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Crônicas antigas

quarta-feira, 07 de maio de 2025

Não duvido que, depois que a tiver lido, alguém comente: “Não melhorou nada até hoje”

Não duvido que, depois que a tiver lido, alguém comente: “Não melhorou nada até hoje”

Alguém me perguntou qual foi a minha primeira crônica publicada, a porta de entrada para as mais de 900 que já tive a ousadia de estampar em jornal, desde aquele longínquo 15 de outubro de 1977. Até me lembrei dela, mas logo me veio a ideia de que não fui eu que a publiquei, o autor era outro. Não que eu a tenha roubado; falando sinceramente, não sou dado a roubar coisa nenhuma. Podem investigar. Acontece que eu era outro, mais jovem, mais analfabeto e menos experiente dos tropeços e avanços que todos nós vamos dando, vida afora. E tanto eu não era o eu que está escrevendo agora, nesta manhã de abril, fria e chuvosa, que hoje eu não publicaria nada daquela época (mas vou publicar, como se verá mais adiante).

De repente, alguém da casa vem me informar que o Papa Francisco morreu durante a madrugada. Os dedos ficam imóveis sobre o teclado, porque a notícia é triste. Depois do grande intelectual e teólogo que foi Joseph Ratzinger, Deus (para os católicos), ou o acaso (para os múltiplos não católicos) mandou Jorge Mario Bergoglio, um homem simples, com cara de vizinho antigo, ou de dono da quitanda do bairro. Já está no céu, onde continua torcendo pelo San Lourenço e dizendo que Pelé era melhor do que Maradona. Talvez não diga em voz alta, porque pode ser que no céu exista outro argentino.

Também é Dia de Tiradentes, “aquele herói enlouquecido de esperança”, na definição de Tancredo Neves.  Talvez tenha muito de mito, mais Joaquim José e menos Tiradentes. No entanto, é um mito do bem, tão diferente dos que atualmente vemos por aí. Sabe-se o quanto ele se sacrificou pelo que acreditava e do que se sabe conclui-se que, como diz o samba do Império Serrano, “Foi traído e não traiu jamais / A inconfidência de Minas Gerais”.

E a primeira crônica? Não, essa não. Destoa muito do que escrevo atualmente. Talvez a terceira, que saiu no Correio Friburguense em 5/11/77, seja um pouco menos ruim. Além disso, essa foi a primeira que escrevi especificamente para o jornal. Não duvido que, depois que a tiver lido, alguém comente: “Não melhorou nada até hoje”. Não vou levar a mal. E, para que isso não me desanime de continuar escrevendo, atribuirei comentário tão negativo a esta fria e chuvosa manhã de abril, pois ela há de ter deixado o leitor aborrecido com a vida e com toda a raça de cronistas.

Quanto à crônica... bem, vai ter que ficar para a próxima quinzena. Gastei o espaço que tinha só na introdução (isso é que é ser conciso!). Vou deixar os leitores e as leitoras roendo unha de tanta ansiedade! Mas, como não confio na memória de vocês, recomendo que anotem a data num papelzinho: 21.05.25.  Aqui estarei, esperando, e ficarei muito decepcionado se vocês não aparecerem.

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Oportunidade

quarta-feira, 07 de maio de 2025

Com seletivas no interior, estão abertas as inscrições para as Paralimpíadas Escolares 2025

Com seletivas no interior, estão abertas as inscrições para as Paralimpíadas Escolares 2025

Estão abertas as inscrições para as Paralimpíadas Escolares 2025, a maior competição estudantil paralímpica do estado. A novidade deste ano é histórica: pela primeira vez, as etapas seletivas acontecerão também no interior do Rio de Janeiro, ampliando a participação de jovens talentos de todas as regiões fluminenses. O evento é promovido pelo Governo do Estado, por meio da Superintendência de Desportos do Rio de Janeiro (Suderj), que também será responsável por toda a logística dos atletas na competição nacional, marcada para novembro em São Paulo.

“As Paralimpíadas Escolares são um símbolo de superação, inclusão e cidadania. E neste ano damos um passo ainda maior ao levar as seletivas para o interior, garantindo que jovens de diferentes localidades do estado tenham a mesma chance de representar o Rio de Janeiro. É assim que fazemos política pública de verdade: com igualdade de acesso e valorização da diversidade”, destacou o governador Cláudio Castro.

Estudantes com deficiência, de escolas públicas ou privadas, entre 11 e 17 anos, podem se inscrever enviando e-mail para suderj@suderj.rj.gov.br. A competição, que abriu suas inscrições na última semana, contará com 14 modalidades paralímpicas: atletismo, natação, vôlei sentado, futebol PC, judô, badminton, tênis de mesa, bocha, tênis em cadeira de rodas, halterofilismo, futebol de cegos, basquete 3x3, goalball e taekwondo.

As etapas classificatórias acontecerão em três municípios: Iguaba Grande (17/05), Paraíba do Sul (28/06) e Rio de Janeiro – (05/07).  Na capital fluminense, as modalidades disponíveis são Bocha, Natação, Atletismo e Tênis de Mesa. Enquanto nos demais municípios, as opções serão de acordo com a demanda. Os interessados podem se inscrever até 15 dias antes da data de cada de cada etapa classificatória.

O suporte aos atletas será custeado pelo Governo do Estado, por meio da Suderj, que fornecerá transporte, hospedagem, alimentação, uniformes e auxílio técnico aos participantes. Os atletas selecionados vão compor a delegação que representará o estado na fase nacional, organizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro.

“Este ano, além de oferecer uma estrutura completa, damos um passo inédito ao interiorizar as seletivas. Essa descentralização garante mais acesso, mais inclusão e mais oportunidades. Ter a delegação do Rio de Janeiro participando de mais uma Paralimpíada Escolar e com o apoio cada vez maior do governo, me faz ter certeza de que o nosso Estado vai se fortalecer como um verdadeiro celeiro de campeões paralímpicos”, destacou Marcos Santos, presidente da Suderj.

 

Sem Frizão

Ferj define tabela da Copa Rio 2025; Friburguense não está classificado

Competição que proporciona vagas na Copa do Brasil e na Série D do Campeonato Brasileiro e distribuição de R$ 500 mil em premiação, a Copa Rio 2025 já tem o caminho definido para os 24 participantes. O Friburguense não conseguiu a classificação para a edição deste ano, por ter ficado de fora das semifinais da Série B1 do Campeonato Carioca em 2024. Desta forma, não há chances de o Tricolor da Serra retornar ao cenário do futebol nacional no próximo ano.

De acordo com o sorteio realizado no auditório da sede da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, o Maricá, campeão da edição de 2024, estreará na segunda fase contra o vencedor de Petrópolis x Artsul. Prevista para iniciar no dia 25 de junho, a Copa Rio conta com oito clubes da Série A2, quatro da Série B1 e quatro da Série B2 na disputa da primeira em sistema eliminatório (mata-mata). Na segunda fase, oito participantes da Série A esperam os vencedores dos confrontos.

Irão se enfrentar, nesta primeira fase, Petrópolis x Artsul, Niteroiense x América (o Audax Rio aguarda o vencedor), Paduano x Cabofriense (o vencedor pega o Boavista), São Gonçalo x Olaria (o Nova Iguaçu aguarda o ganhador), Bonsucesso x Araruama (o vitorioso pega o Sampaio Corrêa), Carapebus x Duque de Caxias (o Madureira aguarda), Campo Grande x Americano (quem passar encara o Bangu) e Pérolas Negras x Resende (o classificado medirá forças com a Portuguesa).

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    Seletiva no interior é uma das novidades das Paralimpíadas Escolares 2025 (Divulgação Vinicius Gastin)

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    Em 2024, Frizão participou da Copa Rio e acabou eliminado no primeiro confronto, com o América (Divulgação Vinicius Gastin)

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O último presente do Francisco a Gaza

terça-feira, 06 de maio de 2025

O saudoso pontífice, Papa Francisco, que fez sua páscoa eterna no último dia 21 de abril, pediu que seu papamóvel fosse transformado em uma clínica para atendimento de emergência às crianças da Faixa de Gaza. A Cáritas Jerusalém: "Não é apenas um veículo, mas a proximidade do Papa com os mais vulneráveis"

O saudoso pontífice, Papa Francisco, que fez sua páscoa eterna no último dia 21 de abril, pediu que seu papamóvel fosse transformado em uma clínica para atendimento de emergência às crianças da Faixa de Gaza. A Cáritas Jerusalém: "Não é apenas um veículo, mas a proximidade do Papa com os mais vulneráveis"

O legado de paz do Papa Francisco continua a reluzir em meio a um mundo repleto de conflitos. A proximidade que ele demonstrou aos mais vulneráveis durante sua missão terrena continua a irradiar também após sua morte, e esta última surpresa não é exceção: seu papamóvel, o mesmo veículo com o qual ele saudou e se aproximou de milhões de fiéis em todo o mundo, está sendo transformado em uma unidade móvel de saúde para as crianças de Gaza.

Um último desejo

Foi seu último desejo para as pessoas às quais demonstrou tanta solidariedade ao longo de seu Pontificado, especialmente nos últimos anos. E em seus últimos meses de vida, o Papa confiou a iniciativa à Cáritas Jerusalém, procurando assim responder à terrível crise humanitária na Faixa de Gaza, onde quase um milhão de crianças está deslocada.

Em meio a uma guerra devastadora, infraestruturas em colapso, um sistema de saúde debilitado e a falta de instrução, as crianças são as primeiras a pagar o preço, com a fome, infecções e outras condições de saúde precárias colocando suas vidas em risco.

O Papa Francisco costumava dizer que "crianças não são números. São rostos. Nomes. Histórias. E cada uma delas é sagrada". E com este último presente, suas palavras se tornaram ação.

No papamóvel foram instalados equipamentos para diagnósticos, exames e tratamento de patologias, incluindo testes rápidos de infecção, instrumentos para diagnosticar enfermidades, vacinas, kits de sutura e outros suprimentos vitais. Também contará com médicos e profissionais de saúde e – assim que o acesso humanitário à Faixa de Gaza for restabelecido – chegará às crianças nos ângulos mais isolados de Gaza.

Em um comunicado à imprensa, Peter Brune, secretário-geral da Cáritas Suécia, escreveu que "com o veículo, poderemos chegar às crianças que hoje não têm acesso a cuidados de saúde, às crianças feridas e desnutridas". "Esta é uma intervenção concreta e que salva vidas em um momento em que o sistema de saúde de Gaza entrou em colapso quase total", acrescentou.

Um convite para não esquecer

Cáritas Jerusalém, que há tempos atende comunidades em Gaza em condições difíceis, está liderando os esforços em campo. Com mais de 100 agentes engajados na prestação de cuidados de saúde, a organização agora está operando a partir do legado de compaixão e força do Papa, levando sua bênção final ao povo de Gaza. "Este veículo representa o amor, o cuidado e a proximidade de Sua Santidade aos mais vulneráveis, que ele expressou durante toda a crise", disse Anton Asfar, secretário-geral da Cáritas Jerusalém.

O veículo parece ter sido cuidadosamente adaptado às necessidades dos mais necessitados. Mas "não é apenas um veículo", concluiu Brune. "É uma mensagem de que o mundo não se esqueceu das crianças de Gaza." E é também um convite: para que o resto do mundo também se lembre delas.

Fonte: Vaticans News

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Eternos

terça-feira, 06 de maio de 2025

Marquinhos Galhardo e Bernardo Ribeiro ganham homenagem especial da torcida do Frizão

Dois jogadores nascidos em Nova Friburgo, com carreira de sucesso no Friburguense e diversos outros clubes, foram homenageados e eternizados pela torcida tricolor. Bernardo Ribeiro e Marquinhos Galhardo ganharam bandeiras próprias confeccionadas pela Rasta Tricolor, um dos mais tradicionais movimentos de torcedores organizados do Frizão. As novidades foram apresentadas durante a estreia do clube no Estadual das categorias sub-15 e sub17, no último dia 20 de abril.

Marquinhos Galhardo e Bernardo Ribeiro ganham homenagem especial da torcida do Frizão

Dois jogadores nascidos em Nova Friburgo, com carreira de sucesso no Friburguense e diversos outros clubes, foram homenageados e eternizados pela torcida tricolor. Bernardo Ribeiro e Marquinhos Galhardo ganharam bandeiras próprias confeccionadas pela Rasta Tricolor, um dos mais tradicionais movimentos de torcedores organizados do Frizão. As novidades foram apresentadas durante a estreia do clube no Estadual das categorias sub-15 e sub17, no último dia 20 de abril.

“Gostaríamos de agradecer ao nosso amigo Misael Souza que nos proporcionou a oportunidade de poder realizar essa homenagem, e ao nosso amigo Rafael Galhardo, por abraçar a nossa ideia e nos ajudar a realizar essa pequena homenagem. Nunca nos esqueceremos de vocês. O início da nossa torcida se deve muito a vocês, que abraçaram muito nossa torcida na época quando surgimos. Vocês são ídolos eternizados”, resume a direção da torcida, em postagem na rede social.

A homenagem também foi apreciada, curtida e celebrada por amigos e familiares dos jogadores, falecidos nos anos de 2013 e 2016. “Parabéns a essa torcida tão linda. Muito obrigado por essa linda homenagem ao meu amado filho Marquinho, que amava esse clube e essa torcida. Saudade eterna do meu filho, e que Deus abençoe vocês a cada dia. Meu muito obrigada pelo carinho e por essa homenagem tão linda”, escreveu Zizi Galhardo, mãe de Marquinhos.

“Parabéns e muito obrigado pela homenagem com o meu irmão. Uma história que ninguém apaga”, resumiu o irmão Rafael Galhardo, também atleta profissional de futebol, com passagens por Flamengo, Vasco, Santos, Grêmio, Bahia, dentre outros clubes.

“Obrigada pela linda homenagem para o meu irmão Bernardo. Para sempre lembrado”, comentou Najila Salim, irmã de Bernardo.

Marquinhos Galhardo morreu após sofrer acidente de carro na BR-356 no ano de 2013, na altura de Retiro do Muriaé, distrito de Itaperuna, cidade do norte do Rio de Janeiro. O jogador tinha 22 anos e saiu de Nova Friburgo com destino a Tombos (MG), onde morava. Marquinhos passava o fim de semana de folga com o irmão Rafael e o restante dos familiares em Santos, litoral paulista. O jogador nasceu e foi criado em Nova Friburgo e foi revelado nas categorias de base da equipe, tendo se destacado nos últimos anos, antes de ser emprestado para a Tombense.

Já Bernardo Ribeiro defendia o Friburguense quando morreu, em 2016, durante uma partida de futebol amador na cidade de Recreio, na Zona da Mata de Minas Gerais. O jogador de 26 anos, que havia disputado o Campeonato Carioca daquele ano pelo Frizão, sofreu um mal súbito dentro de campo, chegou a ser encaminhado ao hospital, mas não resistiu. No Estadual jogou nove partidas, na campanha que culminou com o rebaixamento da equipe de Nova Friburgo para a Série B.

O jogador foi formado nas categorias de base do Flamengo e fez parte da geração de Renato Augusto, Erick Flores e companhia. Antes de se profissionalizar, se transferiu para a Albânia e fez toda sua carreira fora do Brasil. Bernardo atuou, também, na Itália, Finlândia e Austrália antes de retornar ao Brasil para defender o Inter de Lages.

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    Bernardo atuou pelo Friburguense em uma das últimas participações do clube na elite Estadual (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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    Marquinhos teve boa passagem pelo Frizão, e assim como Bernardo, foi eternizado pela torcida (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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A VOZ DA SERRA, jornalismo de excelência, abrangente e confiável

terça-feira, 06 de maio de 2025

Quando se fala em Marechal Rondon, muitas vezes, nem levamos em conta o ano em que ele nasceu – 1865. Parece-nos alguém dos tempos atuais, tamanho o seu envolvimento em causas sociais e inovadoras para a sua época.

Quando se fala em Marechal Rondon, muitas vezes, nem levamos em conta o ano em que ele nasceu – 1865. Parece-nos alguém dos tempos atuais, tamanho o seu envolvimento em causas sociais e inovadoras para a sua época.

O Caderno Z, festejando o Dia Nacional da Comunicação, 5 de maio, relembra a história de Rondon, abrindo um leque de informações sobre sua vida. Além das lutas em defesa dos indígenas, ele foi responsável pela criação de linhas telegráficas, integrando regiões do Centro-Oeste e Norte ao Sudeste do Brasil.   Coisa alguma na história da Comunicação aconteceu da noite para o dia, na instantaneidade com que acontecem hoje e “só na primeira metade do século 20, centrais telefônicas foram instaladas em todo o país”.

Lembro-me do tempo em que meu irmão foi viver em São Paulo, em meados da década de 70, e se quiséssemos fazer uma ligação por telefone era preciso ir ao balcão da companhia telefônica e solicitar o serviço. No início dos anos 80, era tão valioso empreendimento que muita gente vendia imóveis para a aquisição de linhas. Quando surgiram o DDD e o DDI, então, foi uma glória. Era possível falar, de casa, com o mundo. E as conquistas vinham rodando, até que os computadores tomaram os espaços das escrivaninhas. Existia até conjunto de capas de plástico para proteger a aparelhagem da poeira. O disquete que armazenava imagens, textos, em torno de 144 mil palavras. E o e-mail, gente, que coisa mágica. O pendrive, a nuvem, as conversas simultâneas, as videochamadas... Tudo chegando sem a menor cerimônia e tanto que se clicamos em algum programa e não abrir, no ato, nossa pressa reclama: “A internet está lenta!”. 

E chegamos no tempo da Inteligência Artificial. Há indicadores de que a IA começou “sua jornada nos anos 1950”, com Alan Turning propondo “máquinas capazes de simular a inteligência humana”. Nós já estamos vivendo com essas inteligências há muito tempo. Em 2025, por exemplo, “espera-se que esses dispositivos não apenas coletem dados, mas interpretem e ajam com base nas informações que recebem em tempo real, trazendo mais inteligência e eficiência  para sistemas conectados”.

No emaranhado das tecnologias, uma questão foi levantada: “Jornalismo lidera arrependimento nos EUA. E no Brasil?” – Entre os dois países, as diferenças e divergências são bem acentuadas e o que pode não ser bom para eles, para nós é fundamental. Como graduação acadêmica, o jornalismo precisa ser considerado na maior relevância, porque é no curso que se abre o leque de conhecimentos que levará os profissionais a discernirem sobre fato, notícia e credibilidade. Antes de tudo, é uma graduação para a formação de uma personalidade consciente de seus deveres, pautada na ética, na imparcialidade, na apuração aprofundada e na publicação transparente dos acontecimentos. Ninguém se arrependa do investimento, porque Jornalismo é lição de vida.

Quanto aos modos de trabalho, os tempos modernos exigem um malabarismo exorbitante para compartilhar respeito, confiança e instantaneidade. Precisamos do jornalismo, sim, para manter nossa mente aberta e formatar o nosso pensamento crítico para que jamais se creia nas inverdades e na tendenciosidade das falsas mídias.

É nessa visão de responsabilidade que abrimos o Jornal A VOZ DA SERRA e temos, perante o seu profissionalismo, motivos de sobra para afirmar que o jornalismo é fonte de saberes, não só noticioso, mas de conhecimentos abrangentes de cultura, arte, saúde, lazer e o que mais contribua para o desenvolvimento das essências humanas. Ufa!

Em “Sociais”, um afetuoso abraço para Maria Nilce, aniversariando nesta terça, 06 de maio. Que linda friburguense que eu considero a poesia em forma de mulher. Adoro vê-la com seu charme, esbanjando o sol do seu carisma. Parabéns!

Falando em ruas, a Praça Getúlio Vargas “ganhará novo paisagismo”. O projeto inclui “preservação histórica do patrimônio tombado”. Aguardemos. E a bomba do momento é uma pergunta: “Onde está o canhão do CNF? Quem souber, com precisão, que responda!

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A mãe de Chapeuzinho Vermelho

terça-feira, 06 de maio de 2025

Hoje, pensando no que ia escrever às vésperas do Dia das Mães, um dia divino em que se comemora a vida, o começo e a transformação, me deparei com a mãe da Chapeuzinho Vermelho, personagem silenciosa, de quem pouco se sabe e se conhece na literatura, mas que guarda um significado profundo.

Hoje, pensando no que ia escrever às vésperas do Dia das Mães, um dia divino em que se comemora a vida, o começo e a transformação, me deparei com a mãe da Chapeuzinho Vermelho, personagem silenciosa, de quem pouco se sabe e se conhece na literatura, mas que guarda um significado profundo.

Uma personagem que ocupa o lugar entre duas gerações que dependem de atenções e cuidados. A sua invisibilidade na história representa as funções especiais que a mulher ocupa em relação aos filhos e aos pais, no sentido de acompanhá-los e encaminhá-los. Quanto aos filhos tem a responsabilidade de permitir que eles transcendam da posição de dependência para a de produtividade e independência, capazes de construir a própria vida, bem como participar da construção das de outras. Quanto aos pais, tem a função de apoiá-los nos processos de envelhecimento de modo a oferecer-lhes presença, alegrias e assistência. Se bem que, hoje, os avós dão um suporte significativo aos filhos e netos.

 É uma mulher que trilha os caminhos do meio e, para tal, precisa se adaptar às transformações que seus filhos e pais vivem, ocupando posições cheias de desafios que são absorvidos através da experiência existencial deles. Tanto a infância e a adolescência, como a velhice, correspondem a épocas de vida em que a criança, o adolescente e o velho sofrem mudanças intensas, diárias, que requerem assistência de quem ocupa a geração do meio. Sim, assistir no sentido de estar atento aos acontecimentos, ter prontidão para socorrer quando necessário e trocar afetividade. É ter uma postura efetivamente amorosa. Talvez seja o momento da vida em que a mulher, ao lidar com lados opostos, exigentes e contrastantes, vivencia diversas faces do amor, como acompanhá-los ao pediatra e geriatra, administrar medicamentos, colocar as velas nos bolos de aniversário e escolher fraldas mais confortáveis.

A mãe da geração do meio tem um olhar que gira trezentos e sessenta graus diversas vezes por dia, tendo pouco tempo para se ver. Está mais com seus pais e filhos do que consigo. Está entre o revolucionário e o conservador, interagindo com culturas distintas que trazem princípios muitas vezes diferentes dos que construiu ao longo da sua vida, tendo que transitar com desenvoltura em contextos familiares e sociais com características próprias. Como seu mundo se mistura com o dos pais e dos filhos, é a fase da vida em que a mulher experimenta profundo compartilhamento. É como se vivesse num caleidoscópio, a cada movimento tudo se configura de forma diferente.

Além de tudo, é uma pessoa humana, que possui imperfeições. É aí que reside a grande sabedoria de ser mãe e ser filha: estar pronta para aprender com os próprios erros, de saber olhar e lidar com o diferente, de gostar do outro tanto quanto gosta de si mesma.

A mãe da Chapeuzinho Vermelho tem o trunfo de possuir uma visão mais amadurecida da vida diante do filho e o vigor da juventude diante dos pais. Mas ela não é, nem pode ser, um cabide de sustentação ante as fragilidades dos pais e dos filhos, até porque ela tem as próprias. Mas a partir das suas possibilidades é uma pessoa que aprende dia a dia a acolher; a dizer o sim e o não; a chorar junto; a compartilhar o riso; a experimentar o nascimento e a morte; a ser gestada e a parir. A dar as mãos.

A partir da invisibilidade da mãe da Chapeuzinho Vermelho, entrego um cesto carregado de queijos e beijos a todas as mulheres que escolheram ser mães.

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Na tela

sábado, 03 de maio de 2025

Documentário recorda a história do extinto Friburgo Futebol Clube

Documentário recorda a história do extinto Friburgo Futebol Clube

Histórias que serão para sempre lembradas, e agora estão eternizadas através de personagens que ajudaram a escrever boa parte delas. Durante o evento comemorativo dos 111 anos do extinto Friburgo Futebol Clube, o Departamento de Comunicação produziu o documentário “Friburgo Futebol Clube: Tempo de Glórias”. Foram realizadas entrevistas com 32 personalidades, contando a história da equipe rubro. A produção, com pouco mais de uma hora de duração, está disponível no canal do Nova Friburgo Futebol Clube, no youtube.

“A produção deste documentário começou no início de 2025. Nossa intenção foi entrevistar personalidades representativas, que fizeram história e marcaram uma época de glórias no Friburgo Futebol Clube”, salienta o vice-presidente de Comunicação, Edson Roberto Tavares.

O documentário contou pesquisa e produção de Edson Roberto Tavares, enquanto o jornalista Rafael Seabra foi o responsável pelo roteiro, imagens e edição. As muitas imagens históricas exibidas fazem parte de arquivos pessoais e do Nova Friburgo Futebol Clube.

“Estamos comemorando os 111 anos do Friburgo Futebol Clube, a primeira equipe da cidade. Com muita alegria, recebemos inúmeros ex-atletas do Friburgo e convidados, até de outras agremiações, para celebrar esse momento. Que outros eventos aconteçam para valorizarmos o futebol da cidade”, celebra o presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Arnaldo Bravo Berbert.

Durante o evento, foram entregues diplomas a todos participantes do documentário: Alexandre Santos, Antônio Carlos Dutra, Ari Costa, Cândido Ramadinha, Carlos Alberto de Carvalho, Carlos Antônio Maduro, Carlos Arnaldo Bravo Berbert, Clóvis da Costa Freitas (Catita), Evaldo Freitas, Evandro Nicoliello, Fátima Zarif, Gualter Moraes (Titiu), Humberto Fontão, Joacir Cipriano, Joel Duarte, José Carlos Ruiz, José Palmeira dos Santos, José Tadeu Costa, Licínio José da Silva, Luciano Cariello, Lúcio Bardason, Luiz Fernando Freitas, Manoel Faria, Márcio Andrade, Marília Soares, Mário Osvaldo, Ostwaldo Dantas, Paulo César Carpi, Paulo Vitor de Oliveira, Rougles Rapizo, Renato Costa, Roberto Braga, Sérgio Saippa e Vinicius Gastin.

“Queremos muito agradecer a todos os participantes do documentário, cujas histórias contaram o passado do nosso esporte friburguense”, finalizou o presidente do Conselho Diretor, Luiz Fernando Bachini.

Um pouco da história

No início do século 20, estudantes de várias partes do país migraram para Nova Friburgo e trouxeram na bagagem um objeto ainda desconhecido pela maioria dos brasileiros: a bola de futebol. O esporte, hoje paixão nacional, ainda engatinhava no país, mas não demorou a conquistar os friburguenses. Os moradores do bairro Vilage passaram a frequentar o Colégio Anchieta e as tradicionais “peladas” foram disputadas no campo da escola. Estes foram os primeiros registros de esporte na cidade.

A brincadeira tomou proporções maiores e acompanhou o iminente crescimento do futebol no estado. As famílias Sertã, Spinelli e Van Erven estreitaram as relações e passaram a organizar os jogos. No dia 26 de abril de 1914, uma reunião no Hotel Salusse fundou oficialmente o Friburgo Futebol Clube, alterando o nome Friburguense F.C., utilizado até então por aquele grupo de jogadores. O primeiro time do Friburgo F.C. foi formado por Euclides, Américo Pillotto, Vadinho (Conrado Van-Erven), Tião Joaquim (João Elias), Chaquité Valente, Vitório Spinelli, Fernando, Vitório Pillotto e Félix.

Em 1930, o Friburgo conquistou o primeiro título e formou um dos grandes times de sua história, que seria tetracampeão naquela década. Em um dos momentos mais marcantes, a equipe recebeu o Vasco no estádio Raul Sertã. Nos primeiros anos da década de 1940, o domínio foi “esperancista”.

A partir de 1945, o Friburgo reagiu e formou um grande time em 1949, comandado por Larry e Paulo Banana. O hexacampeonato, conquistado entre 1946 e 1954, foi o prenúncio de um feito histórico no ano de 1960: o Friburgo foi campeão em todas as categorias e passou a pensar no profissionalismo.

O time vermelho e branco disputou alguns jogos em torneios profissionais, mas o clube não acompanhou o novo momento vivido pelo futebol na década de 1970. As fusões mudaram os rumos do esporte na cidade.

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    Convidados e participantes o documentário marcaram presença no evento de lançamento do filme (Rafael Seabra)

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    Muitos dos que viveram a época participaram e se emocionaram com a produção(Rafael Seabra)

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    O documentário completo, apresentado no evento, está disponível no youtube(Rafael Seabra)

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Alencar quer a Prefeitura de Friburgo

sábado, 03 de maio de 2025

Edições dos dias 3 e 4 de maio de 1975

Manchetes

Edições dos dias 3 e 4 de maio de 1975

Manchetes

MDB já tem: Alencar e Celcyo Folly – Em meio às inúmeras possíveis candidaturas de sucessão à dupla Amâncio Azevedo e Italo Spinelli, uma chapa já se encontra formada por disputar a Prefeitura de Nova Friburgo: a do vereador Alencar Pires Barroso e do também, (embora afastado) vereador Celcyo Folly. O primeiro é candidato a prefeito e o segundo compõe a chapa, candidatando-se como vice-prefeito. Segundo pesquisa da nossa reportagem, reina grande euforia no MDB com a possibilidade de ser lançada a dobrinha Alencar-Celcyo Folly.

Geraldão condenado a seis meses de prisão – Conhecido como o maníaco das Braunes por haver esfaqueado diversas pessoas e mobilizando policiais na sua captura, Geraldo Alves Queiroz, o “Geraldão”, foi condenado a seis meses de detenção e dois meses de prisão simples. Geraldão vai aguardar o julgamento de mais três processos em que está incurso, por haver esfaqueado diversas pessoas nas Braunes.

Ponto final – O médico João Hélio Rocha concedeu esta semana uma entrevista à Rádio Nova Friburgo, através do sr. Aloysio de Moura, quando explicou as circunstâncias do médico José Augusto não ter atendido a uma paciente e esta ter denunciado o fato à emissora local. João Hélio Rocha, falando em nome da entidade máxima dos médicos de Friburgo, explicou as dificuldades que movem a profissão médica quando enfrentam muitos temperamentos e emoções por parte do paciente, que muitos, não compreendem a estrutura em que estão assentados e redigidos.

Centro de Estudos denuncia desmatamento - O diretor executivo do Centro de Estudos e Conservação da Natureza de Nova Friburgo, professor Rosalvo Magalhães, enviou uma carta ao governador Faria Lima, denunciando o desmatamento de diversas áreas do município. Ele afirma que esse desmatamento está colocando em risco todo o sistema ecológico e a proteção dos mananciais de água e região. O fato constituiu uma séria ameaça à vazão fluvial e a normalidade do abastecimento de água à população.

Educação faz concurso – A Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro prometeu que ao final de semana serão conhecidas as normas do concurso que habilitará três mil novos professores contratados. O exame que deverá ser realizado em maio próximo para cada região. Nos municípios em que não há faculdades serão aceitos os títulos obtidos em cursos de nível médio, como o normal e de estudos adicionais. Naqueles que possuem cursos superiores, de curta duração, serão exigidos diplomas de conclusão.

Editorial - “Anotemos na agenda histórica da cidade o dia 23 de abril de 1975. Neste dia a Câmara Municipal aprovou em discussão final a deliberação 901/75, de autoria do vereador Geraldo Pinheiro, que proíbe o licenciamento de carros volantes e consequentemente propaganda – volante em Nova Friburgo. A Câmara Municipal, por muito que tenha errado na atual legislatura, redimiu-se aprovando esta importante deliberação.

Pílulas

Durante o ano de 1974, a Prefeitura de Nova Friburgo atrasou o pagamento de seus funcionários. O atraso variou de 15 até 30 dias. Fontes oficiais justificaram, por diversas vezes, essa demora por se tratar de “final de exercício” e que a prefeitura estava em regime de “contratação de despesas”, dando a entender que naturalmente logo nos primeiros meses de 1975 o funcionalismo iria receber seus parcos vencimentos em dia.

Sociais

A VOZ DA SERRA registra os aniversário de: Yonara Pereira (5); Maria Nilce, Gilberto Vassalo e Alice Cúrio (6); Maria da Glória Ventura e Heber Alves (7); Libaneza Namem e Sérgio Martins (8); Edgard José (9); Humberto Neto (10);  Carlos Jayme e Rosa Ferez (11); Ernesto Afonso e Deborah Braune (12).

  • Pesquisa da estagiária Laís Lima com supervisão de Henrique Amorim

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Desafio no Sul

quinta-feira, 01 de maio de 2025

Com atletas da AFFM, Rio busca novos títulos nacionais no futmesa

Com atletas da AFFM / Friburguense, os botonistas do Rio de Janeiro vão encarar mais um grande desafio. Representado por uma delegação composta por 28 atletas, sendo cinco do Tricolor da Serra, o estado será um dos destaques do 35º Campeonato Brasileiro Individual de Futebol de Mesa, que acontece a partir desta quinta-feira, 1º, e segue até o próximo domingo, 04 de maio, na capital gaúcha.

Com atletas da AFFM, Rio busca novos títulos nacionais no futmesa

Com atletas da AFFM / Friburguense, os botonistas do Rio de Janeiro vão encarar mais um grande desafio. Representado por uma delegação composta por 28 atletas, sendo cinco do Tricolor da Serra, o estado será um dos destaques do 35º Campeonato Brasileiro Individual de Futebol de Mesa, que acontece a partir desta quinta-feira, 1º, e segue até o próximo domingo, 04 de maio, na capital gaúcha.

A competição, na regra 12 toques, é disputada no Clube Sogipa (Sociedade de Ginástica Porto Alegre), em Porto Alegre (RS). O evento é organizado pela Federação Gaúcha de Futebol de Mesa (FGFM), com chancela da Confederação Brasileira de Futebol de Mesa (CBFM).

O torneio reúne 233 atletas, sendo 122 na categoria Adulto (principal), 96 na Master (48+) e 15 na Sub-18. Participam jogadores de 13 estados (Alagoas, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo), além do Distrito Federal. Há representantes de clubes tradicionais como o Friburguense, Flamengo, Fluminense, Botafogo, Vasco, América, Petropolitano, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Internacional, Londrina, Sport, Atlético-GO e Avaí.

Na categoria Adulto, o Friburguense será representado por Hiago, Lucas Boa Morte, Pirica, Thiel. Já na Master, o Tricolor contará com Marcio Pires. O América tem a maior delegação do Rio de Janeiro, com seis atletas, enquanto Vasco da Gama e Friburguense contam com cinco representantes cada. Flamengo e Fluminense levaram quatro atletas, o Petropolitano três e, o Botafogo, um representante.

A competição tem transmissão ao vivo pelo canal Mundo Botonista, no YouTube, veículo oficial do 35º Campeonato Brasileiro Individual de Futebol de Mesa.

TRAJETÓRIA

O Rio de Janeiro já conquistou 26 títulos brasileiros individuais ao longo da história. Pelo Vasco da Gama, o friburguense Marcus Vinicius, atualmente no Fluminense, foi vice-campeão adulto nas duas últimas edições, em 2023 e em 2024. O último título do estado nessa categoria veio com Victor Heremann (Vasco da Gama), em 2018, em Londrina. Hoje, ele defende o São Paulo. Na categoria Master, o último campeão do Rio é Armando (Flamengo), vencedor em 2022, no estádio do Morumbi, em São Paulo, e que busca repetir o feito este ano.

O Vasco da Gama é o único clube do Brasil com conquistas nacionais em todas as categorias: Sub-15, Sub-18, Adulto e Master. O Friburguense acumula uma conquista recente, em 2015, na categoria Sub-18, com Vinícius Esteves.

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    Jogo recente contra a equipe do River, em Nova Friburgo: botonistas em preparação (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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    Sede da AFFM segue recebendo atletas e fãs do tradicional futebol de mesa (Foto: Divulgação Vinicius Gastin)

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Precisamos falar sobre o silêncio: o suicídio em Nova Friburgo

quinta-feira, 01 de maio de 2025

Falar sobre suicídio ainda causa desconforto e é um tabu muito grande na sociedade. Em muitas famílias, esse é um tema que permanece escondido, como se o silêncio fosse uma forma de proteção. Mas o silêncio, em vez de acolher, afasta. E o que não se fala, infelizmente não se trata.

Falar sobre suicídio ainda causa desconforto e é um tabu muito grande na sociedade. Em muitas famílias, esse é um tema que permanece escondido, como se o silêncio fosse uma forma de proteção. Mas o silêncio, em vez de acolher, afasta. E o que não se fala, infelizmente não se trata.

Em Nova Friburgo, o número de suicídios tem aumentado, especialmente entre jovens e idosos. Cada caso representa uma vida interrompida, uma dor que talvez pudesse ter sido evitada, sem que ninguém tenha culpa sobre o resultado. O mais alarmante é que na maior parte das vezes, muitos desses sofrimentos passam despercebidos, acontecendo no silêncio de quem está ao nosso lado.

Jovens, adultos e idosos

A solidão é um ponto em comum entre esses extremos da vida. Jovens enfrentam pressões constantes — sobre futuro, aparência, desempenho. Já os idosos, muitas vezes, sentem-se esquecidos, como se tivessem sido deixados à margem. Ambos podem se sentir invisíveis em cenários repletos de pessoas.

A pandemia da Covid-19 agravou esse cenário também aos adultos. O isolamento social, as perdas familiares, a instabilidade econômica e o medo do futuro deixaram marcas emocionais profundas. Mesmo com a volta à “normalidade”, muitos seguem lutando em silêncio. O trauma não desaparece com decretos.

Trata-se de uma questão de saúde pública. Ignorar isso é manter o problema onde ele já está: escondido. Precisamos de campanhas permanentes, e não apenas ações pontuais em setembro. A prevenção começa com informação, escuta e acesso ao cuidado psicológico contínuo.

Nem fraqueza e nem falta de fé: saúde

É importante entender que o suicídio não é um ato de fraqueza, nem de falta de fé. Trata-se, quase sempre, de um sofrimento emocional intenso, que precisa ser acolhido com empatia. Reduzir esse sofrimento a “drama” ou “frescura” é não enxergar o problema real.

Nova Friburgo conta com o trabalho importante do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e de profissionais da rede pública que atuam com dedicação. Mas o número de atendimentos ainda não dá conta da demanda. Muito não tem o acesso como gostariam por uma consulta. Outros desistem no meio do caminho. Isso precisa mudar.

Também há iniciativas nas escolas que buscam conversar sobre saúde mental com os alunos. Esse tipo de educação emocional é essencial desde cedo. Ensinar a reconhecer e lidar com os próprios sentimentos pode salvar vidas. E ajuda a formar adultos mais saudáveis, é o que explica a psicóloga Julia Gonzaga Silva, especialista em Terapia Cognitivo Comportamental e em Neurociência e Educação:

“Muita gente chega ao limite acreditando que precisa aguentar sozinho, quando, na verdade, poderia ter sido acolhida muito antes. E isso vale para adultos e também para os pequenos. Crianças sentem tristeza profunda, medo intenso e angústias difíceis de nomear. A psicoterapia é um espaço onde tanto adultos quanto crianças podem elaborar dores, entender emoções e encontrar novos caminhos. Falar, ser ouvido e se sentir compreendido pode transformar o percurso da vida, e quanto antes esse cuidado começa, maiores as chances de prevenir o agravamento do sofrimento”, explica Júlia.

Por fim, não se pode deixar de discutir a prevenção da depressão a partir de um ponto de vista clínico. Muitas pessoas não realizam exames de rotina e desconhecem seus níveis de vitaminas essenciais. Deficiências de nutrientes como B12, D3, B6 — entre outros ligados diretamente à saúde mental — podem contribuir para o desenvolvimento ou agravamento do quadro depressivo.

Busque sempre ajuda

Quem enfrenta esse tipo de dor, muitas vezes não quer morrer — quer parar de sofrer. Mostrar que existe ajuda, que existe tratamento e que existe esperança pode ser um divisor de águas. Nenhum sofrimento dura para sempre, mesmo que pareça. Há saída, há vida depois da dor.

O Centro de Valorização da Vida (CVV), por exemplo, oferece apoio emocional 24 horas por dia, no telefone 188. O atendimento é sigiloso, gratuito e feito por voluntários treinados. Pode parecer pouco, mas uma conversa pode interromper o ciclo do desespero. Às vezes, salva uma vida.

Se você está passando por um momento difícil, saiba que você não está sozinho. Buscar ajuda não é sinal de fraqueza. É ato de coragem. Falar é um começo. E um começo pode ser tudo o que você precisa agora. Sua vida importa. Sempre vai importar, por mais que pense ao contrário.

Falar sobre suicídio não incentiva ninguém a cometê-lo. Falar salva. Porque quando abrimos espaço para escuta e acolhimento, diminuímos a dor de quem pensa em desistir. E se existe algo mais forte do que a dor, é a certeza de que alguém se importa. Vamos juntos romper o silêncio.

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