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Não será uma fria despedida

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Cá estou, cinco anos depois, exatamente no mesmo lugar.

Cá estou, cinco anos depois, exatamente no mesmo lugar.

Fisicamente, é claro, pois ao longo deste período uma carreira se desenvolveu, relacionamentos foram criados, negócios concretizados e oportunidades surgiram. Há cinco anos, em julho de 2019, recebi o convite de Adriana Ventura – diretora deste jornal – para escrever um artigo sobre os 25 anos da nossa moeda, o real, em circulação na economia brasileira. Sentei-me nesta mesma varanda, pus os mesmos óculos, o notebook em minha mesa e comecei a vagarosa tarefa de digitar dez mil caracteres sobre o tema. Não foi fácil, não foi rápido, mas proporcionou uma história: hoje sou colunista, um escritor.

Trazer conhecimentos de educação financeira para um espaço democrático de acesso a conhecimento é motivo de orgulho. Perceber os reais impactos na vida de cada um dos leitores que me acompanharam por aqui ao longo de todo este tempo é gratificante. O trabalho é lento, mudar a cultura de uma população pode levar gerações, mas carrego comigo a certeza de fazer minha parte. Aos poucos, venho cumprindo o meu papel.

Neste jornal, ao longo de todas as sextas-feiras durante cinco anos consecutivos, a população de Nova Friburgo pôde aprender sobre como formar sua reserva de emergências, investir em mercados complexos, identificar promessas duvidosas e perceber possíveis fraudes, contratar seguros de maneira eficiente, planejar sua aposentadoria e até mesmo organizar a árdua tarefa de uma sucessão patrimonial.

Entretanto, como toda história tem seu fim, hoje é dia de encerrar este ciclo. Talvez não com um “adeus”! Este capítulo pode ser apenas um “até logo”. Deixo este espaço porque novas aventuras vêm pela frente. Em uma nova cidade, assumirei meu novo cargo na corretora de uma das maiores instituições financeiras do país; uma oportunidade e tanto para o desenvolvimento de minha carreira.

Me despeço, com muito carinho, de todos que me acolheram em suas casas, locais de trabalho, nas leituras feitas na praça e através das modernas telas de celular. Em especial, dedico fortes agradecimentos aos colaboradores do A VOZ DA SERRA e à Adriana Ventura, que lá atrás, na época em que eu fundava meu primeiro negócio, aos 22 anos, acreditou no meu potencial e abriu suas portas para receber meu projeto de educação financeira.

Hoje, fiquem com o meu “até logo”. Ainda farei mais pela educação financeira de Nova Friburgo.

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Repense! Seu futuro depende do agora

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

            Trabalhar para direcionar todos os nossos esforços a fim de proporcionar conforto e segurança é o objetivo de muitos aqui; talvez também seja o seu. A preocupação com o futuro deve, sempre, ser parte de um planejamento financeiro; ainda mais quando o planejamento envolve investimentos. Aqui, a propósito, não me refiro exclusivamente a ativos negociados via mercado financeiro. Apesar de ser o meu mundo, não vou me restringir apenas a estas possibilidades. Afinal, investir é multiplicar; alocar tempo e dinheiro em algo que possa trazer benefícios futuros.

            Trabalhar para direcionar todos os nossos esforços a fim de proporcionar conforto e segurança é o objetivo de muitos aqui; talvez também seja o seu. A preocupação com o futuro deve, sempre, ser parte de um planejamento financeiro; ainda mais quando o planejamento envolve investimentos. Aqui, a propósito, não me refiro exclusivamente a ativos negociados via mercado financeiro. Apesar de ser o meu mundo, não vou me restringir apenas a estas possibilidades. Afinal, investir é multiplicar; alocar tempo e dinheiro em algo que possa trazer benefícios futuros.

            Contudo, erra quem foca apenas em ganho de capital. Já que o assunto é qualidade de vida no futuro, é importante compreender a necessidade de encontrar novas possibilidades de renda. Aqui, portanto, encontramos a principal dor de quem vê a idade chegar enquanto a energia vai embora: gerar renda sem demanda de tempo. É fazer seu capital pagar seu custo de vida enquanto você pode degustar os prazeres da aposentadoria. O usufruto do capital.

            Entretanto, inicialmente – e sem causar nenhuma surpresa – precisamos falar de contextos econômicos e política monetária. Hoje, por exemplo, todos os títulos federais indexados ao IPCA (índice oficial de inflação) disponíveis para compra na plataforma do Tesouro Direto estão sendo negociados a taxas reais acima de 6% a.a. e com investimentos mínimos bastante acessíveis. O que isso significa para sua qualidade de vida? É mais simples ser bem remunerado pelo seu dinheiro.

            E ser bem remunerado pelo seu dinheiro é fundamental, já que – de acordo com algumas pesquisas antigas – mais de 70% dos brasileiros passam por redução da qualidade de vida após a aposentadoria. Outro número muito importante vem do Relatório Global do Sistema Previdenciário 2020, viabilizado pela seguradora Allianz, ao mostrar que apenas 10% das pessoas com mais de 25 anos poupam algum dinheiro para aposentadoria no Brasil. Olhando para o futuro, a única reflexão provocada pelo estudo está acerca da preocupação com a saúde financeira (e, consequentemente, física e mental) dos cidadãos brasileiros.

            Se você faz parte dos 90% das pessoas que não planejam o futuro e não poupam nada para a aposentadoria, repense: você pode mesmo contar com o sistema de previdência social? O risco da falta de estratégia é enorme. Enquanto jovens vivem seus dias como se fossem o último, o futuro guarda uma longa expectativa de vida e cenários quase cruéis para suas aposentadorias.

            “Aposentadorias...”, reflete o colunista que vos escreve em alto tom de ironia e preocupação. Meu objetivo aqui, hoje, é único: provocar a maior reflexão possível para as suas verdades de agora. Você precisa pensar em você. No “futuro você”!

            O tempo passa e depois não há como se arrepender. Quanto mais o tempo passa, menos tempo você tem para corrigir as decisões tomadas hoje.

            Educação Financeira também é qualidade de vida. Reflita.

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Diversificar é investir com mais segurança

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

Manter uma relação saudável com seus investimentos é fundamental para viver essa experiência de maneira segura e positiva. Portanto, é preciso estudar. Você não precisa ser especialista, afinal, você pode deixar isso para seu consultor ou assessor de investimentos; mas entender o que será feito com o seu dinheiro é fundamental para se sentir mais à vontade.

Manter uma relação saudável com seus investimentos é fundamental para viver essa experiência de maneira segura e positiva. Portanto, é preciso estudar. Você não precisa ser especialista, afinal, você pode deixar isso para seu consultor ou assessor de investimentos; mas entender o que será feito com o seu dinheiro é fundamental para se sentir mais à vontade.

Falar em investimentos, contudo, faz com que a amplitude tome proporções quase ilimitadas e hoje vou adentrar de forma mais específica em ativos de renda variável; como ações, moedas e commodities, por exemplo. Para isso, vale ressaltar a necessidade de uma carteira de investimentos diversificada e de acordo com o seu perfil.

Existem duas formas de investir em renda variável: a primeira é optar por bons fundos de investimentos em ações (FIC e/ou FIA), recorrendo a gestoras com bom histórico operacional e com taxas justas de acordo com o serviço oferecido; a segunda opção de investimento em ações é através do home broker de sua corretora e aqui começamos a elaborar nosso planejamento (lembre-se sempre de que existem profissionais certificados para atuar na sua assessoria de investimentos e você pode estar sempre em contato com seu assessor para elaborar e seguir este planejamento).

Voltando à lei máxima dos investidores (a diversificação), precisamos falar sobre a correlação de ativos, uma relação estatística para metrificar (variando de -1 a 1) a relação entre ativos. Já ouviu falar?

 

Esta correlação pode se dar de quatro maneiras distintas:

• Correlação perfeitamente positiva (índice igual a 1)

• Correlação negativa

• Correlação positiva

• Correlação perfeitamente negativa (índice igual a -1)

 

As correlações perfeitas são situações ideais e – como tudo que é ideal – impossíveis de acontecer. Contudo vamos estudar as positivas e negativas para entendermos qual é a mais indicada para o seu portfólio de ações.

Basicamente, as correlações positivas se dão quando dois ativos (por haver relação estrita de mercado) fazem movimentos semelhantes entre valorizações e desvalorizações: como exercício, busque comparar os gráficos do barril de petróleo Brent e as ações de Petrobras e verá a influência da cotação do barril de petróleo sobre uma empresa petrolífera. Por outro lado, há a correlação negativa quando dois ativos se movimentam de maneira graficamente opostas: também, como exercício, compare os gráficos de dólar e Ibovespa e irá reparar um movimento espelhado entre os ativos; e faz sentido, afinal, quando o Ibovespa está em crescimento há uma tendência de valorização do real perante o dólar.

Seguindo a ideia de correlação negativa – e evidenciando as possibilidades dentro dos mercados de bolsa –, é importante destacar as estratégias de seguro de carteira. Imagine uma nova crise e bolsas despencando mundo afora e sua carteira de investimentos protegida. É o que acontece quando estabelecemos uma forte correlação negativa dentro de uma estratégia de proteção do capital, mas este já é um assunto extenso e precisa de um texto só para ele.

Por ora, ao planejar sua carteira de investimentos é importante saber o papel de cada ativo e como este vai influenciar sua estratégia. Investimentos via Bolsa de Valores são complexos (apesar de bastante intuitivos) e a falta de planejamento esconde grandes riscos. Portanto, vale ressaltar: boas estratégias podem se mostrar a melhor decisão para seus investimentos.

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Previdência privada: o guia definitivo para esclarecer suas dúvidas

sexta-feira, 09 de agosto de 2024

            O que é previdência privada?

            Investimento com características de longo prazo, a previdência privada é direcionada a pessoas físicas com a necessidade de complemento de renda durante a aposentadoria.

            Contudo, apesar de ser esse um dos objetivos mais comuns, a previdência também pode ser destinada a planejamentos de longo prazo sem a necessidade de geração de renda futura, como planejamento sucessório, por exemplo.

 

            Como funciona?

            O que é previdência privada?

            Investimento com características de longo prazo, a previdência privada é direcionada a pessoas físicas com a necessidade de complemento de renda durante a aposentadoria.

            Contudo, apesar de ser esse um dos objetivos mais comuns, a previdência também pode ser destinada a planejamentos de longo prazo sem a necessidade de geração de renda futura, como planejamento sucessório, por exemplo.

 

            Como funciona?

            Basicamente, aqui podemos separar a dinâmica em dois momentos antes de partirmos para a funcionalidade técnica.

            O primeiro momento é o de acumulação, quando o contratante (investidor) se responsabiliza pelas contribuições mensais ao longo do prazo e de acordo com o valor definido no momento da contratação. Se você contratou um plano de previdência aos 30 e pretende se aposentar aos 65 anos, por exemplo, essa contribuição vai se estender ao longo desses 420 meses subsequentes à contratação. A partir daqui, chegamos no segundo momento, a renda: hora de começar a receber o benefício com características de renda mensal (ou, se for o caso, o resgate total do plano).

            Partindo para a funcionalidade técnica, a previdência nada mais é do que um fundo de investimentos. A partir desse pressuposto, fique atento às estratégias adotadas pelo seu plano: podendo passar por títulos públicos, crédito privado, câmbio, juros ou, até mesmo ações e derivativos. Portanto, fique atento para não tomar uma decisão equivocada.

 

            Taxas cobradas

            - Administração: cobrança sobre o valor total investido;

            - Performance: taxa facultativa, um fundo de investimentos pode fazer essa cobrança caso julgue necessário ser remunerado pela boa performance da gestão ativa;

            - Carregamento: também facultativa, esta é uma cobrança percentual sobre toda aplicação realizada;

            - Saída: ainda facultativa, a taxa de saída pode ser cobrada sempre que for solicitado algum resgate financeiro antes do prazo predeterminado.

 

            Tributação

            - PGBL: possibilitando o abatimento de até 12% da renda bruta tributável (como salário, por exemplo), este plano é recomendado aos contribuintes que fizerem a declaração completa de IR;

            - VGBL: por não haver nenhuma possibilidade de incentivo tributário, este plano é recomendado para aqueles que declaram IR pelo modelo simplificado;

            - Regressivo: base de cálculo atrelada ao tempo, as alíquotas podem variar de 35 a 10%;

            - Progressivo: base de cálculo atrelada a volume financeiro, as alíquotas podem variar de 7,5 a 27,5%.

 

            Contudo, dadas as circunstâncias individuais, eu não consigo te dizer o que é melhor ou pior, mas é importante saber que planos de previdência privada se encontram nas mais diversas estratégias e uma decisão equivocada pode trazer péssimas experiências. Portanto, busque o aconselhamento de um especialista (que, de fato, seja de confiança e não apenas mais um vendedor). A propósito, vale ressaltar, a regulamentação de fundos de previdência permitem a portabilidade e isso pode te salvar de um investimento ruim. Busque seus direitos, principalmente o de um futuro tranquilo.

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Mercado de ações: simplificando o processo de investimento

sexta-feira, 02 de agosto de 2024

            Pensar em investimentos mais arrojados, como através do mercado de ações, nos mostra a necessidade de avaliar a qualidade de cada um dos ativos responsáveis pela composição de uma carteira e, principalmente, a diversificação promovida por cada um desses papéis. Esta não é uma atividade simples e dificilmente o investidor comum estará munido de conhecimento suficiente para executá-la com êxito.

            Pensar em investimentos mais arrojados, como através do mercado de ações, nos mostra a necessidade de avaliar a qualidade de cada um dos ativos responsáveis pela composição de uma carteira e, principalmente, a diversificação promovida por cada um desses papéis. Esta não é uma atividade simples e dificilmente o investidor comum estará munido de conhecimento suficiente para executá-la com êxito. Um dos possíveis recursos é seguir carteiras recomendadas por casas de análise, mas ainda pode ser complexo devido a necessidade da maior interatividade com o home broker para programar pontos de entradas e possíveis saídas com seus devidos stops. Compliquei demais? Bom, então vamos buscar uma possível solução.

            O mercado de bolsa (onde são negociados os investimentos de renda variável) reserva as mais diversas ferramentas para simplificar o dia a dia do investidor e entre elas está o Exchange Traded Fund, um fundo de investimento em ações com cotas negociadas diretamente na bolsa de valores. Basicamente, esses ativos englobam determinadas empresas que se enquadram em características predefinidas e, assim, está pronta uma carteira de investimentos: diversificada entre si e com empresas enquadradas no que você acredita. Para exemplificar ainda mais, essas características podem ter a ver com governança, sustentabilidade, tamanho do patrimônio das empresas, distribuição de dividendos ou, até mesmo, empresas estrangeiras.

            Aqui, listo alguns ETFs e caracterizo-os para você entender ainda mais sobre o assunto e ganhar autonomia para seus novos estudos. Lembrando, é claro, que nenhum destes se enquadra como recomendação; aqui, meu único objetivo é mostrá-los para você, leitor, sem me preocupar em passá-los por um crivo de análise aprofundada e qualidade dos ativos.

 

            · BOVA 11 - Busca refletir a performance, do Índice Bovespa (composto por cerca de 70 das maiores empresas do Brasil);

 

            · ECOO 11 - Busca refletir a performance do Índice Carbono Eficiente (composto por empresas com maior responsabilidade ambiental);

 

            · GOVE 11 - Busca refletir a performance do Índice Governança Corporativa Trade (composto por empresas com padrões de governança corporativa diferenciados);

 

            · SMAL 11 - Busca refletir a performance do Índice Small Cap (composto por empresas com menor capitalização na B3);

 

            · IVVB 11 - Busca refletir a performance do Índice S&P500 (composto pelas 500 maiores companhias de capital aberto dos EUA).

 

            · HASH 11 - Busca refletir a performance do índice Nasdaq Crypto (reflete, globalmente, o movimento do mercado de criptoativos).

 

            Investimentos em ETFs costumam ser mais simples e, apesar da volatilidade, tem liquidação em dois dias úteis (D+2) e podem ser uma porta de entrada para novos investidores na Bolsa de Valores. Por se tratar de uma administração terceirizada, estes ativos também podem sofrer incidência de taxas, como administração e performance, por exemplo. Portanto, cabe ao investidor analisar seus objetivos e necessidades pessoais para contratar este investimento.

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Consciência de consumo

sexta-feira, 26 de julho de 2024

Compreender necessidades é fundamental para a saúde financeira de qualquer indivíduo. Apesar de o conceito simples, as singularidades humanas tornam essa ideia bastante complexa: afinal, somos induzidos a tomadas de decisão por impulso. Essa manipulação se dá por um princípio bastante simples; nosso atual modelo econômico traz o consumismo como base das relações interpessoais. Sem consumo, estamos fadados a “exclusão social” e a decadência do sistema.

Compreender necessidades é fundamental para a saúde financeira de qualquer indivíduo. Apesar de o conceito simples, as singularidades humanas tornam essa ideia bastante complexa: afinal, somos induzidos a tomadas de decisão por impulso. Essa manipulação se dá por um princípio bastante simples; nosso atual modelo econômico traz o consumismo como base das relações interpessoais. Sem consumo, estamos fadados a “exclusão social” e a decadência do sistema.

 Nestas linhas de hoje, a propósito, quero comentar sobre o básico: a consciência de consumo. Somos pessoas diferentes, temos prioridades diferentes, projetos de vidas diferentes, sonhos diferentes; portanto, somos, cada um de nós, diferentes entre si. E por isso venho repensar as estruturas de consumo nesta coluna. Apesar de termos nossas peculiaridades específicas – e muitas vezes únicas –, consumir torna-se atividade comum e, por isso, importante repensá-la.

Portanto, planeje-se, o consumo inconsciente pode causar danos enormes, principalmente em tempos como os atuais. Veja, então, algumas dicas de como estabelecer o consumo saudável no seu cotidiano.

• Compare e estude os preços: saiba o que precisa comprar e comece a ter seu planejamento bem definido; assim você terá tempo para pesquisar preços e, acredite, você vai se surpreender com possibilidade de boas economias.

• Compre o que for comprar: a sua convicção, como consumidor, é o que vai ditar a relação entre o vendedor e você. Caso não queira comprar algo fora do planejado, não compre. Cuidado com as técnicas de vendas.

• Fique atento na internet: lojas virtuais devem receber cuidados especiais, atente-se sempre à veracidade e confiabilidade dos sites; as compras na internet envolvem uma série de riscos que podem ser evitados com conhecimento e um pouco de bom senso. Procure saber se a loja virtual é verídica; desconfie de preços extremamente fora dos valores de mercado; cuidado com a divulgação indevida de seus dados pessoais; e confira o valor do frete.

• Antes de parcelar, faça as contas: parcelamentos parecem ser uma “mão na roda”, mas sem o devido planejamento e estudo do seu orçamento, podem ser a semente do caos nas suas finanças. Lembre-se, no próximo mês virão novas compras e você não merece viver para pagar boletos.

É reflexo do consumismo a crescente taxa de inadimplência entre as famílias brasileiras. Nossa moeda é frágil, nosso poder de compra é pequeno, vivemos numa economia ainda em processo de maturação e a desorganização financeira cobra o preço pela forte cultura de consumo. Percebe como a Educação Financeira não é fundamentada apenas em termos técnicos e complexos? É a rotina de todos que usam o dinheiro como ferramenta de troca.

Por que comprar o que não é necessário? Pagar juros depois ou poupar antes? Vale a pena pesquisar preços? É sua, a responsabilidade pela boa relação com o dinheiro.

Pense nisso!

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Fortalecendo o vocabulário para entender suas finanças

sexta-feira, 19 de julho de 2024

Eu acredito fortemente no poder de transformação social através da Educação Financeira. Acredito, inclusive, na força de disseminação do conhecimento diante da maior visibilidade do tema. Portanto, apesar de já abordarmos alguns dos assuntos outras vezes, tenho certeza de que este texto será lido por aqueles que ainda não se depararam com o assunto. Seguem, então, dez termos específicos e essenciais para você desenvolver sua capacidade de compreensão.

Eu acredito fortemente no poder de transformação social através da Educação Financeira. Acredito, inclusive, na força de disseminação do conhecimento diante da maior visibilidade do tema. Portanto, apesar de já abordarmos alguns dos assuntos outras vezes, tenho certeza de que este texto será lido por aqueles que ainda não se depararam com o assunto. Seguem, então, dez termos específicos e essenciais para você desenvolver sua capacidade de compreensão.

Alavancagem: com o objetivo de potencializar resultados, investidores usam determinadas garantias para operar com volume financeiro acima do patrimônio real, podendo resultar em grandes lucros ou prejuízos.

Amortização: comumente, dívidas são compostas por juros e valor principal. A amortização refere-se ao pagamento do principal, fazendo com que a dívida seja reduzida ao longo do tempo. Para facilitar a interpretação, precisamos separar em duas partes o valor das parcelas de um produto de crédito: a primeira, cobre os juros da operação, ao passo que a segunda é responsável por amortizar o valor principal e reduzir o valor da dívida contraída.

CET: informada em valor percentual, o Custo Efetivo Total é – como o próprio nome já diz – quanto, de fato, vai custar uma dívida. Aqui, não é informado apenas o valor de juros, mas também é somado todo tipo de custo referente ao produto, como impostos, tarifas bancárias e quaisquer outros encargos embutidos. Portanto, além de comparar juros entre diferentes instituições, estude sempre o CET.

CDB: Certificado de Depósito Bancário são títulos emitidos por instituições financeiras. Na prática, ao adquirir um destes títulos, o investidor está emprestando dinheiro em troca de uma rentabilidade pré-definida.

CDI: Certificado de Depósito Interbancário é um dos principais indexadores (taxas de reajustes) dos ativos existentes no mercado financeiro. Taxa de referência para a realização de operações de empréstimos interbancários.

Dividendos: distribuição de parte dos lucros de uma determinada empresa a seus acionistas.

Fundo de investimento: ferramenta responsável por reunir o capital de diversas pessoas com o objetivo comum de realizar determinados investimentos. Gerido e administrado por especialistas, fundos de investimentos regulamentados são a forma de viabilizar investimentos financeiros em grupo e cada participante (cotista) recebe sua proporção da totalidade em forma de cotas.

IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, é o índice oficial do Governo Federal para medir inflação.

Liquidez: o período entre investimento e resgate do capital, podendo haver lucro ou não.

Selic: o Sistema Especial de Liquidação e Custódia representa o sistema responsável pelo controle de emissão, compra e venda de títulos públicos federais; fazendo desta taxa, a principal ferramenta de controle inflacionário e outras medidas econômicas.

Boa comunicação é uma ferramenta eficaz e fortalecer seu vocabulário financeiro é fundamental para o seu processo de desenvolvimento.

 

 

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Rebalanceamento de carteira: recurso para manter a qualidade de sua estratégia

sexta-feira, 12 de julho de 2024

O rebalanceamento de carteira é uma prática essencial na rotina do investidor, voltada para a manutenção do equilíbrio e otimização dos retornos ao longo do tempo. Esta estratégia envolve ajustes periódicos na distribuição dos ativos financeiros que compõem uma carteira de investimentos, com o objetivo de realinhar a alocação de acordo com metas de risco e retorno estabelecidas pelo investidor.

O rebalanceamento de carteira é uma prática essencial na rotina do investidor, voltada para a manutenção do equilíbrio e otimização dos retornos ao longo do tempo. Esta estratégia envolve ajustes periódicos na distribuição dos ativos financeiros que compõem uma carteira de investimentos, com o objetivo de realinhar a alocação de acordo com metas de risco e retorno estabelecidas pelo investidor.

A necessidade de rebalancear uma carteira surge devido às flutuações naturais dos mercados financeiros. A variação nos preços dos ativos pode desviar a alocação inicialmente planejada, aumentando ou diminuindo o peso de determinados ativos em relação aos outros. Essa derivação pode resultar em um perfil de risco diferente do desejado, expondo o investidor a mais ou menos volatilidade do que ele está disposto a tolerar.

Ao rebalancear, o investidor restabelece a proporção originalmente planejada entre os diferentes tipos de ativos. Isso pode envolver a venda de ativos que se valorizaram acima da média e a compra de ativos que estão subvalorizados, de modo a trazer a alocação de volta ao ponto de equilíbrio inicial.

A depender da estratégia de cada investidor, existem diferentes maneiras de encarar a necessidade de um rebalanceamento de carteira, mas as duas mais usuais são:

Rebalanceamento por tempo: É a abordagem mais simples e consiste em ajustar a carteira em intervalos de tempo regulares, como trimestralmente ou anualmente. Por exemplo, um investidor pode optar por rebalancear sua carteira a cada ano, no início de janeiro, independentemente das condições de mercado.

Rebalanceamento por bandas: Nesta estratégia, estabelecem-se faixas de variação para cada classe de ativo. Quando um ativo se desvia além de um limite predefinido (por exemplo, +/- 5%), ele é rebalanceado para trazer a alocação de volta à faixa desejada.

            Mas de onde vem a necessidade de rebalanceamento?

  • Controle de risco: Mantém o perfil de risco da carteira alinhado com os objetivos do investidor.
  •  
  • Otimização de retorno: Permite capturar ganhos de capital ao vender ativos sobrevalorizados e comprar ativos subvalorizados.
  •  
  • Manutenção da estratégia inicial: Estabelece uma disciplina de investimento, evitando decisões baseadas em emoções ou especulação.

Embora o rebalanceamento de carteira seja uma prática fundamental para muitos investidores, é importante lembrar que não há uma abordagem única que sirva para todos. A frequência e a metodologia de rebalanceamento devem ser adaptadas às circunstâncias individuais, incluindo tolerância ao risco, horizonte de investimento e objetivos financeiros específicos.

O rebalanceamento de carteira, portanto, não apenas ajuda a proteger o patrimônio contra flutuações excessivas, mas também pode melhorar consistentemente seus retornos ao longo do tempo, oferecendo tranquilidade e estabilidade financeira aos investidores conscientes.

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Três décadas de uma nova esperança: o real, seus resultados e desafios

sexta-feira, 05 de julho de 2024

            São três décadas. Trinta anos de história recém completados. Estou falando do real, a nossa moeda, que entrou em circulação no dia 1º de julho de 1994 e se mostrou como a solução para a hiperinflação vivida na época. Durante os primeiros mandatos do Governo Federal na Nova República, o controle monetário era o principal desafio das equipes econômicas, quatro tentativas fracassadas ao longo do governo de José Sarney (1985 – 1990) e outras duas durante o período de Fernando Collor na presidência (1990 – 1992).

            São três décadas. Trinta anos de história recém completados. Estou falando do real, a nossa moeda, que entrou em circulação no dia 1º de julho de 1994 e se mostrou como a solução para a hiperinflação vivida na época. Durante os primeiros mandatos do Governo Federal na Nova República, o controle monetário era o principal desafio das equipes econômicas, quatro tentativas fracassadas ao longo do governo de José Sarney (1985 – 1990) e outras duas durante o período de Fernando Collor na presidência (1990 – 1992). Em seguida, já no mandato de Itamar Franco, o país atingia seus níveis recordes de inflação; alcançando, em taxa anualizada, quase 2.500%. O momento econômico antes do Plano Real era difícil e o Brasil chegou a ter quatro moedas diferentes em um breve período de oito anos.

            No mês de julho, portanto, comemora-se o símbolo de sucesso do Plano Real sob responsabilidade da equipe econômica composta por Fernando Henrique Cardoso, como ministro da Fazenda; Pedro Malan, então presidente do Banco Central; André Lara Resende e Persio Arida, idealizadores do “projeto Larida”; Edmar Bacha; e Gustavo Franco. Assim, o real tornou-se a moeda mais duradoura da economia brasileira desde 1942, quando começava a circular o cruzeiro.

            Mas após tanto tempo, como anda o nosso poder de compra? Estamos bem servidos com nossa moeda? E frente a outros países, como se comporta o real?

            Para responder a estas perguntas, vamos voltar no tempo mais uma vez. Em julho de 1994, quando o primeiro salário-mínimo era pago em reais, seu valor era de R$ 64,79. Sim, pouco mais de R$ 60 para viver um mês inteiro. Atualmente, é inimaginável, pois, apesar de controlada, a inflação corroeu muito o valor do dinheiro ao longo destas três décadas. Contudo, mais do que o comparativo simples de números, para confrontarmos verdadeiramente esses valores é necessário medir de alguma forma o poder de compra. Naquela época, a cesta básica no Estado do Rio de Janeiro, segundo o Dieese, custava R$ 66,22 e isso representa 102,2% do salário da época – algo alarmante para a segurança da população. Passados todos esses anos, nos deparamos com um salário-mínimo em R$ 1.412 e a cesta básica no RJ em R$ 796,67, representando 56,4% do salário atual. Percebe-se, então, que o poder de compra da população, apesar da inflação e depreciação internacional, vem aumentando.

            Outro ponto curioso para analisarmos é a evolução de aplicações financeiras e correções monetárias quando confrontados os dados de 1994 a 2024.

            A cada R$ 100 em 1994, hoje seriam:

            - R$ 8.335 quando corrigido pela Selic;

            - R$ 1.810 quando corrigido pela Poupança Velha;

            - R$ 808,02 quando corrigido pelo IPCA.

A propósito, vale ressaltar a observação, percebe como bons investimentos são importantes e podem apresentar excelentes resultados no longo prazo?

Estamos, enfim, em 2024, há 30 anos depois da criação do que deveria ser motivo de orgulho e ainda cheios de desafios pela frente, mas com a certeza de que o Plano Real e a nossa atual moeda serviram – e ainda servem – de base para uma economia estável (considerando, é claro, estabilidade diante da realidade de países emergentes) e para o que se pode construir a partir daqui.

Que venham as próximas décadas!

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Você conhece a caderneta de poupança? Mas conhece mesmo?

sexta-feira, 28 de junho de 2024

            Sim, muito provavelmente você, leitor, a conhece. Afinal, é o produto de investimento mais conhecido pela população brasileira e responsável por alocações recordes em sua estrutura. A propósito, em estudo do Banco Central realizado há cinco anos, a poupança se mostrou a alocação presente na estratégia de 75% de toda a população brasileira. A partir disso, é momento de se perguntar sobre a qualidade do produto: liquidez, segurança, rentabilidade, vantagens e desvantagens.

            Portanto, que tal começarmos pelos números?

            Sim, muito provavelmente você, leitor, a conhece. Afinal, é o produto de investimento mais conhecido pela população brasileira e responsável por alocações recordes em sua estrutura. A propósito, em estudo do Banco Central realizado há cinco anos, a poupança se mostrou a alocação presente na estratégia de 75% de toda a população brasileira. A partir disso, é momento de se perguntar sobre a qualidade do produto: liquidez, segurança, rentabilidade, vantagens e desvantagens.

            Portanto, que tal começarmos pelos números?

            A caderneta de poupança – vamos começar a chamá-la apenas de poupança, sem confundi-la ao ato de poupar, mas atribuindo um “apelido” ao tipo de conta bancária em questão – tem, como base uma fórmula de cálculo atribuída aos juros Selic. São duas as faixas de incidência de rentabilidade, então vamos a elas.

 

            - Selic abaixo de 8,50% a.a.:

            Rentabilidade = (70% Selic + TR) a.m.

 

            - Selic acima de 8,50% a.a. (cenário atual):

            Rentabilidade = (0,50% + TR) a.m.

 

            Lembrando que todos os índices presentes nas fórmulas (Selic e TR) são referentes aos acumulados mensalmente durante o período de aniversário de suas aplicações.

            E por falar em aniversário de aplicação, podemos entrar na análise de liquidez do produto. Será que a poupança nos permite tanta liquidez quanto parece? A resposta é não! Para atribuir rentabilidade as suas aplicações, é imprescindível que sejam cumpridos os prazos de aniversário, correspondentes a 30 dias. Portanto, você até pode resgatar seus recursos no instante em que precisar, mas não terá a rentabilidade do período; ainda que o resgate seja efetuado no 29º dia da aplicação. Partindo desse ponto, a liquidez da caderneta – como investimento, e não apenas uma modalidade de conta bancária – é correspondente a 30 dias corridos. Já não tem tanta liquidez quanto você pensava, não é?

            Já passamos pela rentabilidade e liquidez, chegou a hora de falarmos de segurança. Você conhece suas garantias ao investir na poupança? A mesma de qualquer título bancário, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Na caderneta, sua segurança (dentro da titularidade do seu CPF) está restrita a R$ 250 mil por instituição e limitada a R$ 1 milhão dentro de determinadas regras específicas. Percebe como a escolha de outros títulos de renda fixa (como CDBs, LCIs e LCAs, por exemplo) pode ser muito mais vantajosa para as suas finanças? Contudo, faço questão de frisar o “pode” por conta da tributação incidente sobre a rentabilidade de seus investimentos. Apesar dos pesares, a poupança é isenta de Imposto de Renda e a escolha por outros investimentos deve levar isso em consideração.

            Bom, já conversamos bastante sobre o assunto. A ideia inicial era apresentar as fórmulas de cálculo referente à rentabilidade da poupança e como acabam sendo desvantajosas diante de inúmeras possibilidades oferecidas pelo mercado financeiro. É o meu papel: alertar sobre os riscos do trivial. Agora, cabe a você, ponderar os pontos positivos e negativos da sua alocação de investimentos e se abrir a novas possibilidades.

            Isso é Educação Financeira!

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