Nossa plataforma de embarque, o Caderno Z, que no último fim de semana veio acoplado ao primeiro caderno, nos levou para as férias escolares e quem nos guiou nesta incrível jornada foi Christiane Coelho. E lá vamos nós com a mochila literária e o cantil cheio de letras para registrar o passo a passo dos roteiros. Se a falta de dinheiro for “o principal motivo para não viajar”, a dica da Chris foi “conhecer ou revisitar cidades próximas a Nova Friburgo”. Eu, por exemplo, vou primeiro a Rio das Ostras, pois, a última vez em que estive lá, o lugarejo era distrito de Casimiro de Abreu.
Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana

Elizabeth Souza Cruz
Surpresas de Viagem
A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.
O Caderno Z me trouxe a lembrança de quando minhas filhas eram pequenas e nós pegávamos, na locadora, o filme “A Fantástica Fábrica de Chocolate”. Contudo, era preciso passar na casa de doces para comprar chocolate em barra, porque era impossível assistir ao filme sem comer muito chocolate. Assim é o “Z” que, festejando o Dia Mundial do Chocolate, nos deu água na boca: “Mas de onde vem o chocolate?” – A questão explica: “Os 4.000 anos de história do chocolate começaram na Mesoamérica antiga...”. O povo Maia o apelidou de “a bebida dos deuses”.
Começamos o mês de julho e o frio está aí firme e forte. Por mais que os dias estejam de azul intenso e o Sol extremamente adorável, quando a noite vem caindo mais cedo, escurecendo as tardes curtas de inverno, o momento é ideal para uma taça de vinho. Já está comprovado que o Brasil se tornou um dos países das Américas com maior crescimento no consumo de vinho. A quarentena tem parte nesta história, porque, com as pessoas mais em casa, a criatividade para vencer os desafios fez com que o cotidiano fosse também uma boa ocasião para uma taça de vinho.
Há coisas que combinam com o inverno e uma delas é a magia das festas juninas. Das danças, dos comestíveis e dos trajes típicos, tudo se resume em muita alegria. Com ou sem fogueira, o calor humano é tanto entre os participantes, que o frio fica de fora, com boas doses de quentão. O Caderno Z do último fim de semana se vestiu de cores e de sabores e quem não gosta de um vinho quente, de uma batata doce assada na brasa?
Por mais que os dias outonais fiquem menores e o frio nos congele as articulações, há eventos na transposição outono/inverno que não podemos deixar de apreciar. E um acontecimento imperdível é a floração das cerejeiras. O Caderno Z do último fim de semana é todo encanto para nos apresentar o tema, com destaque ao Hanami, que consiste na prática japonesa da contemplação do florescer das cerejeiras. "Poemas eram escritos louvando as delicadas flores, vistas como uma metáfora da vida, brilhantes, bonitas, mas efêmeras".
Finalmente, o grande dia voltou a ser o centro das atenções presenciais. Celebrado no último domingo, 12, salve o Dia dos Namorados em todas as suas formas de amor. O Caderno Z do último fim de semana foi tomado pelo romantismo, pleno de conhecimentos e até simpatias para estreitar as relações. Me lembrei da minha infância, quando as moças acendiam velas e pingavam numa bacia com água. Os desenhos que se formavam seriam interpretados como resposta ao que se buscava encontrar.
A viagem de hoje começa com um guia muito interessante, dócil e vacinado contra todo o tipo de mazelas, inclusive, a raiva. Ele vigia a cidade, interage, nos auxiliando a entender até o incompreensível. Na maioria das vezes, ele se apresenta feliz por ser o arauto das boas novas. É quem nos chama para as reflexões e nos alerta, quando o perigo está perto. Outra característica do nosso guia é ter o seu perfil sempre na primeira página do jornal. Carismático e inteligente, é o nosso “cão-guia”, que nos abre os olhos perante os fatos. Ele é o “Cão Sentado” das charges de Silvério.
O Caderno Z do último fim de semana estava muito apetitoso festejando duas datas: 24 de maio, Dia Nacional do Café e 28 de maio, Dia Mundial do Hambúrguer. A combinação foi perfeita, pois ambos são detentores do pódio da preferência brasileira. Se o cheirinho de café na cozinha, de manhã, bem cedo, é gostoso, imagina um café requintado com chocolate branco! As receitas para empoderar o nosso cafezinho são as mais tentadoras.
Nossa viagem de fim de semana, excepcionalmente, não começa na plataforma costumeira de embarque. Em sentido inverso, partimos da estação “Há 50 Anos”, quando o desfile de 16 de maio de 1972, apesar da indiscutível beleza, apresentou “os ditos intervalos”, entre as instituições, com os atrasos sempre “enervantes, absurdos e inconcebíveis”. Contudo, o povo permaneceu na avenida, “aguentando o sol”, até 13h30. Era assim mesmo, com esperas cansativas para assistentes e participantes.
Finalmente o Carnaval retornou aos brios da Avenida Alberto Braune! A VOZ DA SERRA circulou no último fim de semana com um caderno especial da folia que veio embalando os sonhos que se aglomeravam numa quarentena de dois anos. O surdo voltou a ouvir o som forte de sua batucada e as agremiações carnavalescas de Nova Friburgo demostraram que o tempo da espera não isolou os ideais do reinado de Momo. Da minha infância guardo lembranças do cordão de isolamento e das escolas de samba, sem a grandiosidade dos carros alegóricos. Eu tinha medo do Bloco dos Bichos e papai me punha em seus braços.