditos, débitos e faz o balanço financeiro da sua clientela, multiplica a sua constelação de fãs, onde me incluo também. Na véspera do Ano Novo, nesta terça-feira, 31, palmas e vivas para Henrique Amorim, o editor-chefe de A VOZ DA SERRA. Melhor dizendo, Henrique Amor porque ele é todo composto de carinhos e sensibilidade. Felicidades!

         Mas, vamos nos apressar porque o Ano Novo é amanhã e será que dá tempo de recuperar algum tempo perdido? Recuperar, talvez não, mas é provável que possamos modificar as estratégias e remodelar as nossas perspectivas. Sem dúvida, uma das metas que não bateu com as realizações foi a de encerrar o ano sem dívidas. O 13º salário já entrou de gaiato no navio dos boletos atrasados? Ninguém perca as esperanças, porque como diz a canção – “dias melhores pra sempre...”. E Liz Tamane fez um apanhado geral de como cultivar um 2025 dentro de um planejamento para restabelecer o nosso organismo financeiro. “Negociar dívidas, reduzir gastos supérfluos e improváveis, estabelecer metas de pagamento realistas são alguns planos para um tratamento intensivo de sair do vermelho”. Minha amiga, Fausta Sidoni, a “italiana friburguense”, sempre aconselha: “mais importante do que ganhar é saber gastar”. Entretanto, os tempos atuais são implacáveis e, muitas vezes, impagáveis. Sem dúvidas e dívidas, esse é o lema!

         E seguimos com Tamane no sentido de “como fazer resoluções realistas de Ano Novo”. Quando se trata de metas realistas é preciso que elas saiam do papel. “O objetivo deve ser claro e detalhado; é importante definir como medir o progresso; as metas devem ser desafiadoras; elas precisam fazer sentido para o momento de vida da pessoa dentro de um período determinado...”. Vale lembrar que “as resoluções não precisam esperar janeiro”. Aliás, o Ano Novo pode ser contínuo, constante, na virada de um dia para o outro, não só no réveillon, porque tudo é uma questão de bons propósitos e determinação.

         Nossa coluna Surpresas de Viagem, de forma literária, rodou o mundo nas páginas de A VOZ DA SERRA, em 2024, como sempre tem sido o roteiro nesses dez anos de convívio com os leitores.

         E seguem meus votos de saúde, paz e prosperidade com esperanças de um novo tempo, mais passivo, mais abrangente nas questões sociais. “Um Novo Tempo” como na canção de Ivan Lins. A começar pela charge de Silvério, “sem fogos de artifícios barulhentos”! Onde tem muito barulho, com certeza falta luz!

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Rua Portugal só para pedestres

sábado, 28 de dezembro de 2024

Edição dos dias 28 e 29 de dezembro de 1974

Manchetes

Rua Portugal só para pedestres - A Rua Portugal poderá ser transformada em uma rua de pedestres, conforme a ideia de alguns comerciantes ali estabelecidos. Os estudos para esse fim já foram encomendados para fazer da Portugal uma “Rua de Cristal”. Bem, não é bem de cristal, mas imaginem a conhecida Rua Portugal fechada ao trânsito só servindo a pedestres. Imaginem agora a mesma rua com toda a sua extensão, dividida por cantoneiras floridas e plantas ornamentais.

Edição dos dias 28 e 29 de dezembro de 1974

Manchetes

Rua Portugal só para pedestres - A Rua Portugal poderá ser transformada em uma rua de pedestres, conforme a ideia de alguns comerciantes ali estabelecidos. Os estudos para esse fim já foram encomendados para fazer da Portugal uma “Rua de Cristal”. Bem, não é bem de cristal, mas imaginem a conhecida Rua Portugal fechada ao trânsito só servindo a pedestres. Imaginem agora a mesma rua com toda a sua extensão, dividida por cantoneiras floridas e plantas ornamentais.

Um Balanço Feliz - Se fosse possível avaliar a atual administração municipal através de um balanço de um fim de ano, como ocorre normalmente em qualquer empresa. A PMNF foi entregue a uma das piores gerências de toda a sua história, e que foi balanço do exercício de 1974 apresenta um “déficit” administrativo que é um verdadeiro rombo no desenvolvimento e no progresso de Nova Friburgo.

Verbas Preocupam - Os diretores das escolas de samba friburguense estão preocupadas com a verba a receber da prefeitura, pois não sabem seu valor e a data de liberação. Segundo informações, as agremiações só deverão receber as verbas na 2ª quinzena de janeiro, não havendo ainda data estipulada.

Flamengo faz passeata - Prevista para amanhã, domingo, às 10 horas, a passeata da vitória dos torcedores friburguenses que vão comemorar nas ruas a conquista do Campeonato Carioca pelo Flamengo. A concentração será no Suspiro, a partir das 9h. O goleiro Renato que se encontra em Friburgo passando férias, foi convidado para encabeçar a passeata.

Infância: Pronto Socorro - Fontes da Secretaria de Saúde da Municipalidade informaram que já está em estudo a criação de um Pronto-Socorro Infantil na Unidade Sanitária Tunney Kassuga, em Olaria. O plano entra como meta prioritária de trabalho no ano de 1975. No momento, o médico Walter Araújo vem estudando a criação de um novo serviço de assistência médica com o apoio de diversos pediatras locais.

RJ com Lei Seca - A Secretaria de Segurança Fluminense estabeleceu a Lei Seca no Estado do Rio nas festas de fim de ano, abrindo exceção apenas para cerveja e chope, no período que vai até as 6 da manhã do dia 31 às 6 horas do dia 2 de janeiro. Acompanhado de refeições nos bares e restaurantes poderão servir vinho.

 

Sociais

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: José Newton Bizzotto, Wilton Caetano Pirazzo e Mayara Spinelli (30); Álvaro de Almeida e Rogério Sampaio Azevedo (31); Janeiro: Joel Batista Jonas (1); Sebastião Mário de Azevedo e Cecília Kaul (2); Getúlio Cesar Ventura, Milícia Garcia e Amadur Villa (3); Walter Soares, Nair Figueiredo, Georgita e Mario Antonio (4); Pedro Cúrio e Ivo Braune (5).

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Pesquida da estagiária Laís Lima sob supervião de Ana Borges.

Foto da galeria
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