A decadência dos titulares das nossas instituições

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

quinta-feira, 11 de junho de 2020

“Após pedir desculpas pela hidroxicloroquina, agora a OMS (Organização Mundial de Saúde) conclui que pacientes com o coronavírus e assintomáticos (a grande maioria) não têm potencial de infectar outras pessoas. Milhões ficaram trancados em casa, perderam seus empregos e afetaram negativamente a economia.” Essas palavras foram ditas pelo presidente  Jair Bolsonaro, mas poderiam ter sido emitidas por qualquer pessoa, ao ser surpreendido com as novas declarações dos três trapalhões da Organização Mundial da Saúde, Maria Von Kerhove diretora dos programas de emergências sanitárias; Tedros Adhanom Ghebreyesus, seu presidente e Michael Ryan, diretor executivo.

Esse posicionamento mostra que o órgão supremo da saúde mundial está mais perdido do que cego em tiroteio, não tem bases científicas para comandar os destinos do mundo numa séria crise de saúde e, na realidade, age de acordo com objetivos não muito claros. Não pode cobrar certas atitudes de seus afiliados se não tem a convicção necessária para sustentar seus argumentos.

Mas, o que vemos nesse primeiro quarto do século 21, é um fenômeno que vem se acentuando com o passar dos tempos. O nível daqueles que detêm postos de comando ou de representação das várias entidades, não têm mais o peso e o valor daqueles do passado. Raríssimas são as exceções, como é o caso da chanceler alemã Ângela Merckel. Com isso assistimos a uma “mediocrização” das instituições, com a consequente banalização de suas atitudes. Pessoas sem preparo para exercerem os cargos que ocupam, colocando em risco a segurança e a vida dos cidadãos.

As economias mundiais sofreram fortes abalos, com seus respectivos PIBs despencando, com todo mundo trancado dentro de casa, sofrendo no caso de americanos e europeus, multas pesadas, se fossem pegos na rua sem um objetivo bem definido; tudo isso por orientação da OMS, pregando que a quarentena horizontal, todos enjaulados, atrasaria o colapso dos hospitais na luta contra a pandemia. Seria a única maneira de garantir vagas em CTIs para todos, pois o ritmo de contágio seria mais lento. Não foi o que se observou nos Estados Unidos, França, Itália, Espanha, Brasil países muito afetados pela pandemia.

Nesse mesmo raciocínio, combateram ativamente o uso da hidroxicloroquina, mesmo com os trabalhos divulgados pelo cientista francês Didier Raoult, do hospital Raymond-Poincaré. Basearam-se no trabalho divulgado pela revista The Lancet, que mostrou ser o fármaco inócuo no tratamento do corona vírus, em função de um estudo levado a cabo em cinco continentes diferentes, com metodologia científica não uniforme.

Quando a Lancet fez o seu mea culpa e reconheceu a nulidade, em termos científicos, daquele estudo, não restou à OMS reconhecer o seu erro e cassar a maldição lançada sobre a cloroquina. Quantas vidas não poderiam ter sido salvas se o tratamento precoce com a “renegada” tivesse sido instituído? A mesma pergunta podemos fazer, após o cândido reconhecimento pela mesma OMS, de que os pacientes assintomáticos não têm o potencial de infectar outras pessoas.

Será que esse pandemônio causado às economias do mundo inteiro era mesmo necessário? A quem interessa esse caos generalizado a nível mundial? Quem a OMS está acobertando? Já foi exaustivamente comentado que a OMS atrasou, em 15 dias, o comunicado do desastre global iniciado na China. O pior é que, posteriormente, a diretora Von Kerhove afirmou que foi mal interpretada, pois o que quis dizer é que não se sabe a real extensão do potencial de contágio dessas pessoas assintomáticas.

Mas, a entidade máxima da saúde mundial não teria chegado a tais disparates se os líderes das potências envolvidas, não tivessem baixado a cabeça para os mandos e desmandos do sr. Tedros e colaboradores. Nesse mês de junho comemorou-se os 76 anos do desembarque das tropas aliadas, na Normandia, em 6 de junho de 1944, talvez uma das maiores operações de guerra dos últimos tempos. Será que os líderes de hoje teriam a determinação, a inteligência e a coragem daquele que estiveram no comando de tal empreendimento? Difícil responder.

Entre nós, basta fazer uma comparação entre os membros do STF e do Congresso Nacional de hoje com os do século passado, para termos consciência de como o nível baixou. Esse rebaixamento não diz respeito somente ao preparo intelectual deles, mas ao posicionamento ético e moral dos mesmos.

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