Hoje darei um tom psicanalítico a esta coluna por causa de um amigo de oficina literária, Pablito, que teve o carinho de me enviar um vídeo sobre o texto “O Poeta e o Fantasiar”, escrito por Freud, em 1908.
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Tereza Cristina Malcher Campitelli
Momentos Literários
Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.
Não poderia deixar de fazer uma homenagem a quem nos deu felicidade, fazendo-nos rir e gargalhar com as situações mais simples da vida. Paulo Gustavo soube extrair do quotidiano os melhores motivos para construir uma obra de humor, que tem na literatura seu ponto de partida, através da elaboração de roteiros ou textos dramatúrgicos.
Aconteceu algo esta semana que não sei exatamente descrever as impressões que tive, só posso dizer que foram fortes e avassaladoras. O fato foi, para mim, inédito. Mas acredito que para outros seja uma situação vivenciada uma vez ou mais.
Como a pandemia está nos trazendo desafios!
Hoje é um tempo triste. Tantas pessoas estão contaminadas pelo Covid19, outras mais, internadas, além do alto índice de óbitos. Uma certa desesperança paira no ar, que nos faz perguntar: como estaremos amanhã? Sobreviveremos a uma terceira onda?
Este estado de emoção me remeteu a um trecho do livro O Pequeno Príncipe, que, tão logo o li, senti meu peito apertar.
Por incrível que pareça, depois de mais de vinte anos escrevendo textos, livros e colunas, ainda faço oficina literária de escrita para melhorar minhas capacidades de transpor para o papel ideias, sentimentos e esperanças. O escritor é como o pianista, precisa treinar horas por dia, tal qual Gustave Flaubert fazia. Eu tinha uma vizinha, dona Lúcia, que era pianista clássica e tocava do amanhecer ao anoitecer, às vezes, os mesmos acordes de uma música, quando ela buscava a harmonia perfeita entre as notas.
Hoje vou escrever sobre as avós e sobre a importância que elas possuem na vida dos netos, principalmente dos que se tornam artistas e, mais especialmente ainda, dos que se tornam escritores. Esta ideia me foi tocada por uma amiga, poeta e escritora, Catherine Beltrão. Depois de viajar pela vida, trabalhar como engenheira, ter os cabelos embranquecidos, resolveu criar canteiros diferentes em seu destino, como forma de enfeitar-se com outras flores, como também eternizar a vida e a obra de sua avó, a artista plástica francesa Edith Blin (1891-1983).
Nossas emoções são tantas que explodem dentro de nós a todo instante e vão se misturando, mesclando-se. Nem sempre conseguimos pinçá-las e identificá-las porque estamos inseridos em tantos contextos, diversos e conflitantes. Borbulhamos em contraditórios afetos que vão se fundindo e atritando-se. Somos a própria ebulição
Existe algo melhor na vida do que ter avós que contem histórias aos netos? Que lhes ofereçam oportunidades de leitura? Que lhes coloquem em contato com expressões literárias, como peças de teatro ou filmes?
“Quem não lê, aos 70 anos terá vivido só uma vida: a sua. Os que leem terão vivido cinco mil anos. Ler é uma imortalidade de trás para a frente”.
O Dia Internacional da Mulher me fez pensar nas personagens femininas, figuras significativas, que foram capazes de sair das páginas dos livros e adentrar na vida quotidiana. Às vezes, eu me pergunto, por que um sujeito fictício, que nasceu no imaginário de um autor, é capaz de exercer influência marcante nas pessoas? Sem carne e osso, uma figura humana que possui apenas uma função delineada em uma determinada história, pode ser percebida como uma pessoa e convier abstratamente na vida social e cultural. Tornar-se, inclusive, modelo; um referencial.