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Francisco Wanderley Luiz, o homem bomba tupiniquim

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

      O catarinense de Rio do Sul transformou-se no homem bomba tupiniquim ao explodir um carro próximo ao Congresso Nacional e ao imolar-se em frente ao prédio do STF, na quarta-feira passada, 13 de novembro. Segundo informações divulgadas pela imprensa, seu objetivo era matar Alexandre de Moraes, mas não conseguindo adentrar no STF, acionou os explosivos preso ao seu corpo, em frente ao prédio. Com esse ato, conseguiu chamar a atenção sobre si e a lançar mais confusão no já conturbado cenário político nacional.

      O catarinense de Rio do Sul transformou-se no homem bomba tupiniquim ao explodir um carro próximo ao Congresso Nacional e ao imolar-se em frente ao prédio do STF, na quarta-feira passada, 13 de novembro. Segundo informações divulgadas pela imprensa, seu objetivo era matar Alexandre de Moraes, mas não conseguindo adentrar no STF, acionou os explosivos preso ao seu corpo, em frente ao prédio. Com esse ato, conseguiu chamar a atenção sobre si e a lançar mais confusão no já conturbado cenário político nacional. Já existem uns mais malucos do que ele, querendo ligar esse ato desvairado ao fatídico 8 de janeiro. Talvez, o único elo de ligação entre esses dois episódios seja a insatisfação com o atual governo. O primeiro um ato coletivo, o segundo um ato isolado. Agora atentado com fogos de artifício para mim é pirotecnia.

      Nada mais do que isso, apesar de que não vai demorar muito, vão tentar incriminar Jair Bolsonaro como apoiador de tamanha insensatez. Esquecem que os homens bomba islâmicos, cometem esse tipo de atentado em nome de uma causa, ao menos para eles, que é o de afastar o “perigo sionista” e, como causam estragos, atraem a atenção da comunidade internacional. No caso de Francisco era o de externar sua insatisfação com a conduta de Alexandre de Moraes como membro do STF. Tudo bem que esse sentimento é um lugar comum a muitos brasileiros, mas a morte do homem bomba é um ato isolado que logo cairá no esquecimento. O comentário que mais se ouvirá é o de que, felizmente não feriu ou matou ninguém.

      O Brasil não tem esse hábito do protesto violento causando tragédias com muitos mortos ou feridos. Aqui, felizmente, não se mata em nome de Alá, e, na maioria das vezes os movimentos são pacíficos exceto quando invadidos por pessoas com segundas intenções. Tanto é assim que a segurança das instituições nacionais é pequena em relação à importância delas. Restringe-se à presença de no máximo dois policiais ou militares dependendo de ser um órgão civil ou militar e nada mais. Mesmo no palácio do planalto, temos sempre dois soldados da guarda de honra, postados a sua entrada e nada mais. Apesar do ocorrido em 8 de janeiro, uma baderna generalizada, a situação não mudou, pois acredita-se muito na passividade do brasileiro.

      Claro está, que no mundo de hoje, com o aumento da violência, essa proteção deveria ser mais efetiva, mesmo em se tratando de terras brasileiras. O clima de insegurança que se instalou no Rio de Janeiro, com tiroteios diários entre milicianos e traficantes são a prova disso. E a população se sente refém dessa situação.

      No caso específico de Francisco Wanderley seu ato é isolado, fruto talvez de ficar transtornado pelo bombardeio incessante da mídia sobre a conduta de Alexandre de Moraes, levando-o a odiá-lo e querer resolver essa situação, no seu modo de pensar, por conta própria. Mas, nada mais do que isso. Querer ligar esse episódio ao 8 de janeiro, alegar a existência de um complô antidemocrático e outras sandices mais é querer duvidar da capacidade do povo brasileiro. Fora a mídia folclórica desse país, comenta-se muito pouco sobre o homem bomba tupiniquim.

      Creio que um estudo mais aprofundado sobre a sua personalidade e sua conduta, num passado recente, pode trazer maiores informações sobre o porquê desse ato isolado e desvairado. O resto é pura perda de tempo. 

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Flamengo, campeão da Copa do Brasil 2024

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

No último domingo, 10, o Flamengo sagrou-se o pentacampeão da Copa do Brasil 2024. Depois de vencer o primeiro jogo, no último dia 3, no Maracanã, bastava ao rubro negro um simples empate para levar o caneco, na realidade o quinto, nessa competição. Ao Atlético Mineiro só interessava uma vitória por três gols de diferença ou uma com dois gols para a copa ser decidida nos pênaltis. Com a Arena MRV, em Belo Horizonte-MG, estádio do Atlético, lotada, o time carioca se impôs pelo placar de 1 a 0 e é o campeão, justa e merecidamente.

No último domingo, 10, o Flamengo sagrou-se o pentacampeão da Copa do Brasil 2024. Depois de vencer o primeiro jogo, no último dia 3, no Maracanã, bastava ao rubro negro um simples empate para levar o caneco, na realidade o quinto, nessa competição. Ao Atlético Mineiro só interessava uma vitória por três gols de diferença ou uma com dois gols para a copa ser decidida nos pênaltis. Com a Arena MRV, em Belo Horizonte-MG, estádio do Atlético, lotada, o time carioca se impôs pelo placar de 1 a 0 e é o campeão, justa e merecidamente.

Mesmo tendo a vantagem no marcador o time carioca foi muito superior ao galo mineiro e não seria surpresa nenhuma, se o placar terminasse mais elástico. Para chegar a esse resultado foi preciso trocar um técnico bolorento e carcomido, Tite, por um mais jovem e neófito na profissão, Felipe Luís, que em apenas nove jogos como comandante do rubro negro, conseguiu dar o equilíbrio que estava faltando a uma equipe aguerrida e acostumada a competir.

Após ser eliminado na Libertadores das Américas pela equipe do Penharol, do Uruguai e, em teoria, ter poucas chances de conquistar o Brasileirão desse ano, o Flamengo leva para a Gávea um dos três campeonatos mais importantes entre os disputados pelos clubes brasileiros, os dois já citados e a Taça Brasil.

Pena, que como já se tornou um lugar comum nesse combalido futebol brasileiro, a violência voltou a imperar dentro do estádio. Com o gol do equatoriano Gonçalo Plata, aliás um golaço, a torcida atleticana tomou consciência de que o título estava perdido e começou a falta de educação, civilidade e agressividade que toma conta das principais torcidas brasileiras. Situada atrás do gol defendido pela equipe rubro negra, começaram a atirar vários objetos em cima do goleiro, atormentando-o com raios laser no rosto com o intuito de prejudicar a sua atuação. Para culminar, lançaram um artefato explosivo, que atingiu um fotógrafo de campo e, que segundo notícias veiculadas pela mídia, vai obrigá-lo a submeter-se a uma intervenção cirúrgica.

Atrás do banco de reservas do Flamengo deu-se o mesmo fato, pelo menos sem explosivos, que atingiram vários jogadores, inclusive Gabigol, que já comemoravam o título. Claro, pois faltando pouco mais de dez minutos para o jogo terminar o galo das alterosas não teria condições da marcar quatro gols, que não tinha conseguido fazer em 80 minutos. Espetáculo deplorável que começa a afastar dos estádios as pessoas mais sensatas e mesmo famílias que levam seus filhos para os primeiros contatos com o espetáculo que é o futebol.

É querer demais da atual cúpula dirigente da CBF, órgão diretivo do futebol brasileiro, uma tomada séria para conter esses desmandos. Como se permite a entrada de morteiros e rojões dentro de um estádio completamente lotado, expondo em risco a vida de muitas pessoas. Nas competições a cargo da Conmebol, órgão máximo do futebol sul-americano, as penas são monetariamente e de suspensão de mando de campo rigorosas o que, em parte, minimiza esses desmandos que vemos em terras tupiniquins.

Se fôssemos um país sério, com homens sérios e não folclóricos na direção de muitos órgãos desse país, além de uma multa financeira pesada, o Clube Atlético Mineiro deveria ficar afastado de jogar em seu estádio por, no mínimo três meses. Mas, como aqui tudo acaba em samba, depois de alguns dias de esquecimento tudo vai ser varrido para debaixo do tapete e a baderna, como sempre, vai imperar. Enquanto as federações de futebol do Brasil forem comandadas por pessoas sem o mínimo preparo, apenas com o objetivo de se eternizarem nos cargos e terem, também, a missão de indicar o presidente da CBF, nada será mudado. Pobre futebol brasileiro que um dia, já foi o melhor do mundo.

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Encontrar os amigos é sempre agradável

quarta-feira, 06 de novembro de 2024

Sábado passado fui ao Rio de Janeiro, para encontrar com meus amigos de mais de 50 anos, colegas de turma e de profissão, para um papo descontraído, na Academia da Cachaça, no Leblon. Anteriormente, nossos encontros eram no famoso bar Veloso, ponto de encontro de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, na década de 1970 e que ficou famoso por causa disso. Mas, com a morte de nosso querido Carlinhos, levado pela covid lá se vão quatro anos, as saudades eram tantas que resolvemos mudar de local.

Sábado passado fui ao Rio de Janeiro, para encontrar com meus amigos de mais de 50 anos, colegas de turma e de profissão, para um papo descontraído, na Academia da Cachaça, no Leblon. Anteriormente, nossos encontros eram no famoso bar Veloso, ponto de encontro de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, na década de 1970 e que ficou famoso por causa disso. Mas, com a morte de nosso querido Carlinhos, levado pela covid lá se vão quatro anos, as saudades eram tantas que resolvemos mudar de local.

Numa mesa que já nos é cativa, pois nossos encontros costumam ser bimensais, éramos oito colegas num papo descontraído e saudável. É proibido falar em doenças, lugar comum de todos nós, por causa da nossa idade, senão as conversas girariam, somente, em torno das artrites, sinovites, artrites e outras ites. No entanto, falar de netos, viagens, do dia a dia dos aposentados e dos que ainda trabalham é saudável e bem-vindo. Poucos pararam de trabalhar totalmente como eu, ainda mais que, como dizemos no jargão médico, a medicina é como uma cachaça e é difícil se afastar dela. Tanto é assim, que mesmo sem clinicar não deixo de comparecer aos encontros científicos do meu grupo de endocrinologistas de Friburgo. É uma maneira de me manter atualizado, numa especialidade em que militei por quarenta anos.

Apesar de a faculdade ser em Niterói, muitos eram do Rio e, sem bairrismo, pois muitas vezes recebemos a visita de amigos de outros estados, a maioria era local, à exceção de mim, de Friburgo, e duas outras colegas do outro lado da baía, de onde falam as más línguas, que a vista da cidade maravilhosa é mesmo maravilhosa.

Durante quase quatro horas bebemos, beliscamos e almoçamos relembrando os tempos de faculdade que já se foram há muito tempo, pois todos temos mais de 70 anos; casos curiosos acontecidos na época do internato, nos plantões de maternidade ou pronto socorro e da vida profissional mesmo. Não faltou também a lembrança daqueles que já se foram, que fizeram e fazem, também, parte da nossa história. Infelizmente, dada a nossa idade, essas notícias tristes vão se tornar mais frequentes, mas não podemos fugir disso, é inevitável. O mais gratificante é saber que colegas que estavam afastados há um bom tempo, que não participaram das nossas comemorações do jubileu de ouro da formatura, começaram a se integrar ao grupo e, hoje, esperam o próximo encontro em 2026, para também, participarem da nossa festa.

Turmas unidas como a nossa não é muito frequente, mas isso deveria ser uma constante, pois os laços de amizade construídos ao longo dos anos são importantes para a nossa história de vida. Me lembro que a minha turma do ginásio, do colégio São Bento, se encontrava pelo menos uma vez por ano, num grande almoço de confraternização. Por causa da pandemia de 2019 o laço se rompeu, mas deveria ser renovado.

Dessa vez não dormi no Rio e voltei para casa ao final da nossa confraternização. Devo confessar que foi cansativo, mas gratificante. Outros encontros já estão em estudo, pois nessa altura do campeonato temos mais é que aproveitar o tempo que nos está, ainda, disponível.

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Rio de Janeiro, uma cidade arruinada

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Quando, em 1960, a capital federal foi transferida para Brasília, foi orquestrada uma campanha para desestruturar a cidade do Rio de janeiro, com intuito de colocar o foco na nova capital. Passados sessenta e quatro anos, não se justifica mais esse tipo de atitude, mas o Rio continua a sofrer esse descrédito e, agora, agudamente. Vejamos o que ocorreu na semana passada.

Quando, em 1960, a capital federal foi transferida para Brasília, foi orquestrada uma campanha para desestruturar a cidade do Rio de janeiro, com intuito de colocar o foco na nova capital. Passados sessenta e quatro anos, não se justifica mais esse tipo de atitude, mas o Rio continua a sofrer esse descrédito e, agora, agudamente. Vejamos o que ocorreu na semana passada.

Na última quarta-feira, 23, o Recreio dos Bandeirantes assistiu a uma verdadeira batalha campal com o quebra-quebra iniciado pelos arruaceiros (não podem ser chamados de torcedores do Penharol) quando um de seus componentes foi surpreendido e preso ao roubar um celular. Cenas de agressões, destruição de quiosques da orla, motos incendiadas, carros destruídos, comércio assaltado foram vistas pela televisão, mas vivenciadas ao vivo e a cores pelos moradores, acuados em suas casas, com o trânsito parado. Duzentos e vinte um uruguaios foram levados para a delegacia e vinte e dois permanecem em prisão temporária até hoje. O mais grave é que em dezenove de setembro, um mês e uma semana antes, o Flamengo enfrentou esse mesmo Penharol, no Maracanã, e promoveram, também, cenas de vandalismo e agressões, no Recreio dos Bandeirantes. Será que a Secretaria de Segurança do estado não se lembrava da animosidade dessa torcida? Por que não tomou as devidas providências para que esses fatos não se repetissem?

Mas, na sua sina de cidade, e por que não estado, deixada ao deus dará, no dia seguinte, 24, a coisa foi pior. Na altura do Complexo de Israel, uma das favelas situadas na Avenida Brasil, principal artéria de ligação da zona oeste com o centro da cidade, após uma incursão da polícia militar no local, bandidos atiraram em direção daquela avenida, causando três mortes de pessoas que iam ou estavam trabalhando e causando um grave tumulto. Aliás, desde a tresloucada ordem do membro do STF, Edson Facchin, manietando a atuação da polícia, nos morros e favelas do Rio, que a violência aumentou. O carioca vive acuado, com medo de sair às ruas, preso dentro de suas casas, invertendo a ordem das coisas, pois quem tem de estar atrás das grades são os bandidos, não cidadãos que trabalham e pagam impostos para alavancar a marcha da sociedade.

Segundo a PM, ao chegar às comunidades dominadas pelo tráfico de drogas, os agentes encontraram forte resistência dos criminosos. Para conter a aproximação da PM, eles atearam fogo em carros e várias barricadas, além de terem cavado valas para impedir a ação dos policiais. Na tentativa de fuga, atiraram em direção à Avenida Brasil, causando o tumulto já citado.

Raro, se é que existe, são os dias em que não há relatos de guerra entre milicianos e traficantes, trocando tiros dia e noite; se eles se matassem entre eles, melhor não poderia ser. O problema é que eles colocam em risco a vida de policiais que são pagos, e mal, para manterem a ordem, e, principalmente, de cidadãos e crianças vítimas de balas perdidas. O Rio de Janeiro é, talvez, a cidade campeã de pessoas atingidas ou mortas por balas perdidas.

O grande responsável pelo status quo atual foi Leonel de Moura Brizola, ex-governador do estado, na década de 1980, com sua malfadada ordem de não deixar policiais subirem os morros. Anos depois, Edson Facchin comete o mesmo destempero. Perde com isso a cidade, pois tal estado de coisas compromete o turismo, uma de suas grandes fontes de renda. Além de suas belezas naturais, uma das coisas que, talvez, aumentou o grande fluxo de turistas, para o Nordeste, tenha sido o caos urbano do Rio de Janeiro causado pelo trânsito maluco e pela violência desenfreada.

Infelizmente, a então decantada cidade maravilhosa não tem mais jeito e chega-se à conclusão que a campanha para desacreditá-la teve um grande êxito.

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O Botafogo conseguirá ganhar os dois títulos que disputa?

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Como torcedor fanático que sou, acredito que é possível levantar as taças do campeonato brasileiro e da Libertadores da América, versão 2024.

Como torcedor fanático que sou, acredito que é possível levantar as taças do campeonato brasileiro e da Libertadores da América, versão 2024.

        São duas competições difíceis, principalmente o brasileirão, mas em relação ao ano passado a distância entre o primeiro colocado, no caso o Fogão e o segundo, no caso o Palmeiras, é de apenas um ponto. Acontece que os dois ainda se enfrentam na antepenúltima rodada e tem-se pela frente mais oito rodadas. Ao contrário do ano passado em que o Botafogo chegou a colocar quatorze pontos na frente do segundo colocado, esse ano a diferença está mais apertada e o time alvinegro adora colocar sua torcida em permanente angústia, mesmo tendo time que sobra no campeonato. Aliás, hoje, Botafogo e Palmeiras são indiscutivelmente os melhores times do Brasil.

        Quanto à Libertadores da América não acredito que o Penharol tenha condições de eliminar o Fogão, apesar de que em futebol tudo seja possível, mas classificando-se para uma eventual final, estamos arriscados a ter de enfrentar o Racing, em Buenos Aires e aí, vira uma caixinha de surpresas. Time por time sou mais o do Botafogo, mas a pressão da torcida no estádio de Avellaneda é muito grande e haja concentração e coração. Se for o Atlético Mineiro o classificado, a outra semifinal é entre o Atlético e o Racing, o fator torcida deixa de existir, pois serão dois times brasileiros jogando em solo argentino, local da partida escolhido pela Conmebol (entidade máxima do futebol sul-americano). Nesse caso, o fator campo não existiria já que seria o chamado campo neutro. A rivalidade entre atlético e Botafogo existe, mas não creio no mesmo nível de Argentina e Brasil.

        Nessa quarta-feira, às 21h30, no estádio Nilton Santos no Rio, com todos os ingressos já vendidos, ou seja, com casa cheia, o Fogão inicia sua caminhada em direção a um título inédito, ou seja, campeão das américas. Tem de vencer e com um placar elástico, mesmo sabendo que o Penharol vai jogar fechado e fazendo cera, pois sua intenção, certamente, será levar a decisão para Montevidéu, onde o apoio de sua torcida será muito importante. Para eles, um empate no Rio seria a
glória.

        O que me preocupa é a dificuldade que o time da estrela solitária tem para furar bloqueios, haja visto o último jogo contra o Criciúma, de Santa Catarina. Com um Maracanã lotado, conseguiu furar a retranca do adversário aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo, mas sofreu o empate, numa desatenção, aos quatro minutos da prorrogação. Deixou escapar três valiosos pontos o que fez o Palmeiras ficar a apenas um ponto da liderança.

        De qualquer maneira o torcedor alvinegro tem motivos para acreditar em títulos e sonhar alto, afinal o time atual é muito superior ao do ano passado e, o mais importante, tem reservas, em todas as posições. Reservas que seriam titulares em qualquer time grande da principal divisão do campeonato brasileiro, o que é importante num calendário desumano como o nosso, que obriga os times a jogarem, praticamente, a cada três dias. A sorte de nossos jogadores, menos aqueles que são convocados para as respectivas seleções, é que a Fifa dá dez dias de interrupção no calendário nacional; como são pelo menos três, isso alivia um pouco o desgaste.

        O desejo da imensa torcida alvinegra é que o time esteja inspirado na quarta feira, que possa ganhar bem do seu adversário, deixando encaminhada a classificação para a grande final. Serão dois jogos, com intervalo de uma semana entre um e outro e, assim esperamos que nossos jogadores ponham o coração na ponta das chuteiras. Estaremos em orações para todos os santos para que tenhamos um final feliz. Amém.

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Por que os banheiros públicos são tão sujos?

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Esse é um tema que sempre tive vontade de abordar, mas sempre evitei. No entanto, é uma constatação. Os sanitários públicos, tanto os femininos ou masculinos, não importa, a imundície é a mesma. Aliás, pelos comentários da minha esposa, os do sexo oposto são ainda mais sujos. Seja em restaurantes, bares, cinemas ou teatros, aeroportos ou estações rodoviárias ou ferroviárias, a sujeira nos banheiros públicos é a mesma.

Esse é um tema que sempre tive vontade de abordar, mas sempre evitei. No entanto, é uma constatação. Os sanitários públicos, tanto os femininos ou masculinos, não importa, a imundície é a mesma. Aliás, pelos comentários da minha esposa, os do sexo oposto são ainda mais sujos. Seja em restaurantes, bares, cinemas ou teatros, aeroportos ou estações rodoviárias ou ferroviárias, a sujeira nos banheiros públicos é a mesma. E não é uma questão de classe social, pois da última vez que viajamos, utilizamos a sala vip do aeroporto de Brasília e o comentário da Oneli, ao sair do toilette, foi o de que ele estava imundo.

Será que na casa das pessoas se dá o mesmo desleixo, ou estamos diante daquela constatação de que o que é público não é para ser conservado? No caso dos homens é raro encontrar um vaso sanitário em que a descarga tenha sido acionada após o seu uso, o que deixa um odor fedido muito forte; o mesmo se dá com os mictórios que não têm descarga automática. Aliás, um outro problema desses utensílios é a falta de uma altura padronizada; para pessoas baixas como eu, muitas vezes seria necessária uma escadinha para acertar no alvo corretamente.

Em locais mais movimentados, existe um contingente maior de empregados que se ocupam da conservação desses locais, mas basta um intervalo maior para que a imundice impere. Claro está, como já citei, que no Brasil, pelo fato de ser público é para não ser conservado, mas me parece que o que acontece mesmo é a falta de educação do povo. Basta ver a sujeira que impera nas ruas, calçadas, praias e locais públicos das cidades brasileiras, principalmente do Rio de Janeiro para cima. É como se tivéssemos dois brasis, de São Paulo para baixo, onde a colonização mais europeia moldou o “modus vivendi” da população, a educação do povo é uma; do Rio de Janeiro para cima, com raras exceções, sai de baixo. O problema é que, como na Europa, a chegada de gente de fora está fazendo a diferença, para pior.

Em nossas casas, pelo menos deveria ser assim, sempre que terminamos uma necessidade fisiológica, seja o número um ou o dois, dar a descarga no vaso sanitário é um ato reflexo. E, na maioria das vezes, lavamos nossas mãos, pois isto é uma questão de higiene. O problema é que muitos, principalmente em banheiros públicos, saem sem o fazê-lo e, talvez, por isso, não apertem a descarga para não sujarem às mãos. Não devemos nos esquecer que ao acionarmos a válvula de despejo, o vaso sanitário deverá estar com a tampa abaixada, pois uma névoa de vírus e bactérias se espalha pelo ambiente e permanece por um tempo nas superfícies, em especial no próprio vaso, o que aumenta o risco de contaminação.

Ao contrário do que se imagina, a forma mais comum de contaminação por doenças em banheiros compartilhados não é sentando-se no vaso e, sim, através da via fecal-oral. “Vamos supor que você encostou na parede onde outra pessoa com as mãos sujas de fezes também encostou. Depois, você não higieniza corretamente as mãos e acaba levando-as à boca. Dessa forma, pode acabar se contaminando”, explica a dra. Marianna Bezerra, infectologista em São Paulo. A infecção pela hepatite A acontece principalmente dessa forma, assim como vírus e bactérias intestinais que podem causar vômito, diarreia e dor abdominal.

Sentar-se em bancas públicas não é um bom negócio a não ser que haja uma necessidade premente. Caso isso seja necessário, seque o vaso com papel higiênico e se não houver o papel proteja a tampa, cubra a mesma com papel higiênico. Mas, nunca se esqueça de lavar as mãos, quando terminar.

Nós, brasileiros, deveríamos mudar nossa visão de mundo e lembrarmos sempre de que um povo educado é mais saudável, higiênico e bem vindo, mas que o que é público é de todos e deve ser conservado como se fosse nosso.

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Visita ao Acre e a Brasília

quarta-feira, 09 de outubro de 2024

Nesses dias em que minha coluna não saiu, foi porque estive fora visitando filhos, um que mora em Rio Branco, no Acre, e outro em Brasília. Como não existem voos diretos para a capital acreana e todos param em Brasília, fiz Rio-Brasília-Rio Branco na ida e Rio Branco, com uma parada de três dias na capital federal e, finalmente, Brasília-Rio.

Nesses dias em que minha coluna não saiu, foi porque estive fora visitando filhos, um que mora em Rio Branco, no Acre, e outro em Brasília. Como não existem voos diretos para a capital acreana e todos param em Brasília, fiz Rio-Brasília-Rio Branco na ida e Rio Branco, com uma parada de três dias na capital federal e, finalmente, Brasília-Rio.

A história do Acre é marcada por diversos acontecimentos, como a ocupação por imigrantes, conflitos com países vizinhos, e a anexação ao Brasil; os primeiros habitantes do Acre foram os índios Apurinãs, que davam ao território o nome de "Aquiri", que significa "rio dos jacarés". No século XIX, o Acre ganhou destaque com a chegada de imigrantes nordestinos para trabalhar na extração de látex, quando se tornou um grande produtor de borracha. Entre 1899 e 1909, houve disputas entre brasileiros, bolivianos e peruanos pelo domínio da região. 

O Tratado de Petrópolis, em 1903, resultou na anexação do Acre ao Brasil, após a Revolução Acreana. Em 1912, ele foi declarado território federal, com um governador nomeado pelo presidente e em 1962, se tornou um estado da federação, após decreto do presidente João Goulart. Nas últimas décadas, o estado tem se destacado pela preservação ambiental e pelo reconhecimento dos direitos das comunidades indígenas. 

É também um estado que deu ao Brasil pessoas ilustres como o cirurgião cardíaco Adib Jatene, o jornalista, radialista e grande botafoguense Armando Nogueira, o seringueiro e grande defensor do meio ambiente Chico Mendes, o médico e político Enéas Carneiro, a novelista Glória Perez, a atual ministra do meio ambiente Marina Silva, entre os que me lembro.

Mas, o Rio Branco é igual a calor e fumaça. Para se ter uma ideia, às dez e meia da noite a temperatura pode estar em trinta e três graus celsius; a fumaça fica por conta das queimadas provocadas pelas mãos do homem, pois o estado é um grande criador de gado e quando o pasto fica velho, põe-se fogo para revitalizá-lo. Por dois dias tentei sair para caminhar e não consegui por causa da fumaça, aliás, tem-se de começar a caminhar cedo, por causa do calor. Cheguei à conclusão de que os melhores lugares para se ficar, em Rio Branco, são num ambiente com ar condicionado ou dentro de uma piscina. Frente ao Acre, Cachoeiras de Macacu é um paraíso.

Não é uma cidade turística, ficando restrita a visitas aos parques, entre eles o parque Chico Mendes, ao bairro da Gameleira, ideal para um passeio ou um bom papo entre amigos. O Calçadão da Gameleira, com seus quiosques e barzinhos, às margens do rio Acre, representa o início da história de Rio Branco, com suas casas coloridas, construídas no período áureo da borracha e da castanha, como o Cine Teatro Recreio, primeiro palco para apresentações culturais de Rio Branco. Vemos, ainda, um enorme mastro com a bandeira do estado, tendo, também, a vista do rio, hoje com uma vazão muito baixa em função da seca. Podemos visitar também o Museu do Povo Acreano, a Catedral, a Praça da Revolução e o Palácio do Governo.

        Em compensação, temos uma ótima gastronomia em que se sobressaem a carne de sol, os peixes de água doce, o tacacá e os sorvetes com frutas da Amazônia e do Nordeste. Os restaurantes não são caros e a comida é muito saborosa. Meu filho, com pouco menos de um ano de cidade conhece vários deles.

        O Carne de Sol do Ceará, simples, mas com uma fartura de carne, manteiga de garrafa, mandioca, que lá se chama macaxeira, farofa amarela de Cruzeiro do Sul (cidade próxima) e feijão de corda, é uma delícia. Temos ainda a rabada no tucupi, o quibe de arroz, o tucunaré recheado, a moqueca de tucunaré com camarão, o pirarucu à milanesa e muitas outros.

Foram quatorze dias de muito calor, mas agradáveis, em companhia de nossos filhos e netos. Do Acre rumamos para Brasília onde ficamos três dias com direito a uma ida ao estádio Mané Garrincha, para assistir ao jogo Botafogo e Grêmio. Em Brasília muito calor, também, mas com uma queda de temperatura à noite, o que dispensa o ar-condicionado.

O único senão foi que perdi o voo de Rio Branco para Brasília e tive de comprar outras duas passagens. É que esse horário de meia noite e meia é complicado, pois na realidade teria de chegar no aeroporto na quinta à noite e, simplesmente, esqueci. Burrice minha e prejuízo no bolso.

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Nova Friburgo é um grande polo de produção de flores ornamentais

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Nova Friburgo é um dos principais produtores de flores ornamentais do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil. A produção de flores de corte em nossa cidade começou na segunda metade do século passado e em 2023, tínhamos cerca de 3.500 produtores rurais e uma produção anual de cerca de 100 mil toneladas de flores e plantas ornamentais. Essa produção é resultado da modernização das técnicas de cultivo, da diversificação da produção e da oferta de crédito. 

Nova Friburgo é um dos principais produtores de flores ornamentais do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil. A produção de flores de corte em nossa cidade começou na segunda metade do século passado e em 2023, tínhamos cerca de 3.500 produtores rurais e uma produção anual de cerca de 100 mil toneladas de flores e plantas ornamentais. Essa produção é resultado da modernização das técnicas de cultivo, da diversificação da produção e da oferta de crédito. 

Friburgo produz uma grande variedade de flores, dentre as quais 270 espécies de orquídeas, muitas bromélias e aves do paraíso, ou estrelítzia. Ela é considerada de caráter ornamental, na maioria das vezes, vendida em vaso e destinada ao consumo local. Além disso, o município produz flores de corte, cujo cultivo é comercializado industrialmente para vários pontos do país. Listamos as principais e damos as características dessas flores:

1- Copo de Leite, lírio do nilo (Zantedeschia aethiopica, Familia: Aráceas, Origem: África, Floração: Primavera e verão).

O copo-de-leite é uma flor ornamental de encher os olhos que se adaptou muito bem em terras brasileiras. Suas folhas são grandes, cordiformes-sagitadas e as flores, amareladas ou brancas, têm a forma de um copo. Seu nome é uma homenagem ao cientista Francesco Zantedeschia que, além de médico, era também botânico.

Na Inglaterra do século 19, simbolizava a nobreza e a boa educação, e demonstrava, grande estima e amizade, ao ser ofertada. No Brasil, é muito usado como decoração, pelas noivas, simbolizando pureza e virgindade.

Apesar de sua beleza, há de se tomar cuidado com ela, pois é tóxica, podendo causar problemas irritativos e inflamatórios, tanto no contato, como na ingestão de suas folhas ou da sua seiva.

2- Palma de Santa Rita, gladíolo (Gladíolus sp, Familia: Iridáceas, Origem: África do Sul, Floração: quase todo o ano).

A palma de Santa Rita, o popular gladíolo, pertence à família das iridáceas. É uma herbácea que pode atingir os 90 cm de altura. Pelo menos quatro horas diárias de sol direto são necessárias para o seu cultivo. O solo ideal para o plantio é o argiloso e a planta deve receber regas moderadas, sem excessos, para não correr o risco de provocar o apodrecimento dos bulbos. A planta é originária da África, Ásia e Europa e produz flores praticamente o ano inteiro, daí sua boa adaptação ao Brasil.

A palma é uma importante flor de corte que não requer cuidados especiais, portanto é ótima para arranjos florais. Seu grande diferencial é uma extensa variedade de cores que podem ser de uma tonalidade apenas, como a lilás; ou bicolores como a mescla de vermelho com amarelo.

3- Rosa chá (Rosa Apogée, Família: Rosáceas, Origem: China, Floração: Primavera e verão. Considerada a rainha das flores, de acordo com a mitologia grega, Chloris, a deusa das flores, criou a rosa a partir do corpo de uma ninfa encontrada num bosque. Afrodite deu a beleza, Dionísio concedeu o néctar e Apolo poliu e fez florescer a flor. Dessas três graças nasceu a flor das flores: a rosa.

O hábito de cultivar rosas surgiu no século 18, mas foi somente a partir do século 19, que os roseirais ganharam força. Elas nascem em arbustos ou trepadeiras e as folhas são simples, partidas em cinco ou sete lóbulos de bordos denteados. As flores, na maior parte das vezes, são solitárias. Apresentam originalmente cinco pétalas, muitos estames e um ovário ínfero. Os frutos são pequenos, normalmente vermelhos, algumas vezes comestíveis. Beleza atrai beleza, para se conquistar uma bela mulher, nada melhor que presenteá-la com um bonito buquê de rosas vermelhas.

4- Gypsophila (Mosquitinho ou Banquinha), Família:Cariophillaceae, Origem: regiões mediterrâneas, Leste da Europa e Sibéria, Floração: Outono           

As variedades de coloração branca são as mais cultivadas no Brasil, principalmente porque são fáceis de serem tingidas em colorações diversas. A sua durabilidade pós-colheita varia entre uma e duas semanas. Trata-se de uma planta altamente ramificada, que atinge, aproximadamente, um metro de altura. As folhas são finas e pontiagudas, de coloração verde-acinzentada e superfície pilosa.

Por sua leveza e suavidade é muito utilizada para completar arranjos florais de vasos.

5-Crisântemo (Dendranthema grandiflora, Família Compositae, Origem: Ásia, Floração: Inverno).

Originário da Ásia, o crisântemo foi adotado como símbolo nacional do Japão. Chegou à Europa por volta de 1700, onde foi melhorado geneticamente até alcançar as variedades atuais. Atualmente é a principal flor de corte do mercado brasileiro.

O crisântemo cresce em dias longos e floresce em dias curtos, daí ser uma flor de inverno. Para ser produzido durante o ano todo é necessário fazer o plantio em estufas durante o verão, onde técnicas de escurecimento permitem a obtenção artificial de plantas floridas.

Hoje em dia destacam-se os tipos: "margarida", bastante comum no Brasil e na Europa; o "spider" com pétalas tipo alfinete; e o "pom pom", crespo e arredondado. Quanto ao tamanho, dividem-se entre crisântemos, largos, médios e minis, dependendo da finalidade (corte ou vaso). As cores podem ser as mais diversas possíveis, destacando-se: o branco, amarelo, vermelho, lilás, roxo, salmão e a mistura dessas cores em tons variados.

No próximo dia 22 começa a primavera no Brasil e, certamente, Friburgo ficará mais bonita com a cidade toda florida. E aí prefeito, que tal uma festa das flores semelhante a que existe em Holambra, no Estado de São Paulo. Seria uma excelente exposição para nossos produtores. 

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Dia do Endocrinologista foi celebrado em 1º de setembro

quarta-feira, 04 de setembro de 2024

Este artigo foi postado pela SBEM, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo e, como achei pertinente, resolvi publicá-lo na coluna desta semana.

“O especialista em Endocrinologia e Metabologia é o médico que cuida do equilíbrio geral do organismo, do nascimento à terceira idade. Uma área fundamental da medicina.

Este artigo foi postado pela SBEM, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo e, como achei pertinente, resolvi publicá-lo na coluna desta semana.

“O especialista em Endocrinologia e Metabologia é o médico que cuida do equilíbrio geral do organismo, do nascimento à terceira idade. Uma área fundamental da medicina.

A área de conhecimento do endocrinologista engloba aspectos essenciais tais como crescimento, libido e saúde sexual, metabolismo, disposição, ossos, saúde do coração, colesterol, atividade física, hormônios etc. São tantos caminhos que a SBEM possui 11 departamentos científicos, cada qual cuidando de uma área diferente da Endocrinologia e Metabologia.

O especialista tem uma longa jornada de estudo e dedicação, atualização científica e um enorme respeito pela ciência, sempre baseada em evidências, e ética acima de tudo. Esse vasto conhecimento é essencial no controle de doenças comuns à população, com impacto na saúde global, como a obesidade, o diabetes, problemas na tireoide, mas também ajudando pessoas com doenças raras.

Neste Dia do Endocrinologista a mensagem "orgulhodeserendocrinologista" se espalha e mostra a força da especialidade. Por ocasião deste 1º de setembro, Dia do Endocrinologista, a SBEM lembra que também vem atuando na defesa profissional e da população contra qualquer atitude que possa trazer riscos e prejuízo na saúde. Uma luta constante, muitas vezes silenciosa, mas sem ser interrompida porque precisa estar ao lado da população”.

Esse artigo veio a calhar e serve de alerta, para os maus profissionais, principalmente, clínicos, ginecologistas e nutrólogos que veem praticando barbaridades com o uso indevido da prescrição de hormônios. O fazem como se eles fossem uma simples aspirina; esquecem que se essas não estão livres de riscos, imagine o que dizer de medicamentos mais complexos cuja utilização sem critérios pode ser nefasta ao paciente.

Somente após uma residência ou pós-graduação, em média de dois a três anos pós término da faculdade, está o endocrinologista preparado para fazer uma boa anamnese, pedir os exames adequados e prescrever o uso de hormônios, se necessário. Ou seja critério, conhecimento e bom senso acima de tudo. Aliás, não existe, na medicina, a especialidade hormoniologia, quem entende de hormônios é o endocrinologista.

Talvez, na ânsia de não perder o paciente o que se tem visto é a prescrição indiscriminada de testosterona para tratar falta de interesse sexual feminino (aliás, meu saudoso avô já dizia, não existem mulheres insatisfeitas sexualmente e sim homens incompetentes). O uso indiscriminado da mesma testosterona para curar impotência masculina ou ganho de massa muscular para atletas sejam eles homens ou mulheres.

Observa-se também a prescrição de hormônio tireoidiano para tratamento de obesidade, pois, realmente, o hipertiroidismo caracterizado pelo excesso de hormônio tireoidiano tem como uma de suas consequências o emagrecimento do paciente. No entanto, os riscos para ele são enormes, pois esse em excesso causa taquicardia, sudorese e outros sintomas desagradáveis, inclusive com risco de vida.

Tornou-se moda o pedido desenfreado de exames hormonais, na maioria das vezes desnecessários e que encarecem os planos de saúde. Dosagem de FSH na menopausa, por exemplo, não faz o menor sentido, pois com a queda da produção de estrogênios pelos ovários, a tendência é mesmo o aumento do FSH. Dosagem de cortisol em mulheres que usam anticoncepcionais, e dosagem de testosterona em mulheres que não têm queixas de excesso de hormônio masculino. E não para por aí, pois o dia a dia do endocrinologista mostra os absurdos que estão sendo cometidos por pseudo endócrinos, na ânsia de não perderem o paciente.

Por outro lado, é preciso que a população se conscientize, também, pois quem entende de hormônios é o endocrinologista e para isso ele se dedica a essa especialidade. Quando muito os especialistas se completam, como é o caso do tratamento da reposição hormonal em mulheres menopausadas em que o endocrinologista precisa do embasamento do ginecologista e vice-versa.

A prescrição de hormônios é necessária quando a reposição se faz necessária, pois o seu uso indiscriminado pode aumentar a incidência de câncer. Portanto, no caso de dúvida procure sempre o endocrinologista, pois se não tratar uma endocrinopatia, ele encaminhará o paciente para o especialista necessário.

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Turma de medicina da UFF 1974 comemora bodas de ouro

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Entre a última quinta-feira, 22, e o domingo, 25, pelo menos 25 colegas e suas respectivas famílias, totalizando 69 adultos e 12 crianças, participaram das comemorações dos 50 anos da formatura, da turma de 1974, da faculdade de medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF). O local escolhido foi o Hotel Portobello, em Mangaratiba, na Costa Verde do Estado do Rio de Janeiro, em função de oferecer pensão completa, ser um local muito agradável e com acomodações confortáveis e espaçosas. De fácil acesso, também, porque já nos reunimos ali em duas outras ocasiões e já o conhecíamos.

Entre a última quinta-feira, 22, e o domingo, 25, pelo menos 25 colegas e suas respectivas famílias, totalizando 69 adultos e 12 crianças, participaram das comemorações dos 50 anos da formatura, da turma de 1974, da faculdade de medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF). O local escolhido foi o Hotel Portobello, em Mangaratiba, na Costa Verde do Estado do Rio de Janeiro, em função de oferecer pensão completa, ser um local muito agradável e com acomodações confortáveis e espaçosas. De fácil acesso, também, porque já nos reunimos ali em duas outras ocasiões e já o conhecíamos.

Nossa turma era composta por 120 alunos, cujo sonho maior era de se tornarem médicos e poderem exercer uma das mais nobres profissões. E todos se lembraram dos sacrifícios que jovens, como nós éramos, tivemos de enfrentar não só pela dificuldade em ingressar numa faculdade de medicina, tendo antes de passar por um vestibular dos mais concorridos; além disso estávamos dentro de um regime de exceção. Era a época da revolução de 1964, onde manifestações estudantis eram proibidas. E o que é pior, sabíamos que tínhamos agentes do DOPS (Departamento da Ordem Política e Social) infiltrados nas diversas faculdades brasileiras, o que tornava as manifestações estudantis muito arriscadas. Felizmente, ao que eu saiba, nenhum colega teve problemas nesse período conturbado da nossa história.

Foram quatro dias de confraternização, em que todos se viam desde o café da manhã até depois do jantar.  Essa é a grande vantagem de se escolher um hotel com pensão completa. Vários grupos se encontravam e se desfaziam para relembrar os tempos da faculdade, das brincadeiras inerentes a essa fase da vida e dos apelidos de muitos de nós.

Era uma época que a frescura não imperava entre os considerados politicamente corretos e o bullying não fazia parte do nosso dia a dia. Tivemos colegas conhecidos como “coisa rara, já morreu, piranha, dentifrício, dr. marcus welb, vírgula, perninha, rolha de poço, topogiggio, formigão, ursinho, sargento tainha” e muitos outros dos quais não me lembro mais. Ninguém se incomodava com isso, muito pelo contrário, terminaram a faculdade e se destacaram na profissão.

Na noite de sexta feira, 23, tivemos uma apresentação do conjunto Rodrigo Ravell, de Indaiatuba-SP, por indicação do nosso colega Rogério. O conjunto é sensacional, com um acordeão e dois violões, especializado em música, pois seu repertório vai do forró ao clássico. E o que é mais interessante, seu vocalista é capaz de imitar a voz de Pavarotti, de Tim Maia e outros, o que tornou a apresentação mais interessante ainda. A noite era aberta aos que gostam de dançar, mas em função da idade as sinovites, tendinites, dores lombares, próteses de joelho e quadril, impediram que muitos se aventurassem na pista de dança. Mas valeu pela presença de todos e pelo gabarito do conjunto.

Como não podia deixar de ser, numa turma em que o mais novo tem 73 anos, muitos colegas, mais precisamente 25, faleceram ao longo desses anos. Foram homenageados com um minuto de silêncio antes do Rodrigo Ravell iniciar sua apresentação e pelas lembranças de seus momentos durante o tempo da faculdade e ao longo da vida, até sua partida.

Para o futuro decidiu-se encurtar o intervalo entre um encontro e outro, que era de cinco anos e agora será de dois anos. Isso se explica porque à medida que o tempo passa a probabilidade de perda de colegas se torna maior e começam a surgir as dificuldades de locomoção em função da idade. Mas, o mais importante, pelo menos para mim, é que ao longo de nossos encontros aquela camaradagem da juventude se transformou numa amizade mais forte e as pessoas sentem necessidade desse convívio mesmo que por poucos dias.

Aos colegas que não puderam comparecer, foram muitos pelos mais variados motivos, pedimos que se inscrevam ou continuem a acompanhar o zap UFF 50 anos, não ´só porque a presença de vocês é importante, mas para se manterem informados, e mesmo, para discutirem e darem opiniões sobre o local do nosso próximo encontro. Quanto mais colegas puderem comparecer mais unido será o nosso grupo.

Muito grato e contente por pertencer à turma que se formou em junho de 1974, que completou seu jubileu de ouro com muitos colegas ainda trabalhando e pondo em prática tudo aquilo que aprenderam na faculdade, honrando uma profissão tão nobre e importante para a humanidade. Claro está que não fosse a evolução e o progresso da medicina, turmas tão numerosas como a nossa não conseguiriam chegar até aqui. Isso é uma prova viva da evolução da arte de curar, através dos anos.

Deixo aqui meu muito obrigado por pertencer a uma turma tão fantástica.

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