Estou com o livro nas mãos “Um grande dia para as escritoras”, idealizado por Giovana Madalosso, sentindo o cheiro das folhas que deslizam com o movimento dos dedos, fazendo os olhos absorverem a vibrante cor rósea misturada com a coral. Deixando-me inebriar ao admirar as 53 fotos de escritoras em várias cidades do mundo, totalizando 2.302 mulheres. As fotos foram tiradas em diferentes lugares das cidades, como praças, escadarias, anfiteatros, museus, prédios históricos, além de tantos outros usados de cenário para o registro de um momento tão feminino e grandioso.
Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
Tereza Cristina Malcher Campitelli
Momentos Literários
Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.
Os amantes usam o tempo para sentirem o prazer de gostar de estar com o outro e, às vezes, são momentos tão agradáveis que parecem eternos. Cecília Meireles, certa vez, poetou “Eu canto porque o instante existe e aminha vida está completa.” A sensação de bem-estar nos invade com ternura, como um véu que nos faz sentir embevecimento por aquilo que estamos fazendo.
A Literatura Infantojuvenil não é, de modo algum, uma historinha para criancinhas. É um texto sério, escrito com para pessoas que estão chegando a este mundo conturbado, cheio de guerras e brincadeiras, fantasia e realidades múltiplas.
Gostaria de começar a coluna afirmando que Nova Friburgo é uma Cidade Literária pelo seu potencial inspirador, natureza e história. Mesmo possuindo uma produção literária considerável, além de acolher a Academia Friburguense de Letras e a União Brasileira de Trovadores, ainda um longo caminho precisa ser percorrido para ser assim considerada. Essas cidades atraem amantes de livros, têm uma vida literária produtiva, possuem editoras, livrarias e lojas que vendem livros usados, promovem festas e feiras literárias, atraem leitores, escritores e bibliógrafos.
Há dias que começam com o espetáculo divino e outros que iniciam como todos, mesmo que acordemos com uma proposta do fazer diário diferente!
Hoje, ao amanhecer, a Ave-Maria de Franz Schubert invadiu minha casa, meu dia. Minha vida. Senti-me enlevada, como se absorvesse a energia da música e da oração. Foi um sentimento oceânico que me trouxe paz, fazendo-me perceber a eternidade e a totalidade de vida.
Hoje vou me antecipar ao Dia dos Namorados porque senti vontade de me soltar e escrever o que brota em meu pensamento. Os namorados gostam de dançar, então vou bailar e misturar alguns ingredientes literários como lembranças, sonhos e poesias.
Tenho tido uma experiência saudável nas sessões de yoga tanto com o corpo, que está mais harmônico, quanto com o emocional, mais ágil. Não sei se são os adjetivos certos que podem resumir o meu estado efetivo de inteireza. Enfim...
Esta experiência me remete ao livro infantojuvenil que escrevi, “Um esconderijo atrás da minha franja torta”, em que a protagonista, Rebeca Luíza, tem um profundo encontro com suas emoções, sensações e percepções. Ao final da narrativa, ela conclui que não é mais menina; é adolescente, começando a ser mulher.
A Nona sinfonia de Ludwig Van Beethoven (1770-1827) guarda silêncios. Somente quem é tocado pelos caminhos entre a literatura e a música pode interpretá-los. O silêncio guarda palavras, afetos e tem a profundeza dos sentidos. Contudo só é escutado por quem está pronto a torná-lo o melhor aliado.
Seria um final de semana diferente. Dois dias para rever a cidade onde nascera, comemorar o aniversário de setenta anos do amigo de infância e recordar os tempos de juventude quando se perdia pelas ruas de Nova Friburgo.
Em quanto tempo aprendemos a ler e a escrever?
Eu me refiro ao binômio leitura e escrita, duas habilidades complexas e intrinsecamente relacionadas. Quem domina a leitura consegue escrever um relatório, uma carta, um bilhete ou coisa assim. Já quem domina a escrita é capaz de abrir asas sobre o papel e criar uma infinidade de textos uma vez que foi humanizado e aperfeiçoado pela leitura. É um ser falante e dono do próprio discurso ao escrever o que pensa e o que quer, mesmo que se apresente travestido pelas palavras de outros por pura diversão.