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Você conhece a caderneta de poupança? Mas conhece mesmo?
Gabriel Alves
Educação Financeira
Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.
Sim, muito provavelmente você, leitor, a conhece. Afinal, é o produto de investimento mais conhecido pela população brasileira e responsável por alocações recordes em sua estrutura. A propósito, em estudo do Banco Central realizado há cinco anos, a poupança se mostrou a alocação presente na estratégia de 75% de toda a população brasileira. A partir disso, é momento de se perguntar sobre a qualidade do produto: liquidez, segurança, rentabilidade, vantagens e desvantagens.
Portanto, que tal começarmos pelos números?
A caderneta de poupança – vamos começar a chamá-la apenas de poupança, sem confundi-la ao ato de poupar, mas atribuindo um “apelido” ao tipo de conta bancária em questão – tem, como base uma fórmula de cálculo atribuída aos juros Selic. São duas as faixas de incidência de rentabilidade, então vamos a elas.
- Selic abaixo de 8,50% a.a.:
Rentabilidade = (70% Selic + TR) a.m.
- Selic acima de 8,50% a.a. (cenário atual):
Rentabilidade = (0,50% + TR) a.m.
Lembrando que todos os índices presentes nas fórmulas (Selic e TR) são referentes aos acumulados mensalmente durante o período de aniversário de suas aplicações.
E por falar em aniversário de aplicação, podemos entrar na análise de liquidez do produto. Será que a poupança nos permite tanta liquidez quanto parece? A resposta é não! Para atribuir rentabilidade as suas aplicações, é imprescindível que sejam cumpridos os prazos de aniversário, correspondentes a 30 dias. Portanto, você até pode resgatar seus recursos no instante em que precisar, mas não terá a rentabilidade do período; ainda que o resgate seja efetuado no 29º dia da aplicação. Partindo desse ponto, a liquidez da caderneta – como investimento, e não apenas uma modalidade de conta bancária – é correspondente a 30 dias corridos. Já não tem tanta liquidez quanto você pensava, não é?
Já passamos pela rentabilidade e liquidez, chegou a hora de falarmos de segurança. Você conhece suas garantias ao investir na poupança? A mesma de qualquer título bancário, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Na caderneta, sua segurança (dentro da titularidade do seu CPF) está restrita a R$ 250 mil por instituição e limitada a R$ 1 milhão dentro de determinadas regras específicas. Percebe como a escolha de outros títulos de renda fixa (como CDBs, LCIs e LCAs, por exemplo) pode ser muito mais vantajosa para as suas finanças? Contudo, faço questão de frisar o “pode” por conta da tributação incidente sobre a rentabilidade de seus investimentos. Apesar dos pesares, a poupança é isenta de Imposto de Renda e a escolha por outros investimentos deve levar isso em consideração.
Bom, já conversamos bastante sobre o assunto. A ideia inicial era apresentar as fórmulas de cálculo referente à rentabilidade da poupança e como acabam sendo desvantajosas diante de inúmeras possibilidades oferecidas pelo mercado financeiro. É o meu papel: alertar sobre os riscos do trivial. Agora, cabe a você, ponderar os pontos positivos e negativos da sua alocação de investimentos e se abrir a novas possibilidades.
Isso é Educação Financeira!
Gabriel Alves
Educação Financeira
Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.
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