Blog de maxwolosker_18841

Acabou-se o que era doce

terça-feira, 28 de novembro de 2023

O Botafogo desistiu do título de campeão do Brasileiro, versão 2023, e passou a ser um mero figurante, rodada após rodada. Tudo começou a partir da 31ª, após a vergonhosa derrota para o Palmeiras, por 4 a 3, tendo terminado o primeiro tempo do jogo com a vantagem de três gols. A assinalar ainda, que perdeu um pênalti no segundo tempo. Nesse momento, a diferença para o segundo colocado era de três pontos (59 a 56) que teria aumentado para seis, caso o glorioso tivesse vencido o clássico, em pleno estádio Nilton Santos.

O Botafogo desistiu do título de campeão do Brasileiro, versão 2023, e passou a ser um mero figurante, rodada após rodada. Tudo começou a partir da 31ª, após a vergonhosa derrota para o Palmeiras, por 4 a 3, tendo terminado o primeiro tempo do jogo com a vantagem de três gols. A assinalar ainda, que perdeu um pênalti no segundo tempo. Nesse momento, a diferença para o segundo colocado era de três pontos (59 a 56) que teria aumentado para seis, caso o glorioso tivesse vencido o clássico, em pleno estádio Nilton Santos. A coisa desandou de vez quando, novamente, à frente do placar, veio a derrota também de 4 a 3, para o Grêmio, dessa vez no estádio do Vasco da Gama, pois o Engenhão estava interditado para um show.

Nesse meio tempo, o quarto técnico foi demitido, pois a performance de Lúcio Flávio foi desastrosa, pior que a de Bruno Lage, o português que conseguiu desandar a máquina de ganhar, que era o alvinegro da estrela solitária. Já com Tiago Nunes, foram dois empates e a consequente perda da liderança do campeonato, colocando-se agora a um ponto atrás do Palmeiras e do Flamengo, ambos com 63 pontos ganhos. Aliás, o jogo contra o Santos, mostra o atual espírito do time, pois até os 44 minutos do segundo tempo o Fogão vencia por um a zero e retomava a liderança do Brasileirão. Como o alviverde de São Paulo empataria, em seguida, seu jogo com o Fortaleza, mesmo com a vitória do Flamengo sobre o Coritiba, a ponta da tabela voltaria para o Botafogo.

Mas, castigo vem a cavalo e esse empate com a equipe santista custou a liderança e a vice liderança da competição, ficando agora na terceira posição. Na realidade estamos assistindo a volta da expressão cunhada pelo escritor e jornalista Nélson Rodrigues, que a chamava de síndrome do cachorro vira latas. Isso ocorria quando alguém não preparado para o sucesso o atingia por algum tempo e, apequenado por não estar em condições de alcança-lo, deixava-o escapar pelas mãos. Depois de um primeiro turno espetacular, quando chegou a estar 13 pontos à frente do segundo colocado, caiu de produção, acumulou derrotas e empates seguidos. Com os pontos obtidos nesse segundo turno, com certeza, estaria amargando uma queda para a segunda divisão, de onde saiu em 2021.

Claro que ainda faltam três rodadas para o final do campeonato e os adversários do Palmeiras, excetuando o América Mineiro (em São Paulo) já rebaixado, são o Fluminense (também em São Paulo) mas que faz um bom campeonato, com uma equipe consistente, e o Cruzeiro (esse jogo em Belo Horizonte-MG) e lutando para não cair para a segundona; podem complicar a vida dos palmeirenses. O mesmo acontece com o Flamengo que enfrenta o Atlético Mineiro (no Rio) ainda lutando por uma vaga entre os quatro que se classificam diretamente para a Libertadores do ano que vem. Antes tem o América Mineiro e o Cuiabá (no Rio), esse lutando para permanecer longe da zona do rebaixamento. A perda de um ponto desses times e três vitórias do Botafogo, contra o Coritiba (em Curitiba-PR), contra o Cruzeiro em casa e contra o Internacional, lá em Porto Alegre-RS, podem devolver a liderança e o título de campeão para o time da estrela solitária.

Antes de prosseguir uma explicação do porque da grafia Coritiba para o clube e Curitiba para a cidade capital paranaense. Dizem que um diretor do clube, muito puritano, incomodado com a primeira sílaba do nome do clube, resolveu substituí-la. Já a história oficial da agremiação diz que quando ele foi fundado existiam duas grafias corretas para o município que o clube homenageia, Coritiba e Curityba (em tupi-guarani). Optou-se pela primeira.

No entanto, seguro morreu de velho e não acredito mais nesse título. Claro está que a SAF Botafogo tem de ser exaltada, já que em menos de um ano de sua fundação, conseguiu seu principal objetivo que era voltar a disputar a Libertadores das Américas versão 2024. Título é uma utopia, tanto é assim que só não transformo a camisa que comprei, recentemente, em pano de chão porque foi muito cara para esse fim.

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A importância de tomar medicamentos corretamente

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Hoje abordarei um tema que é pouco discutido entre médicos e pacientes, mas a meu ver muito importante e que merece uma reflexão mais profunda. O sucesso da maioria de um tratamento, depende do uso correto da medicação e é justamente aí que está o problema.

Hoje abordarei um tema que é pouco discutido entre médicos e pacientes, mas a meu ver muito importante e que merece uma reflexão mais profunda. O sucesso da maioria de um tratamento, depende do uso correto da medicação e é justamente aí que está o problema.

Em sua grande maioria, os medicamentos têm um tempo de ação que varia de produto para produto, estando sua prescrição atrelada a essa duração. Outro fator importante é o preço do medicamento, que vai ser mais caro ou mais barato, dependendo do fabricante e do produto em si. Se bem que com o uso dos genéricos essa situação melhorou muito.

No entanto, é preciso ficar bem claro que os medicamentos são dose dependentes, ou seja, ao serem interrompidos, cessam seus efeitos, reaparecem os sintomas. Podemos citar como exemplo a insulina. Sua função principal é abaixar a glicose no sangue; cessado seu tempo de ação, que varia de insulina para insulina, a glicemia aumentará, se outra dose não for aplicada. Daí a preocupação do médico em escolher uma preparação adequada e estipular quantas aplicações por dia. O mesmo se aplica aos medicamentos usados para combater a pressão alta, aos antibióticos, aos medicamentos para reduzir o colesterol e tantos outros.

O que vemos na prática, seja por desinformação, pela questão do custo ou mesmo por esquecimento, são os tratamentos serem interrompidos no meio do caminho. Assim, tão logo a pressão arterial normalize, o paciente interrompe o medicamento; a febre regrediu, adeus antibióticos. O mesmo acontece com outros fármacos para doenças crônicas. Cito aqui o caso dos antidiabéticos orais, usados para diminuir a glicose sanguínea. Na atualidade, são vários, que foram se sofisticando e melhorando seus efeitos, à medida que a indústria farmacêutica aprimorava suas pesquisas; no entanto, o princípio é sempre o mesmo, pois eles têm um tempo de ação determinado. Se o tratamento é interrompido, os efeitos benéficos se extinguem e a glicemia volta a se elevar.

As consequências podem ser terríveis. Um hipertenso grave, que tenha sua pressão arterial normalizada com medicamentos, ao deixar de usá-los, corre o risco de vê-la aumentar subitamente e a oscilação dessas alterações tensionais podem levar a consequências graves, como um acidente vascular cerebral (AVC) e, mesmo, a um enfarte do miocárdio. Uma infecção pode voltar mais grave, se o antibiótico não for usado pelo tempo correto, além do risco de aumentar a possibilidade de resistência ao medicamento. Aliás, esse é um dos motivos para o controle atual da venda deles. Antes, a qualquer manifestação febril, sem consultar o médico, comprava-se um antibiótico que era tomado desordenadamente.

Portanto, não tenha medo ou vergonha. Discuta com seu médico o seu tratamento, procurando informar-se dos medicamentos que voce vai ter de tomar, por quanto tempo e quantas vezes por dia. Peça ainda informações sobre como eles funcionam e os possíveis efeitos adversos, de uma maneira que você possa entender. Além de médico, ele é seu amigo. Com isso você estará tendo valiosas informações que vão ser úteis para o seu dia a dia. Consultar o Google é uma tentação, mas as informações ali contidas podem não esclarecer totalmente as dúvidas.

Mas lembre-se, nunca interrompa um tratamento, a não ser que surja uma crise aguda. Por exemplo, você começou um remédio novo e, de repente, começa a sentir coceira e a apresentar manchas avermelhadas pelo corpo. Nesse caso, pode estar ocorrendo uma crise alérgica aos componentes desse medicamento. Interrompa imediatamente o seu uso e tente falar com o seu médico, diga o que está acontecendo e peça orientação. Seu médico podera diminuir a dose, trocar seu medicamento ou orientá-lo a procurar o pronto atendimento. Se ele não estiver disponível vá direto para o hospital e não se esqueça de levar sua receita.  Isso pode salvar a sua vida.

Infelizmente, em função dos planos de saúde que pagam mal a consulta e obrigam os médicos a atender um número maior de pacientes, a anamnese não é a ideal e o tempo de consulta é mais curto e corrido. Mesmo assim é importante que o paciente tente dialogar com quem o atende e esclarecer as dúvidas que possa ter. Uma relação médico-paciente adequada é o primeiro passo para que um tratamento seja eficiente.

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Fluminense conquista a América

quarta-feira, 08 de novembro de 2023

Após oito participações na maior competição da América Latina, incluindo o vice-campeonato de 2008, quando foi derrotado nos pênaltis, pela equipe da LDU, do Equador, em pleno Estádio do Maracanã, o Fluminense se torna o grande campeão em 2023. Em sua nona participação na maior e mais importante competição sul americana, com um Maracanã lotado, o tricolor das Laranjeiras finalmente conseguiu realizar seu sonho, no último sábado, 4.

Após oito participações na maior competição da América Latina, incluindo o vice-campeonato de 2008, quando foi derrotado nos pênaltis, pela equipe da LDU, do Equador, em pleno Estádio do Maracanã, o Fluminense se torna o grande campeão em 2023. Em sua nona participação na maior e mais importante competição sul americana, com um Maracanã lotado, o tricolor das Laranjeiras finalmente conseguiu realizar seu sonho, no último sábado, 4. Data histórica, que ficará na lembrança de sua apaixonada torcida, que jamais duvidou de uma taça que faltava, na sua tão repleta sala de troféus da Rua Álvaro Chaves.

Não foi um jogo de encher os olhos, pois se de um lado o Fluminense tem uma maneira de jogar interessante e vistosa, de outro o Boca Juniors se caracterizou por jogar fechado, fazendo o tempo passar e tentando levar as decisões para os pênaltis. Além de ter bons cobradores, tem um goleiro cuja especialidade é defender penalidades. Foi com esse recurso que eliminou vários adversários, inclusive o Palmeiras nas semifinais.

Desde o primeiro tiro de meta que os azuis e amarelos de Buenos Aires ganhavam tempo, o mesmo acontecendo com a cobrança dos laterais. Fazer o tempo passar era o seu objetivo. Esqueceram de avisar a German Cano, o artilheiro das Laranjeiras, que inclusive ultrapassou o, também, ídolo Fred na artilharia da Libertadores. Eram decorridos 36 minutos do primeiro tempo quando chegou a hora de fazer o L. Em boa jogada entre Keno e Arias, o camisa 11 do Fluminense cruzou rasteiro para encontrar Cano na grande área, que, assim como já é conhecido, precisou de apenas um toque na bola para abrir o placar. A retranca estava furada o que obrigou os Xeneizes (torcedores do Boca Juniors) a arrefecerem um pouco, a euforia inicial.

Mas, a tensão não havia ainda terminado, pois a vantagem no placar resultou em duas alterações; o Boca teve de mudar sua maneira de jogar partindo para o ataque e o Fluminense recuou seu time, aceitando esse domínio adversário. Não demorou muito, com um gol de Luís Advíncula, o Boca Juniors empatou aos 27 minutos do segundo tempo. O lateral-direito, puxou para o meio e, com espaço, acertou chute de fora da área para decretar a igualdade no marcador. Diga-se de passagem, uma pedrada indefensável para o ótimo goleiro Fábio. Com esse placar o segundo tempo terminou e, após 15 minutos de intervalo, seguiu-se a prorrogação de mais dois tempos de 15 minutos.

 Foi aí que o dedo do técnico Fernando Diniz apareceu, lançando o que para mim é o segundo melhor atacante do tricolor das Laranjeiras, John Kennedy. Com velocidade e dribles ele incendiou o jogo até que aos oito minutos da prorrogação, ele acertou um chute forte de fora da área e correu até a arquibancada para comemorar o gol nos braços da torcida, mas recebeu o segundo cartão amarelo e terminou expulso. Isso porque na comemoração dos gols, mesmo se o tento for anulado, os jogadores podem ser punidos em quatro ocasiões: subir nos equipamentos de proteção do campo e/ou se aproximar dos torcedores de modo a causar falhas de segurança ou ferir os princípios de segurança; fazer gestos ou ações provocativas, debochadas ou inflamatórias; cobrir a cabeça ou o rosto com máscara ou outro artigo similar; tirar a camisa ou cobrir a cabeça com a camisa.

Num gesto de imaturidade e pura emoção pelo momento vivido, e, talvez por desconhecimento das regras, John Kennedy foi expulso e deixou o seu time com dez jogadores. No entanto, os deuses ontem eram tricolores e pouco depois, numa confusão perto da área do Fluminense, Frank Fabra deu, também infantilmente, um tapa no rosto de Nino sendo expulso pelo fraco juiz chileno, após consulta ao VAR.

Restabelecida a igualdade numérica de dez contra dez, o futuro campeão se impôs e ainda perdeu um gol feito que bateu na trave. Não demorou muito e o árbitro encerrou a partida, consagrando o Fluminense como legítimo campeão da Libertadores das Américas, versão 2023.

A lamentar a conhecida incivilidade dos argentinos que provocou brigas e correrias nas areias da praia de Copacabana. Aliás, a torcida do Boca é conhecida pela sua agressividade; comprovei isso no aeroporto de Ezeiza, quando estava voltando da Argentina em final de outubro e o time do B. Juniors embarcava para São Paulo, onde eliminaria o Palmeiras, nos pênaltis. Causaram um verdadeiro tumulto no saguão.
Parabéns ao tricolor e mesmo não sendo torcedor do Fluminense termino minha coluna desta semana com o início do seu hino: “Sou tricolor de coração, sou do time tantas vezes campeão, fascina pela sua disciplina, o Fluminense me domina, eu tenho amor ao tricolor....”, escrito pelo genial Lamartine Babo.

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Publicar o primeiro livro não é difícil, o problema é decidir se outros virão

terça-feira, 31 de outubro de 2023

Diz o ditado popular que um homem para se sentir realizado deve ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Eu consegui fazer essas três coisas, mas para garantir que estou dentro daquela tríade, pretendo escrever mais um. Não tenho a verve do escritor entranhada em mim, me contentando em ser um colunista, o que me obriga a procurar assuntos interessantes para publicar semanalmente.

Diz o ditado popular que um homem para se sentir realizado deve ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Eu consegui fazer essas três coisas, mas para garantir que estou dentro daquela tríade, pretendo escrever mais um. Não tenho a verve do escritor entranhada em mim, me contentando em ser um colunista, o que me obriga a procurar assuntos interessantes para publicar semanalmente. No entanto, com a publicação do livro “A mídia falada chega a Nova Friburgo”, na realidade ele já estava pronto há mais ou menos 16 anos, me deu vontade de partir do zero e escrever um segundo livro, que seria o último.

A partir do segundo ano da faculdade de Comunicação Social, os alunos têm de decidir entre Jornalismo ou Marketing; feita a escolha, é hora de procurar um veículo de comunicação ou uma empresa de publicidade, para iniciar um estágio, que é obrigatório. No caso do jornalismo as opções mais procuradas são os jornais, as emissoras de rádio, os canais de televisão ou empresas que prestam assessoria de imprensa. No meu caso, optei pelo jornal A VOZ DA SERRA, pois me era mais fácil conciliar os horários, uma vez que ainda não estava aposentado. Além do mais, a bagagem que eu tinha de redações feitas nos bancos escolares do Colégio de São Bento, no Rio de Janeiro, me davam a certeza de que sendo burilado com o aprendizado da escrita jornalística, eu seria bem sucedido.

Devemos levar em consideração que uma boa redação deve ter um começo onde se dá ao leitor uma ideia do assunto que será desenvolvido, a explanação que nada mais é que o desenvolvimento do tema e um final que é a conclusão daquilo que se quis transmitir ao leitor. No jornalismo temos as seis perguntas básicas que um texto deve ter a saber: quem, o quê, onde, como, quando e por quê.

Vamos exemplificar com a recente guerra enfrentada por Israel: quem, no caso começou foi o Hamas, grupo terrorista, com a invasão do território israelense; onde, a faixa de Gaza fronteira entre a Palestina e Israel; como, com um ataque terrorista que matou mais de 250 pessoas numa festa de música eletrônica, próxima a um quibutz (pequena comunidade israelense economicamente autônoma com base em trabalho agrícola ou agroindustrial, caracterizada por uma organização igualitária e democrática, obtida pela propriedade coletiva dos meios de produção e da administração conduzida por todos os seus integrantes em assembleias gerais regulares); quando, há cerca de três semanas; por quê, o hamas existe em função de tentar acabar com o estado de Israel, pensamento esse que é o objetivo de muitos países árabes ao não aceitarem que os judeus tenham seu país independente.

Assim, com o aval do saudoso Laercio Ventura, comecei meu estágio em 2005 e uma das tarefas que me foi dada era escrever uma coluna semanal para o jornal. Desde o início resolvi que seriam artigos sobre vários assuntos e não somente sobre medicina, em função da minha formação. Falar sobre doenças, sua incidência, tratamento e prevenção seria mais fácil, mas ao longo dos dois anos de estágio, cansativo, daí a opção por temas variados.

Com a minha formatura em 2007, permaneci na ativa, agora como colaborador e aqui estou ao longo desses 18 anos. Portanto, nada mais instigante do que fazer uma coletânea dos mais interessantes assuntos que abordei e publicá-los sob a forma de um livro. Como tenho todos eles salvos em pen drives, isso não será um problema, mas trabalhoso pois me obrigará a lê-los, escolher aqueles para publicação e coloca-los em ordem, de acordo com os anos em que foram escritos. Vai ser, para mim, um bom exercício uma vez que mostrará meu aprimoramento como colunista, à medida que os anos foram se passando. Isso porque, com o passar do tempo, existe uma evolução natural da maneira de escrever, fruto da experiência do jornalista.

Não sei quanto tempo vou demorar, mas é uma empreitada para pelo menos um ano. Pretendo começar em 2024 e publicá-lo a partir de 2025.

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A noite de autógrafo do meu livro é hoje

terça-feira, 24 de outubro de 2023

O dia 25 de outubro chegou e com ele a noite de autógrafos do meu livro “A mídia falada chega em Nova Friburgo”. O local será a cafeteria Grão Raro, na Rua Monte Líbano, 34, no centro da cidade, no horário das 17h30 até 20h. Lá estarei recebendo os amigos e pessoas interessadas em conhecer um pouco da história da criação da, talvez, primeira mídia de massa, o rádio, da atual Friburgo FM, na década de 1940 do século passado e das emissoras de rádio no mundo e nas cidades do interior do nosso imenso país.

O dia 25 de outubro chegou e com ele a noite de autógrafos do meu livro “A mídia falada chega em Nova Friburgo”. O local será a cafeteria Grão Raro, na Rua Monte Líbano, 34, no centro da cidade, no horário das 17h30 até 20h. Lá estarei recebendo os amigos e pessoas interessadas em conhecer um pouco da história da criação da, talvez, primeira mídia de massa, o rádio, da atual Friburgo FM, na década de 1940 do século passado e das emissoras de rádio no mundo e nas cidades do interior do nosso imenso país.

No Brasil, tudo começou em 1922, durante as comemorações do centenário da nossa independência, quando no Rio de Janeiro, capital federal da época, foi transmitido o discurso do então presidente Epitácio Pessoa. Em seguida, escutou-se, também, trechos da ópera O Guarany, de Carlos Gomes, diretamente do Teatro Municipal. Terminada as comemorações os microfones emudeceram e foi, somente, em 23 de abril de 1923, quando entrou no ar a PRA-A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada por Roquete Pinto e Henry Morize, que começou a história do rádio, no Brasil. Uma curiosidade é o porque do nome Rádio Sociedade.

Naquela época era proibida a veiculação de propaganda paga, daí que os fundadores criaram uma sociedade de pessoas que se cotizavam mensalmente para manter a emissora no ar. Foi somente em 1º de março de 1932, através do decreto-lei  2.111, assinado pelo presidente Getúlio Vargas, que os veículos radiofônicos puderam cobrar pelos produtos anunciados. Aliás, esse decreto foi fundamental para a popularização das rádios brasileiras e sua multiplicação.

No caso de Friburgo, o nome ZYE-4 Rádio Sociedade de Friburgo Ltda, se deve a uma verdadeira sociedade criada por José Eugênio Muller e Carlos Augusto Shermann. Aloisio de Moura, que posteriormente se tornou o único dono, foi desde o início diretor geral da emissora e tinha carta branca dos proprietários para gerir o negócio. Sim, por que de acordo com Émile Durkheim, sociólogo e antropólogo, a cultura é uma indústria como outra qualquer, cujo fim único é o lucro.

Aliás, esse deve ter sido o pensamento de José Eugênio Muller, um empresário catarinense que acabou se radicando em Nova Friburgo; anteriormente morava em Monnerat, onde abriu uma fábrica de polvilho. Em Friburgo ele fundou o Hotel Sans Souci e criou o loteamento Sans Souci, hoje um bairro importante na terra do Cão Sentado. Com a inauguração da ZYE-4 Rádio Sociedade de Friburgo, ele expandiu seus negócios e deixou um legado importante para a então pujante Nova Friburgo, talvez a quarta cidade do antigo Estado do Rio de Janeiro. Abriu campo de trabalho para locutores, cantores, artistas, sonoplastas, técnicos de som, vendedores que saíam em busca de patrocinadores para a emissora, conjuntos musicais, enfim todos aqueles que estavam envolvidos em colocar e manter uma emissora, no ar.

Se no início a minha ideia para a monografia de conclusão do curso de Comunicação Social, da Universidade Candido Mendes era falar sobre a Rádio Nacional, o professor Jorge Ayer me convenceu a mudar de ideia. Seu argumento era de que sobre a emissora do Rio já existiam inúmeros trabalhos; por que não falar da emissora das montanhas? Não sei se ele sabia disso, mas não existia nenhum relato escrito sobre esse acontecimento que foi tão importante para Friburgo.

Eugênio Muller era um empresário mais interessado nos seus investimentos, Carlos Shermann era um engenheiro que trabalhava na capital federal e Aloisio de Moura, uma pessoa dinâmica que, certamente, não tinha tempo nem vontade de deixar anotações para a posteridade. Daí, ser esse meu trabalho o primeiro legado escrito de um momento que foi marcante na vida da cidade. Assim, doarei um exemplar da minha obra para a Biblioteca Municipal, para que fique apta para consultas tanto para estudantes de História, de Comunicação Social e daqueles que, como eu, adoram o veículo rádio e a história dos momentos marcantes da cidade em que vivem.

Para terminar, um agradecimento póstumo a Dilva de Moraes, Paulo Cordeiro e Rodolfo Abbud, pois sem a colaboração deles, não teria condições de chegar onde cheguei. Não posso esquecer também do saudoso Laercio Ventura, que além de me abrir as portas do jornal A VOZ DA SERRA, como estagiário de Jornalismo, nos idos de 2005, me orientou indicando as pessoas a serem entrevistadas para escrever minha monografia e que resultou no livro a ser lançado hoje. A essas quatro pessoas o meu muito obrigado.

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Uma viagem à Argentina

terça-feira, 17 de outubro de 2023

Estivemos fora por 14 dias, mais especificamente na Argentina, seis dias em Buenos Aires e oito em Mendoza. Apesar dos problemas econômicos enfrentados por nossos vizinhos, a viagem foi muito agradável e acima de nossas expectativas. Não sei se por conta da inflação galopante e da certeza de que o turista brasileiro é muito bem-vindo, o tratamento dos “Hermanos” em relação a nós mudou em muito, para melhor. Da última vez que estive em Buenos Aires, como a economia era outra, os portenhos exibiam o famoso nariz em pé e deixavam flagrante o desprezo que tinham em relação ao Brasil.

Estivemos fora por 14 dias, mais especificamente na Argentina, seis dias em Buenos Aires e oito em Mendoza. Apesar dos problemas econômicos enfrentados por nossos vizinhos, a viagem foi muito agradável e acima de nossas expectativas. Não sei se por conta da inflação galopante e da certeza de que o turista brasileiro é muito bem-vindo, o tratamento dos “Hermanos” em relação a nós mudou em muito, para melhor. Da última vez que estive em Buenos Aires, como a economia era outra, os portenhos exibiam o famoso nariz em pé e deixavam flagrante o desprezo que tinham em relação ao Brasil. Agora são acolhedores e fazem de tudo para nos agradar.

A capital argentina está muito bem cuidada. É uma cidade limpa, muito mais segura do que o Rio de Janeiro, com pontos turísticos imperdíveis. Claro está que com a crise, a inflação atual está na casa dos 138%, muita gente mora nas ruas, mas os principais pontos de visitação estão sempre livres. Geralmente as pessoas ficam nas ruas transversais mais afastadas das principais avenidas. Se você conversar com os moradores, todos são unânimes em condenar Alberto Fernandez (parece nome de ator de dramalhão mexicano) e Cristina Kirchner, atuais presidente e vice-presidente do país, creditando a eles a catástrofe econômica que assola o país. Forçando um pouco mais a barra, detestam Luís Inácio e falam muito bem de Bolsonaro, assim como adoram o Messi e Maradona caiu no ostracismo.

Para os argentinos, o custo de vida está caro, pois a moeda local não vale nada. No período em que estivemos lá, com R$ 1 comprava-se 150 pesos e um dólar era equivalente a 750 pesos (para evitar problemas, só troque dinheiro em agências de câmbio indicada pelos hotéis ou agentes de turismo). Mas, para nós, que representamos 90% dos turistas que visitam a Argentina, a situação é muito favorável. Por exemplo eu, a Oneli, minha esposa, e o meu neto fomos almoçar em um restaurante de carnes, La Estancia, numa transversal da Avenida 9 de Julho. A parrilha que eu pedi dava para duas pessoas e custava 8.800 pesos (R$ 60). A Oneli não come carne e pediu uma massa a 4.500 pesos (R$ 30), duas taças de vinho custaram 2.200 pesos, cada (R$ 29). Total da brincadeira 17.700 pesos, equivalentes a R$ 118.

Mas, para o residente, como é o caso do meu neto que estuda medicina na capital argentina, as coisas são um pouco mais complicadas, pois o aluguel é cobrado em dólares, com reajustes de seis em seis meses; além disso, os preços dos produtos aumentam constantemente. Parece o Brasil da década de 1980 e meados da de 1990.

De Buenos Aires fomos para Mendoza, uma cidade encantadora e a capital do vinho argentino. É uma cidade maravilhosa, que me encheu os olhos. Na realidade ela é um oásis artificial, pois ali é uma área desértica que foi preparada para abrigar uma cidade. Mal comparando, o local lembra muito Brasília que também apresenta um clima de deserto. Para se ter uma ideia de como lá é seco, o índice pluviométrico da cidade é de 250mm por ano. Uma outra característica dela é ser uma área sujeita a terremotos. Um, datado de 1856, arrasou toda a região. Daí que Mendoza tem cinco praças que foram construídas com a finalidade de receber os habitantes assim que a terra começasse a tremer. São locais muito bonitos e com suas características como a da Independência que tem uma dança das águas muito interessante, além de um museu que guarda a bandeira do exército do General San Martin libertador do Chile, da Argentina e do Peru. Na da Espanha o piso é todo de cerâmica, tendo nas extremidades o brasão de cada departamento espanhol.

Lá também, para turistas o custo é muito acessível, um exemplo: fomos fazer uma visita às Altas Montanhas, que na realidade ficam próximas ao pico do Aconcagua, com os Andes ao fundo, todos com as suas neves eternas. Como lá é frio, foi nos sugerido  comprar blusa de lã. Tudo bem que estava na promoção, pois apesar da temperatura estar baixa, já era primavera, no entanto, cada blusa saiu a 3.300 pesos, R$ 22, cada. Visitamos também o local onde San Martin chegou em Mendoza, descendo pelos Andes, pois seu exército veio pela rota normal, mas, ele, temendo ser assassinado escolheu a mais difícil, mas mais protegida. Aliás, o General San Martin é reconhecido como herói nacional e as cidades argentinas têm praças e logradouros com o seu nome. Ao contrário de lá, aqui D. Pedro I, uma figura marcante por nos ter libertado de Portugal e nos ter legado a mais longeva constituição, é apenas um detalhe, só lembrado pelos seus casos extraconjugais. Um devasso para os republicanos.

Como não poderia deixar de ser, estivemos em quatro vinícolas, todas com direito à degustação e a uma olivícola, o local que se produz azeite. Nessa, não tinham olivais, pois as azeitonas eram compradas de um fornecedor. A população de Mendoza é muito mais acolhedora que a de Buenos Aires, mas isso é uma característica de vários países, pois no interior, de modo geral, a vida é mais tranquila.

Foi uma viagem muito boa e esperamos repetir apesar de que, se o candidato Milei for eleito como novo presidente do país, ele promete fazer várias mudanças na economia, inclusive com uma dolarização do país. Creio que faria um plano real argentino; aliás ele está na frente dos outros candidatos, nas prévias pré-eleitorais. O segundo colocado é o atual ministro da economia e promete colocar as finanças em dia. É um gozador.

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Botafogo volta a jogar futebol bonito e eficiente

terça-feira, 10 de outubro de 2023

O título desta coluna poderia ser também “Ao passar do vendaval”, pois essa foi a sensação que varreu o clube da Rua General Severiano, com a passagem do português Bruno Lage. Sob o seu comando, nos últimos 5 jogos, quatro pelo Brasileirão e um pela Sul Americana, foram quatro derrotas e um empate. Além disso fomos eliminados da Sul Americana, título internacional que não seria difícil de disputar, se o lusitano não fosse tão prepotente, teimoso e burro.

O título desta coluna poderia ser também “Ao passar do vendaval”, pois essa foi a sensação que varreu o clube da Rua General Severiano, com a passagem do português Bruno Lage. Sob o seu comando, nos últimos 5 jogos, quatro pelo Brasileirão e um pela Sul Americana, foram quatro derrotas e um empate. Além disso fomos eliminados da Sul Americana, título internacional que não seria difícil de disputar, se o lusitano não fosse tão prepotente, teimoso e burro.

Com a saída de Luís Castro, também português, mas que logo percebeu a grandeza do Botafogo e como é jogado o futebol no Brasil, o dono do clube, o americano John Textor, resolveu apostar de novo num técnico estrangeiro, achando que com isso manteria o nível apresentado no primeiro turno, em que a diferença para o segundo colocado chegou a 15 pontos de vantagem. Diga-se de passagem, que Luís castro saiu por causa da grana que vai faturar na Arábia Saudita, e não por incompetência.

Começado o segundo turno do Campeonato Brasileiro, o Fogão viu essa vantagem diminuir para 7 pontos e apresentou um futebol completamente diferente daquele do primeiro turno. Lage não se conformou em manter o planejamento anterior e resolveu inventar. Achou que tinha de modificar para que ao final do campeonato, se o título viesse, não ter de escutar que os méritos eram do antecessor. Tirou Tchê-Tchê, apontado como um dos melhores apoiadores do campeonato do meio de campo para fixa-lo na lateral direita, barrando o lateral de ofício que vinha jogando bem. Para cúmulo da estupidez, no empate com o Goiás, semana passada com o estádio Nilton Santos lotado, barrou o principal jogador do Botafogo e, nada mais nada menos, que o artilheiro do torneio com 15 gols nas 24 rodadas.

Os jogadores, ao perceberem um desastre iminente, numa disputa tão segura até aqui, pediram a saída do lusitano e foram atendidos de imediato, com Bruno Lage sendo demitido, ainda na segunda feira, após o empate com o Goiás, um dos quatro que se encontram na zona de rebaixamento. Assumiu Lúcio Flávio, da comissão técnica permanente do clube, que foi campeão carioca, como jogador, em 2008 e 2010, sendo nesse título eleito o craque do campeonato.

Juntamente com Joel Carli, zagueiro argentino que se aposentou em abril, ao término do campeonato do Rio de Janeiro e também ídolo do time da estrela solitária, os dois, técnico e auxiliar, comandaram o Botafogo, pela primeira vez no clássico com o Fluminense, no domingo 8 de outubro. Com a mesma escalação do último jogo do primeiro turno, com o mesmo planejamento tático deixado por Luís Castro, o Fogão voltou a jogar o futebol que encheu os olhos da torcida e da crítica esportiva e ganhou por dois a zero. Com essa vitória ampliou a sua vantagem para 9 pontos sobre o Bragantino, segundo colocado e voltou a liderar com folga o campeonato. Aliás, com a derrota do Palmeiras e do Grêmio e os empates de Flamengo e Bragantino, a derrota foi uma mãe para o alvinegro carioca.

Foi um bom jogo e com dois gols, um de Junior Santos aos 19 minutos do primeiro turno, outro de Tiquinho Soares aos 21 minutos, também do primeiro tempo,  esse um golaço e com isso o time da estrela solitária liquidou a fatura. Com essa atuação voltou a encantar a sua apaixonada torcida e a preocupar os seus adversários, que não conseguem alcançar o líder.

A escolha de Bruno Lage não foi  das melhores, ele relutou em aceitar o convite de John Textor e não foi acompanhado pela família, que ficou em Portugal. Talvez tenha se sentido solitário, dando a impressão que tão logo terminasse o campeonato, não renovaria seu vinculo com o Botafogo. Mas, na realidade foi incompetente, não se adaptou ou não quis se adaptar ao futebol brasileiro e se continuasse à frente do elenco, o resultado seria o mesmo do Sampaoli, à frente do Flamengo, que não ganhou nenhum dos torneios que disputou. Além disso conseguiu se indispor com os jogadores rubro negros, como aconteceu com Bruno Lage.

No domingo, 8, o Maracanã viu um Botafogo mais leve, focado no jogo e com a alegria de jogar restituída. Que a conquista do Brasileirão 2023 possa virar uma realidade e premiar time e torcida.

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Meu livro já tem data para ser lançado

terça-feira, 19 de setembro de 2023

É com prazer e orgulho que comunico aos meus leitores que o meu livro “A mídia falada chega em Nova Friburgo”, já está pronto e será lançado no dia 25 de outubro, no Grão Raro, na Rua Monte Líbano, 34, das 17h30 às 20 h. Sei que ainda temos mais de um mês para a noite de autógrafos, mas a vontade de divulgar para meus seguidores, em A VOZ DA SERRA, é muito grande. Mais para a frente será feito outro aviso, para que aqueles que queiram me prestigiar possam comparecer.

É com prazer e orgulho que comunico aos meus leitores que o meu livro “A mídia falada chega em Nova Friburgo”, já está pronto e será lançado no dia 25 de outubro, no Grão Raro, na Rua Monte Líbano, 34, das 17h30 às 20 h. Sei que ainda temos mais de um mês para a noite de autógrafos, mas a vontade de divulgar para meus seguidores, em A VOZ DA SERRA, é muito grande. Mais para a frente será feito outro aviso, para que aqueles que queiram me prestigiar possam comparecer.

De acordo com o ditado popular uma pessoa para se sentir realizada tem de ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Pois bem, com esse livro completo a minha tríade e posso me sentir uma pessoa em paz com a vida. Tenho ainda uma satisfação que é deixar uma obra que vem preencher uma lacuna na história da cidade. É claro que nos dias de hoje, com a comunicação super dimensionada, a história da fundação de uma rádio é coisa ultrapassada, mas se recuarmos no tempo, entenderemos a importância que foi, para a Nova Friburgo da década de 40, a fundação de uma emissora radiofônica. Ainda mais que seus idealizadores não tiveram a preocupação de nada deixar registrado, a não ser uma carta publicada no jornal A VOZ DA SERRA, em 16 de abril de 1946, pouco tempo antes de sua inauguração.

Seu principal idealizador, Eugênio Muller era um empresário muito mais preocupado em gerir os seus empreendimentos e Carlos Augusto Sherman um engenheiro muito conceituado na firma Brington & Cia, situada no Rio de janeiro. Já Aloysio de Moura, no início diretor geral da rádio, era uma pessoa extremamente dinâmica e que não tinha tempo para anotar algo que ficasse para a posteridade.

Portanto, o meu livro foi escrito baseado em artigos publicados em jornais locais, nas entrevistas com pessoas que participaram diretamente daquele acontecimento, como Paulo Cordeiro, afilhado de Eugênio Muller, Rodolfo Abbud, um dos primeiros locutores da nova emissora, e Dilva de Moraes que foi frequentadora dos programas infantis e mais tarde ligada a um importante político da cidade e com algumas informações colhidas de fontes anônimas.

Para chegar a esse resultado fiz uma introdução onde mencionei os fatos que levaram à invenção das ondas radiofônicas, o surgimento do veículo no mundo e no Brasil e, principalmente, como era Friburgo na década de 1940, já que a data da fundação foi 1º de junho de 1946. Tive ainda o cuidado de mostrar a importância que foi para a cidade a fundação da então Rádio Sociedade de Friburgo Ltda, ZYE-4, 1550 Khz, hoje Rádio Nova Friburgo FM, na frequência 107,5.

É o meu primeiro livro, mas já tenho em mente um segundo, que será uma coletânea dos principais artigos que escrevi para A VOZ DA SERRA, nesses 18 anos que sou colunista do jornal. Ali cheguei em 2005, como estagiário do curso de Comunicação Social da Universidade Candido Mendes, recebido pelo meu saudoso amigo e paciente Laércio Ventura e não mais saí. São matérias que acompanharam a minha trajetória nessa jornada que abracei após minha aposentadoria na medicina e que é para mim, também, motivo de muito orgulho.

Darei uma pausa de 15 dias para recarregar as baterias, voltando no início de outubro, quando então me prepararei para o lançamento do livro “A mídia falada chega em Nova Friburgo”.

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Só se deve abrir a boca quando se tem certeza

terça-feira, 12 de setembro de 2023

É impressionante como a imprensa brasileira, comprometida com a desinformação da população é capaz de omitir qualquer coisa que diga respeito a esse governo que ainda não disse ao que veio. Além de aumentar astronomicamente o número de ministérios, para em nome do toma lá dá cá, acomodar os cupinchas, propor uma reforma tributária que pode resultar em aumento de impostos em diversos setores do comércio e serviços, tem como objetivo maior, perseguir seus adversários políticos.

É impressionante como a imprensa brasileira, comprometida com a desinformação da população é capaz de omitir qualquer coisa que diga respeito a esse governo que ainda não disse ao que veio. Além de aumentar astronomicamente o número de ministérios, para em nome do toma lá dá cá, acomodar os cupinchas, propor uma reforma tributária que pode resultar em aumento de impostos em diversos setores do comércio e serviços, tem como objetivo maior, perseguir seus adversários políticos. Mas, o mais estapafúrdio foi a declaração de Luís Inácio dizendo na cúpula do G 20, na Índia, que no Brasil, o presidente russo Vladimir Putin jamais seria preso. Isso poderia ocorrer em 2024 quando a próxima reunião do G 20 será em terras brasileiras.

Ocorre, que essa declaração descabida encontrou represálias no mundo inteiro, pois Putin é alvo de um mandado de prisão pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crime de guerra na Ucrânia. Fadi Elabdallah, porta-voz da corte internacional disse que o Brasil tem a obrigação de cooperar com a prisão de Putin, já que o país é um dos signatários do Estatuto de Roma, que deu origem ao TPI, também conhecido como Tribunal de Haia. Luís Inácio fez ainda duas declarações bombásticas ao dizer: "Se eu for presidente do Brasil, e se ele (Putin) vier para o Brasil, não tem como ele ser preso. Ninguém vai desrespeitar o Brasil". Para desgastar ainda mais a imagem do país continuou a polemizar, ao falar que irá estudar a possibilidade de deixar o grupo dos 123 membros que são signatários do tratado penal internacional, o que jogaria o país no limbo.

Um porta voz do governo americano também já se manifestara contra essa afirmativa do presidente Luís Inácio, criticando sua postura antiamericana demonstrada pelo Brasil. Aliás, num outro arroubo de insensatez, nosso presidente em sua recente viagem à China e aos Emirados Árabes declarou, antes do seu retorno, em relação à guerra da Ucrânia,  que os Estados Unidos e a Europa contribuem para a continuidade do confronto; essa afirmação foi dita numa entrevista à Globo News, onde complementou com: “É preciso que os Estados Unidos e a União Europeia parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz e que Rússia e Ucrânia, país que foi invadido, têm responsabilidade pela guerra.” Nos últimos dias, nos bastidores, autoridades americanas deixaram o tom diplomático de lado e afirmaram que acreditam que o Brasil está tentando ajudar a Rússia.  A Casa Branca afirmou publicamente que o Brasil está repetindo a propaganda russa e chinesa sem olhar para os fatos.

Acho que Luís Inácio não conhece a história do mundo e não teve conhecimento do genocídio imposto por Stálin aos ucranianos, no início da revolução russa, quando num cerco atroz, onde era proibido entrar comida na Ucrânia, cerca de dois milhões de pessoas pereceram. Como o ódio entre os dois povos permanece e como a Rússia é muito mais forte que a Ucrânia, será que essa destruição do território ucraniano, através de bombardeiros maciços, não tem outros objetivos? Não devemos esquecer que foi Putin que invadiu o país vizinho, anteriormente já havia se apoderado da Criméia, pois Zelensky, na realidade, nunca pensou em declarar guerra aos russos.

Presidente Luís Inácio lembre-se, sempre, de que em boca fechada não entra mosca nem sai besteira.

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O aeroporto Santos Dumont vai encolher

quarta-feira, 06 de setembro de 2023

Chegamos de Brasília na última quinta-feira, 31 de agosto, e ainda desembarcamos no Aeroporto Santos Dumont, para mim o mais charmoso do Rio e, talvez, do Brasil. Afinal, não é fácil não se deslumbrar ao nos depararmos de um lado com o Pão de Açucar, em frente a Baía da Guanabara e do outro lado a Ponte Rio-Niterói. É um cartão de visitas digno de nota e que não tem igual em nenhum outro lugar do mundo.

Chegamos de Brasília na última quinta-feira, 31 de agosto, e ainda desembarcamos no Aeroporto Santos Dumont, para mim o mais charmoso do Rio e, talvez, do Brasil. Afinal, não é fácil não se deslumbrar ao nos depararmos de um lado com o Pão de Açucar, em frente a Baía da Guanabara e do outro lado a Ponte Rio-Niterói. É um cartão de visitas digno de nota e que não tem igual em nenhum outro lugar do mundo. Conheço-o desde que nasci, pois fui criado no bairro da Urca até 1957 e minha primeira viagem aos seis meses de idade, para São Paulo para conhecer meus avós paternos, foi de avião partindo do aeroporto do centro da cidade do Rio de Janeiro.

O Santos Dumont foi inaugurado em 30 de novembro de 1936, com uma pista de pousos e decolagens de 700 metros de comprimento. No mês anterior à inauguração, Getúlio Vargas, então presidente do Brasil, publicou um decreto dando o nome do aeronauta Santos Dumont ao aeroporto, considerando a relevância deste brasileiro na história da aviação.

Em fins de 1957 mudei-me para a Ilha do Governador e conheci o Velho Galeão, inaugurado oficialmente em 1º de fevereiro de 1952. Os antigos hidroaviões de companhias como a Pan American e a Condor estavam sendo substituídos nas rotas internacionais por aviões maiores, dotados de rodas, que precisavam de pistas maiores, em terra, para pouso e decolagem. Com isso, em 1945, o Aeroporto do Galeão recebeu oficialmente a categoria de “internacional”, com o objetivo de atender os novos aviões. Os antigos Sikorsky ou Junkers J-52, entre outros, cederam lugar aos Douglas DC-3 e DC–4 e L-1049 Constelations da Lockheed. A pista, maior, propiciava mais segurança nas operações de pouso e decolagens, para aviões maiores.

O atual Tom Jobim/Galeão foi o mais importante do país até 2015. Dele partiam a maioria dos voos internacionais. A partir daí seu movimento começou a declinar e hoje ele é, apenas, o quinto em importância no país, perdendo espaço para o de Guarulhos, Congonhas, Brasília e Belo Horizonte. Aliás, hoje, o aeroporto Governador André Franco Montoro (Guarulhos) é o mais movimentado do Brasil, principal porta de entrada dos turistas no país.

O porquê da perda de popularidade e de movimento do Galeão /Tom Jobim não é o escopo desse artigo, pois os motivos são vários. No entanto, é triste constatar que dos 13,5 milhões de embarques e desembarques computados em 2019, somente 5,8 milhões de passageiros passara por lá no ano passado, uma queda de 56%. Dado os investimentos que já foram feitos, com a inauguração do terminal 1, em 1977 e do terminal 2, para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas, em 2016, é inadmissível esse ostracismo.

Numa iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro, dos governos do Estado do Rio de Janeiro e Federal, resolveu-se um tratamento de urgência para reviver o aeroporto internacional do Rio e tentar realoca-lo na importância que sempre teve. Assim, restringiram a distância dos voos do Santos Dumont para até 400 quilômetros, o que impossibilita destinos além de São Paulo. Está em estudo a manutenção dos voos para Brasília, pois é a capital federal; com isso, o aeroporto do centro do Rio retrocederia “trocentos anos” e voltaria a ser exclusivo da rota Rio-São Paulo.

Não se perguntou ao passageiro, maior interessado e mantenedor principal das companhias aéreas, a opinião deles e o seu grau de satisfação com essas drásticas mudanças. Afinal, a Ilha do Governador dista 20 quilômetros do centro do Rio, seu acesso passa por um dos mais conturbados trajetos da Cidade Maravilhosa, as linhas expressas Vermelha e Amarela, com congestionamentos diários na hora do rush e com tiroteios frequentes, pois às margens delas ali se encontra um dos maiores complexos de favelas da capital fluminense. Uma das soluções do Governo do Estado é construir um muro bem alto separando as pistas de rolamento das habitações, minimizando o perigo dos disparos de armas de grosso calibre. Seria como aquela história do marido que encontra a esposa com o amante, no sofá de sua casa e como providência, manda tirar o sofá da sala.

Mas, será que o Santos Dumont vais mesmo encolher? Com a criatividade do carioca, alguma saída há de ser encontrada para manter o charme do aeroporto mais antigo da cidade do Rio de Janeiro. Esse encolhimento tem data, seria a partir de janeiro de 2024.

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