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Cartão de crédito: cinco dicas para usá-lo com sabedoria

quinta-feira, 23 de maio de 2024

Faz algum tempo desde nossa última conversa sobre o uso consciente dos cartões de crédito. Pode parecer um grande desafio, mas viver em sintonia com o seu cartão é possível; basta encará-lo como uma ferramenta. E assim como toda ferramenta, precisa ser utilizada da forma correta para cumprir sua função: facilitar o uso do dinheiro e o controle de suas despesas.

Faz algum tempo desde nossa última conversa sobre o uso consciente dos cartões de crédito. Pode parecer um grande desafio, mas viver em sintonia com o seu cartão é possível; basta encará-lo como uma ferramenta. E assim como toda ferramenta, precisa ser utilizada da forma correta para cumprir sua função: facilitar o uso do dinheiro e o controle de suas despesas.

Portanto, pensando em te ajudar a criar um relacionamento saudável entre você e seus cartões, preparei algumas dicas práticas e simples para a boa utilização da ferramenta. Lembrando, é claro, tudo começa com a sua consciência de consumo. Nem o uso mais correto do cartão de crédito é capaz de corrigir a compulsão pelo consumo, então fique atento.

 

Confira as cinco dicas essenciais para usar o seu cartão com sabedoria.

Anuidade - Pode parecer comum para muitos, mas a anuidade traz custos desnecessários capazes de manter uma poupança bastante razoável ao longo do ano. Atualmente, encontrar cartões totalmente isentos desta taxa e de boa qualidade é comum. A competitividade do setor foi responsável pela movimentação de mercado e hoje as possibilidades são muito amplas para nos contentarmos com cartões com cobranças desnecessárias.

 

Débito automático - Esquecer de pagar a fatura não é uma possibilidade. Já experimentou pagar seu cartão alguns poucos dias após o vencimento da fatura? É uma decisão nada inteligente e extremamente cara. Apesar de seu uso rotineiro, cartões de crédito fazem parte das linhas de crédito com juros mais altos do mercado financeiro. Para ilustrarmos o perigoso cenário, com dados divulgados pelo Banco Central do Brasil, o custo médio com taxa de juros do rotativo do cartão de crédito foi de 421,27% a.a. em março de 2024 – deixando ainda mais evidente a minha preocupação em não deixar passar sequer um dia da data de vencimento.

 

Planeje o parcelamento - De suas compras, e não da fatura. Parcelar suas compras é uma possibilidade inteligente sempre que o pagamento à vista não oferecer nenhum tipo de desconto. Mas cuidado com a bola de neve que pode surgir com a falta de planejamento. A propósito, como já disse, parcelar a fatura não é uma opção. Mas é mais barato do que ficar no rotativo. Este parcelamento teve taxa de juros média, em março deste ano, de 190,62% ao ano.

 

Não pague o mínimo - Arcar somente com os custos do valor mínimo é apenas mera formalidade para a inadimplência. Pagar o mínimo, transforma todo o resto da fatura em saldo devedor e os juros incidem sobre o valor pendente.

 

Programas de benefícios - Seu cartão possibilita o cadastro em algum programa de pontos, milhas ou cashback? Mais um avanço decorrente da competição de mercado, aqui existe uma excelente possibilidade de garantir benefícios por usar seus cartões. Vale conferir quais serviços são oferecidos pelo seu cartão e usá-los a seu favor.

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Antecipação do 13º salário: a oportunidade para ajustar suas finanças

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Como forma de injetar liquidez na economia e favorecer o consumo, o presidente Lula assinou um decreto para o adiantamento do 13º salário para aposentados e pensionistas do INSS, a serem pagos em duas parcelas nas folhas de abril e maio. Portanto, é hora de entendermos o que representa este pagamento e como nos comportar diante desta antecipação.

Como forma de injetar liquidez na economia e favorecer o consumo, o presidente Lula assinou um decreto para o adiantamento do 13º salário para aposentados e pensionistas do INSS, a serem pagos em duas parcelas nas folhas de abril e maio. Portanto, é hora de entendermos o que representa este pagamento e como nos comportar diante desta antecipação.

Inicialmente conhecido como Gratificação de Natal, o 13º foi implementado no Brasil em 1962 com o intuito de recalcular o salário anual do trabalhador assalariado. A lógica é simples: considerando quatro semanas por mês, a conta não bate quando se sabe que, ao longo de um ano, temos 52 semanas. Por isso, são 13 pagamentos de salário ao longo do ano. Prática comum em outros países ao redor do mundo, como Itália, Portugal, Argentina, Uruguai e, entre outros, Espanha – que chega a ter, inclusive, o 14º salário. Se esta é a maneira correta para o cálculo anual de salário eu não sei, mas acredito estar no caminho do desenvolvimento social.

            Portanto, já que não é um salário extra – é direito –, devemos sempre considerá-lo como parte do orçamento e ter planejado o que fazer com o dinheiro. Então, o que fazer com o 13º salário?

  • Eliminar dívidas e evitar contrair novas é o primeiro grande passo para alcançar o equilíbrio financeiro. Por isso, de antemão, o primeiro destino do dinheiro deve ser para arcar com as dívidas existentes, seja quitando ou apenas amortizando-as. Consulte o CET – Custo Efetivo Total dos seus contratos e dê prioridade para a quitação dos créditos mais caros (aqueles com o maior CET).
  • Caso você não possua dívidas ou já conseguiu quitá-las e sobrou algum dinheiro, a segunda alocação planejada dos recursos do 13º vai para os seus gastos futuros. O final de ano, por exemplo, sempre vem com alguns custos sazonais, como o Natal e viagens por exemplo; então, já que não tem mais dívidas, aproveite. Mas lembre-se, assim como o final do ano, o início do ano também tem seus custos extras: material escolar, matrículas, IPTU e IPVA são exemplos de gastos que podem comprometer suas finanças pessoais.
  • Agora, se essas alternativas já não se enquadram a sua realidade, é sinal de que seu 13º salário encontrou um orçamento bem planejado e executado. Chegou a hora de investir. Comece sempre pela consolidação de sua reserva de emergências para, em seguida, dedicar seus investimentos para prazos mais relevantes.
  • Por fim, sem dívidas, com orçamento definido e investimentos sendo feitos, tudo o que seu dinheiro lhe reserva é o gozo das boas decisões. Use-o como bem entender, mas dê preferência para o que te faz aproveitar a vida.

Como já foi dito, o 13º salário não é mais considerado como bonificação. É lei e, portanto, parte do seu salário anual; precisa – e deve – fazer parte do seu orçamento. Use-o com sabedoria, estratégia e planejamento para um ano mais leve e cheio de saúde financeira. O primeiro semestre de 2024 já se aproxima do final, e se você ainda não fez o seu orçamento anual, ainda há tempo de pegar papel e caneta para organizar suas finanças para a segunda metade do ano. Quem sabe o 13º não seja a oportunidade de alinhar suas expectativas de futuro para alcançar tão sonhados objetivos.

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Jornada da prosperidade financeira: dicas práticas de planejamento

quinta-feira, 09 de maio de 2024

Em um mundo dinâmico e em constante mudança, a habilidade de gerenciar nossas finanças torna-se crucial. A educação financeira não é apenas uma ferramenta para atingir metas econômicas, mas também um guia valioso para tomar decisões inteligentes e construir um futuro financeiro sólido. Este texto busca oferecer dicas práticas que transcendem conceitos teóricos, proporcionando orientações simples para ajudar você a alcançar estabilidade e prosperidade financeira. De elaborar orçamentos a investir conscientemente, embarque nesta jornada de descoberta e capacitação financeira.

Em um mundo dinâmico e em constante mudança, a habilidade de gerenciar nossas finanças torna-se crucial. A educação financeira não é apenas uma ferramenta para atingir metas econômicas, mas também um guia valioso para tomar decisões inteligentes e construir um futuro financeiro sólido. Este texto busca oferecer dicas práticas que transcendem conceitos teóricos, proporcionando orientações simples para ajudar você a alcançar estabilidade e prosperidade financeira. De elaborar orçamentos a investir conscientemente, embarque nesta jornada de descoberta e capacitação financeira. Hoje, vamos explorar juntos o caminho para uma vida financeira mais saudável e sustentável.

Conheça seus gastos - Esteja ciente de onde seu dinheiro está indo. Manter o controle de seus gastos ajuda a identificar áreas onde você pode economizar.

Estabeleça metas financeiras - Defina metas claras e realistas para seus objetivos financeiros, como economizar para uma viagem, aposentadoria ou comprar uma casa.

Poupe regularmente - Faça economias como prioridade. Estabeleça uma porcentagem fixa de sua renda para poupar regularmente e separe o valor antes mesmo de começar seus gastos.

Evite dívidas desnecessárias - Limite o uso de cartões de crédito e evite empréstimos desnecessários. Pague suas dívidas o mais rápido possível para evitar juros acumulados, mas saiba que dívidas inteligentes também podem ser importantes.

Elabore um orçamento - Crie um orçamento mensal para controlar seus gastos e garantir que suas despesas não ultrapassem sua renda.

Invista conscientemente - Familiarize-se com as possibilidades de investimento, como fundos, títulos e ações. Considere procurar a orientação de um profissional financeiro.

Segurança é importante - Garanta que você tenha um seguro adequado para proteger seus ativos e sua saúde.

Educação Financeira desde cedo - Ensine conceitos financeiros básicos às crianças desde cedo para promover hábitos financeiros saudáveis.

Fique atento às oportunidades - Esteja sempre atento a oportunidades de economizar dinheiro, como descontos, programas de fidelidade e ofertas especiais.

Reveja seu progresso regularmente - Faça revisões periódicas de suas finanças para garantir que você esteja no caminho certo para atingir seus objetivos.

Lembre-se, a educação financeira é uma jornada contínua. Ao aplicar essas dicas, você não está apenas construindo um futuro seguro, mas também desenvolvendo uma mentalidade financeira saudável. Siga esses princípios, ajuste seu planejamento conforme necessário e caminhe confiante em direção a uma vida financeira equilibrada. Sucesso em sua jornada!

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Os riscos da informalidade no mercado financeiro

quinta-feira, 02 de maio de 2024

            Você tem algum parente que investe em ações? Um amigo negociando ativos através da bolsa de valores? Fique muito atento. Inclusive, vou além: muito cuidado!

            É comum – principalmente em momentos de euforia com mercados em alta – se deparar em situações em que um grupo de pessoas começa a falar sobre investimentos muito específicos. Repare, o assunto poucas vezes caminha para uma discussão conceitual sobre economia e mercados (ainda que, também, de forma amadora), mas quase certamente finda em alguma recomendação de compra ou venda.

            Você tem algum parente que investe em ações? Um amigo negociando ativos através da bolsa de valores? Fique muito atento. Inclusive, vou além: muito cuidado!

            É comum – principalmente em momentos de euforia com mercados em alta – se deparar em situações em que um grupo de pessoas começa a falar sobre investimentos muito específicos. Repare, o assunto poucas vezes caminha para uma discussão conceitual sobre economia e mercados (ainda que, também, de forma amadora), mas quase certamente finda em alguma recomendação de compra ou venda.

            Você precisa comprar as ações da Magalu, a empresa está crescendo muito – disse o primo de alguém, sem nenhuma especialização ou certificação na área de finanças, mas a certeza de que seus poucos meses como investidor são parâmetro de realidade. Preciso relembrar a queda de 94% desde o topo histórico?

            Repare, falar sobre finanças, economias e mercados é importante. Eu, a propósito, busco despertar e fomentar esse interesse através do meu trabalho. O problema é que a informalidade esconde perigos, pois ninguém vai assumir as devidas responsabilidades de uma recomendação inadequada. No mercado financeiro, existem diversos profissionais capacitados e certificados capazes de te auxiliar nas melhores tomadas de decisão para seus investimentos.

            Mas onde encontrá-los? Corretoras de valores e bancos de investimentos concentram todos esses profissionais e os disponibilizam a seus clientes a fim de proporcionar boas experiências de investimentos. É dentro dessas instituições que você encontra analistas, responsáveis por avaliar e indicar oportunidades de compras e vendas de ativos; gestores, capacitados para fazer a gestão terceirizada de capital através de fundos de investimentos; e especialistas, profissionais prontos para receber a demanda de seus clientes e orientá-los, dentro de objetivos específicos, com planejamento e seleção de produtos de investimentos.

            Percebe como o que pode parecer simples é complexo o suficiente para não se limitar a uma mesa de bar ou encontro de família? Então vamos à dinâmica do amadorismo nos mercados de bolsa para entender os riscos que a informalidade promove.

            Nas últimas semanas, por exemplo, pudemos observar as maiores cotações históricas do bitcoin; dias de grande euforia nos mercados. Em épocas de alta, a confiança é grande ao ponto de ignorar os riscos envolvidos. Pessoas inteligentes compraram o ativo pela única explicação do Fomo (sigla usual no cotidiano financeiro para “medo de ficar de fora”, em inglês), promovendo demanda às negociações.

            O que vai acontecer? Investidores sem auxílio profissional comprando ativos – porque “todo mundo está ganhando dinheiro” – depois de grandes altas e correndo sérios riscos de estarem posicionados assim que o mercado voltar a corrigir tamanha euforia. É aqui, onde amadores realizam seus prejuízos em meio a novas incertezas e o ciclo se inicia mais uma vez.

            Pense. Pare para refletir sobre quantas vezes você já se deparou com situações como essa e faça um balanço de como foram as suas tomadas de decisão. Fuja sempre da euforia e aproveite as incertezas. Se possível, sempre com bons profissionais ao lado.

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Comunicação eficaz no mercado financeiro

quinta-feira, 25 de abril de 2024

O aprimoramento de vocabulário é algo fundamental para estabelecer plena comunicação. É comum nichos específicos criarem suas próprias formas de expressão e no mercado financeiro não é diferente. Hoje separei alguns termos específicos e essenciais para você desenvolver sua capacidade de compreensão.

Alavancagem: com o objetivo de potencializar resultados, investidores usam determinadas garantias para operar com volume financeiro acima do patrimônio real, podendo resultar em grandes lucros ou prejuízos.

O aprimoramento de vocabulário é algo fundamental para estabelecer plena comunicação. É comum nichos específicos criarem suas próprias formas de expressão e no mercado financeiro não é diferente. Hoje separei alguns termos específicos e essenciais para você desenvolver sua capacidade de compreensão.

Alavancagem: com o objetivo de potencializar resultados, investidores usam determinadas garantias para operar com volume financeiro acima do patrimônio real, podendo resultar em grandes lucros ou prejuízos.

Amortização: comumente, dívidas são compostas por juros e valor principal. A amortização refere-se ao pagamento do principal, fazendo com que a dívida seja reduzida ao longo do tempo. Para facilitar a interpretação, precisamos separar em duas partes o valor das parcelas de um produto de crédito: a primeira, cobre os juros da operação, ao passo que a segunda é responsável por amortizar o valor principal e reduzir o valor da dívida contraída.

CET: informada em valor percentual, o Custo Efetivo Total é – como o próprio nome já diz – quanto, de fato, vai custar uma dívida. Aqui, não é informado apenas o valor de juros, mas também é somado todo tipo de custo referente ao produto, como impostos, tarifas bancárias e quaisquer outros encargos embutidos. Portanto, além de comparar juros entre diferentes instituições, estude sempre o CET.

CDB: Certificado de Depósito Bancário são títulos emitidos por instituições financeiras. Na prática, ao adquirir um destes títulos, o investidor está emprestando dinheiro em troca de uma rentabilidade pré-definida.

CDI: Certificado de Depósito Interbancário é um dos principais indexadores (taxas de reajustes) dos ativos existentes no mercado financeiro. Taxa de referência para a realização de operações de empréstimos interbancários.

Dividendos: distribuição de parte dos lucros de uma determinada empresa a seus acionistas.

Fundo de investimento: ferramenta responsável por reunir o capital de diversas pessoas com o objetivo comum de realizar determinados investimentos. Gerido e administrado por especialistas, fundos de investimentos regulamentados são a forma de viabilizar investimentos financeiros em grupo e cada participante (cotista) recebe sua proporção da totalidade em forma de cotas.

IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, é o índice oficial do Governo Federal para medir inflação.

Liquidez: o período entre investimento e resgate do capital, podendo haver lucro ou não.

Selic: o Sistema Especial de Liquidação e Custódia representa o sistema responsável pelo controle de emissão, compra e venda de títulos públicos federais; fazendo desta taxa, a principal ferramenta de controle inflacionário e outras medidas econômicas.

Compreender todos os detalhes de um acordo ou contratação financeira é imprescindível para manter os seus interesses longe dos riscos da falta de conhecimento – que podem acarretar má fé de agentes e instituições. Para isso, a ferramenta mais eficiente é a comunicação plena.

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Correlação entre ativos. Já ouviu falar?

quinta-feira, 18 de abril de 2024

            Não é segredo; para começar a investir seu capital no mercado financeiro, é preciso estudar – ou contar com um profissional de confiança que tenha estudado para isso.

            Não é segredo; para começar a investir seu capital no mercado financeiro, é preciso estudar – ou contar com um profissional de confiança que tenha estudado para isso.

Costumo dizer, e volto a enfatizar, sobre a necessidade de entender o mínimo (pelo menos os conceitos de rentabilidade, segurança e liquidez) antes de se tornar um investidor. Você não precisa ser um especialista, afinal, você pode deixar isso para seu consultor ou assessor de investimentos; mas entender o que será feito com o seu dinheiro é fundamental para manter uma relação saudável entre investidor e investimentos.

            Contudo, meu assunto hoje vai para aqueles que buscam ir um pouco mais além em seus investimentos. Antes, um passo atrás: vale ressaltar a necessidade de uma carteira de investimentos diversificada, num primeiro momento, entre ativos de renda fixa e renda variável de acordo com o seu perfil. Este ponto é fundamental, pois será responsável pelo seu planejamento orçamentário; considerando reservas, caixa, e boas oportunidades de rentabilidade.

            Dando prosseguimento ao plano de carteira, vamos destrinchar, agora, a necessidade de manter a estratégia de diversificação de ativos; contudo, considerando somente a alocação em renda variável: os investimentos via bolsa de valores. Existem duas formas de investir em ações: a primeira é optar por bons fundos de investimentos em ações, recorrendo a gestoras com bom histórico operacional e com taxas justas de acordo com o serviço oferecido; a segunda opção de investimento em ações é através do home broker de sua corretora e aqui começamos a elaborar nosso planejamento.

            Voltando à lei máxima dos investidores (a diversificação), precisamos falar sobre a Correlação de Ativos, uma relação estatística para metrificar (variando de -1 a 1) a relação entre ativos. Já ouviu falar?

            Esta correlação pode se dar de quatro maneiras distintas:

                        • Correlação perfeitamente positiva (índice igual a 1)

                        • Correlação positiva

                        • Correlação negativa

                        • Correlação perfeitamente negativa (índice igual a -1)

            As correlações perfeitas são situações ideais e – como tudo que é ideal – impossíveis de acontecer. Contudo vamos estudar as positivas e negativas para entendermos qual é a mais indicada para o seu portfólio de ações.

            Basicamente, as correlações positivas se dão quando dois ativos (por haver relação estrita de mercado) fazem movimentos semelhantes entre valorizações e desvalorizações: como exercício, busque comparar os gráficos do barril de petróleo Brent e as ações da Petrobrás e verá a influência da cotação do barril de petróleo sobre uma empresa petrolífera. Por outro lado, há a correlação negativa quando dois ativos se movimentam de maneira graficamente opostas: também, como exercício, compare os gráficos de dólar e da Ibovespa e irá reparar um movimento espelhado entre os ativos; e faz sentido, afinal, quando o Ibovespa está em crescimento há uma tendência de valorização do real perante o dólar.

            Portanto, quanto mais negativa a correlação entre seus ativos, mais diversificada será a sua carteira. Ao planejar uma carteira de investimentos é importante saber o papel de cada ativo e como este vai influenciar sua estratégia. Investimentos via Bolsa de Valores são complexos (apesar de bastante intuitivos) e a falta de planejamento esconde grandes riscos.

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Inteligência financeira: você sabe o que é?

quinta-feira, 11 de abril de 2024

  Afinal, o que é inteligência financeira?

            Não há, ainda, uma definição estrita acerca do termo, mas numa noção geral, Inteligência Financeira é o equilíbrio entre inteligência emocional e educação financeira; é a capacidade de tomar boas decisões que afetam positivamente a qualidade de vida com o menor impacto possível no padrão de consumo. Independente de qual seja a sua renda, o importante é viver bem e com um padrão de vida bem elaborado.

  Afinal, o que é inteligência financeira?

            Não há, ainda, uma definição estrita acerca do termo, mas numa noção geral, Inteligência Financeira é o equilíbrio entre inteligência emocional e educação financeira; é a capacidade de tomar boas decisões que afetam positivamente a qualidade de vida com o menor impacto possível no padrão de consumo. Independente de qual seja a sua renda, o importante é viver bem e com um padrão de vida bem elaborado.

            Viver com mais Inteligência Financeira é resultado de um conjunto de hábitos, e o primeiro deles é falar sobre dinheiro. Dinheiro é rotina, mas virou tabu! Não é comum ouvirmos conversas francas sobre valores e quantias; não é comum saber quanto o(a) seu(sua) amigo(a) ganha ou gasta. A transparência – principalmente no contexto familiar – é fundamental para alcançar uma vida financeiramente equilibrada. Outros costumes, como o de planejar metas e elaborar um orçamento doméstico também são indispensáveis. Além de criar uma rotina financeira, esses hábitos farão, das suas finanças, um sistema completo de concepção de necessidade, previsão e prevenção de crises e sazonalidades, aquisição de ativos e conforto.

            Parece utópico, mas com planejamento é possível.

            De forma prática, há técnicas para a inserção da inteligência financeira no cotidiano; eu, particularmente, gosto de edificar a estrutura financeira (minha e de meus clientes) sobre três pilares:

  • Gastar bem – fruto de inteligência emocional e boas decisões, gastar bem não é gastar menos; mas, sim, dispor seu dinheiro para algo que lhe gere qualidade de vida. Neste ponto, inclusive, vale a pena ressaltar a importância de conhecimentos básicos de educação financeira para ampliar a noção do que podem ser boas decisões.
  • Poupar sempre – reflexo do primeiro pilar, o ato de poupar parte de suas receitas é fundamental para construir patrimônio, alcançar objetivos e estabelecer planejamentos. Contudo, não há nada como um orçamento organizado capaz de te libertar das amarras que o dinheiro lhe impôs.
  • Investir com qualidade – não é nada fácil chegar até aqui; você já precisou rever seus gastos e criar o hábito de poupar, então mantenha atitudes inteligentes financeiramente na hora de rentabilizar seu patrimônio. A insegurança pode te levar a alocações com baixa ou negativa rentabilidade real (quando é descontado, da rentabilidade total, a inflação) e o excesso de confiança pode te seduzir para investimentos fraudulentos. Foi uma grande empreitada chegar até aqui, então faça valer a pena e invista seu capital de forma inteligente; estude e/ou busque auxílio profissional.

            Em suma, podemos encarar a inteligência financeira como um meio para tornar livre a parte da sociedade que ainda se vê refém do próprio dinheiro. E o mais curioso, libertando-se através deste.

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Planejamento sucessório: desafios e estratégias para preservar seu legado

quinta-feira, 04 de abril de 2024

A sucessão patrimonial é um processo que transcende gerações, desafiando famílias e empresas a equilibrar a continuidade de seu legado com a adaptação às mudanças do mundo em constante evolução. É um tema que vai muito além da simples transição de ativos financeiros e propriedades. Trata-se de assegurar que os valores, visões e conquistas acumulados ao longo dos anos sejam transmitidos de forma eficaz e preservados para as gerações futuras.

A sucessão patrimonial é um processo que transcende gerações, desafiando famílias e empresas a equilibrar a continuidade de seu legado com a adaptação às mudanças do mundo em constante evolução. É um tema que vai muito além da simples transição de ativos financeiros e propriedades. Trata-se de assegurar que os valores, visões e conquistas acumulados ao longo dos anos sejam transmitidos de forma eficaz e preservados para as gerações futuras.

Não sou advogado, não sou contador, mas como educador financeiro – e especialista em investimentos – tenho a obrigação de tocar no assunto e trazer uma visão básica sobre o tema com algumas possibilidades do que pode ser encarado como alternativas no processo de sucessão patrimonial.

 

Testamento: Este está entre as formas mais conhecidas de sucessão patrimonial, mas é a estratégia mais custosa. O testamento pode parecer simples pela praticidade em concretizar suas vontades de distribuição de bens, mas entra em processo de inventário, incide ITCMD (Imposto de transmissão causa mortis e doação), honorários advocatícios e custos de cartório.

Doação em vida: Estratégia para antecipação de herança, a doação em vida contempla – basicamente – duas diferentes possibilidades. A primeira (a doação de fato) permite a transferência de bens para o herdeiro dentro de algumas limitações: o doador precisará manter recursos em seu nome para garantir sua subsistência e deve respeitar a parte da herança que cabe aos herdeiros necessários. A segunda alternativa, por sua vez, é chamada de doação com reserva de uso fruto: permite a doação em vida para os herdeiros, mas somente será exercida após a morte do doador.

Holding familiar: Trata-se de uma estrutura de pessoa jurídica utilizada para gerenciar e proteger o patrimônio familiar. Ela pode ser composta por diversas empresas e ativos financeiros, e sua criação pode proporcionar benefícios como proteção contra credores, continuidade nos negócios da família e benefícios fiscais.

Seguro de vida: Os seguros de vida apresentam algumas características imprescindíveis para o planejamento de sucessão. Por serem impenhoráveis, não ficam reféns de bloqueios judiciais; por serem isentos de tributação, não tem custos de imposto de renda e ITCMD.

Previdência Privada: podendo se enquadrar, também, na classe de seguros privados, aqui há um portfólio de ativos compondo os investimentos do capital alocado. Portanto, além de pensar em sucessão, é importante avaliar as estratégias e performance do gestor – além de custos como taxas de administração e carregamento, por exemplo. Contudo, as principais vantagens sucessórias da previdência privada são a isenção de ITCMD e a dispensa de inventários.

 

Combinadas e adaptadas de acordo com as necessidades e objetivos específicos de cada família, estas ferramentas podem simplificar grandes burocracias em um momento tão delicado quanto o de ver alguém partir. O contexto já vai incluir o luto de perder um familiar, não precisamos deixar a situação ainda mais complicada.

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As Heurísticas das finanças comportamentais

quinta-feira, 21 de março de 2024

As finanças comportamentais representam um campo intrigante que examina como as pessoas tomam decisões financeiras, muitas vezes sob a influência de heurísticas cognitivas. Estas heurísticas, ou “atalhos mentais”, simplificam o processo de tomada de decisão, mas podem resultar em escolhas equivocadas. Quatro das heurísticas mais relevantes neste contexto são a representatividade, ancoragem, disponibilidade e aversão à perda.

As finanças comportamentais representam um campo intrigante que examina como as pessoas tomam decisões financeiras, muitas vezes sob a influência de heurísticas cognitivas. Estas heurísticas, ou “atalhos mentais”, simplificam o processo de tomada de decisão, mas podem resultar em escolhas equivocadas. Quatro das heurísticas mais relevantes neste contexto são a representatividade, ancoragem, disponibilidade e aversão à perda.

Heurística da representatividade: é uma tendência em que as pessoas julgam a probabilidade de um evento com base na sua semelhança com outros acontecimentos conhecidos. No cenário financeiro, isso pode levar a decisões baseadas em padrões percebidos ou narrativas emocionantes, em vez de uma análise objetiva dos dados. Por exemplo, investir em uma empresa simplesmente porque ela parece inovadora, sem investigar seus fundamentos financeiros ou, de fato, a validação de suas inovações.

Heurística da ancoragem: descreve como as pessoas frequentemente ancoram suas decisões em informações iniciais, mesmo que sejam irrelevantes ou enganosas. Isso é observado em negociações de preços ou avaliações de investimento, onde uma oferta inicial pode distorcer significativamente a percepção de valor. Por exemplo, fixar-se em um preço de ações anterior como referência para decidir se comprar ou vender, ignorando informações relevantes recentes. Basicamente, é semelhante à heurística da representatividade com atribuição numérica de preço.

Heurística da disponibilidade: reflete a tendência das pessoas em julgar a probabilidade de um evento com base na facilidade com que exemplos desse evento podem ser lembrados. Isso pode levar a uma superestimação de eventos raros que recebem ampla cobertura da mídia. No contexto financeiro, investidores podem ser influenciados por notícias recentes ou eventos de mercado dramáticos, superestimando os riscos associados.

Heurística da aversão à perda: revela como as pessoas valorizam as perdas mais do que os ganhos equivalentes. Os investidores podem ser avessos ao risco, preferindo evitar perdas a assumir oportunidades de ganho, mesmo que os riscos e benefícios sejam objetivamente equivalentes. Isso pode resultar em uma relutância em investir em ativos voláteis, mesmo que possam oferecer retornos potencialmente altos a longo prazo.

Entender essas heurísticas é essencial para você, como investidor, pois ajuda a reconhecer os vieses cognitivos que podem influenciar suas decisões financeiras. Ao estar ciente dessas tendências comportamentais, decisões mais informadas e racionais, mitigando os riscos e maximizando as oportunidades de investimento a longo prazo passam a fazer parte do planejamento de investimentos. Portanto, ao explorar as finanças comportamentais, é fundamental reconhecer o papel crucial que essas heurísticas desempenham na tomada de decisões financeiras.

Espero poder ajudar a decifrar parte dos seus pensamentos na hora de investir.

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Já pensou em trocar sua corretora ou banco de investimentos?

quinta-feira, 14 de março de 2024

E se, por algum motivo, você quer ou precisa trocar de corretora ou banco de investimentos. O que acontece com seus investimentos?

E se, por algum motivo, você quer ou precisa trocar de corretora ou banco de investimentos. O que acontece com seus investimentos?

Essa pergunta exige resposta clara, afinal é o seu dinheiro e você precisa ter total controle sobre o que acontece ou deixa de acontecer. Portanto, fica definida como obrigação aos prestadores de serviço de custódia, de acordo com a Instrução CVM nº 542, que “o custodiante deve realizar a transferência dos valores mobiliários, bem como dos eventuais direitos e ônus a eles atribuídos, ao custodiante indicado pelo investidor”. Além disso, o mesmo artigo em questão – no parágrafo seguinte – define que “a transferência dos valores mobiliários a outro custodiante deve obedecer a procedimentos razoáveis, tendo em vista as necessidades dos investidores e a segurança do processo, e deve ser efetuada em, no máximo, 2 (dois) dias úteis contados do recebimento, pelo custodiante, do requerimento válido formulado pelo investidor”.

Trazer as palavras da CVM para este espaço foi decisão que contou com a necessidade de mostrar a obrigatoriedade, de fato, das instituições custodiantes efetuarem toda transferência de custódia solicitada pelo investidor. Contudo, algumas regras específicas precisam ser pontuadas.

Ao falar em prazo de dois dias úteis, estamos nos referindo apenas a valores mobiliários e isso não inclui fundos de investimentos e produtos específicos ofertados apenas pela corretora de origem (instituição cedente). Fundos, por exemplo, têm prazo diferente e pode ser de até 30 dias úteis para completar portabilidade. Ademais, produtos específicos, como operações atreladas a crédito colateralizado, por exemplo, não fazem parte das obrigações de portabilidade da agente custodiante.             Portanto, esteja atento ao que compõe sua carteira e estratégia de investimentos antes de iniciar qualquer processo de Solicitação de Transferência de Valores Mobiliários (STVM).

E é sobre estratégia, a propósito, o assunto de agora. Por que você quer mudar de instituição? Por que você precisa efetuar uma STVM?

Existem duas possibilidades genéricas que se estendem em muitos pontos específicos, mas geralmente se resumem a produtos oferecidos ou serviços prestados. Sobre produtos, costumam ser motivos cíclicos: por vezes está melhor aqui, por vezes está melhor lá (é claro, comparando instituições concorrentes de qualidades semelhantes). Serviços, por sua vez, é o que mais provoca a necessidade ou vontade da transferência. Afinal, qualidade de atendimento é imprescindível para quem valoriza o próprio patrimônio.

Hoje não vim aqui cheio de informações técnicas e te ensinar o passo a passo de um processo STVM. Vim com o objetivo de te mostrar a possibilidade e, caso esteja pensando nisso, te ajudar a refletir sobre seus motivos. Entender estes pontos é fundamental para tomar sua decisão. Portanto, estude, pense, repense, e escolha a melhor decisão para seu patrimônio. Espero ter contribuído.

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