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Planejamento sucessório: desafios e estratégias para preservar seu legado

quinta-feira, 04 de abril de 2024

A sucessão patrimonial é um processo que transcende gerações, desafiando famílias e empresas a equilibrar a continuidade de seu legado com a adaptação às mudanças do mundo em constante evolução. É um tema que vai muito além da simples transição de ativos financeiros e propriedades. Trata-se de assegurar que os valores, visões e conquistas acumulados ao longo dos anos sejam transmitidos de forma eficaz e preservados para as gerações futuras.

A sucessão patrimonial é um processo que transcende gerações, desafiando famílias e empresas a equilibrar a continuidade de seu legado com a adaptação às mudanças do mundo em constante evolução. É um tema que vai muito além da simples transição de ativos financeiros e propriedades. Trata-se de assegurar que os valores, visões e conquistas acumulados ao longo dos anos sejam transmitidos de forma eficaz e preservados para as gerações futuras.

Não sou advogado, não sou contador, mas como educador financeiro – e especialista em investimentos – tenho a obrigação de tocar no assunto e trazer uma visão básica sobre o tema com algumas possibilidades do que pode ser encarado como alternativas no processo de sucessão patrimonial.

 

Testamento: Este está entre as formas mais conhecidas de sucessão patrimonial, mas é a estratégia mais custosa. O testamento pode parecer simples pela praticidade em concretizar suas vontades de distribuição de bens, mas entra em processo de inventário, incide ITCMD (Imposto de transmissão causa mortis e doação), honorários advocatícios e custos de cartório.

Doação em vida: Estratégia para antecipação de herança, a doação em vida contempla – basicamente – duas diferentes possibilidades. A primeira (a doação de fato) permite a transferência de bens para o herdeiro dentro de algumas limitações: o doador precisará manter recursos em seu nome para garantir sua subsistência e deve respeitar a parte da herança que cabe aos herdeiros necessários. A segunda alternativa, por sua vez, é chamada de doação com reserva de uso fruto: permite a doação em vida para os herdeiros, mas somente será exercida após a morte do doador.

Holding familiar: Trata-se de uma estrutura de pessoa jurídica utilizada para gerenciar e proteger o patrimônio familiar. Ela pode ser composta por diversas empresas e ativos financeiros, e sua criação pode proporcionar benefícios como proteção contra credores, continuidade nos negócios da família e benefícios fiscais.

Seguro de vida: Os seguros de vida apresentam algumas características imprescindíveis para o planejamento de sucessão. Por serem impenhoráveis, não ficam reféns de bloqueios judiciais; por serem isentos de tributação, não tem custos de imposto de renda e ITCMD.

Previdência Privada: podendo se enquadrar, também, na classe de seguros privados, aqui há um portfólio de ativos compondo os investimentos do capital alocado. Portanto, além de pensar em sucessão, é importante avaliar as estratégias e performance do gestor – além de custos como taxas de administração e carregamento, por exemplo. Contudo, as principais vantagens sucessórias da previdência privada são a isenção de ITCMD e a dispensa de inventários.

 

Combinadas e adaptadas de acordo com as necessidades e objetivos específicos de cada família, estas ferramentas podem simplificar grandes burocracias em um momento tão delicado quanto o de ver alguém partir. O contexto já vai incluir o luto de perder um familiar, não precisamos deixar a situação ainda mais complicada.

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As Heurísticas das finanças comportamentais

quinta-feira, 21 de março de 2024

As finanças comportamentais representam um campo intrigante que examina como as pessoas tomam decisões financeiras, muitas vezes sob a influência de heurísticas cognitivas. Estas heurísticas, ou “atalhos mentais”, simplificam o processo de tomada de decisão, mas podem resultar em escolhas equivocadas. Quatro das heurísticas mais relevantes neste contexto são a representatividade, ancoragem, disponibilidade e aversão à perda.

As finanças comportamentais representam um campo intrigante que examina como as pessoas tomam decisões financeiras, muitas vezes sob a influência de heurísticas cognitivas. Estas heurísticas, ou “atalhos mentais”, simplificam o processo de tomada de decisão, mas podem resultar em escolhas equivocadas. Quatro das heurísticas mais relevantes neste contexto são a representatividade, ancoragem, disponibilidade e aversão à perda.

Heurística da representatividade: é uma tendência em que as pessoas julgam a probabilidade de um evento com base na sua semelhança com outros acontecimentos conhecidos. No cenário financeiro, isso pode levar a decisões baseadas em padrões percebidos ou narrativas emocionantes, em vez de uma análise objetiva dos dados. Por exemplo, investir em uma empresa simplesmente porque ela parece inovadora, sem investigar seus fundamentos financeiros ou, de fato, a validação de suas inovações.

Heurística da ancoragem: descreve como as pessoas frequentemente ancoram suas decisões em informações iniciais, mesmo que sejam irrelevantes ou enganosas. Isso é observado em negociações de preços ou avaliações de investimento, onde uma oferta inicial pode distorcer significativamente a percepção de valor. Por exemplo, fixar-se em um preço de ações anterior como referência para decidir se comprar ou vender, ignorando informações relevantes recentes. Basicamente, é semelhante à heurística da representatividade com atribuição numérica de preço.

Heurística da disponibilidade: reflete a tendência das pessoas em julgar a probabilidade de um evento com base na facilidade com que exemplos desse evento podem ser lembrados. Isso pode levar a uma superestimação de eventos raros que recebem ampla cobertura da mídia. No contexto financeiro, investidores podem ser influenciados por notícias recentes ou eventos de mercado dramáticos, superestimando os riscos associados.

Heurística da aversão à perda: revela como as pessoas valorizam as perdas mais do que os ganhos equivalentes. Os investidores podem ser avessos ao risco, preferindo evitar perdas a assumir oportunidades de ganho, mesmo que os riscos e benefícios sejam objetivamente equivalentes. Isso pode resultar em uma relutância em investir em ativos voláteis, mesmo que possam oferecer retornos potencialmente altos a longo prazo.

Entender essas heurísticas é essencial para você, como investidor, pois ajuda a reconhecer os vieses cognitivos que podem influenciar suas decisões financeiras. Ao estar ciente dessas tendências comportamentais, decisões mais informadas e racionais, mitigando os riscos e maximizando as oportunidades de investimento a longo prazo passam a fazer parte do planejamento de investimentos. Portanto, ao explorar as finanças comportamentais, é fundamental reconhecer o papel crucial que essas heurísticas desempenham na tomada de decisões financeiras.

Espero poder ajudar a decifrar parte dos seus pensamentos na hora de investir.

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Já pensou em trocar sua corretora ou banco de investimentos?

quinta-feira, 14 de março de 2024

E se, por algum motivo, você quer ou precisa trocar de corretora ou banco de investimentos. O que acontece com seus investimentos?

E se, por algum motivo, você quer ou precisa trocar de corretora ou banco de investimentos. O que acontece com seus investimentos?

Essa pergunta exige resposta clara, afinal é o seu dinheiro e você precisa ter total controle sobre o que acontece ou deixa de acontecer. Portanto, fica definida como obrigação aos prestadores de serviço de custódia, de acordo com a Instrução CVM nº 542, que “o custodiante deve realizar a transferência dos valores mobiliários, bem como dos eventuais direitos e ônus a eles atribuídos, ao custodiante indicado pelo investidor”. Além disso, o mesmo artigo em questão – no parágrafo seguinte – define que “a transferência dos valores mobiliários a outro custodiante deve obedecer a procedimentos razoáveis, tendo em vista as necessidades dos investidores e a segurança do processo, e deve ser efetuada em, no máximo, 2 (dois) dias úteis contados do recebimento, pelo custodiante, do requerimento válido formulado pelo investidor”.

Trazer as palavras da CVM para este espaço foi decisão que contou com a necessidade de mostrar a obrigatoriedade, de fato, das instituições custodiantes efetuarem toda transferência de custódia solicitada pelo investidor. Contudo, algumas regras específicas precisam ser pontuadas.

Ao falar em prazo de dois dias úteis, estamos nos referindo apenas a valores mobiliários e isso não inclui fundos de investimentos e produtos específicos ofertados apenas pela corretora de origem (instituição cedente). Fundos, por exemplo, têm prazo diferente e pode ser de até 30 dias úteis para completar portabilidade. Ademais, produtos específicos, como operações atreladas a crédito colateralizado, por exemplo, não fazem parte das obrigações de portabilidade da agente custodiante.             Portanto, esteja atento ao que compõe sua carteira e estratégia de investimentos antes de iniciar qualquer processo de Solicitação de Transferência de Valores Mobiliários (STVM).

E é sobre estratégia, a propósito, o assunto de agora. Por que você quer mudar de instituição? Por que você precisa efetuar uma STVM?

Existem duas possibilidades genéricas que se estendem em muitos pontos específicos, mas geralmente se resumem a produtos oferecidos ou serviços prestados. Sobre produtos, costumam ser motivos cíclicos: por vezes está melhor aqui, por vezes está melhor lá (é claro, comparando instituições concorrentes de qualidades semelhantes). Serviços, por sua vez, é o que mais provoca a necessidade ou vontade da transferência. Afinal, qualidade de atendimento é imprescindível para quem valoriza o próprio patrimônio.

Hoje não vim aqui cheio de informações técnicas e te ensinar o passo a passo de um processo STVM. Vim com o objetivo de te mostrar a possibilidade e, caso esteja pensando nisso, te ajudar a refletir sobre seus motivos. Entender estes pontos é fundamental para tomar sua decisão. Portanto, estude, pense, repense, e escolha a melhor decisão para seu patrimônio. Espero ter contribuído.

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Antes: US$1 | Agora: US$ 2,3milhões

quinta-feira, 07 de março de 2024

            Eu não sou um entusiasta do bitcoin, mas devo admitir que foi a maior alta de todos os ativos financeiros nas últimas décadas.

            Mas afinal, você sabe o que é um bitcoin?

            Eu não sou um entusiasta do bitcoin, mas devo admitir que foi a maior alta de todos os ativos financeiros nas últimas décadas.

            Mas afinal, você sabe o que é um bitcoin?

            Criado em 2009 por uma pessoa (ou grupo) conhecida como Satoshi Nakamoto, é uma forma de dinheiro digital que opera em uma rede descentralizada. Essa criptomoeda ganhou popularidade e reconhecimento global devido à sua natureza descentralizada, segurança criptografada e potencial para disrupção no sistema financeiro tradicional. O ponto que me desperta a curiosidade, entretanto, é se seus criadores esperavam tamanha relevância especulativa do que era para ser uma ferramenta de troca.

            Portanto, é necessário compreender os riscos associados ao mercado de criptoativos a começar pela sua negociação e custódia. As exchanges (corretoras de ativos digitais), por exemplo, embora facilitem a compra, venda e troca de bitcoin, são vulneráveis a falhas de segurança, hacks e até mesmo insolvência. Isso ressalta a importância da auto custódia, onde os indivíduos detêm e controlam diretamente suas próprias chaves privadas, reduzindo significativamente o risco de perda de fundos devido a problemas relacionados à plataforma de terceiros. Vale relembrar o caso da FTX Trading, antiga patrocinadora de estádio da NBA e equipes da Fórmula 1, que chegou ao posto de maior exchange do planeta e terminou sua história em calote bilionário com o dono sendo preso.

            Percebe-se, então, como a mitigação de risco é fundamental para os investidores de bitcoin. Estratégias como diversificação, estabelecimento de limites de exposição e adoção de práticas de segurança cibernética são essenciais para proteger os investimentos em criptomoedas. Além disso, calcular e monitorar o preço médio de compra ao longo do tempo pode ajudar os investidores a tomar decisões mais informadas e a evitar a influência de movimentos de preços de curto prazo.

            No último dia 5, às 11h45 (em horário UTC-3), o bitcoin quebrou seu recorde de preços, atingindo a máxima histórica de US$ 68.800 no que teve seu primeiro registro oficial de preço, em 25 de maio de 2010, cotado a US$ 0,03. São exatamente 229.333.233,3% de lucro desde então. Nesses momentos surgem o sentimento de ansiedade ou preocupação que as pessoas experimentam ao pensar que estão perdendo uma oportunidade valiosa, especialmente quando se trata de investimentos ou eventos sociais. Isso muitas vezes leva indivíduos a agir impulsivamente, com medo de perder os benefícios percebidos, mesmo que isso possa não ser racional ou benéfico a longo prazo.

            Enquanto o bitcoin oferece oportunidades empolgantes, é crucial reconhecer e gerenciar os riscos associados a ele. A conscientização sobre os perigos das exchanges, a valorização da auto custódia, a adoção de medidas de mitigação de risco e a compreensão do preço médio de compra são passos importantes para os investidores. Em um mundo financeiro em constante evolução, a reflexão sobre o futuro do bitcoin não apenas como uma moeda digital, mas como um ativo de investimento, é fundamental para navegar com sucesso pelas complexidades dos mercados de investimento.

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Entendendo e gerenciando os riscos nos investimentos

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Investir é uma maneira eficiente de fazer o dinheiro trabalhar para você, mas como em qualquer empreendimento, existem riscos envolvidos. É crucial compreender e avaliar esses riscos para tomar decisões inteligentes e proteger seu patrimônio financeiro. Três dos principais tipos de risco que os investidores enfrentam são os riscos de mercado, liquidez e crédito.

Investir é uma maneira eficiente de fazer o dinheiro trabalhar para você, mas como em qualquer empreendimento, existem riscos envolvidos. É crucial compreender e avaliar esses riscos para tomar decisões inteligentes e proteger seu patrimônio financeiro. Três dos principais tipos de risco que os investidores enfrentam são os riscos de mercado, liquidez e crédito.

Risco de Mercado: O risco de mercado é a possibilidade de que o valor de seus investimentos seja afetado por mudanças no ambiente econômico e financeiro global. Fatores macroeconômicos, como taxas de juros, inflação, política governamental, desempenho do mercado de ações e eventos geopolíticos, podem influenciar diretamente o valor de seus investimentos. Por exemplo, uma crise econômica global pode levar a uma queda significativa nos preços das ações, afetando negativamente o valor de uma carteira de investimentos.

Gerenciar o risco de mercado envolve diversificar seu portfólio para incluir uma variedade de ativos que se comportem de maneiras diferentes a mudanças no mercado. Isso pode ajudar a mitigar perdas em uma classe de ativos específica enquanto outras estão em bom momento (correlação negativa). Além disso, manter-se atualizado com as tendências econômicas e políticas pode ajudar os investidores a tomar decisões mais informadas.

Risco de Liquidez: O risco de liquidez refere-se à capacidade de comprar ou vender um ativo rapidamente sem afetar seu preço de mercado. Alguns investimentos podem ser mais líquidos do que outros. Por exemplo, ações de grandes empresas listadas em bolsas de valores tendem a ser altamente líquidas, pois podem ser compradas e vendidas facilmente. Por outro lado, investimentos menos líquidos, como imóveis ou títulos de dívida privada, podem levar mais tempo e esforço para vender, o que pode ser problemático se precisar de acesso rápido aos seus fundos.

Para mitigar o risco de liquidez, os investidores devem avaliar cuidadosamente a liquidez dos ativos em que desejam investir. Manter uma parte do portfólio em investimentos líquidos pode proporcionar flexibilidade financeira em momentos de necessidade, como é o caso das alocações de sua reserva de emergência.

Risco de Crédito: O risco de crédito surge quando uma contraparte em um investimento, como um emissor de títulos, não é capaz ou não está disposta a cumprir suas obrigações financeiras. Isso pode resultar em perdas para o investidor, especialmente se o emissor entrar em default. Por exemplo, se uma empresa na qual você possui títulos de dívida declarar falência, você pode perder parte ou todo o seu investimento.

Para mitigar o risco de crédito, os investidores podem diversificar seu portfólio de títulos, investindo em uma variedade de emissores com diferentes classificações de crédito. Além disso, é importante realizar uma análise cuidadosa da qualidade de crédito dos emissores e suas garantias antes de investir em seus títulos.

Investir envolve assumir riscos, e os investidores devem estar cientes dos riscos de mercado, liquidez e crédito associados aos seus investimentos. Ao entender esses riscos e adotar estratégias de gerenciamento adequadas, os investidores podem tomar decisões mais informadas e proteger seu patrimônio financeiro a longo prazo.

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Glossário de renda variável IV – Ações

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

            Já parou para pensar o que acontece quando você compra ações através da bolsa de valores? Entender o conceito por trás do homebroker (plataforma de negociação das Corretoras de Valores) é fundamental para fazer parte da filosofia das companhias e viver a tese dos seus investimentos. Entender os objetivos e modelos de negócio das empresas é tão fundamental quanto refletir os seus valores – ambientais, sociais, trabalhistas e muitos outros – ao seu portfólio de ações.

            Já parou para pensar o que acontece quando você compra ações através da bolsa de valores? Entender o conceito por trás do homebroker (plataforma de negociação das Corretoras de Valores) é fundamental para fazer parte da filosofia das companhias e viver a tese dos seus investimentos. Entender os objetivos e modelos de negócio das empresas é tão fundamental quanto refletir os seus valores – ambientais, sociais, trabalhistas e muitos outros – ao seu portfólio de ações. Contudo, antes de partirmos direto para esses propósitos, vamos rever alguns conceitos a fim de democratizar o conhecimento presente neste texto. Comecemos, então, definindo a bolsa de valores.

            Para tornar possível os negócios em setor de bolsas, é necessário que empresas de infraestrutura de mercado financeiro exerçam atividades primordiais, como – de acordo com a própria bolsa de valores brasileira – a “criação e administração de sistemas de negociação, compensação, liquidação, depósito e registro para todas as principais classes de ativos, desde ações e títulos de renda fixa corporativa até derivativos de moedas, operações estruturadas e taxas de juros e de commodities”. No Brasil, existe apenas uma empresa responsável por exercer tais atividades, a B3 – Brasil, Bolsa, Balcão. Ao redor do mundo, existem diversas outras; como as NASDAQ e Bolsa de Nova York, nos Estados Unidos; a Bolsa de Valores de Londres, na Inglaterra; a Bolsa de Valores de Frankfurt, na Alemanha e por aí vai.

            Contudo, isso pode ficar ainda mais simples quando tomamos consciência de as bolsas globais serem como uma feira (essas de frutas, legumes e carnes) onde encontram-se vendedores e compradores dispostas a negociar determinado produto. Todavia, nessa grande e tecnológica feira da bolsa valores, negociam-se as empresas.

            Mas, então, como chegar nessa “feira da bolsa de valores”? Primeiro, é necessário tornar-se cliente de alguma corretora ou banco de investimentos; são as instituições financeiras, as responsáveis por realizar a comunicação entre você e a bolsa de valores. Posteriormente, é através do homebroker, plataforma de negociação disponibilizada na sua conta da corretora de valores, que você poderá comprar suas ações; e agora começa a sua jornada por boas escolhas. Falemos delas.

            Compor um portfólio de ações não é fácil; mas o conceito é simples. Comprar ações te faz acionista: um pequeno sócio de determinada companhia/empresa. Portanto, é importante compor o seu portfólio com ações de empresas que julga ser coerente tornar-se sócio. Não faz sentido algum comprar determinado papel (nomenclatura técnica sinônima a “ação”) de uma empresa sem saber, nem mesmo, quais os produtos e/ou serviços tal empresa oferece para a sociedade. É a partir daqui que você começa a pôr seus valores em questão: procure entender o propósito da companhia; sua relação e responsabilidade com a sociedade; entenda se os produtos e/ou serviços são realmente relevantes e rentáveis.

            Além de toda essa filosofia de investimentos, entra também a visão fundamentalista; é somente aqui que você analisa os resultados das empresas e, caso bons ou minimamente promissores, as adiciona ao seu portfólio. Mas lembre-se, ponto fundamental é diversificação. Uma carteira bem distribuída, com algumas boas empresas e de diferentes setores são fundamentais para diminuir os riscos de mercado.

            Mais importante que começar a investir, é entender a filosofia por trás do investimento. E isso é bastante simples!

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Glossário de renda variável III – FIIs

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

            Cá estamos, na terceira semana da nossa série de textos e com a certeza de que valeu a pena dedicar os últimos temas ao nosso Glossário de Investimentos. Caso não tenha acompanhado, este é o terceiro texto publicado com o intuito de democratizar o acesso aos conteúdos financeiros, elucidar e desmistificar seus papéis numa carteira de investimentos. Já conversamos sobre Exchange Traded Fund (ETF), Brazilian Depositary Receipt (BDR) e hoje chegou a hora de entender, de fato, o que são os Fundos de Investimentos Imobiliários (FII).

            Cá estamos, na terceira semana da nossa série de textos e com a certeza de que valeu a pena dedicar os últimos temas ao nosso Glossário de Investimentos. Caso não tenha acompanhado, este é o terceiro texto publicado com o intuito de democratizar o acesso aos conteúdos financeiros, elucidar e desmistificar seus papéis numa carteira de investimentos. Já conversamos sobre Exchange Traded Fund (ETF), Brazilian Depositary Receipt (BDR) e hoje chegou a hora de entender, de fato, o que são os Fundos de Investimentos Imobiliários (FII).

            Quando falamos em investimentos, os ativos imobiliários estão entre os mais populares no Brasil; o investimento imobiliário, aqui, é cultural. Afinal, quem nunca sonhou em construir/comprar um imóvel com o intuito de alugá-lo e obter uma renda mensal desse investimento? Parece uma estratégia infalível – e realmente pode ser quando o investidor tem uma série de imóveis e empreendimentos do setor –, mas o risco é enorme para quem tem pouco capital.

            Seguindo a linha de raciocínio da diversificação (você se lembra que este é um ponto fundamental para o sucesso e segurança da sua estratégia, não é mesmo?), vamos montar um cenário hipotético onde o investidor passou a vida trabalhando para construir seu patrimônio e agora tem um único imóvel como investimento. Seu objetivo? Gerar renda mensal. Dentro deste cenário, imagine que – por força do destino – o último inquilino saiu há dois meses e o proprietário ainda está sem ninguém interessado em alugar seu imóvel. Já é um contexto terrível para quem dependia dessa renda, mas quando chegou no quinto mês sem nenhum locatário o proprietário decide alugar mais barato e o retorno sobre o patrimônio já é mínimo. Por fim, agora existe alguém locando este imóvel, mas desta vez o inquilino é desrespeitoso, não paga o aluguel em dia, não cuida do imóvel, traz enormes desconfortos e o final desta história a gente já conhece: muita dor de cabeça e pouco dinheiro.

            Percebe o ponto que pretendo chegar? Hoje, meu intuito é te mostrar as possibilidades de investimentos imobiliários rentáveis e sem toda a burocracia da administração direta. Através do FIIs, você pode se tornar cotista de investimentos em imóveis de primeira linha com locatários de primeira linha. Já pensou em ser dono de um prédio inteiro locado para uma grande indústria farmacêutica? Ou talvez uma rede de galpões logísticos locados para centro de distribuição de grandes marcas, o que acha? Quem sabe, investimentos em uma rede de shoppings ou hotéis?

            Os Fundos de Investimentos Imobiliários são negociados em mercado de bolsa, com liquidez de dois dias úteis e distribuem mensalmente (em grande maioria), aos seus cotistas, os devidos proventos referentes aos aluguéis recebidos pelos imóveis alugados e já isentos de imposto de renda. Tudo isso dentro de normas e regulamentações específicas e auditadas pelas instituições responsáveis pelo bom funcionamento dos mercados, como as CVM e Ambima, por exemplo.

            Esses são os FIIs, complexos dentro de sua simplicidade. A ideia aqui, é fazer seu patrimônio gerar renda mensal (seja para custear seu estilo de vida, seja para reinvestir seu patrimônio) e ser corrigido pela inflação (além, é claro, de gerar valorização do seu investimento ao longo do tempo; exatamente como um imóvel, afinal, você está investindo em imóveis reais). Sem fazer disso uma recomendação de investimentos, sinto-me extremamente à vontade ao dizer que – pessoalmente – os Fundos de Investimentos Imobiliários são minha classe favorita de investimentos. Portanto, considere-os como parte de sua diversificação.

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Glossário de renda variável II – BDRs

quinta-feira, 08 de fevereiro de 2024

No mundo dos investimentos, a busca por diversificação é uma estratégia fundamental para mitigar riscos e potencializar ganhos. Uma das maneiras de diversificar uma carteira de investimentos é por meio da alocação em ativos de renda variável internacional. Nesse contexto, os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) desempenham um papel importante, permitindo que investidores brasileiros tenham acesso a empresas estrangeiras negociadas em mercados internacionais.

No mundo dos investimentos, a busca por diversificação é uma estratégia fundamental para mitigar riscos e potencializar ganhos. Uma das maneiras de diversificar uma carteira de investimentos é por meio da alocação em ativos de renda variável internacional. Nesse contexto, os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) desempenham um papel importante, permitindo que investidores brasileiros tenham acesso a empresas estrangeiras negociadas em mercados internacionais.

Os BDRs são títulos emitidos no Brasil que representam valores mobiliários de companhias estrangeiras. Por meio desses recibos, investidores brasileiros podem investir em ações de empresas listadas em bolsas de valores de diversos países, como Estados Unidos, Europa e Ásia, sem a necessidade de realizar transações diretamente nos mercados estrangeiros.

Existem dois tipos de BDRs: os patrocinados e os não patrocinados. Os BDRs patrocinados são aqueles em que a empresa estrangeira emite os recibos e, geralmente, possui um acordo com uma instituição depositária no Brasil. Por outro lado, os BDRs não patrocinados são emitidos por instituições financeiras brasileiras sem a necessidade de autorização ou envolvimento direto da empresa estrangeira.

Investir em BDRs oferece uma série de vantagens. Primeiramente, proporciona acesso a uma gama diversificada de empresas globais, possibilitando que os investidores aproveitem oportunidades de crescimento em diferentes setores e regiões do mundo. Além disso, os BDRs permitem que investidores com menor capital disponível tenham acesso a empresas de grande porte e renome internacional, que talvez não estivessem acessíveis de outra forma.

No entanto, é importante ressaltar que investir em BDRs também apresenta seus desafios e riscos. As flutuações cambiais, por exemplo, podem impactar significativamente o valor dos investimentos em BDRs, uma vez que estes são cotados em reais, mas representam ativos denominados em moedas estrangeiras. Além disso, os investidores devem considerar as características específicas de cada empresa subjacente aos BDRs, como o desempenho financeiro, a governança corporativa e o ambiente regulatório do país de origem.

Para investidores interessados em diversificar suas carteiras e explorar oportunidades além das fronteiras nacionais, os BDRs representam uma ferramenta poderosa. No entanto, é fundamental que os investidores compreendam os riscos envolvidos e realizem uma análise cuidadosa antes de tomar qualquer decisão de investimento. A consulta a profissionais especializados e a realização de uma adequada educação financeira são passos essenciais para garantir uma abordagem prudente e bem-sucedida no mercado de renda variável internacional.

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Glossário de renda variável I - ETFs

quinta-feira, 01 de fevereiro de 2024

            No mercado financeiro, as opções de investimentos parecem ser infinitas e a falta de conhecimento pode afastar muita gente com vontade de optar por boas escolhas para o seu dinheiro. Por essas e outras, hoje iniciamos a nossa série de colunas educativas acerca dos veículos (e oportunidades) de investimentos presentes no mercado de renda variável com objetivo de democratizar ainda mais este conhecimento tão específico. Esta série se estenderá ao longo de todo o mês de fevereiro.

            No mercado financeiro, as opções de investimentos parecem ser infinitas e a falta de conhecimento pode afastar muita gente com vontade de optar por boas escolhas para o seu dinheiro. Por essas e outras, hoje iniciamos a nossa série de colunas educativas acerca dos veículos (e oportunidades) de investimentos presentes no mercado de renda variável com objetivo de democratizar ainda mais este conhecimento tão específico. Esta série se estenderá ao longo de todo o mês de fevereiro.

            De fato, o mercado concentra muitas possibilidades de investimentos e a falta de planejamento pode lhe proporcionar uma experiência negativa. Contudo, para facilitar o planejamento do investidor individual existem os produtos de gestão passiva: você investe recursos financeiros e uma equipe de profissionais qualificados se responsabiliza pela gestão dos ativos presentes na composição da carteira. É o que acontece nos fundos de investimentos, mas você pode encontrar estes produtos diretamente na bolsa de valores e usá-los como porta de entrada para a renda variável. Estou falando, especificamente dos Exchange Traded Fund (ETF) e vou especificar os detalhes deste ativo.

            No Brasil, temos apenas uma bolsa de valores (B3), mas ao redor do mundo existem diversas outras e cada uma delas tem seus índices de referência baseados em critérios específicos. Basicamente, esses critérios englobam determinadas ações de companhias enquadradas em características predefinidas e assim está pronta uma carteira de investimentos: diversificada entre si e com empresas selecionadas de acordo com o que você (e a equipe de gestão do ETF) acredita. Para exemplificar ainda mais, essas características podem ter a ver com governança, sustentabilidade, tamanho do patrimônio das empresas, distribuição de dividendos ou, até mesmo, empresas estrangeiras.

            Abaixo, vou listar alguns ETFs (com seus respectivos códigos de negociação) e caracterizá-los para você entender ainda mais sobre o assunto e ganhar autonomia para seus novos estudos a partir daqui. Lembrando, é claro, nenhum destes exemplos se enquadra como recomendação de investimento; aqui, meu único objetivo é mostrá-los para você, leitor, sem me preocupar em passá-los por um crivo de qualidade dos ativos e, muito menos, pela análise aprofundada de acordo com seu perfil de investidor.

            · BOVA11 - Busca refletir a performance, do Índice Bovespa (composto, atualmente, por cerca de 80 das maiores empresas do Brasil);

            · ECOO11 - Busca refletir a performance do Índice Carbono Eficiente (composto por empresas com maior responsabilidade ambiental);

            · GOVE11 - Busca refletir a performance do Índice Governança Corporativa Trade (composto por empresas com padrões de governança corporativa diferenciados);

            · SMAL11 - Busca refletir a performance do Índice Small Cap (composto por empresas com menor capitalização na B3);

            · IVVB11 - Busca refletir a performance do Índice S&P500 (composto pelas 500 maiores companhias de capital aberto dos EUA).

            Investir nestes produtos é simples e, por isso, chega a ser considerado como a porta de entrada para novos investidores na bolsa de valores, mas lembre-se sempre de analisar se os investimentos são condizentes com as características buscadas por você e tem a ver com o seu perfil de investidor. Serão sempre estes pequenos detalhes o grande divisor entre boas e más experiências no mercado financeiro; portanto, atente-se a elas para fazer boas escolhas.

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Glossário financeiro: economês x português

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Este é um texto interessante para ser publicado com certa periodicidade; costuma ser esclarecedor para muitos. Portanto, pontuei 12 termos fundamentais para conhecer e ficar atento.

 

Amortização: redução gradual de uma dívida baseada em pagamentos periódicos. Além das taxas de juros, um financiamento calcula um determinado valor a ser pago para reduzir (amortizar) a quantia total da operação (o valor principal).

 

Este é um texto interessante para ser publicado com certa periodicidade; costuma ser esclarecedor para muitos. Portanto, pontuei 12 termos fundamentais para conhecer e ficar atento.

 

Amortização: redução gradual de uma dívida baseada em pagamentos periódicos. Além das taxas de juros, um financiamento calcula um determinado valor a ser pago para reduzir (amortizar) a quantia total da operação (o valor principal).

 

Ativo e Passivo: ativos são bens ou serviços que agregam rentabilidade; passivos, por sua vez, são bens ou serviços com carga de desvalorização e despesas com o passar do tempo.

 

CDB: Certificado de Depósito Bancário são títulos emitidos por instituições financeiras. Na prática, ao adquirir um destes títulos, o investidor está emprestando dinheiro em troca de uma rentabilidade contratada previamente.

 

CDI: Certificado de Depósito Interbancário é um dos principais indexadores (taxas de reajustes) dos ativos existentes no mercado financeiro. Taxa de referência para a realização de operações de empréstimos interbancários.

 

FGC: Fundo Garantidor de Crédito é uma “entidade privada, sem fins lucrativos, destinada a administrar mecanismos de proteção a titulares de créditos contra instituições financeiras". É o FGC, o garantidor dos investimentos em renda fixa.

 

Ibovespa: é a carteira teórica da Bolsa de Valores brasileira, a B3. Composta por 87 (carteira – janeiro a abril de 2024) das principais empresas do Brasil, esta carteira representa o índice de referência da bolsa brasileira e serve como base para as análises de investidores.

 

IGPM: Índice Geral de Preços do Mercado é indicador de inflação e incide sobre a correção de valores contratuais (como, por exemplo, o aluguel).

 

IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, é o índice oficial do Governo Federal para medir inflação e incide sobre a correção salarial.

 

Liquidez: o período entre investimento e resgate do capital, podendo haver lucro ou não.

 

PIB: o Produto Interno Bruto é um indicador de valor para soma de todos os bens e serviços finais produzidos por uma região em determinado período.            O PIB per capta é este valor dividido pelo número de habitantes de uma região.

 

Selic: o Sistema Especial de Liquidação e Custódia representa o sistema responsável pelo controle de emissão, compra e venda de títulos públicos federais; fazendo de sua taxa de referência, a principal ferramenta de controle inflacionário e outras medidas econômicas.

 

Tesouro Direto: o Tesouro Direto é um programa com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional – órgão responsável, também, pela gestão da dívida pública. Ao comprar estes títulos, o investidor está emprestando dinheiro para o Governo Federal em troca de recebimento de juros.

 

Ao longo do mês de fevereiro vou dedicar este espaço apenas ao esclarecimento de conceitos e definições por trás de alguns termos técnicos importantes para mercado financeiro. Será um mês inteiro aprofundando conhecimento em renda variável para possibilitar uma relação ainda mais saudável entre você e a sua carteira de investimentos.

Nos encontramos por aqui, na próxima sexta-feira, 2 de fevereiro, para falar sobre ETFs, os Exchange-Traded Fund. Até lá!

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