Blog de maxwolosker_18841

Só se deve abrir a boca quando se tem certeza

terça-feira, 12 de setembro de 2023

É impressionante como a imprensa brasileira, comprometida com a desinformação da população é capaz de omitir qualquer coisa que diga respeito a esse governo que ainda não disse ao que veio. Além de aumentar astronomicamente o número de ministérios, para em nome do toma lá dá cá, acomodar os cupinchas, propor uma reforma tributária que pode resultar em aumento de impostos em diversos setores do comércio e serviços, tem como objetivo maior, perseguir seus adversários políticos.

É impressionante como a imprensa brasileira, comprometida com a desinformação da população é capaz de omitir qualquer coisa que diga respeito a esse governo que ainda não disse ao que veio. Além de aumentar astronomicamente o número de ministérios, para em nome do toma lá dá cá, acomodar os cupinchas, propor uma reforma tributária que pode resultar em aumento de impostos em diversos setores do comércio e serviços, tem como objetivo maior, perseguir seus adversários políticos. Mas, o mais estapafúrdio foi a declaração de Luís Inácio dizendo na cúpula do G 20, na Índia, que no Brasil, o presidente russo Vladimir Putin jamais seria preso. Isso poderia ocorrer em 2024 quando a próxima reunião do G 20 será em terras brasileiras.

Ocorre, que essa declaração descabida encontrou represálias no mundo inteiro, pois Putin é alvo de um mandado de prisão pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crime de guerra na Ucrânia. Fadi Elabdallah, porta-voz da corte internacional disse que o Brasil tem a obrigação de cooperar com a prisão de Putin, já que o país é um dos signatários do Estatuto de Roma, que deu origem ao TPI, também conhecido como Tribunal de Haia. Luís Inácio fez ainda duas declarações bombásticas ao dizer: "Se eu for presidente do Brasil, e se ele (Putin) vier para o Brasil, não tem como ele ser preso. Ninguém vai desrespeitar o Brasil". Para desgastar ainda mais a imagem do país continuou a polemizar, ao falar que irá estudar a possibilidade de deixar o grupo dos 123 membros que são signatários do tratado penal internacional, o que jogaria o país no limbo.

Um porta voz do governo americano também já se manifestara contra essa afirmativa do presidente Luís Inácio, criticando sua postura antiamericana demonstrada pelo Brasil. Aliás, num outro arroubo de insensatez, nosso presidente em sua recente viagem à China e aos Emirados Árabes declarou, antes do seu retorno, em relação à guerra da Ucrânia,  que os Estados Unidos e a Europa contribuem para a continuidade do confronto; essa afirmação foi dita numa entrevista à Globo News, onde complementou com: “É preciso que os Estados Unidos e a União Europeia parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz e que Rússia e Ucrânia, país que foi invadido, têm responsabilidade pela guerra.” Nos últimos dias, nos bastidores, autoridades americanas deixaram o tom diplomático de lado e afirmaram que acreditam que o Brasil está tentando ajudar a Rússia.  A Casa Branca afirmou publicamente que o Brasil está repetindo a propaganda russa e chinesa sem olhar para os fatos.

Acho que Luís Inácio não conhece a história do mundo e não teve conhecimento do genocídio imposto por Stálin aos ucranianos, no início da revolução russa, quando num cerco atroz, onde era proibido entrar comida na Ucrânia, cerca de dois milhões de pessoas pereceram. Como o ódio entre os dois povos permanece e como a Rússia é muito mais forte que a Ucrânia, será que essa destruição do território ucraniano, através de bombardeiros maciços, não tem outros objetivos? Não devemos esquecer que foi Putin que invadiu o país vizinho, anteriormente já havia se apoderado da Criméia, pois Zelensky, na realidade, nunca pensou em declarar guerra aos russos.

Presidente Luís Inácio lembre-se, sempre, de que em boca fechada não entra mosca nem sai besteira.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

O aeroporto Santos Dumont vai encolher

quarta-feira, 06 de setembro de 2023

Chegamos de Brasília na última quinta-feira, 31 de agosto, e ainda desembarcamos no Aeroporto Santos Dumont, para mim o mais charmoso do Rio e, talvez, do Brasil. Afinal, não é fácil não se deslumbrar ao nos depararmos de um lado com o Pão de Açucar, em frente a Baía da Guanabara e do outro lado a Ponte Rio-Niterói. É um cartão de visitas digno de nota e que não tem igual em nenhum outro lugar do mundo.

Chegamos de Brasília na última quinta-feira, 31 de agosto, e ainda desembarcamos no Aeroporto Santos Dumont, para mim o mais charmoso do Rio e, talvez, do Brasil. Afinal, não é fácil não se deslumbrar ao nos depararmos de um lado com o Pão de Açucar, em frente a Baía da Guanabara e do outro lado a Ponte Rio-Niterói. É um cartão de visitas digno de nota e que não tem igual em nenhum outro lugar do mundo. Conheço-o desde que nasci, pois fui criado no bairro da Urca até 1957 e minha primeira viagem aos seis meses de idade, para São Paulo para conhecer meus avós paternos, foi de avião partindo do aeroporto do centro da cidade do Rio de Janeiro.

O Santos Dumont foi inaugurado em 30 de novembro de 1936, com uma pista de pousos e decolagens de 700 metros de comprimento. No mês anterior à inauguração, Getúlio Vargas, então presidente do Brasil, publicou um decreto dando o nome do aeronauta Santos Dumont ao aeroporto, considerando a relevância deste brasileiro na história da aviação.

Em fins de 1957 mudei-me para a Ilha do Governador e conheci o Velho Galeão, inaugurado oficialmente em 1º de fevereiro de 1952. Os antigos hidroaviões de companhias como a Pan American e a Condor estavam sendo substituídos nas rotas internacionais por aviões maiores, dotados de rodas, que precisavam de pistas maiores, em terra, para pouso e decolagem. Com isso, em 1945, o Aeroporto do Galeão recebeu oficialmente a categoria de “internacional”, com o objetivo de atender os novos aviões. Os antigos Sikorsky ou Junkers J-52, entre outros, cederam lugar aos Douglas DC-3 e DC–4 e L-1049 Constelations da Lockheed. A pista, maior, propiciava mais segurança nas operações de pouso e decolagens, para aviões maiores.

O atual Tom Jobim/Galeão foi o mais importante do país até 2015. Dele partiam a maioria dos voos internacionais. A partir daí seu movimento começou a declinar e hoje ele é, apenas, o quinto em importância no país, perdendo espaço para o de Guarulhos, Congonhas, Brasília e Belo Horizonte. Aliás, hoje, o aeroporto Governador André Franco Montoro (Guarulhos) é o mais movimentado do Brasil, principal porta de entrada dos turistas no país.

O porquê da perda de popularidade e de movimento do Galeão /Tom Jobim não é o escopo desse artigo, pois os motivos são vários. No entanto, é triste constatar que dos 13,5 milhões de embarques e desembarques computados em 2019, somente 5,8 milhões de passageiros passara por lá no ano passado, uma queda de 56%. Dado os investimentos que já foram feitos, com a inauguração do terminal 1, em 1977 e do terminal 2, para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas, em 2016, é inadmissível esse ostracismo.

Numa iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro, dos governos do Estado do Rio de Janeiro e Federal, resolveu-se um tratamento de urgência para reviver o aeroporto internacional do Rio e tentar realoca-lo na importância que sempre teve. Assim, restringiram a distância dos voos do Santos Dumont para até 400 quilômetros, o que impossibilita destinos além de São Paulo. Está em estudo a manutenção dos voos para Brasília, pois é a capital federal; com isso, o aeroporto do centro do Rio retrocederia “trocentos anos” e voltaria a ser exclusivo da rota Rio-São Paulo.

Não se perguntou ao passageiro, maior interessado e mantenedor principal das companhias aéreas, a opinião deles e o seu grau de satisfação com essas drásticas mudanças. Afinal, a Ilha do Governador dista 20 quilômetros do centro do Rio, seu acesso passa por um dos mais conturbados trajetos da Cidade Maravilhosa, as linhas expressas Vermelha e Amarela, com congestionamentos diários na hora do rush e com tiroteios frequentes, pois às margens delas ali se encontra um dos maiores complexos de favelas da capital fluminense. Uma das soluções do Governo do Estado é construir um muro bem alto separando as pistas de rolamento das habitações, minimizando o perigo dos disparos de armas de grosso calibre. Seria como aquela história do marido que encontra a esposa com o amante, no sofá de sua casa e como providência, manda tirar o sofá da sala.

Mas, será que o Santos Dumont vais mesmo encolher? Com a criatividade do carioca, alguma saída há de ser encontrada para manter o charme do aeroporto mais antigo da cidade do Rio de Janeiro. Esse encolhimento tem data, seria a partir de janeiro de 2024.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Chuva em Brasília. Seria a famosa “Chuva do Caju”?

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Como escrevi na semana passada, a umidade relativa do ar na capital federal é muito baixa nessa época (meados de abril até setembro) e sem chuvas, que podem ocorrer muito raramente. Bastou a chegada de dois friburguenses para que a ordem fosse subvertida. Isso porque em Nova Friburgo chove bastante, não importa a época do ano, principalmente no verão. Daí, nossos amigos brasilienses nos dizerem que trouxemos chuva para a capital federal.

Como escrevi na semana passada, a umidade relativa do ar na capital federal é muito baixa nessa época (meados de abril até setembro) e sem chuvas, que podem ocorrer muito raramente. Bastou a chegada de dois friburguenses para que a ordem fosse subvertida. Isso porque em Nova Friburgo chove bastante, não importa a época do ano, principalmente no verão. Daí, nossos amigos brasilienses nos dizerem que trouxemos chuva para a capital federal.

No entanto, alguns se perguntam se não está havendo uma antecipação da conhecida Chuva do Caju. Intrigado com essa terminologia fiz uma pesquisa sobre o assunto e encontrei uma explicação para isso. Por toda parte do Estado de Mato Grosso, é possível ver os pés de caju e de manga floridos. Há quem diga que esta temporada será de fartura, pois as árvores estão carregadas de florezinhas. Porém, para que a explosão de frutos aconteça é necessário que chova e por isso, quando agosto chega, todos já esperam a famosa chuva do caju. Mas e aí, essa chuva chega ou não chega?

De acordo com o professor de climatologia da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), Rodrigo Marques, entre maio e setembro, temos cerca de apenas 10% do volume de chuva anual. Entretanto, frentes frias podem causar chuvas no mês de agosto. Quando essa chuva cai, em alguns municípios mato-grossenses, diz-se que é a Chuva do Caju. Que não favorece apenas o caju, mas também a manga e demais árvores frutíferas. O engenheiro agrônomo e doutor em fruticultura, Luciano Gomes, explica que essas frutas (manga e caju) pertencem à mesma família, e ambas precisam de água para que os frutos se formem.

Por toda parte de Mato Grosso, é possível ver os pés de caju e de manga floridos. Há quem diga que esta temporada será de fartura, pois as árvores estão carregadas de florezinhas. Porém, para que a explosão de frutos aconteça é necessário que chova e por isso, quando agosto chega, todos já esperam a famosa Chuva do Caju.  Ainda segundo ele, como o cajueiro e a mangueira são plantas rústicas e muito bem adaptadas ao clima mato-grossense, basta uma chuva para que os frutos cresçam. No entanto, quando mais água maiores e mais abundantes são os frutos, menos chuva, frutos menores.

Como Brasília tem o mesmo clima dos estados da região central do Brasil, as pessoas daqui também se referem à Chuva do Caju, quando há essa precipitação fora do usual, na segunda quinzena do mês de agosto. Como a temperatura, desde sábado passado, 26, está muito elevada, com máximas de até 30 graus, parece mais com as famosas pancadas de final de tarde, durante o verão. A única diferença é que, ao contrário daquela, essa não vem acompanhada de relâmpagos e trovões.

Estamos na última semana do mês de agosto e a previsão da meteorologia para Brasília, até o dia 15 de setembro, é de temperaturas variando de 28 a 32 graus durante o dia e de 14 a 16 graus durante a noite. Típico do clima desértico que impera nessa região do país. Está previsto também chuvas isoladas, o que reforça a terminologia Chuva do Caju. E se for seguida a tradição, os cajueiros e mangueiras darão frutos suculentos, pois as pancadas noturnas são idênticas as que observamos na Região Serrana fluminense.

Estamos há três dias de voltarmos para Friburgo e o que nos aguarda é chuva e frio, que não é a do caju, pois essa fruta não gosta de baixas temperaturas. 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Hidratação é o que importa

terça-feira, 22 de agosto de 2023

Estamos em Brasília, em visita aos filhos e pegamos o período de maior seca na região, que vai de maio a outubro. Nesse período, o clima de deserto da região se acentua e, em determinadas ocasiões, a umidade do ar pode chegar a 16%, como ocorreu no último dia 3, muito próxima da registrada no deserto do Atacama, no Chile, que costuma ser de 12%. No momento em que escrevi esta coluna nesta terça-feira, 22, a umidade do ar estava um pouco mais alta, atingindo 43%.

Estamos em Brasília, em visita aos filhos e pegamos o período de maior seca na região, que vai de maio a outubro. Nesse período, o clima de deserto da região se acentua e, em determinadas ocasiões, a umidade do ar pode chegar a 16%, como ocorreu no último dia 3, muito próxima da registrada no deserto do Atacama, no Chile, que costuma ser de 12%. No momento em que escrevi esta coluna nesta terça-feira, 22, a umidade do ar estava um pouco mais alta, atingindo 43%.

De acordo com climatologistas a sensação de tempo seco é maior no Distrito Federal do que em outras regiões próximas daqui, como Goiânia, por causa da alta altitude. Isso traz mais vento para Brasília, o que diminui a umidade do ar. Isso ocorre devido a uma massa de ar seco e quente que paira sobre a região Centro-Oeste. Na semana passada, a umidade variou de 25% a 30%, o que é alerta amarelo para a região. Este cenário chama a atenção para cuidados que se deve ter para hidratar o corpo. Aliás, quando a secura do ar se torna acentuada, os seguintes conselhos são importantes: hidrate-se constantemente, aposte em uma alimentação saudável, combata o ressecamento das vias aéreas, evite exposição solar, umidifique o ambiente, escolha bem o horário da prática de exercícios, mantenha a hidratação da pele, faça o controle do seu lar.

De acordo com a técnica distrital (RTD) de medicina da família Camila Monteiro Damasceno cerca de 10% das pessoas que procuram atendimento com queixa de cansaço simplesmente bebem pouca água. Ela explica que uma pessoa, em geral, deve beber diariamente cerca de 30 mililitros para cada quilo da massa do indivíduo. Ou seja, para quem pesa 60 quilos, o mínimo de água a consumir é cerca de 1,8 litro. Segundo ela, a falta de hidratação pode causar tontura, mal-estar, raciocínio lento, dificuldade de concentração, irritabilidade, garganta seca ou arranhando e inclusive fome. “Porque os nossos centros de sede e de fome no cérebro são um pouco confusos. Então, às vezes a pessoa está com sede e fica querendo beliscar algo toda hora, sentindo ‘fome’ quando na verdade o que ela está sentindo é sede”, explica Camila.

Segundo a médica, para perceber se o nível de água está dentro do estipulado, a principal forma de fazer o controle é pela cor da urina. O ideal é que a urina seja sempre amarela clara. Damasceno explica que a secreção muito escura, com cheiro forte e eliminada poucas vezes ao longo do dia é um sinal de desidratação.

É importante ressaltar que os cuidados com crianças e idosos deve ser redobrado. Nas crianças, em função da sua maior proporção de massa líquida, daí desidratarem mais rapidamente; nos idosos pelo envelhecimento do centro da sede, o que faz com que esse segmento ingira menos líquido que o necessário. E aqui estamos falando de água, pois apesar de sucos auxiliarem, nada substitui a água, nosso líquido precioso.

Aliás, esses mesmos conselhos quanto à ingestão de água são importantes na época do verão. Nesse período, em função do calor, as pessoas suam mais com uma consequente maior evaporação. Portanto, nessa época do ano, também, a ingestão do líquido precioso deve ser aumentada.

Na capital federal o início da primavera costuma marcar o final da seca acentuada e é quando se aproxima a estação das chuvas, que costuma começar a partir de outubro e aumenta no verão. Mas, é sempre bom ter na lembrança que não importa a época do ano, uma boa hidratação é muito importante e saudável.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Quando interessa interpretar mal a fala dos outros

terça-feira, 15 de agosto de 2023

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, se viu envolvido na semana passada numa confusão causada por interpretação distorcida daquilo que falou. Zema é alinhado com a direita, muito bem votado nas últimas eleições para govenador e um possível candidato às presidenciais de 2006. Natural, portanto, que suas proposições tenham provocado tamanha celeuma por parte da esquerda, já que para ela tudo que não for canhoto só pode extrema direita.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, se viu envolvido na semana passada numa confusão causada por interpretação distorcida daquilo que falou. Zema é alinhado com a direita, muito bem votado nas últimas eleições para govenador e um possível candidato às presidenciais de 2006. Natural, portanto, que suas proposições tenham provocado tamanha celeuma por parte da esquerda, já que para ela tudo que não for canhoto só pode extrema direita.

Na realidade Zema defendeu a formação de um bloco das regiões sul-sudeste, o Cosud, nos moldes do já existente Consórcio Nordeste. De acordo com ele, “Além do protagonismo econômico que temos, porque representamos 70% da economia brasileira, nós queremos – que é o que nunca tivemos – protagonismo político”, afirmou o mineiro, acrescentando que é preciso “que o Brasil pare de avançar no sentido que avançou nos últimos anos – que é necessário, mas tem um limite – de só julgar que o Sul e o Sudeste são ricos e só eles têm que contribuir sem poder receber nada”. Aliás, essa é a realidade nua e crua da federação brasileira, quando vemos a carga de investimentos financeiros que convergem para o nordeste, um verdadeiro saco sem fundo. Desse ponto de vista, o que se pode pensar é que isso seria um sinal inequívoco de que as políticas para o desenvolvimento das áreas mais pobres estariam fracassando e seria necessário revê-las, em vez de se retirar ainda mais recursos dos estados mais fortes economicamente. É o que acontece ano a ano, há décadas.

O petismo e seus aliados no mundo político e na opinião pública trataram de criar a narrativa de um Zema xenófobo (ou até mesmo separatista), adversário dos estados de outras regiões, especialmente o Nordeste. Flávio Dino (PSB), ministro da Justiça e ex-governador do Maranhão, acusou a “extrema-direita” – de “fomentar divisões regionais” e chegou a chamar o mineiro de “traidor da pátria”. João Azevêdo (PSB), governador da Paraíba, adotou a mesma linha e acusou Zema de incentivar “uma guerra entre regiões”; em uma enorme ironia, a manifestação de Azevêdo foi feita na qualidade de presidente do Consórcio Nordeste, ou seja, de um grupo que funciona exatamente nos mesmos moldes do Cosud.

No entanto, uma reflexão deveria ser feita sobre a divisão da federação brasileira. Por quê? Porque ela é injusta, uma vez que estados mais ricos e populosos não têm uma representatividade na Câmara dos Deputados, proporcional a essa diferença. Na realidade os estados maiores acabam ficando sub representados e os menores super representados. Nosso modelo difere daquele dos Estados Unidos, onde a representação dos componentes da federação americana é móvel, variando de acordo com cada censo.

De acordo, ainda, com o pensamento das esquerdas, os estados mais ricos o são em função de terem sido mais favorecidos, mesmo argumento que levaram às políticas de cotas nas universidades e distribuição de vagas em concursos públicos. Isso nem sempre retrata a realidade, pois uma vontade mais forte de se dedicar ao trabalho ou aos estudos pode ser o diferencial. Na minha opinião, trata-se, na realidade, de agir preventivamente, atacar o “mal” pela raiz. Zema é governador de Minas Gerais, um estado politicamente importante, alinhado com os ideais que sempre nortearam os rumos corretos da sociedade como a honestidade, a decência, o crescimento da família e dos bons costumes. Além do mais, tem uma forte aprovação dos eleitores de seu estado e, sobretudo, faz um grande governo. E, é claro, isso o qualifica para a disputa das próximas eleições presidenciais, como representante da direita. Sendo uma ameaça para as pretensões das esquerdas, de se perpetuarem no poder, tem de ser desqualificado desde o início, mesmo com a utilização de falsos argumentos.

Acredito que a população brasileira, à medida que o tempo passa, já tenha conseguido a discernir o certo do errado e que, de sã consciência, não esteja satisfeita com o que está ocorrendo no Brasil desde a eleição de 2012. O tempo dirá e, Zema, pense duas vezes antes de emitir opiniões, pois o risco de ser mal interpretado, levianamente, sempre existe.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A mídia falada chega a Friburgo

terça-feira, 08 de agosto de 2023

”Na realidade isso ocorreu em junho de 1946, quando entrou no ar a ZYE-4, 1550 khz Rádio Sociedade de Nova Friburgo, portanto próximo a completar 73 anos de existência. E porque cito esse fato agora, um pouco desconexo, principalmente numa coluna que se notabilizou, ao longo desses 17 anos, falando dos mais variados assuntos? Isso tem a ver com a minha história dentro do jornalismo, ainda mais que devo à Emissora das Montanhas, minha conclusão do curso de Comunicação Social, da Universidade Candido Mendes.

”Na realidade isso ocorreu em junho de 1946, quando entrou no ar a ZYE-4, 1550 khz Rádio Sociedade de Nova Friburgo, portanto próximo a completar 73 anos de existência. E porque cito esse fato agora, um pouco desconexo, principalmente numa coluna que se notabilizou, ao longo desses 17 anos, falando dos mais variados assuntos? Isso tem a ver com a minha história dentro do jornalismo, ainda mais que devo à Emissora das Montanhas, minha conclusão do curso de Comunicação Social, da Universidade Candido Mendes. E, como veremos no decorrer desse artigo, meu livro que será lançado em breve, tem como título “A mídia falada chega em Nova Friburgo”.

Muitos devem ter lido minha matéria do dia 7 de junho, que começava com esse parágrafo, em que informava aos meus leitores que em breve seria lançado o meu livro “A mídia falada chega em Nova Friburgo”.  Pois bem, recebi do editor as cópias para fazer uma última conferência, antes que ele seja, como se diz no jargão da imprensa, mandado para o prelo. Isso significa que muito em breve eu estarei comunicando local e dia para o lançamento do livro, que deve ser em final de outubro.

Está pintando o campeão

Mas, a coluna de hoje vai focar no fenômeno vivido, no atual campeonato brasileiro de futebol, pelo Botafogo de Futebol e Regatas. Sim, isto porque faltando uma rodada para terminar o primeiro turno, o Fogão está com 44 pontos fruto de 14 vitórias e dois empates (somadas às 2 derrotas), 13 à frente do atual vice-líder, com 31 pontos, que é o Flamengo. Aliás, a torcida festeja que o atual campeonato é um dos mais disputados dos últimos anos, pois toda semana tem um novo vice. O momento é tão bom que mesmo jogando mal, como foi o clássico de domingo, contra o Cruzeiro, em Belo Horizonte, os demais concorrentes tropeçaram e se afastaram mais do líder. Nessa rodada o Flamengo foi batido por três a zero pelo Cuiabá, o Palmeiras perdeu de dois a zero para o Fluminense e o Grêmio foi derrotado pelo Vasco por um a zero. 

Contra o Cruzeiro foi o pior jogo do Glorioso nessas dezoito rodadas. Nada deu certo e se não fosse a atuação do zagueiro Adryelson e a performance espetacular do goleiro Lucas Perry, hoje sem sombra de dúvidas, o melhor guarda metas do Brasil, o Botafogo, com toda certeza, estaria amargando sua terceira derrota. Acho que ambos estão a merecer uma convocação para a seleção brasileira. Mas, apesar do campeonato ser longo e que muita água ainda vai passar por baixo da ponte, essa penúltima rodada mostrou que o time da estrela solitária está no bom caminho rumo ao título. Afinal, esses 13 pontos de vantagem em relação ao segundo colocado é uma gordura expressiva e que pode sustentar o Botafogo nas oscilações que certamente terá pela frente. Mostrou também que mesmo quando joga mal, os adversários dão uma mãozinha.

São passados 28 anos desde a última conquista do Brasileirão, com o grande time de 1995 que tinha Wagner no gol, Gottardo na zaga, Gonçalves na lateral esquerda, Jamir e Sérgio Manoel no meio do campo e Túlio Maravilha e Donizete no ataque. Os tempos mudaram e apesar de ter conquistado os campeonatos do estado em 1997, 2006, 2010, 2013 e 2018, nenhum título expressivo a nível nacional ou internacional. Podemos incluir aqui os campeonatos brasileiros da série B em 2015 e 2021, mas são títulos de menor expressão.

Portanto, 2023 é um ano promissor, pois além do Brasileirão a conquista da taça Sul Americana pode se tornar realidade. Não custa lembrar o fato de que com a SAF implantada em 2022, o planejamento para títulos era a partir de 2024 ou 2025. Para satisfação do torcedor alvinegro, um título importante pode acontecer ainda esse ano. Que assim o seja. Desde que John Textor não comece a trocar os pés pelas mãos; as últimas informações dizem que Bruno Lage pode estar com as malas prontas para o Lyon, da França, um time também pertencente ao dono do Fogão.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Um casaco ventilador para livrar os trabalhadores japoneses do calor

terça-feira, 01 de agosto de 2023

Na semana passada, meu artigo foi sobre as cerejeiras japonesas, que aqui chegaram, provavelmente, trazidas por Tohoro Kassuga. Essa semana, vou permanecer em terras japonesas, pois meu artigo versa sobre uma invenção, do também japonês Sony Hiroshi Ichigaya. Nesses tempos de calor extremo que castiga nosso planeta, à exceção dos polos, sua invenção veio para trazer conforto aos trabalhadores em ambiente externo, sob o sol causticante.

Na semana passada, meu artigo foi sobre as cerejeiras japonesas, que aqui chegaram, provavelmente, trazidas por Tohoro Kassuga. Essa semana, vou permanecer em terras japonesas, pois meu artigo versa sobre uma invenção, do também japonês Sony Hiroshi Ichigaya. Nesses tempos de calor extremo que castiga nosso planeta, à exceção dos polos, sua invenção veio para trazer conforto aos trabalhadores em ambiente externo, sob o sol causticante.

No início dos anos 2000, um engenheiro japonês tinha imaginado um casaco ventilador para preservar os trabalhadores japoneses do calor. Nesses últimos anos, várias empresas copiaram a sua ideia.

Em vários setores o aquecimento climático nos leva a experimentar algo para minimizá-lo, tanto para lutar contra seus efeitos, como também para se adaptar ao ambiente hostil, existe um sem número de ferramentas.

Em 25 de julho, o jornal inglês The Gardian publicou uma matéria que era uma verdadeira proeza científica. No Japão, a fim de preservar a saúde dos trabalhadores que trabalham ao ar livre e são submetidos a um calor insuportável, uma jaqueta ventilador foi testada pela primeira vez. Na realidade, essa famosa jaqueta é equipada com dois ventiladores elétricos, em miniatura, que se posicionam na altura das costas. O objetivo é que esses aparelhos, soprando o ar, criariam um micro ambiente resfriado.

Segundo o jornal deve-se essa inovação a Sony Hiroshi Ichigaya, um engenheiro aposentado. Sua inovação foi pensada durante uma viagem à Ásia do Sul, em 1988. Ele tomou consciência de que o rápido desenvolvimento das cidades e a instalação dos sistemas de refrigeração nos novos edifícios contribuiriam para um aumento do consumo de energia; isso favoreceria o aquecimento climático. Desde 2004, Sony Hiroshi comercializou sua ideia: um sistema de refrigeração individual, que tomaria a forma de uma jaqueta ventilador. Desde logo surgiu um problema, pois a autonomia das baterias dos primeiros modelos era pequena, além disso, os aparelhos apresentavam panes frequentes. Passados cinco anos, com esses problemas sanados, essas vestes foram relançadas e, progressivamente, atraíram cada vez mais pessoas que se tornaram adeptos da engenhoca. Muitas outras empresas, além da Makita, fabricante de acessórios e aparelhos elétricos, seguiram os passos de Hiroshi.

Daisuke Seiki, que trabalha na empresa Makita, disse ao The Gardian: “Um grande número de nossos clientes são trabalhadores expostos ao calor como carpinteiros, construtores, agricultores. As altas temperaturas desses últimos anos, certamente, estimularam a demanda”.

Aliás, no Japão, existe uma outra inovação popular, nesse segmento, que é o Reon Pocket, na tradução literária um “ar condicionado vestível”, fabricado pela Sony. Na realidade, é um “mini ar” condicionado que é preso em torno do pescoço e colocado dentro da roupa.

Tais avanços não se devem exclusivamente a um problema de conforto; é, também, uma questão de saúde e segurança. Em várias partes do mundo, muitos trabalhadores morrem em consequência da exposição a altas temperaturas. Recentemente, ainda de acordo com o The Guardian, desde a metade de julho, ao menos cinco pessoas morreram, na Itália, no seu local de trabalho.

Aliás, além das altas temperaturas a que muitos trabalhadores estão expostos, com a consequente possível intermação e desidratação, não podemos nos esquecer dos efeitos deletérios dos raios solares, sobre a pele. Infelizmente, os empregadores não se preocupam com essa situação e os riscos de câncer de pele são enormes. Talvez, a distribuição de protetores solares e a cobrança de seu uso, deveria fazer parte dos famosos EPC (equipamento de proteção coletiva).

Esse artigo foi publicado por Charline Vergne, em 26/07/2023, na revista francesa Environnement. Em função do ineditismo do assunto, resolvi traduzi-lo e trazer para os meus leitores.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A cerejeira do Japão, um colírio para os olhos

terça-feira, 25 de julho de 2023

Elas só florescem uma vez ao ano e a floração dura cerca de sete dias. Suas folhas desaparecem com a chegada do outono. Os galhos nus enfrentam o inverno para desabrochar em flor na estação seguinte, entre março e abril.

 Estamos falando da sakura, mais conhecida como cerejeira, a flor nacional do Japão, símbolo de felicidade: é na época de sua floração que as crianças iniciam o ano escolar, que os recém formados saem em busca de trabalho; além disso, o chá de pétalas de sakura é utilizado em rituais como casamentos e ocasiões festivas.

Elas só florescem uma vez ao ano e a floração dura cerca de sete dias. Suas folhas desaparecem com a chegada do outono. Os galhos nus enfrentam o inverno para desabrochar em flor na estação seguinte, entre março e abril.

 Estamos falando da sakura, mais conhecida como cerejeira, a flor nacional do Japão, símbolo de felicidade: é na época de sua floração que as crianças iniciam o ano escolar, que os recém formados saem em busca de trabalho; além disso, o chá de pétalas de sakura é utilizado em rituais como casamentos e ocasiões festivas.

No Brasil, poucas variedades de cerejeira puderam se desenvolver devido às variações climáticas; no entanto, a partir dos anos 80, após várias tentativas algumas espécies conseguiram se adaptar ao nosso clima, as mudas passaram a ser vendidas e seu plantio se espalhou por diversos estados. A variedade de sakura que mais se adaptou foi a “okinawa sakura” (cerejeira de Okinawa, ilha que tem as mesmas características climáticas do Brasil). Em muitas cidades e núcleos nipo-brasileiros, foram plantadas grandes quantidades desta árvore e na época da sua floração, no período que vai de julho a setembro, temos um visual de encher os olhos. Em geral, nesses locais têm sido organizados festivais japoneses.

Em Nova Friburgo, a presença japonesa é marcada pela chegada do engenheiro agrônomo Tohoro Kassuga, nascido em 1892, na cidade de Shiga-Ken, hoje Kusatsu. Em 1908 ele imigrou para o Brasil, onde desembarcou no porto de Santos. Não fixou residência no Estado de São Paulo, reduto dos japoneses na época, pois seguiu viagem até o Rio de Janeiro, onde se radicou na área rural de Friburgo. Foi ali que se dedicou ao plantio do caqui, fruta até então desconhecida na região e, provavelmente, é com ele também que começa a história da cerejeira, no município. Aos poucos o número de mudas se multiplicou a ponto de ser considerada hoje, a árvore símbolo da cidade.

Conhecido como “Hanami” (ver as flores), foi realizada, nos últimos dias 15 e 16 a festa da colônia japonesa na Associação Cultural e Esportiva Nipo Brasileira de Nova Friburgo (Acenbnf) que fica na estrada RJ-130, a Teresópolis-Friburgo, antes da entrada para o bairro Cardinot. Antes a festa do Hanami era celebrada no Sítio Florândia da Serra, da família Matsuoka; a mudança do local foi feita para facilitar o acesso ao evento e migrar essa celebração para esse espaço que pertence à colônia japonesa. A expectativa é que, em poucos anos, o local seja um verdadeiro corredor de sakuras (cerejeiras).

 No Japão, essa festa é realizada ao ar livre, em baixo das árvores, justamente na época em que todas estão floridas. No atual espaço ainda vai demorar um pouco para que as cerejeiras ali plantadas estejam frondosas e floridas, no entanto isso não tirou a beleza da festa, onde foram servidas comidas típicas. Teve ainda apresentação de danças folclóricas e mostrada um pouco da arte manual japonesa.

Chamou atenção também, uma árvore onde as pessoas colocam pedaços de papel coloridos em seus galhos, amarrados com barbante e que neles contém os pedidos mais variados. É conhecida como Tanabata Matsuri, a árvore dos desejos. É inspirada em uma lenda com cerca de dois mil anos que conta a história de uma princesa (Orihime) e de um pastor (Hikoboshi). Os dois, perdidamente apaixonados deixaram de lado seus afazeres diários e foram transformados, pelo pai da princesa furioso com o descaso de ambos, em duas estrelas colocadas em extremidades opostas da via láctea.

Diante das súplicas de Orihime para estar junto de seu amado, ele permitiu que os dois apaixonados se encontrassem uma vez por ano. Agradecidos a essa dádiva, passaram a atender aos pedidos dos mortais, na Terra.

É nessa época que Nova Friburgo mostra toda sua beleza natural. As cerejeiras florescem no inverno e em todos os bairros encontramos “hanamis” mostrando a exuberância de sua floração. É a compensação visual para o frio que castiga e nos obriga a tirar mais e mais casacos do armário.

Com a realização do Festival Sesc de Inverno, friburguenses e turistas têm a oportunidade de conhecer uma das mais bonitas cerejeiras de Friburgo, pois ela está situada nos jardins do Country Clube, onde acontecem várias apresentações do evento. Ela é um verdadeiro colírio para os olhos.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Mais líder do que nunca

terça-feira, 18 de julho de 2023

Terminada a 15ª rodada do Brasileirão 2023, o Botafogo continua líder isolado, com 39 pontos entre os 45 jogados até agora (são decorridas 15 rodadas) e a frente 12 pontos do Flamengo, segundo colocado. Como falta um jogo do Grêmio adiado em função da Copa do Brasil, essa diferença pode cair para dez pontos, pois aí, o tricolor gaúcho ficaria na frente do rubro negro, em caso de vitória ou empate.

Terminada a 15ª rodada do Brasileirão 2023, o Botafogo continua líder isolado, com 39 pontos entre os 45 jogados até agora (são decorridas 15 rodadas) e a frente 12 pontos do Flamengo, segundo colocado. Como falta um jogo do Grêmio adiado em função da Copa do Brasil, essa diferença pode cair para dez pontos, pois aí, o tricolor gaúcho ficaria na frente do rubro negro, em caso de vitória ou empate.

Alguns comentaristas esportivos ainda insistem em achar que essa campanha do Fogão é fruto do acaso. No entanto, se esquecem que o líder tem em sua equipe um dos melhores, se não o melhor, goleiro (Lucas Perri) do país; um dos melhores zagueiros (Aryelson), um lateral esquerdo (Marçal) de encher os olhos; um meio campista que também está entre os mais cotados (Eduardo), só perdendo, ao meu ver, para Arrascaeta do Flamengo; e um atacante que é o artilheiro da competição, com dez gols marcados, em 15 jogos. Ou seja, praticamente meio time de alta qualidade e ainda tem gente que duvida.

Há ainda os que alegam que num campeonato longo como o Brasileiro, é preciso ter peças de reposição, mas os que têm entrado no segundo tempo, casos de Vitor Sá, Segovinha, Igor, Gustavo Sauer, Luís Segovia, Carlos Alberto (esse inclusive marcou três gols em três jogos seguidos) e Philipe Sampaio dão conta do recado. Isso é fruto de um trabalho bem feito pelo técnico Luís Castro, onde o jogador se encaixa num sistema de jogo e não o contrário.

Aliás, o glorioso está de técnico novo, pois Luís Castro aceitou uma proposta milionária do futebol árabe e foi treinar o Al-Nassr. Interinamente assumiu Caçapa, auxiliar técnico do Lyon, da França, que teve o mérito de dirigir o Botafogo em quatro partidas, sendo uma internacional, e ganhou as quatro, pelo placar de 2 a 0. Bruno Lage, também, português, assume o comando técnico após aceitar a proposta de John Textor, presidente da SAF Botafogo.

A verdade é que o time da estrela solitária, no momento, encanta a quem assiste seus jogos, com uma grande variedade de movimentação num mesmo jogo, com contra ataques mortais e jogadas ensaiadas, cuja precisão muitas vezes resulta em gols.  A torcida está empolgada e não é para menos, pois são apenas duas derrotas em 15 jogos, ambas fora do estádio Nílton Santos, onde tem uma invencibilidade de oito partidas. Sem contar a praticamente certa classificação nos play-offs da competição Sul Americana, para participar das oitavas de final. Até o momento, o Botafogo está invicto.

A fase é tão contagiante que botafoguenses que tinham desistido de acompanhar o Fogão, num passado recente, voltaram a frequentar estádios e a comprar e vestir a camisa do glorioso. No seu estádio, depois que o time embalou, está com uma média de 20.300 torcedores (não mais testemunhas), um média que não acontecia há 12 anos. Outro mérito do Botafogo é o de ostentar a melhor performance na competição, depois que essa passou a ser por pontos corridos, a partir de 2003. São 15 rodadas na primeira colocação, isolado a partir da terceira e com 39 pontos no total. O Corinthians, campeão de 2017, chegou na 15ª rodada com 36 pontos. Além disso tem a segunda defesa menos vasada do país, sendo a equipe do Cruzeiro a primeira com 25 gols, mas em 29 jogos e o Botafogo vem logo atrás com 26 gols em 42 jogos, aqui incluídos o Campeonato Carioca, Taça Brasil e Copa Sul Americana.

Isso não significa que ao final da competição o time da estrela solitária vá se sagrar campeão, mas certamente estará entre os quatro melhores do Brasil e com vaga assegurada na Libertadores das Américas, edição 2024. Para um time que em 2002 disputou a série B (foi o campeão), que em 2023 disputou a classificação para a Libertadores até a última rodada, conseguindo a da Sul Americana, o feito atual é de encher os olhos e deixar a sua torcida em êxtase.  Aliás, o botafoguense não é um torcedor, é um iluminado.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Meu pé, meu melhor amigo

terça-feira, 11 de julho de 2023

Você já parou para pensar como seus pés são importantes? O transtorno que seria em sua vida, se um ou os dois lhe faltassem? Pois é, muitas vezes só sentimos falta de algo, quando não mais o temos. Por isso, é importante cuidar bem do nosso “amigo pé”, principalmente quando se é diabético. Mas, muito dos tópicos abordados abaixo servem, também, para quem não é diabético.

Você já parou para pensar como seus pés são importantes? O transtorno que seria em sua vida, se um ou os dois lhe faltassem? Pois é, muitas vezes só sentimos falta de algo, quando não mais o temos. Por isso, é importante cuidar bem do nosso “amigo pé”, principalmente quando se é diabético. Mas, muito dos tópicos abordados abaixo servem, também, para quem não é diabético.

Meu saudoso mestre, dr. Francisco Arduíno, sempre lembrava, em suas aulas sobre o pé, no curso de especialização em Diabetes, de um diabetólogo famoso que conhecera nos Estados Unidos e que tinha afixado na sala de espera de seu consultório a seguinte frase: “Diabético, cuide do seu pé melhor que do seu rosto”.

Pela sua condição anatômica de ser o segmento mais afastado do coração, o pé é o último segmento a ser irrigado, pela corrente sanguínea. Assim, naqueles indivíduos, que têm ou podem vir a ter distúrbios circulatórios, todo cuidado é pouco. E como é sabido, principalmente nos diabéticos mal controlados, os distúrbios circulatórios estão entre os primeiros a surgir.

Mantenha seus pés sempre limpos, lavando-os com água corrente e sabão neutro. Seque-os bem, principalmente entre os dedos, para evitar micoses. Aproveite para cuidar das unhas após o banho, quando elas estão mais maleáveis, por causa do contato com a água. Mas lembre-se, o melhor é lixa-las ou cortá-las quadradas, para evitar que encravem nas bordas. Se a vista já estiver “curta”, não hesite em pedir ajuda ou consultar um podólogo.

Lembre-se: calos e lâmina de barbear são incompatíveis, com resultados catastróficos quando se juntam. Muitas amputações de dedos ou mesmo de todo o pé, começam com esse casamento explosivo. Assim como saco de água quente ou os escalda pés, para aquecê-los. Tanto um como outro pode ferir a pele e num segmento com a circulação já comprometida, as infecções podem surgir com consequências imprevisíveis.

Na Segunda Guerra Mundial, durante a campanha da FEB, na Itália, nossos pracinhas foram os únicos a escaparem dos problemas que o frio causava nos pés. Isso porque, utilizando-se do famoso jogo de cintura que nos é peculiar, envolviam seus pés com jornal, antes de calçar as meias e as botas. Portanto, para aquecer os pés, envolva-os sempre com uma meia de lã, ou se for insuficiente, coloque jornal dentro de uma fronha e aplique sobre os pés. Jamais recorra às bolsas de água quente.

Calce sapatos confortáveis, maleáveis e se forem novos, devem ser amaciados antes de entrarem no batente. Evite o uso de sandálias do tipo havaianas, que são presas entre o primeiro e segundo dedos. Isso pode ocasionar quedas, principalmente entre os mais idosos. São recomendáveis sandálias que fixem o calcanhar e todos os dedos do pé. No entanto, ao caminhar na praia, as havaianas são o ideal, para evitar queimaduras provocadas pela areia quente.

Antes de calçar os sapatos, é bom verificar se não existem pedras, pregos ou insetos dentro deles. Esses objetos podem ferir os pés e causar problemas; nas fazendas essa preocupação é importante, pois pode haver cobra escondida dentro das botas. Use meias, de preferência de algodão, pois absorvem melhor a umidade, além de reduzir o atrito do pé com o calçado.

Se você tem os pés muito secos, use cremes hidratantes, pois a pele fica sensível e pode rachar, causando ferimentos. Mas lembre-se, qualquer ferida deve ser comunicada ao seu médico, pois pomadas e cremes devem ser bem escolhidos. A água oxigenada e as soluções ácidas, por exemplo, devem ser evitadas, pois são irritativas para a pele.

Portanto, lembre-se: seu pé é um amigo indispensável e deve ser bem tratado, como aliás fazemos com nossos velhos e inseparáveis amigos. Cuide bem deles e eles continuarão a servi-lo, enquanto você viver. Um talquinho após o banho, deixa-os macios, perfumados e contentes.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.