Blog de maxwolosker_18841

O brasileiro não tem jeito

terça-feira, 02 de janeiro de 2024

Li, sem nenhuma surpresa, que brasileiros, em Portugal, estavam tendo problemas ao tentarem alugar imóveis e sofrendo ataques xenofóbicos. Esse é o preço a ser pago, pelas pessoas de bem, ao comportamento inadequado que uma grande parcela de tupiniquins adota em nosso país, ou no estrangeiro. Quando essas demonstrações de insociabilidade, de falta de educação, de má conduta são demonstradas em terras brasileiras, só no resta lamentar e rezar para que essas pessoas, possam um dia, melhorar as respectivas condutas.

Li, sem nenhuma surpresa, que brasileiros, em Portugal, estavam tendo problemas ao tentarem alugar imóveis e sofrendo ataques xenofóbicos. Esse é o preço a ser pago, pelas pessoas de bem, ao comportamento inadequado que uma grande parcela de tupiniquins adota em nosso país, ou no estrangeiro. Quando essas demonstrações de insociabilidade, de falta de educação, de má conduta são demonstradas em terras brasileiras, só no resta lamentar e rezar para que essas pessoas, possam um dia, melhorar as respectivas condutas. No estrangeiro, a situação muda, pois reforça o conceito que se faz lá fora da nossa maneira irresponsável de viver a vida.

Desde há muito que os portugueses reclamam de compromissos assumidos por brasileiros, no caso específico do aluguel que não são cumpridos, além da transgressão do acordado quanto ao número de pessoas que vão ocupar o imóvel, de falta de respeito aos horários de silêncio (lá fora respeitado por todos, aqui uma zorra), da sujeira que promovem e não limpam, quando restituem o que foi alugado. E é por isso que a cada dia que passa fica mais difícil o aluguel de uma casa ou similar nas terras lusitanas. Isso, talvez, seja menos comum na Alemanha, na França e em outros países mais disciplinados, pois a ordem e a lei têm de ser mantidas, como prioridade. Não quero dizer com isso, que no caso de estrangeiros que alugam imóveis aqui, tudo seja um mar de rosas; afinal má educação e má conduta existe não importa onde. Mas, com certeza, as incidências são menores.

O problema, e essa é uma tese minha, está na origem do nosso povo. Quando nossos descobridores aqui chegaram, encontraram nossos indígenas com um tipo de vida simples, aculturados para os padrões ocidentais e cuja atividade era voltada para o extrativismo tanto vegetal, animal e material. Por outro lado, os colonizadores eram uma mistura de degredados, pelos mais diversos motivos, prostitutas, gente da escala social mais baixa. Se salvavam a tripulação, aqui incluídos todos, marinheiros e os de alta patente, padres e capelães, médicos e alguns militares que faziam parte da equipe de conquistadores. Na realidade, os que ficaram aqui, provinham da raia miúda e acabaram por corromper nossos habitantes locais. À medida que a colonização avançava, foram chegando pessoas de outras nacionalidades, não só mais portugueses, mas, com certeza, sem muita cultura, pois poucos se aventuravam a mudarem-se para uma terra inóspita e sem os recursos a que estavam acostumados em seus países de origem. Ou seja, os primórdios do Brasil não foram nenhum pouco auspiciosos.

Daí que não concordo com a tese de que essa mistura de brancos, negros, índios, europeus, asiáticos, americanos, etc tenha moldado o caráter alegre e amistoso do povo brasileiro. A realidade, infelizmente, é outra porque copiamos mais os defeitos do que a qualidade desses povos. Cabo Frio, onde vim para passar as festas de Natal e Ano Novo, é uma prova do eu falei acima.

Para cá vem pessoas de todos os lugares, muitos de Minas Gerais, outros da Baixada Fluminense e de localidades não muito distantes. O que se vê por aqui é uma amostragem da falta de incivilidade e de educação das pessoas. O trânsito caótico, pois uma cidade com cerca de 200 mil habitantes fixos, chega a comportar 1,8 milhão, conforme a estimativa da CCR, concessionária que administra a Via Lagos. Some-se aos engarrafamentos, as transgressões das leis do trânsito como avanços de sinais, circulação nas vias de contramão, estacionamentos irregulares, paradas no meio da rua para consultar direção a seguir, etc, etc, etc.

A sujeira é uma tônica, pois os garis não dão conta de sacolas, garrafas pets, lixo de todas as espécies jogados na rua. Sem falar da música alta em casas e apartamentos até altas horas da noite, numa demonstração equivocada do estou de férias e o resto que se dane. A educação, se é que a têm, ficou na terra deles. Apesar de que, repetem por aqui, os maus hábitos que seguem em casa. Por falar nisso, o banheiro das casas dessas pessoas deve ser um horror, basta entrar num mictório público e comprovar isso, aliás, o que chama atenção de acordo com informações colhidas com amigas, os femininos são piores do que os masculinos. Talvez porque os homens usem menos o papel higiênico.

Em Cabo Frio esse período é cheio de casos curiosos, mas que mostram até onde chega o modo esculachado de ser brasileiro. Num deles, uma pessoa viu tanta gente na frente de uma casa que perguntou com eles faziam para dormir. A resposta veio na lata: “é simples, os homens dormem no bagageiro do ônibus.

Creio que esse quadro não tem solução, afinal são 724 anos de história e a situação só se agrava. A solução a meu ver é falar o menos possível o português lá fora e torcer para não ser reconhecido como brasileiro, é mais seguro.

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Mais um ano chega ao fim

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Não sei se é por causa da idade, a sensação para os que nasceram há mais tempo é diferente, ou se por que houve uma alteração na maneira em que as horas passam, a verdade é que 2023 voou e já estamos há 13 dias do início das festas de fim de ano, o Natal e o réveillon. Parece que foi ontem que eu escrevia minha última coluna do ano de 2022, antes de fazer a parada para um merecido descanso. Vida que segue e eis me aqui, me dirigindo aos meus leitores, em um ano que marcou um acontecimento importante para mim.

Não sei se é por causa da idade, a sensação para os que nasceram há mais tempo é diferente, ou se por que houve uma alteração na maneira em que as horas passam, a verdade é que 2023 voou e já estamos há 13 dias do início das festas de fim de ano, o Natal e o réveillon. Parece que foi ontem que eu escrevia minha última coluna do ano de 2022, antes de fazer a parada para um merecido descanso. Vida que segue e eis me aqui, me dirigindo aos meus leitores, em um ano que marcou um acontecimento importante para mim.

Com o incentivo de pessoas chegadas, principalmente da minha professora de jornalismo e grande amiga, Cristina Gurjão, resolvi escrever um livro e tornei-me escritor. Em 18 de outubro, foi a noite de autógrafos da “A mídia falada chega a Nova Friburgo” que aborda a fundação da ZYE-4 Rádio Sociedade de Nova Friburgo Ltda, hoje a nossa Rádio Nova Friburgo FM. Na realidade ela era AM, mas um decreto federal de 2017 deu um prazo até o final de 2023, para que todas as emissoras do país, passassem a transmitir na frequência FM. A Friburgo AM se antecipou a essa data de já alterou sua frequência.

Para aqueles que não puderam ir à noite de autógrafos, e se quiserem, podem adquiri um exemplar com o próprio autor, através da Amazon pelo site da editora In Media Res, no Facebook ou na livraria da Confeitaria Dona Emília, na Avenida Alberto Braune. Para aqueles leitores que se interessam pelos bons momentos vividos pela nossa cidade e pela história de Nova Friburgo, é uma leitura recomendada.

Ainda mais que a inauguração da Friburgo FM foi um acontecimento muito importante em 1º de junho de 1946, que encheu de orgulho os moradores da época em que Friburgo era uma cidade mais provinciana, culta, limpa e com ruas e avenidas bem pavimentadas e conservadas. Mas, naquela época, tínhamos prefeitos e não os oportunistas do século 21 que se preocuparam muito pouco com os destinos da cidade. Não adianta grandes eventos turísticos numa cidade onde o desleixo é a tônica. A cidade de Gramado-RS é um exemplo vivo do que estou falando.

Um outro evento, esse de triste memória, foi a perda do Campeonato Brasileiro, versão 2023, pelo Botafogo. Com uma performance invejável, no primeiro turno, onde chegou a colocar 13 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o time da estrela solitária amargou um quinto lugar, na classificação geral. Aliás, a campanha do segundo turno foi lastimável, digna de um time rebaixado. Alguma coisa de grave aconteceu e o tempo se encarregará de explicar tão pífia performance.

Mas, no geral, apesar de corrido, foi um bom ano, com saúde, paz e tranquilidade. Lógico que nem tudo é um mar de rosas e tivemos perdas importantes de amigos que nos deixaram para sempre. Não vou citá-los, pois poderia esquecer de algum nome e não me perdoaria por isso. No entanto, não poderia deixar de citar a Elisa Fátima Pecci que conheci  primeiro como minha paciente, que precisava emagrecer uns quilinhos, para entrar no seu vestido de noiva. Depois, como minha chefe no Serviço Social da Indústria (Sesi), numa convivência que durou por longos 20 anos, de 1978 até 1997, quando foi implantado o plano de demissão voluntária, naquela instituição e a maioria dos funcionários teve de acatá-la. Que Deus a tenha em seus braços, pois com sua índole tranquila e educada ajudou muita gente, naquela instituição.

A vocês, meus leitores, colegas de A VOZ DA SERRA e, em especial, a Adriana Ventura, sua diretora-presidente, desejo um Feliz Natal e um 2024 com muita saúde, muita paz e que todos os desejos sejam atendidos. Meu muito obrigado aqueles que me acompanham neste espaço todas as quartas feiras.

Até 2024.

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O verão bate a nossa porta, cuidados a serem tomados

terça-feira, 05 de dezembro de 2023

Faltam menos de 20 dias para o início do verão, talvez a estação mais esperada para quem gosta de sol e calor. No entanto, apesar da descontração e da alegria que ele nos traz, é importante que tenhamos em mente os riscos nele embutidos e as precauções a serem tomadas. O mais interessante é que esses cuidados se apresentam em todos os momentos desses três meses de dias maios compridos e calor intenso.

Faltam menos de 20 dias para o início do verão, talvez a estação mais esperada para quem gosta de sol e calor. No entanto, apesar da descontração e da alegria que ele nos traz, é importante que tenhamos em mente os riscos nele embutidos e as precauções a serem tomadas. O mais interessante é que esses cuidados se apresentam em todos os momentos desses três meses de dias maios compridos e calor intenso. Vou lista-los à medida que eles me vêm a cabeça e o que devemos fazer para não termos de recorrer aos serviços médicos de urgência, mais atarefados nessa época do ano; além das atitudes diárias que, com certeza, vão melhorar nosso bem estar.

A primeira coisa de que me lembro é a hidratação, pois dias mais quentes produzem uma sudorese mais copiosa com a consequente desidratação, com ênfase nas pessoas mais idosas que têm a tendência de beber menos água. A diminuição da sensibilidade do centro da sede faz com que sua hidratação fique prejudicada.  Assim, devemos ingerir no mínimo dois litros de líquidos entre água, água de coco e sucos ricos em vitamina C, tais como limão, acerola e laranja.

Outro fator importante é o uso de protetores solares, seja cremes ou mesmo camisas e chapéus que utilizam, na sua confecção, tecidos com proteção UV (ultra violeta). No verão, o sol está mais próximo da Terra e a consequente exposição aos raios solares é maior. Esse fator acarreta duas consequências importantes, as queimaduras que podem ser até de terceiro grau, aquelas que acometem todas as camadas da pele, a derme, a epiderme e as mais profundas e que podem requerer internação em serviços especializados. Além disso, a exposição prolongada ao astro rei pode acelerar o aparecimento do câncer de pele, sendo o melanoma o mais comum. Claro que são necessários vários verões para que esse risco se torne uma realidade, mas como o efeito é cumulativo, devemos nos precaver sempre. Daí o uso de protetores solares e evitar sol direto a partir das 11h até as 17h. Como os dias, nessa estação são mais longos, ainda dá tempo de pegar um solzinho depois das 17h. Em vez do chá das cinco seria o sol das cinco.

Uma atenção especial deve ser dada a alimentação, seja na praia, seja no dia a dia. O calor excessivo deteriora com mais rapidez os alimentos e aí, todo cuidado é pouco. Na areia é recomendável evitar as frituras por duas razões, a primeira por desconhecermos a qualidade do óleo (quantas vezes ele está sendo utilizado antes de ser trocado?) e, mais importante, frituras podem mascarar o gosto de alimentos estragados. Pastéis, palitos de camarões, empadas seja de camarão, palmito ou frango, iscas de peixe, ostras nem pensar. O melhor é o consumo de sorvetes (além do mais refrescam), de biscoitos de polvilho, queijo coalho assado no carvão, mesmo assim procurando se certificar da qualidade do mesmo. Mais saudável é o consumo de alimentos levados de casa e conservados no isopor. Ou, então, se utilizar dos quiosques, no calçadão da praia. A vantagem é que eles têm geladeira e no caso das frituras, podemos observar a cor do óleo. Os riscos de infecções alimentares são muito grandes, com as consequentes diarreias e vômitos que podem agravar possíveis desidratações o que aumenta a probabilidade de internações.

Com relação às bebidas alcoólicas os cuidados preventivos, também, se fazem necessários. Aqui, o problema reside no consumo exagerado de álcool, pois o mar, mesmo pelas pessoas sóbrias, tem de ser respeitado, imagine por aqueles que tenham passado dos limites. O risco de afogamento é maior não importa se são exímios nadadores.

Da mesma maneira que álcool e direção não combinam, água que passarinho não bebe e mar, também é uma combinação explosiva. Ninguém vai deixar de tomar uma cervejinha estupidamente gelada, ainda mais com o calor causado pelo sol e pelo que emana das areias, mas que o faça com moderação. Se a moringa estiver cheia, evite de entrar na água. Mar é mar e não importa se agitado ou não. O problema é que se agitado, o respeito é maior, se calmo pode levar a excessos.

Para finalizar, é importante usar roupas leves, principalmente nas crianças, assim como o uso de chapéus ou bonés, para evitarmos aquela expressão jocosa de que fulano está “assando os miolos”.

É claro que meu artigo foi mais voltado para o lazer à beira do mar, mas é importante lembrar os muitos trabalhadores que são obrigados a se exporem ao sol. Eles devem ser orientados a usarem bonés ou chapéus e o uso intermitente de protetores solares. Sabemos que são caros, mas a prevenção vale a pena. Uma campanha através dos nossos meios de comunicação ajudaria bastante.

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Acabou-se o que era doce

terça-feira, 28 de novembro de 2023

O Botafogo desistiu do título de campeão do Brasileiro, versão 2023, e passou a ser um mero figurante, rodada após rodada. Tudo começou a partir da 31ª, após a vergonhosa derrota para o Palmeiras, por 4 a 3, tendo terminado o primeiro tempo do jogo com a vantagem de três gols. A assinalar ainda, que perdeu um pênalti no segundo tempo. Nesse momento, a diferença para o segundo colocado era de três pontos (59 a 56) que teria aumentado para seis, caso o glorioso tivesse vencido o clássico, em pleno estádio Nilton Santos.

O Botafogo desistiu do título de campeão do Brasileiro, versão 2023, e passou a ser um mero figurante, rodada após rodada. Tudo começou a partir da 31ª, após a vergonhosa derrota para o Palmeiras, por 4 a 3, tendo terminado o primeiro tempo do jogo com a vantagem de três gols. A assinalar ainda, que perdeu um pênalti no segundo tempo. Nesse momento, a diferença para o segundo colocado era de três pontos (59 a 56) que teria aumentado para seis, caso o glorioso tivesse vencido o clássico, em pleno estádio Nilton Santos. A coisa desandou de vez quando, novamente, à frente do placar, veio a derrota também de 4 a 3, para o Grêmio, dessa vez no estádio do Vasco da Gama, pois o Engenhão estava interditado para um show.

Nesse meio tempo, o quarto técnico foi demitido, pois a performance de Lúcio Flávio foi desastrosa, pior que a de Bruno Lage, o português que conseguiu desandar a máquina de ganhar, que era o alvinegro da estrela solitária. Já com Tiago Nunes, foram dois empates e a consequente perda da liderança do campeonato, colocando-se agora a um ponto atrás do Palmeiras e do Flamengo, ambos com 63 pontos ganhos. Aliás, o jogo contra o Santos, mostra o atual espírito do time, pois até os 44 minutos do segundo tempo o Fogão vencia por um a zero e retomava a liderança do Brasileirão. Como o alviverde de São Paulo empataria, em seguida, seu jogo com o Fortaleza, mesmo com a vitória do Flamengo sobre o Coritiba, a ponta da tabela voltaria para o Botafogo.

Mas, castigo vem a cavalo e esse empate com a equipe santista custou a liderança e a vice liderança da competição, ficando agora na terceira posição. Na realidade estamos assistindo a volta da expressão cunhada pelo escritor e jornalista Nélson Rodrigues, que a chamava de síndrome do cachorro vira latas. Isso ocorria quando alguém não preparado para o sucesso o atingia por algum tempo e, apequenado por não estar em condições de alcança-lo, deixava-o escapar pelas mãos. Depois de um primeiro turno espetacular, quando chegou a estar 13 pontos à frente do segundo colocado, caiu de produção, acumulou derrotas e empates seguidos. Com os pontos obtidos nesse segundo turno, com certeza, estaria amargando uma queda para a segunda divisão, de onde saiu em 2021.

Claro que ainda faltam três rodadas para o final do campeonato e os adversários do Palmeiras, excetuando o América Mineiro (em São Paulo) já rebaixado, são o Fluminense (também em São Paulo) mas que faz um bom campeonato, com uma equipe consistente, e o Cruzeiro (esse jogo em Belo Horizonte-MG) e lutando para não cair para a segundona; podem complicar a vida dos palmeirenses. O mesmo acontece com o Flamengo que enfrenta o Atlético Mineiro (no Rio) ainda lutando por uma vaga entre os quatro que se classificam diretamente para a Libertadores do ano que vem. Antes tem o América Mineiro e o Cuiabá (no Rio), esse lutando para permanecer longe da zona do rebaixamento. A perda de um ponto desses times e três vitórias do Botafogo, contra o Coritiba (em Curitiba-PR), contra o Cruzeiro em casa e contra o Internacional, lá em Porto Alegre-RS, podem devolver a liderança e o título de campeão para o time da estrela solitária.

Antes de prosseguir uma explicação do porque da grafia Coritiba para o clube e Curitiba para a cidade capital paranaense. Dizem que um diretor do clube, muito puritano, incomodado com a primeira sílaba do nome do clube, resolveu substituí-la. Já a história oficial da agremiação diz que quando ele foi fundado existiam duas grafias corretas para o município que o clube homenageia, Coritiba e Curityba (em tupi-guarani). Optou-se pela primeira.

No entanto, seguro morreu de velho e não acredito mais nesse título. Claro está que a SAF Botafogo tem de ser exaltada, já que em menos de um ano de sua fundação, conseguiu seu principal objetivo que era voltar a disputar a Libertadores das Américas versão 2024. Título é uma utopia, tanto é assim que só não transformo a camisa que comprei, recentemente, em pano de chão porque foi muito cara para esse fim.

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A importância de tomar medicamentos corretamente

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Hoje abordarei um tema que é pouco discutido entre médicos e pacientes, mas a meu ver muito importante e que merece uma reflexão mais profunda. O sucesso da maioria de um tratamento, depende do uso correto da medicação e é justamente aí que está o problema.

Hoje abordarei um tema que é pouco discutido entre médicos e pacientes, mas a meu ver muito importante e que merece uma reflexão mais profunda. O sucesso da maioria de um tratamento, depende do uso correto da medicação e é justamente aí que está o problema.

Em sua grande maioria, os medicamentos têm um tempo de ação que varia de produto para produto, estando sua prescrição atrelada a essa duração. Outro fator importante é o preço do medicamento, que vai ser mais caro ou mais barato, dependendo do fabricante e do produto em si. Se bem que com o uso dos genéricos essa situação melhorou muito.

No entanto, é preciso ficar bem claro que os medicamentos são dose dependentes, ou seja, ao serem interrompidos, cessam seus efeitos, reaparecem os sintomas. Podemos citar como exemplo a insulina. Sua função principal é abaixar a glicose no sangue; cessado seu tempo de ação, que varia de insulina para insulina, a glicemia aumentará, se outra dose não for aplicada. Daí a preocupação do médico em escolher uma preparação adequada e estipular quantas aplicações por dia. O mesmo se aplica aos medicamentos usados para combater a pressão alta, aos antibióticos, aos medicamentos para reduzir o colesterol e tantos outros.

O que vemos na prática, seja por desinformação, pela questão do custo ou mesmo por esquecimento, são os tratamentos serem interrompidos no meio do caminho. Assim, tão logo a pressão arterial normalize, o paciente interrompe o medicamento; a febre regrediu, adeus antibióticos. O mesmo acontece com outros fármacos para doenças crônicas. Cito aqui o caso dos antidiabéticos orais, usados para diminuir a glicose sanguínea. Na atualidade, são vários, que foram se sofisticando e melhorando seus efeitos, à medida que a indústria farmacêutica aprimorava suas pesquisas; no entanto, o princípio é sempre o mesmo, pois eles têm um tempo de ação determinado. Se o tratamento é interrompido, os efeitos benéficos se extinguem e a glicemia volta a se elevar.

As consequências podem ser terríveis. Um hipertenso grave, que tenha sua pressão arterial normalizada com medicamentos, ao deixar de usá-los, corre o risco de vê-la aumentar subitamente e a oscilação dessas alterações tensionais podem levar a consequências graves, como um acidente vascular cerebral (AVC) e, mesmo, a um enfarte do miocárdio. Uma infecção pode voltar mais grave, se o antibiótico não for usado pelo tempo correto, além do risco de aumentar a possibilidade de resistência ao medicamento. Aliás, esse é um dos motivos para o controle atual da venda deles. Antes, a qualquer manifestação febril, sem consultar o médico, comprava-se um antibiótico que era tomado desordenadamente.

Portanto, não tenha medo ou vergonha. Discuta com seu médico o seu tratamento, procurando informar-se dos medicamentos que voce vai ter de tomar, por quanto tempo e quantas vezes por dia. Peça ainda informações sobre como eles funcionam e os possíveis efeitos adversos, de uma maneira que você possa entender. Além de médico, ele é seu amigo. Com isso você estará tendo valiosas informações que vão ser úteis para o seu dia a dia. Consultar o Google é uma tentação, mas as informações ali contidas podem não esclarecer totalmente as dúvidas.

Mas lembre-se, nunca interrompa um tratamento, a não ser que surja uma crise aguda. Por exemplo, você começou um remédio novo e, de repente, começa a sentir coceira e a apresentar manchas avermelhadas pelo corpo. Nesse caso, pode estar ocorrendo uma crise alérgica aos componentes desse medicamento. Interrompa imediatamente o seu uso e tente falar com o seu médico, diga o que está acontecendo e peça orientação. Seu médico podera diminuir a dose, trocar seu medicamento ou orientá-lo a procurar o pronto atendimento. Se ele não estiver disponível vá direto para o hospital e não se esqueça de levar sua receita.  Isso pode salvar a sua vida.

Infelizmente, em função dos planos de saúde que pagam mal a consulta e obrigam os médicos a atender um número maior de pacientes, a anamnese não é a ideal e o tempo de consulta é mais curto e corrido. Mesmo assim é importante que o paciente tente dialogar com quem o atende e esclarecer as dúvidas que possa ter. Uma relação médico-paciente adequada é o primeiro passo para que um tratamento seja eficiente.

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Fluminense conquista a América

quarta-feira, 08 de novembro de 2023

Após oito participações na maior competição da América Latina, incluindo o vice-campeonato de 2008, quando foi derrotado nos pênaltis, pela equipe da LDU, do Equador, em pleno Estádio do Maracanã, o Fluminense se torna o grande campeão em 2023. Em sua nona participação na maior e mais importante competição sul americana, com um Maracanã lotado, o tricolor das Laranjeiras finalmente conseguiu realizar seu sonho, no último sábado, 4.

Após oito participações na maior competição da América Latina, incluindo o vice-campeonato de 2008, quando foi derrotado nos pênaltis, pela equipe da LDU, do Equador, em pleno Estádio do Maracanã, o Fluminense se torna o grande campeão em 2023. Em sua nona participação na maior e mais importante competição sul americana, com um Maracanã lotado, o tricolor das Laranjeiras finalmente conseguiu realizar seu sonho, no último sábado, 4. Data histórica, que ficará na lembrança de sua apaixonada torcida, que jamais duvidou de uma taça que faltava, na sua tão repleta sala de troféus da Rua Álvaro Chaves.

Não foi um jogo de encher os olhos, pois se de um lado o Fluminense tem uma maneira de jogar interessante e vistosa, de outro o Boca Juniors se caracterizou por jogar fechado, fazendo o tempo passar e tentando levar as decisões para os pênaltis. Além de ter bons cobradores, tem um goleiro cuja especialidade é defender penalidades. Foi com esse recurso que eliminou vários adversários, inclusive o Palmeiras nas semifinais.

Desde o primeiro tiro de meta que os azuis e amarelos de Buenos Aires ganhavam tempo, o mesmo acontecendo com a cobrança dos laterais. Fazer o tempo passar era o seu objetivo. Esqueceram de avisar a German Cano, o artilheiro das Laranjeiras, que inclusive ultrapassou o, também, ídolo Fred na artilharia da Libertadores. Eram decorridos 36 minutos do primeiro tempo quando chegou a hora de fazer o L. Em boa jogada entre Keno e Arias, o camisa 11 do Fluminense cruzou rasteiro para encontrar Cano na grande área, que, assim como já é conhecido, precisou de apenas um toque na bola para abrir o placar. A retranca estava furada o que obrigou os Xeneizes (torcedores do Boca Juniors) a arrefecerem um pouco, a euforia inicial.

Mas, a tensão não havia ainda terminado, pois a vantagem no placar resultou em duas alterações; o Boca teve de mudar sua maneira de jogar partindo para o ataque e o Fluminense recuou seu time, aceitando esse domínio adversário. Não demorou muito, com um gol de Luís Advíncula, o Boca Juniors empatou aos 27 minutos do segundo tempo. O lateral-direito, puxou para o meio e, com espaço, acertou chute de fora da área para decretar a igualdade no marcador. Diga-se de passagem, uma pedrada indefensável para o ótimo goleiro Fábio. Com esse placar o segundo tempo terminou e, após 15 minutos de intervalo, seguiu-se a prorrogação de mais dois tempos de 15 minutos.

 Foi aí que o dedo do técnico Fernando Diniz apareceu, lançando o que para mim é o segundo melhor atacante do tricolor das Laranjeiras, John Kennedy. Com velocidade e dribles ele incendiou o jogo até que aos oito minutos da prorrogação, ele acertou um chute forte de fora da área e correu até a arquibancada para comemorar o gol nos braços da torcida, mas recebeu o segundo cartão amarelo e terminou expulso. Isso porque na comemoração dos gols, mesmo se o tento for anulado, os jogadores podem ser punidos em quatro ocasiões: subir nos equipamentos de proteção do campo e/ou se aproximar dos torcedores de modo a causar falhas de segurança ou ferir os princípios de segurança; fazer gestos ou ações provocativas, debochadas ou inflamatórias; cobrir a cabeça ou o rosto com máscara ou outro artigo similar; tirar a camisa ou cobrir a cabeça com a camisa.

Num gesto de imaturidade e pura emoção pelo momento vivido, e, talvez por desconhecimento das regras, John Kennedy foi expulso e deixou o seu time com dez jogadores. No entanto, os deuses ontem eram tricolores e pouco depois, numa confusão perto da área do Fluminense, Frank Fabra deu, também infantilmente, um tapa no rosto de Nino sendo expulso pelo fraco juiz chileno, após consulta ao VAR.

Restabelecida a igualdade numérica de dez contra dez, o futuro campeão se impôs e ainda perdeu um gol feito que bateu na trave. Não demorou muito e o árbitro encerrou a partida, consagrando o Fluminense como legítimo campeão da Libertadores das Américas, versão 2023.

A lamentar a conhecida incivilidade dos argentinos que provocou brigas e correrias nas areias da praia de Copacabana. Aliás, a torcida do Boca é conhecida pela sua agressividade; comprovei isso no aeroporto de Ezeiza, quando estava voltando da Argentina em final de outubro e o time do B. Juniors embarcava para São Paulo, onde eliminaria o Palmeiras, nos pênaltis. Causaram um verdadeiro tumulto no saguão.
Parabéns ao tricolor e mesmo não sendo torcedor do Fluminense termino minha coluna desta semana com o início do seu hino: “Sou tricolor de coração, sou do time tantas vezes campeão, fascina pela sua disciplina, o Fluminense me domina, eu tenho amor ao tricolor....”, escrito pelo genial Lamartine Babo.

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Publicar o primeiro livro não é difícil, o problema é decidir se outros virão

terça-feira, 31 de outubro de 2023

Diz o ditado popular que um homem para se sentir realizado deve ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Eu consegui fazer essas três coisas, mas para garantir que estou dentro daquela tríade, pretendo escrever mais um. Não tenho a verve do escritor entranhada em mim, me contentando em ser um colunista, o que me obriga a procurar assuntos interessantes para publicar semanalmente.

Diz o ditado popular que um homem para se sentir realizado deve ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Eu consegui fazer essas três coisas, mas para garantir que estou dentro daquela tríade, pretendo escrever mais um. Não tenho a verve do escritor entranhada em mim, me contentando em ser um colunista, o que me obriga a procurar assuntos interessantes para publicar semanalmente. No entanto, com a publicação do livro “A mídia falada chega a Nova Friburgo”, na realidade ele já estava pronto há mais ou menos 16 anos, me deu vontade de partir do zero e escrever um segundo livro, que seria o último.

A partir do segundo ano da faculdade de Comunicação Social, os alunos têm de decidir entre Jornalismo ou Marketing; feita a escolha, é hora de procurar um veículo de comunicação ou uma empresa de publicidade, para iniciar um estágio, que é obrigatório. No caso do jornalismo as opções mais procuradas são os jornais, as emissoras de rádio, os canais de televisão ou empresas que prestam assessoria de imprensa. No meu caso, optei pelo jornal A VOZ DA SERRA, pois me era mais fácil conciliar os horários, uma vez que ainda não estava aposentado. Além do mais, a bagagem que eu tinha de redações feitas nos bancos escolares do Colégio de São Bento, no Rio de Janeiro, me davam a certeza de que sendo burilado com o aprendizado da escrita jornalística, eu seria bem sucedido.

Devemos levar em consideração que uma boa redação deve ter um começo onde se dá ao leitor uma ideia do assunto que será desenvolvido, a explanação que nada mais é que o desenvolvimento do tema e um final que é a conclusão daquilo que se quis transmitir ao leitor. No jornalismo temos as seis perguntas básicas que um texto deve ter a saber: quem, o quê, onde, como, quando e por quê.

Vamos exemplificar com a recente guerra enfrentada por Israel: quem, no caso começou foi o Hamas, grupo terrorista, com a invasão do território israelense; onde, a faixa de Gaza fronteira entre a Palestina e Israel; como, com um ataque terrorista que matou mais de 250 pessoas numa festa de música eletrônica, próxima a um quibutz (pequena comunidade israelense economicamente autônoma com base em trabalho agrícola ou agroindustrial, caracterizada por uma organização igualitária e democrática, obtida pela propriedade coletiva dos meios de produção e da administração conduzida por todos os seus integrantes em assembleias gerais regulares); quando, há cerca de três semanas; por quê, o hamas existe em função de tentar acabar com o estado de Israel, pensamento esse que é o objetivo de muitos países árabes ao não aceitarem que os judeus tenham seu país independente.

Assim, com o aval do saudoso Laercio Ventura, comecei meu estágio em 2005 e uma das tarefas que me foi dada era escrever uma coluna semanal para o jornal. Desde o início resolvi que seriam artigos sobre vários assuntos e não somente sobre medicina, em função da minha formação. Falar sobre doenças, sua incidência, tratamento e prevenção seria mais fácil, mas ao longo dos dois anos de estágio, cansativo, daí a opção por temas variados.

Com a minha formatura em 2007, permaneci na ativa, agora como colaborador e aqui estou ao longo desses 18 anos. Portanto, nada mais instigante do que fazer uma coletânea dos mais interessantes assuntos que abordei e publicá-los sob a forma de um livro. Como tenho todos eles salvos em pen drives, isso não será um problema, mas trabalhoso pois me obrigará a lê-los, escolher aqueles para publicação e coloca-los em ordem, de acordo com os anos em que foram escritos. Vai ser, para mim, um bom exercício uma vez que mostrará meu aprimoramento como colunista, à medida que os anos foram se passando. Isso porque, com o passar do tempo, existe uma evolução natural da maneira de escrever, fruto da experiência do jornalista.

Não sei quanto tempo vou demorar, mas é uma empreitada para pelo menos um ano. Pretendo começar em 2024 e publicá-lo a partir de 2025.

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A noite de autógrafo do meu livro é hoje

terça-feira, 24 de outubro de 2023

O dia 25 de outubro chegou e com ele a noite de autógrafos do meu livro “A mídia falada chega em Nova Friburgo”. O local será a cafeteria Grão Raro, na Rua Monte Líbano, 34, no centro da cidade, no horário das 17h30 até 20h. Lá estarei recebendo os amigos e pessoas interessadas em conhecer um pouco da história da criação da, talvez, primeira mídia de massa, o rádio, da atual Friburgo FM, na década de 1940 do século passado e das emissoras de rádio no mundo e nas cidades do interior do nosso imenso país.

O dia 25 de outubro chegou e com ele a noite de autógrafos do meu livro “A mídia falada chega em Nova Friburgo”. O local será a cafeteria Grão Raro, na Rua Monte Líbano, 34, no centro da cidade, no horário das 17h30 até 20h. Lá estarei recebendo os amigos e pessoas interessadas em conhecer um pouco da história da criação da, talvez, primeira mídia de massa, o rádio, da atual Friburgo FM, na década de 1940 do século passado e das emissoras de rádio no mundo e nas cidades do interior do nosso imenso país.

No Brasil, tudo começou em 1922, durante as comemorações do centenário da nossa independência, quando no Rio de Janeiro, capital federal da época, foi transmitido o discurso do então presidente Epitácio Pessoa. Em seguida, escutou-se, também, trechos da ópera O Guarany, de Carlos Gomes, diretamente do Teatro Municipal. Terminada as comemorações os microfones emudeceram e foi, somente, em 23 de abril de 1923, quando entrou no ar a PRA-A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada por Roquete Pinto e Henry Morize, que começou a história do rádio, no Brasil. Uma curiosidade é o porque do nome Rádio Sociedade.

Naquela época era proibida a veiculação de propaganda paga, daí que os fundadores criaram uma sociedade de pessoas que se cotizavam mensalmente para manter a emissora no ar. Foi somente em 1º de março de 1932, através do decreto-lei  2.111, assinado pelo presidente Getúlio Vargas, que os veículos radiofônicos puderam cobrar pelos produtos anunciados. Aliás, esse decreto foi fundamental para a popularização das rádios brasileiras e sua multiplicação.

No caso de Friburgo, o nome ZYE-4 Rádio Sociedade de Friburgo Ltda, se deve a uma verdadeira sociedade criada por José Eugênio Muller e Carlos Augusto Shermann. Aloisio de Moura, que posteriormente se tornou o único dono, foi desde o início diretor geral da emissora e tinha carta branca dos proprietários para gerir o negócio. Sim, por que de acordo com Émile Durkheim, sociólogo e antropólogo, a cultura é uma indústria como outra qualquer, cujo fim único é o lucro.

Aliás, esse deve ter sido o pensamento de José Eugênio Muller, um empresário catarinense que acabou se radicando em Nova Friburgo; anteriormente morava em Monnerat, onde abriu uma fábrica de polvilho. Em Friburgo ele fundou o Hotel Sans Souci e criou o loteamento Sans Souci, hoje um bairro importante na terra do Cão Sentado. Com a inauguração da ZYE-4 Rádio Sociedade de Friburgo, ele expandiu seus negócios e deixou um legado importante para a então pujante Nova Friburgo, talvez a quarta cidade do antigo Estado do Rio de Janeiro. Abriu campo de trabalho para locutores, cantores, artistas, sonoplastas, técnicos de som, vendedores que saíam em busca de patrocinadores para a emissora, conjuntos musicais, enfim todos aqueles que estavam envolvidos em colocar e manter uma emissora, no ar.

Se no início a minha ideia para a monografia de conclusão do curso de Comunicação Social, da Universidade Candido Mendes era falar sobre a Rádio Nacional, o professor Jorge Ayer me convenceu a mudar de ideia. Seu argumento era de que sobre a emissora do Rio já existiam inúmeros trabalhos; por que não falar da emissora das montanhas? Não sei se ele sabia disso, mas não existia nenhum relato escrito sobre esse acontecimento que foi tão importante para Friburgo.

Eugênio Muller era um empresário mais interessado nos seus investimentos, Carlos Shermann era um engenheiro que trabalhava na capital federal e Aloisio de Moura, uma pessoa dinâmica que, certamente, não tinha tempo nem vontade de deixar anotações para a posteridade. Daí, ser esse meu trabalho o primeiro legado escrito de um momento que foi marcante na vida da cidade. Assim, doarei um exemplar da minha obra para a Biblioteca Municipal, para que fique apta para consultas tanto para estudantes de História, de Comunicação Social e daqueles que, como eu, adoram o veículo rádio e a história dos momentos marcantes da cidade em que vivem.

Para terminar, um agradecimento póstumo a Dilva de Moraes, Paulo Cordeiro e Rodolfo Abbud, pois sem a colaboração deles, não teria condições de chegar onde cheguei. Não posso esquecer também do saudoso Laercio Ventura, que além de me abrir as portas do jornal A VOZ DA SERRA, como estagiário de Jornalismo, nos idos de 2005, me orientou indicando as pessoas a serem entrevistadas para escrever minha monografia e que resultou no livro a ser lançado hoje. A essas quatro pessoas o meu muito obrigado.

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Uma viagem à Argentina

terça-feira, 17 de outubro de 2023

Estivemos fora por 14 dias, mais especificamente na Argentina, seis dias em Buenos Aires e oito em Mendoza. Apesar dos problemas econômicos enfrentados por nossos vizinhos, a viagem foi muito agradável e acima de nossas expectativas. Não sei se por conta da inflação galopante e da certeza de que o turista brasileiro é muito bem-vindo, o tratamento dos “Hermanos” em relação a nós mudou em muito, para melhor. Da última vez que estive em Buenos Aires, como a economia era outra, os portenhos exibiam o famoso nariz em pé e deixavam flagrante o desprezo que tinham em relação ao Brasil.

Estivemos fora por 14 dias, mais especificamente na Argentina, seis dias em Buenos Aires e oito em Mendoza. Apesar dos problemas econômicos enfrentados por nossos vizinhos, a viagem foi muito agradável e acima de nossas expectativas. Não sei se por conta da inflação galopante e da certeza de que o turista brasileiro é muito bem-vindo, o tratamento dos “Hermanos” em relação a nós mudou em muito, para melhor. Da última vez que estive em Buenos Aires, como a economia era outra, os portenhos exibiam o famoso nariz em pé e deixavam flagrante o desprezo que tinham em relação ao Brasil. Agora são acolhedores e fazem de tudo para nos agradar.

A capital argentina está muito bem cuidada. É uma cidade limpa, muito mais segura do que o Rio de Janeiro, com pontos turísticos imperdíveis. Claro está que com a crise, a inflação atual está na casa dos 138%, muita gente mora nas ruas, mas os principais pontos de visitação estão sempre livres. Geralmente as pessoas ficam nas ruas transversais mais afastadas das principais avenidas. Se você conversar com os moradores, todos são unânimes em condenar Alberto Fernandez (parece nome de ator de dramalhão mexicano) e Cristina Kirchner, atuais presidente e vice-presidente do país, creditando a eles a catástrofe econômica que assola o país. Forçando um pouco mais a barra, detestam Luís Inácio e falam muito bem de Bolsonaro, assim como adoram o Messi e Maradona caiu no ostracismo.

Para os argentinos, o custo de vida está caro, pois a moeda local não vale nada. No período em que estivemos lá, com R$ 1 comprava-se 150 pesos e um dólar era equivalente a 750 pesos (para evitar problemas, só troque dinheiro em agências de câmbio indicada pelos hotéis ou agentes de turismo). Mas, para nós, que representamos 90% dos turistas que visitam a Argentina, a situação é muito favorável. Por exemplo eu, a Oneli, minha esposa, e o meu neto fomos almoçar em um restaurante de carnes, La Estancia, numa transversal da Avenida 9 de Julho. A parrilha que eu pedi dava para duas pessoas e custava 8.800 pesos (R$ 60). A Oneli não come carne e pediu uma massa a 4.500 pesos (R$ 30), duas taças de vinho custaram 2.200 pesos, cada (R$ 29). Total da brincadeira 17.700 pesos, equivalentes a R$ 118.

Mas, para o residente, como é o caso do meu neto que estuda medicina na capital argentina, as coisas são um pouco mais complicadas, pois o aluguel é cobrado em dólares, com reajustes de seis em seis meses; além disso, os preços dos produtos aumentam constantemente. Parece o Brasil da década de 1980 e meados da de 1990.

De Buenos Aires fomos para Mendoza, uma cidade encantadora e a capital do vinho argentino. É uma cidade maravilhosa, que me encheu os olhos. Na realidade ela é um oásis artificial, pois ali é uma área desértica que foi preparada para abrigar uma cidade. Mal comparando, o local lembra muito Brasília que também apresenta um clima de deserto. Para se ter uma ideia de como lá é seco, o índice pluviométrico da cidade é de 250mm por ano. Uma outra característica dela é ser uma área sujeita a terremotos. Um, datado de 1856, arrasou toda a região. Daí que Mendoza tem cinco praças que foram construídas com a finalidade de receber os habitantes assim que a terra começasse a tremer. São locais muito bonitos e com suas características como a da Independência que tem uma dança das águas muito interessante, além de um museu que guarda a bandeira do exército do General San Martin libertador do Chile, da Argentina e do Peru. Na da Espanha o piso é todo de cerâmica, tendo nas extremidades o brasão de cada departamento espanhol.

Lá também, para turistas o custo é muito acessível, um exemplo: fomos fazer uma visita às Altas Montanhas, que na realidade ficam próximas ao pico do Aconcagua, com os Andes ao fundo, todos com as suas neves eternas. Como lá é frio, foi nos sugerido  comprar blusa de lã. Tudo bem que estava na promoção, pois apesar da temperatura estar baixa, já era primavera, no entanto, cada blusa saiu a 3.300 pesos, R$ 22, cada. Visitamos também o local onde San Martin chegou em Mendoza, descendo pelos Andes, pois seu exército veio pela rota normal, mas, ele, temendo ser assassinado escolheu a mais difícil, mas mais protegida. Aliás, o General San Martin é reconhecido como herói nacional e as cidades argentinas têm praças e logradouros com o seu nome. Ao contrário de lá, aqui D. Pedro I, uma figura marcante por nos ter libertado de Portugal e nos ter legado a mais longeva constituição, é apenas um detalhe, só lembrado pelos seus casos extraconjugais. Um devasso para os republicanos.

Como não poderia deixar de ser, estivemos em quatro vinícolas, todas com direito à degustação e a uma olivícola, o local que se produz azeite. Nessa, não tinham olivais, pois as azeitonas eram compradas de um fornecedor. A população de Mendoza é muito mais acolhedora que a de Buenos Aires, mas isso é uma característica de vários países, pois no interior, de modo geral, a vida é mais tranquila.

Foi uma viagem muito boa e esperamos repetir apesar de que, se o candidato Milei for eleito como novo presidente do país, ele promete fazer várias mudanças na economia, inclusive com uma dolarização do país. Creio que faria um plano real argentino; aliás ele está na frente dos outros candidatos, nas prévias pré-eleitorais. O segundo colocado é o atual ministro da economia e promete colocar as finanças em dia. É um gozador.

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Botafogo volta a jogar futebol bonito e eficiente

terça-feira, 10 de outubro de 2023

O título desta coluna poderia ser também “Ao passar do vendaval”, pois essa foi a sensação que varreu o clube da Rua General Severiano, com a passagem do português Bruno Lage. Sob o seu comando, nos últimos 5 jogos, quatro pelo Brasileirão e um pela Sul Americana, foram quatro derrotas e um empate. Além disso fomos eliminados da Sul Americana, título internacional que não seria difícil de disputar, se o lusitano não fosse tão prepotente, teimoso e burro.

O título desta coluna poderia ser também “Ao passar do vendaval”, pois essa foi a sensação que varreu o clube da Rua General Severiano, com a passagem do português Bruno Lage. Sob o seu comando, nos últimos 5 jogos, quatro pelo Brasileirão e um pela Sul Americana, foram quatro derrotas e um empate. Além disso fomos eliminados da Sul Americana, título internacional que não seria difícil de disputar, se o lusitano não fosse tão prepotente, teimoso e burro.

Com a saída de Luís Castro, também português, mas que logo percebeu a grandeza do Botafogo e como é jogado o futebol no Brasil, o dono do clube, o americano John Textor, resolveu apostar de novo num técnico estrangeiro, achando que com isso manteria o nível apresentado no primeiro turno, em que a diferença para o segundo colocado chegou a 15 pontos de vantagem. Diga-se de passagem, que Luís castro saiu por causa da grana que vai faturar na Arábia Saudita, e não por incompetência.

Começado o segundo turno do Campeonato Brasileiro, o Fogão viu essa vantagem diminuir para 7 pontos e apresentou um futebol completamente diferente daquele do primeiro turno. Lage não se conformou em manter o planejamento anterior e resolveu inventar. Achou que tinha de modificar para que ao final do campeonato, se o título viesse, não ter de escutar que os méritos eram do antecessor. Tirou Tchê-Tchê, apontado como um dos melhores apoiadores do campeonato do meio de campo para fixa-lo na lateral direita, barrando o lateral de ofício que vinha jogando bem. Para cúmulo da estupidez, no empate com o Goiás, semana passada com o estádio Nilton Santos lotado, barrou o principal jogador do Botafogo e, nada mais nada menos, que o artilheiro do torneio com 15 gols nas 24 rodadas.

Os jogadores, ao perceberem um desastre iminente, numa disputa tão segura até aqui, pediram a saída do lusitano e foram atendidos de imediato, com Bruno Lage sendo demitido, ainda na segunda feira, após o empate com o Goiás, um dos quatro que se encontram na zona de rebaixamento. Assumiu Lúcio Flávio, da comissão técnica permanente do clube, que foi campeão carioca, como jogador, em 2008 e 2010, sendo nesse título eleito o craque do campeonato.

Juntamente com Joel Carli, zagueiro argentino que se aposentou em abril, ao término do campeonato do Rio de Janeiro e também ídolo do time da estrela solitária, os dois, técnico e auxiliar, comandaram o Botafogo, pela primeira vez no clássico com o Fluminense, no domingo 8 de outubro. Com a mesma escalação do último jogo do primeiro turno, com o mesmo planejamento tático deixado por Luís Castro, o Fogão voltou a jogar o futebol que encheu os olhos da torcida e da crítica esportiva e ganhou por dois a zero. Com essa vitória ampliou a sua vantagem para 9 pontos sobre o Bragantino, segundo colocado e voltou a liderar com folga o campeonato. Aliás, com a derrota do Palmeiras e do Grêmio e os empates de Flamengo e Bragantino, a derrota foi uma mãe para o alvinegro carioca.

Foi um bom jogo e com dois gols, um de Junior Santos aos 19 minutos do primeiro turno, outro de Tiquinho Soares aos 21 minutos, também do primeiro tempo,  esse um golaço e com isso o time da estrela solitária liquidou a fatura. Com essa atuação voltou a encantar a sua apaixonada torcida e a preocupar os seus adversários, que não conseguem alcançar o líder.

A escolha de Bruno Lage não foi  das melhores, ele relutou em aceitar o convite de John Textor e não foi acompanhado pela família, que ficou em Portugal. Talvez tenha se sentido solitário, dando a impressão que tão logo terminasse o campeonato, não renovaria seu vinculo com o Botafogo. Mas, na realidade foi incompetente, não se adaptou ou não quis se adaptar ao futebol brasileiro e se continuasse à frente do elenco, o resultado seria o mesmo do Sampaoli, à frente do Flamengo, que não ganhou nenhum dos torneios que disputou. Além disso conseguiu se indispor com os jogadores rubro negros, como aconteceu com Bruno Lage.

No domingo, 8, o Maracanã viu um Botafogo mais leve, focado no jogo e com a alegria de jogar restituída. Que a conquista do Brasileirão 2023 possa virar uma realidade e premiar time e torcida.

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