O Caderno Z do último fim de semana, em sua capa, nos inspirou: máscaras, brilhos, plumas e fantasias, tanto nas vestimentas, quanto no imaginário dos foliões. Embora o Carnaval possa ser um estado de espírito o ano inteiro, com bom humor e leveza na vida, nada se compara ao cair nas folias de Momo. O decreto da Prefeitura de Nova Friburgo, sem ser nome de agremiação carnavalesca, saiu “em cima da hora”, liberando festas particulares em salões, clubes e bares, mas, enfatizando o distanciamento de um metro entre os participantes.
Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana

Elizabeth Souza Cruz
Surpresas de Viagem
A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.
O Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, celebrado na última sexta-feira, 18, foi amplamente abordado pelo Caderno Z do último fim de semana, trazendo-nos expressivas considerações sobre o tema. O psicólogo Teo Nascimento, coordenador de Psicologia na Clínica Revitalis, entrevistado por Christiane Coelho, considerou vários aspectos da doença do alcoolismo e orienta sobre quando a pessoa precisa procurar ajuda: “A partir do momento em que se percebe um descontrole, ou seja, mesmo quando não se quer beber e acaba bebendo”.
Nossa plataforma de embarque, o Caderno Z, fez a mesma pergunta que eu tenho me feito, nos últimos 15 dias: Alguém viu o verão por aí? Até agora eu não o vi passar por aqui e, a bem da verdade, tenho tirado das gavetas roupas que uso apenas no inverno. Pode ser que a gente ainda pegue uns dias de calor em março, mas a previsão é a de que o frio chegue até mais cedo este ano, em decorrência do La Niña, um fenômeno atmosférico complexo. Com tamanha complexidade, vai ser muita sorte se a gente pegar um bronze antes da chegada do outono.
O Caderno Z volta o seu olhar para o ano letivo de 2022, na abrangência de temas altamente oportunos. “É preciso planejar o imprevisível”. A frase é de Yan Navarro, doutor em didáticas específicas pela Universidade de Valência, na Espanha. Em suas considerações, Navarro ressalta o desafio da retomada do ensino presencial nas escolas, pois, “é preciso sair do modo sobrevivência e começar a planejar e a olhar para o futuro novamente”. É certo que a tecnologia trouxe benefícios que amenizaram o afastamento das escolas. Contudo, o ensino remoto não supre o contato presencial.
O Caderno Z novamente me levou para a infância, quando meus pais tinham o cuidado de nos oferecer, além dos livros, brinquedos que mexiam com a nossa imaginação e criatividade. O que a gente mais gostava era o poliopticon, que dava para montar binóculos, lunetas e até microscópio. Sem perder as datas mais inusitadas, o “Z” nos convidou a festejar o Dia Internacional do Lego, 28 de janeiro, brinquedo criado em 1934, que significa “brincar bem”. E brincam bem crianças e adultos, pois é fabuloso juntar as peças para ver o que vai dar.
Na infância de antigamente tinha uma brincadeira muito interessante - “Mamãe, posso ir?”, que consistia em as crianças perguntarem ao líder quantos passos poderiam dar para frente ou para trás. E o líder, no papel de mamãe, diria a quantidade e a modalidade dos passos, ou seja, de formiguinha, tartaruga, caranguejo, elefante ou de gigante. Esse último, daria ao participante a possibilidade de chegar primeiro e se tornar o líder da nova rodada. E qual a razão para eu começar a viagem com essa grata lembrança?
O Caderno Z é um alambique de surpresas, onde podemos beber a mais saborosa de todas as bebidas - o conhecimento. Embebedar-nos de cultura é a sua missão e, quanto mais bebemos em suas edições, mais podemos manter o equilíbrio. Afinal, beber até cair em reflexões, é elevar a nossa mente. Se eu fosse escolher a trilha sonora da viagem de hoje, certamente, seria “O Cio da Terra”, para “decepar a cana, recolher a garapa da cana, roubar da cana a doçura do mel...”.
“Arigatô, merci, gracias, thank you, grazie são algumas formas de se dizer “obrigado” pelo mundo afora. O Caderno Z nos trouxe o tema Gratidão e eu já agradeço o carinho de ter recebido o jornal, entregue, excepcionalmente, pelas gentilezas dos meus anjinhos, a começar por Ana Borges, Cristiana e o motoboy. Essa corrente do bem salvou minha viagem, pois, eu gosto de viajar no impresso, sentindo o cheiro da credibilidade no passar das folhas. O agradecimento não é só um modo de gentileza, pois “este hábito fortalece a saúde mental”.
Enfim... 2022! A magia da virada é aquela sensação de que tudo vai ser diferente e melhor. Em novembro, começamos a vislumbrar que o ano vindouro será o depositário das nossas melhores expectativas. Contudo, a virada, em si, não é um passe de mágica, onde nossa varinha de condão poderá fazer milagres. Poderá, sim, ser um divisor de águas a partir da firmeza de propósitos. Em vez de fogos e de estrondos assustadores, que desatinam os cães, eu penso que o silêncio da reflexão deveria acontecer, produzindo em nós uma ampla retrospectiva em prol das prospectivas.
Quando peguei meu presente de Natal na caixa do correio, no portão, antes mesmo de abrir, senti o peso de seu conteúdo: 20 páginas de uma edição de tirar o fôlego de qualquer viajante que se disponha a viajar na arte da escrita. A folha A4 logo deu o seu chilique: - Elisabeth, sua maluca, você não vai querer que eu seja o seu “saco de viagem” para carregar tanta bagagem literária! De minha parte, faço ouvidos moucos e me ponho a pensar, digitando as palavras, porque o desafio é muito estimulante.