Está na minha cabeceira o livro “O que dizem os sonhos: contos escolhidos, adaptados e recontados por Muriel Bloch”. É uma linda e interessante coletânea de sonhos contados desde remotos tempos e que se transformaram em contos. Todas as sociedades são criadoras de enredos, personagens e cenários que vêm tecendo a vida pelos quatro cantos do planeta.
Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
Tereza Cristina Malcher Campitelli
Momentos Literários
Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.
Acho que sou uma pessoa corajosa por ter resolvido ler dois livros de Física, “Einstein: verdadeiras e mentiras”, escrito por Waldon Volpiceli Alves, e “Universo numa casca de noz”, por Stephen Hawking. Como tenho o pensamento voltado para a literatura e busco fundamentos nas Ciências Humanas, como a Filosofia, Psicologia, História, dentre outras, tenho encontrado na Física outras explicações para os fenômenos da natureza e fatos da vida.
Ao ler o livro de contos “Café com broa: histórias de um mascate”, escrito com beleza literária por Tânia Theophilo, encontrei interessantes metáforas. Por que o passado não volta? Quem não guarda essa vontade nos segredos dos sonhos? A vida é cheia de sutilezas não percebidas a olhos vistos.
Estou lendo “Todas as suas perfeições”, de Colleen Hoover, que aborda um delicado e tocante assunto: a reconstrução da vida depois de uma pessoa ser traída pelo companheiro. Certa vez, conheci um casal, pessoas com quem gostávamos de estar, um exemplo de vida a dois. Jorge e Adélia, cujos nomes são fictícios, expressavam felicidade em seus semblantes. Conversando com uma amiga em comum, soube que antes de se conhecerem e ficarem juntos, descobriram que ambos eram traídos (a mulher de Jorge era amante do marido Adélia).
Semana passada o poeta Antônio Cícero, com dignidade e determinação, voou para a eternidade. Com admiração pela sua vida e obra, dedico-lhe esta coluna como um modo de GUARDAR a beleza dos seus poemas, que inspiram tantas pessoas, não só as que escrevem, mas aquelas que vivem com ternura e buscam a sabedoria em cada momento dos seus dias.
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Eita, que livro instigante! Ao ler os contos de Eliane França, reunidos no livro “Sobre o dorso das fêmeas”, Editora Penalux, 2021, fiquei tocada. Parece que uma bandeja de perguntas passou pela minha frente, oferecendo não sei lá quantas questões, me fazendo pensar tanto que embalaram meu sono e me trouxeram sonhos agitados.
Shakespeare dá a solução para quem quer namorar e precisa estudar. “Trabalhos de Amor Perdidos” é uma comédia romântica, uma obra moderna, pertinente ao que acontece hoje com os jovens que vão fazer provas ou prestar concursos e precisam se dedicar aos estudos, mas são surpreendidos pelo amor. E... o tempo passa. No século XVI, quando “Trabalhos de Amor Perdidos” foi escrito pelo dramaturgo Shakespeare, esse dilema já existia.
O nome da nossa cidade significa “Nova Cidade Livre!”
É na liberdade que os escritores gostam de viver, lugar onde a responsabilidade de exercer o livre-arbítrio é regra essencial, a vida tem mais vida, as emoções se misturam na flor da pele. Onde o resgate e o recomeçar se fazem presentes no dia a dia.
A vida é cheia de coincidências. Por que não será entre colunistas de jornal? Faz uns dias que senti uma emoção prazerosa ao fazer o café da manhã. Na maioria das vezes o faço de modo automático, quase de olhos fechados. Mas naquela manhã ensolarada, escutando os passarinhos e os cachorros da vizinhança a latir, senti uma sensação diferente. Parece que preparava algo para uma visita nobre e de cerimônia. Este alguém era eu. Talvez porque estivesse me sentido majestosa diante daquele dia, não mais do que uma data comum carregada de simplicidade.
No livro do escritor e artista visual londrino James Bridle, “Maneiras de ser – animais, plantas, máquinas: a busca por uma inteligência planetária”, o autor expõe estudos científicos que investigam a vida na Terra, bem como a sua relação com a tecnologia. Essa obra tem me sensibilizado de tal forma que reconheço a importância de trazê-la nesta coluna para colaborar com os modos como nós, os humanos, reconhecemos a interconexão entre todos os seres e as máquinas.