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Com estilo, Botafogo despacha o Flamengo

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Depois da convincente vitória do último domingo, 18, o torcedor do Botafogo está sorrindo de orelha a orelha. O Flamengo foi despachado em preto e branco e a vitória do time da estrela solitária por 4 a 1 não mostra o que foi o jogo, pois pela quantidade de gols perdidos pelo alvinegro, um placar mais elástico não teria sido surpresa. Casa cheia, com 25.888 torcedores, palco para encerrar um domingo quente e ensolarado com chave de ouro. Com essa vitória, o Fogão mantém a liderança do campeonato, seguido de perto pelo Fortaleza que está apenas um ponto atrás.

Depois da convincente vitória do último domingo, 18, o torcedor do Botafogo está sorrindo de orelha a orelha. O Flamengo foi despachado em preto e branco e a vitória do time da estrela solitária por 4 a 1 não mostra o que foi o jogo, pois pela quantidade de gols perdidos pelo alvinegro, um placar mais elástico não teria sido surpresa. Casa cheia, com 25.888 torcedores, palco para encerrar um domingo quente e ensolarado com chave de ouro. Com essa vitória, o Fogão mantém a liderança do campeonato, seguido de perto pelo Fortaleza que está apenas um ponto atrás. Para o Botafogo marcaram Mateo Pontes, Igor Jesus e Matheus Martins duas vezes, descontando Bruno Henrique, ainda no primeiro tempo.

Bruno Henrique foi dignamente castigado por ter feito o clássico gesto do chororô, num episódio já superado num dos jogos entre as duas equipes, em que o Botafogo, como é de praxe, foi prejudicado pela arbitragem. Ao final da acachapante vitória do Fogão, Marlon Freitas devolveu o gesto que, certamente, foi muito mais doído depois do 4 a 1.

Mas, uma coisa salta aos olhos e deve ser analisada com atenção pelos nossos dirigentes, digo os de clubes, pois da CBF não se pode esperar nada, tamanha a incompetência da atual diretoria. Acho que essa turma nunca vestiu um calção e correu atrás de uma bola. O calendário brasileiro é desumano, o que compromete seriamente a qualidade dos nossos jogos. Com campeonatos regionais, Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores ou Sul-Americana, sem falar das convocações de nossos jogadores pelas respectivas seleções, nossos times, muitas vezes, encaram três jogos ao longo de uma semana. Creio que esse intervalo estipulado pela CBF, de no mínimo 66 horas entre um compromisso e outro é muito curto, levando-se em conta a intensidade dos jogos na atualidade e das altas temperaturas, na maior parte do país.

Dos quatro grandes do Rio, o Botafogo tem Rafael com fratura de stress na patela, Jeffinho com estiramento muscular e Tiquinho que foi liberado nas últimas duas rodadas por lesão óssea nos joelhos; o Flamengo tem Gabriel, Pedro, Arascaeta, com lesão muscular, Edson Cebolinha que rompeu o tendão de Aquiles esquerdo, Matias Viña e Fabinho com lesão de meniscos e do ligamento cruzado anterior; o Vasco da gama tem Philipe Coutinho, Payet, Guilherme Estrela, Praxedes e Roberto Rojas com lesões musculares; no Fluminense temos Cano, Marquinhos, Kevin Serna, NonatoMartinelli e Keno. No São Paulo tem Rafinha, Lucas, Wellinton Rato e Pablo Maia, o primeiro com fratura na fíbula esquerda e os demais com lesão muscular. Se formos pesquisar nas outras agremiações que disputam o Brasileirão, a lista vai ser engordada com muitos outros casos.

Vejam o caso de Palmeiras, Flamengo e Botafogo clubes de maior investimento, na atual temporada.  Tiveram jogos importantes pela Libertadores da América na quarta-feira passada, pelo Campeonato Brasileiro, no domingo e, agora, pela Libertadores. No caso de Botafogo e Flamengo o duelo de domingo foi pela ponta do Brasileirão. Os jogos da Libertadores são mata-mata e quem perder sai da competição. Para o Flamengo ainda é pior, pois além dos seus desfalques o jogo será em Bogotá, a 3.600 metros de altitude, outro disparate. Ou seja, são jogos que exigem demais dos jogadores.

Não consigo entender a cabeça dos presidentes de nossos principais clubes já que o dinheiro empregado na aquisição de bons jogadores é alto. São patrimônios do clube e deveriam ser melhor preservados. Uma lesão que encerre prematuramente a carreira de um desses jogadores seria um grande prejuízo. Uma virada de mesa exigindo uma maneira mais racional de disputar os estaduais e um calendário mais enxuto é de grande urgência na preservação de nossos plantéis.

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Depressão e ansiedade

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Nos dias de hoje, temos visto muitos casos de depressão e, também, de ansiedade, talvez aumentados pelo tipo de vida que levamos atualmente. Muita internet, pouco contato com o semelhante, um corre-corre desenfreado sem tempo para mais nada. Achei esse artigo interessante e resolvi reproduzi-lo por nos dar uma ideia do diferencial entre uma e outra patologia.

Nos dias de hoje, temos visto muitos casos de depressão e, também, de ansiedade, talvez aumentados pelo tipo de vida que levamos atualmente. Muita internet, pouco contato com o semelhante, um corre-corre desenfreado sem tempo para mais nada. Achei esse artigo interessante e resolvi reproduzi-lo por nos dar uma ideia do diferencial entre uma e outra patologia.

“Não é incomum chamarem de depressão diferentes tipos de sofrimentos mentais, podendo ser um surto psicótico, ou um quadro de ansiedade (“nervosismo”), etc. E, também, é importante entendermos que todas as pessoas têm ansiedade, assim como todas têm temperatura corporal (normal 36 graus centígrados), mas nem todas têm ansiedade alta ou exagerada, assim como nem todas têm febre.

Depressão, no sentido científico, é um transtorno mental no qual estão presentes sintomas como: sentir-se deprimido a maior parte do tempo; interesse diminuído ou perda de prazer para realizar atividades de rotina; sensação de inutilidade ou culpa excessiva; dificuldade de concentração ou habilidade diminuída para pensar e concentrar-se; fadiga ou perda de energia; insônia ou dormir demais diariamente; agitação ou lentidão psicomotora; perda ou ganho significativo de peso sem estar em dieta; ideias recorrentes (que surgem constantemente na mente) de morte ou suicídio.

O diagnóstico de depressão é feito da seguinte maneira:

1) Depressão menor: 2 a 4 dos sintomas acima por duas ou mais semanas, incluindo o estado deprimido, ou falta de interesse ou prazer nas coisas.

2) Distimia (tristeza crônica): 3 ou 4 dos sintomas acima, incluindo o estado deprimido, durante dois anos, no mínimo.

3) Depressão maior: 5 ou mais dos sintomas acima por duas semanas ou mais, incluindo o estado deprimido, ou falta de interesse ou prazer nas coisas.

Já a ansiedade é diferente da depressão. Ansiedade todo mundo tem. Mas ansiedade alta ou exagerada somente uma parcela da população apresenta. Ansiedade é uma sensação de vazio, de que falta algo sem que você saiba o que é, é uma falta de serenidade, uma inquietude. Ela se manifesta diretamente com estes sintomas, às vezes com aperto no peito, ou sensação de que há uma bola na garganta que sobe e desce, por medos exagerados, manias sem sentido (juntar coisas, conferir se fechou a porta várias vezes, lavar as mãos compulsivamente por 20 minutos ou mais, etc.). 

A ansiedade alta é um aviso, um sinal de que algo está em conflito dentro da pessoa e que precisa ser compreendido para que a pessoa mude de conduta, adotando um comportamento, ou jeito de pensar e de sentir, que não produza a ansiedade ou angústia tão forte.

A ansiedade alta pode se manifestar também através de crises de pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, somatizações (manifestações no corpo através de sintomas físicos, como pressão arterial alta, dores musculares, reações na pele, enxaqueca, etc.). Crise de pânico, por exemplo, é um transbordamento da ansiedade, durante a qual a pessoa tem sudorese, muita aflição, taquicardia (aceleração do coração), respiração curta ou difícil, sensação de que irá ter um ataque cardíaco ou que irá perder o juízo.

O tratamento da ansiedade excessiva tem que ver com ajuda psicológica (psicoterapia, veja abaixo), possivelmente medicação temporária sob orientação médica caso a ansiedade alta esteja prejudicando a pessoa a executar suas tarefas, prática de atividade física ao ar livre de preferência, redução ou eliminação do consumo de cafeína porque ela pode piorar a ansiedade.

O tratamento da depressão irá variar de acordo com a estrutura da personalidade do paciente, recursos psicológicos internos que ele tem, história pessoal de como lidou com problemas e perdas no passado, tipo de perda que gerou a depressão, mas basicamente, se a depressão é leve, a psicoterapia poderá ser suficiente. Se for moderada ou grave (maior), será necessário além da psicoterapia, o uso de medicação específica (antidepressivo), que deverá ser usada por tempo determinado, podendo variar entre seis meses a um ano de uso de preferência, sob orientação médica, geralmente do psiquiatra.

Psicoterapia, também chamada de “terapia”, é um tipo de ajuda humana técnica, profissional, especializada, na qual o profissional que a pratica (médico de qualquer especialidade que tem formação em psicoterapia, médico psiquiatra treinado em psicoterapia, psicólogo clínico) usa a palavra, numa conversa em geral individual (pode ser psicoterapia de grupo também) para dar apoio, ajudar a aliviar tensões internas, oferecer ao paciente melhor compreensão da causa dos problemas comportamentais, visando um melhor funcionamento do indivíduo consigo mesmo, com a família e socialmente.

Finalmente, tanto para a ansiedade excessiva e suas manifestações, como para a depressão, a apoio espiritual é muito importante e estudos revelam que as pessoas que sofrem de depressão e/ou algum transtorno de ansiedade e têm uma fé religiosa e praticam sua religião, apresentam melhores defesas contra as formas mais graves destas doenças. Oração, meditação em textos bíblicos, assistência a reuniões religiosas não agitadas, mas serenas e com mensagens de ânimo, aconselhamento espiritual, realmente ajudam e são fatores de restabelecimento da saúde, um complemento valioso para o tratamento medicamentoso e psicoterápico nas pessoas deprimidas e/ou exageradamente ansiosas”. 

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A lambança da americana Toris Penso

quarta-feira, 07 de agosto de 2024

Mesmo acostumados que estamos com as trapalhadas da arbitragem brasileira, ficamos estarrecidos com a má fé da juíza americana, Toris Penso, que apitou o confronto França X Brasil, nas olimpíadas de Paris 2024, e que eliminou a seleção anfitriã da competição. Digo má fé porque tal lambança foi injustificável em dois sentidos. O primeiro atribuído à própria juíza ao dar um acréscimo de 19 minutos, mais do que metade de uma de prorrogação normal; o segundo pela escalação de uma americana para tal jogo.

Mesmo acostumados que estamos com as trapalhadas da arbitragem brasileira, ficamos estarrecidos com a má fé da juíza americana, Toris Penso, que apitou o confronto França X Brasil, nas olimpíadas de Paris 2024, e que eliminou a seleção anfitriã da competição. Digo má fé porque tal lambança foi injustificável em dois sentidos. O primeiro atribuído à própria juíza ao dar um acréscimo de 19 minutos, mais do que metade de uma de prorrogação normal; o segundo pela escalação de uma americana para tal jogo. A seleção americana é forte e é uma das semifinalistas do torneio, contra a Alemanha, portanto tinham de ter escolhido outra nacionalidade, ficando de fora as alemãs, americanas e, obviamente, francesas e brasileiras.

O jornal Lance publicou: “A Seleção Brasileira chocou o mundo do futebol feminino com a vitória diante da França, por 1 a 0, nas quartas de final da modalidade nos Jogos de Paris. Retratos do resultado, a garra e a determinação brasileira, por pouco, não foram atrapalhadas pelos quase 20 minutos de acréscimos sinalizados pela árbitra americana Toris Penso”. E continuou: “Sem motivo aparente, a juíza acrescentou quase uma prorrogação inteira à partida em Nantes. Após a vitória, a volante Ana Vitória não escondeu a revolta com a atuação da árbitra e fez um sinal de 'roubo' com as mãos”. Ela poderia ter sido advertida ou mesmo expulsa, o que prejudicaria a equipe.

O gesto dessa gringa, sopradora de apito, deveria ser investigado pelo Comitê Organizador das Olimpíadas, pois Toris poderia ter causado uma confusão generalizada. Se, por uma infelicidade da seleção brasileira, a França tivesse empatado, o tempo iria fechar com protestos mais do que justificados por parte das brasileiras. E, após quase 20 minutos de acréscimo, jogar mais 30 de prorrogação seria um desgaste enorme, o que, certamente, favoreceria a Espanha, futura adversária da seleção brasileira.

Particularmente acho que ela estava de má fé desde o início, ao marcar uma falta com cartão amarelo contra as brasileiras com 20 segundos de jogo; o próprio pênalti aos 11 minutos, também do primeiro tempo, defendido pela Lorena, nossa goleira. Aliás, essa foi a segunda penalidade que parou nas mãos dela. Infelizmente, para mim, passou a ideia de que estava torcendo pela França. Pena que nesses 19 minutos suplementares não marcamos mais um gol nos “bleues”. Oportunidades não faltaram, com a exibição muito consistente do escrete canarinho.

Não é digno nem defensável no esporte, não importa qual modalidade, que árbitros favoreçam os atletas da casa. O que faz a diferença nessas competições é que, com raríssimas exceções, os mais capazes sempre levam a melhor. Claro está que o país patrocinador quer ganhar o maior número possível de medalhas de ouro, mas que seja pelo esforço pessoal do atleta e não pela ajuda de terceiros.

Não se deve duvidar da intenção, seja boa ou má, das pessoas, mas essas, também, devem agir de maneira coerente para que suas decisões não sejam interpretadas com desconfiança. No entanto, a atuação dessa sopradora de apito levantou sérias dúvidas sobre a lisura de sua atuação. Pareceu, pelo menos para mim, que ela torcia descaradamente pela França.

Temos um conhecido time brasileiro, muito favorecido pelos juízes locais, que deve pensar seriamente em propor à CBF, a contratação de Toris Penso, para apitar os seus jogos. Seria um reforço de peso.

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Os Jogos Olímpicos

quarta-feira, 31 de julho de 2024

Na última sexta feira, 27, foi realizada a bonita cerimônia de abertura da 33ª olimpíada da era moderna, em Paris, aliás a terceira que a cidade luz sedia sendo as outras duas em 1900 e 1924. O visual foi inédito, pois pela primeira vez o evento ocorreu fora de um estádio, quando o Rio Sena, um dos cartões postais da capital francesa e berço de sua fundação foi escolhido para o desfile. A cerimônia foi montada com 12 espetáculos à medida que os barcos e lanchas iam passando. Essas transportaram as delegações menores e os barcos as maiores sendo que alguns levaram três delegações.

Na última sexta feira, 27, foi realizada a bonita cerimônia de abertura da 33ª olimpíada da era moderna, em Paris, aliás a terceira que a cidade luz sedia sendo as outras duas em 1900 e 1924. O visual foi inédito, pois pela primeira vez o evento ocorreu fora de um estádio, quando o Rio Sena, um dos cartões postais da capital francesa e berço de sua fundação foi escolhido para o desfile. A cerimônia foi montada com 12 espetáculos à medida que os barcos e lanchas iam passando. Essas transportaram as delegações menores e os barcos as maiores sendo que alguns levaram três delegações. Se o barco da França foi o mais aplaudido, o do Brasil ganhou em animação.

Não fosse a chuva que caiu intensamente a partir da metade do desfile, apesar de não atrapalhar a festa, o ineditismo da abertura foi perfeito. Estava previsto uma apresentação de skates, numa pista montada sobre um barco que teve de ser suspensa, por motivos de segurança. No entanto o desfile de uma cavaleira montada num cavalo de aço e puxada por uma lancha, foi muito bonito.

Mas, como tudo na vida, nada é perfeito, a França tinha de dar ao mundo sua demonstração de degradação dos costumes, em que está mergulhada à medida que os imigrantes tomam o país de assalto. O quadro que mostrou a Santa Ceia sendo comemorada por drag queens foi um espetáculo de mau gosto e desrespeito. Poderíamos passar sem esse visual. Afinal, aprendi desde minha infância de que religião, política e futebol, não se discute, cada um tem a sua preferência. E agredir gratuitamente os católicos, não faz o menor sentido. Se, ao contrário, fosse um quadro que debochasse da figura de Maomé, tenho certeza de que a gritaria seria enorme até com atentados.

Rememorem o que aconteceu com o jornal Charlie Hebdo que foi atacado por comandos árabes, após a publicação de notícias denegrindo o líder maior da religião islâmica. Ainda bem que os católicos são mais educados e pouco agressivos. No entanto, essa passividade não eximiu o Papa Francisco de se manifestar. Como líder maior do catolicismo, a meu ver, ele deveria ter feito um protesto veemente por causa dessa obra de extremo mau gosto.

Religião cada um tem a sua e o respeito à fé individual é uma condição “sine qua non”. A tão propalada liberação dos costumes que tenta derrubar princípios estabelecidos desde há muito, não justifica essa atitude. Afinal, existe uma diferença muito grande entre aceitar determinadas condutas que fogem à “normalidade” e ridicularizar fatos ou conceitos estabelecidos desde há muito tempo. Expor esse lixo, em tempo real, e para milhões de pessoas que acompanhavam o espetáculo foi ridículo. Mostrou ao vivo e a cores, apesar de desbotada pela chuva, a que ponto chegou a degradação de um país que já foi exemplo das artes e da cultura para o mundo todo.

Conheci uma senhora que eu brincava dizendo que era minha mãe francesa. Era uma pessoa muito culta daí que os papos eram sempre muito agradáveis. Lembro-me de um dia ter lhe dito que essa história de liberdade, igualdade e fraternidade, estar sendo levada ao pé da letra não acabaria bem e que a França, um dia, seria o Brasil de amanhã. Infelizmente, esse dia já chegou, pois tudo de ruim que temos aqui vemos no dia a dia do francês. Mas, nós estamos num país emergente com perspectivas de melhorar, afinal temos apenas pouco mais de 500 anos de história. Ao contrário, num país dito do primeiro mundo, a tendência é descer ladeira abaixo. É o que acontece na França de hoje.

Esse é o perigo da entrada de imigrantes, sem limites. O risco de que a cultura local seja desprezada e desbancada por uma conduta completamente diferente é muito grande. O que se vê na França e outros países europeus são imigrantes vivendo em comunidades fechadas, sem uma convivência pacífica com a comunidade autóctone. Como a taxa de natalidade entre eles é muito maior, a tendência é que a cultura local seja substituída e suplantada, por uma completamente alheia aos costumes locais. Será o fim do ocidente.

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A protuberância abdominal

quarta-feira, 24 de julho de 2024

Mais conhecida como barriga, a circunferência abdominal aumentada, tem um papel importante na história de uma série de doenças. Seu valor de referência está entre 80 e 85 centímetros nas mulheres e 90 e 95 cm nos homens.  Protuberância abdominal aumentada é conhecida também como obesidade em pera, em que as extremidades são mais magras e a região ventral distendida.

Mais conhecida como barriga, a circunferência abdominal aumentada, tem um papel importante na história de uma série de doenças. Seu valor de referência está entre 80 e 85 centímetros nas mulheres e 90 e 95 cm nos homens.  Protuberância abdominal aumentada é conhecida também como obesidade em pera, em que as extremidades são mais magras e a região ventral distendida. Muito associada ao “estar bem de vida”, já que muitos acreditam ser sua presença um sinônimo de riqueza, a barriga é fonte de preocupação para os endocrinologistas, cardiologistas e ortopedistas, mas também para muitos alfaiates e modistas.

Além da deposição, em grande quantidade, de gordura na parede abdominal, que é a parte visível da barriga, acontece, também, um aumento da quantidade de gordura nas vísceras (órgãos). Chamada de visceral ou intra abdominal, ela é invisível, porém muito mais perigosa. Poderíamos fazer uma comparação com um iceberg: a parte submersa, invisível, é pior, para a navegação, do que aquela que fica acima do mar. Um dos órgãos que mais sofrem com essa deposição de gordura visceral é o fígado, que quando não tratada pode desencadear, a longo prazo uma cirrose hepática.

Sabemos hoje, que a hipertensão arterial, o diabetes, as doenças cardiovasculares e o próprio câncer podem ter, entre suas causas, o aumento da gordura visceral. Muitos trabalhos feitos em vários centros de estudo, no mundo inteiro, mostram que o infarto agudo do coração é três a quatro vezes mais frequente nos obesos do que nos magros, assim como nos sedentários em relação aos que fazem exercícios. Citei, também os ortopedistas, pois a obesidade é um fator de alterações articulares importantes. Nossas articulações não estão preparadas para suportar grande quantidade de peso. Daí, que uma campanha do “Abaixo a Barriga”, não seria piada, mas uma necessidade.

A circunferência abdominal, como já foi dito, é considerada normal nos valores de 80 a 85 centímetros, para as mulheres e 90 a 95 centímetros, para os homens, sendo medida com uma fita métrica comum, numa linha que passa pela cicatriz umbilical e pelas cristas ilíacas superiores (aquela ponta de osso que temos do lado do abdome), de preferência com a pessoa deitada.

Quando esses valores são ultrapassados, o especialista sabe que seu paciente entrou na faixa de risco, não importando a idade. A diferença está no fator tempo, pois o jovem, em princípio, levará mais tempo para desenvolver suas lesões, ao passo que o idoso pode ter problemas muito mais cedo. Aliás, essa premissa começa a mudar, uma vez que a idade para o infarto vem baixando, a ponto de não ser incomum conhecermos pessoas que enfartaram com 35 anos de idade ou menos.

Se por um lado a vida moderna trouxe uma melhora no dia a dia das pessoas, por outro, fez surgir uma série de problemas, que em última análise, levam a um comprometimento da saúde. Seja nos fast-foods, com suas altas taxas de gordura; seja na diminuição da atividade física, não somente pela “falta de tempo”, mas, principalmente, na modernização dos serviços, fazendo o homem se deslocar menos; seja no stress a que estamos submetidos, é preciso que alguma coisa seja feita para que o homem possa usufruir a modernidade, sem comprometer sua saúde. Um exemplo típico é o do telefone. Nos seus primórdios, como eram poucos, as pessoas tinham que se deslocar para poder utilizá-los. Posteriormente, cada casa tinha o seu telefone e, em muitas, a extensão. As pessoas passaram andar menos. Com o celular ninguém mais anda, pois fala-se sentado ou deitado.

Uma programação que inclua atividade física diária, alimentação saudável e uma atenuação do stress, certamente levara a uma perda de peso, a uma diminuição da cintura abdominal e uma melhora na expectativa do tempo de vida, com diminuição dos riscos cardiovasculares e prevenção do diabetes, assim como uma estabilização da pressão arterial. São medidas simples, cuja execução pode significar um aumento brutal na nossa qualidade de vida. Sem falar que hoje existem medicamentos que atuam não só na diminuição da circunferência abdominal, como na diminuição ou mesmo desaparecimento da gordura hepática.

Tudo isso é possível, desde que se tenha conhecimento do problema e vontade de resolvê-lo. O que não falta hoje são academias de ginástica e locais para uma boa caminhada. Portanto, mexa-se, cuide bem da sua saúde.

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Ex-presidente Donald Trump sofre atentado durante comício eleitoral

quarta-feira, 17 de julho de 2024

No último sábado, 13, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atual postulante à Casa Branca, foi atingido de raspão, na orelha direita, durante um comício eleitoral, na cidade de Butler, no estado americano da Pensilvânia. O atirador, um jovem de 20 anos, Thomas Matthew Crooks, que se encontrava em cima de um telhado, a cerca de 120 metros do local do evento, foi abatido por atiradores do serviço secreto, com um tiro na testa. O saldo do ocorrido foi de duas pessoas mortas, Thomas e um dos participantes, além de um ferido, gravemente, que também estava próximo a Trump.

No último sábado, 13, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atual postulante à Casa Branca, foi atingido de raspão, na orelha direita, durante um comício eleitoral, na cidade de Butler, no estado americano da Pensilvânia. O atirador, um jovem de 20 anos, Thomas Matthew Crooks, que se encontrava em cima de um telhado, a cerca de 120 metros do local do evento, foi abatido por atiradores do serviço secreto, com um tiro na testa. O saldo do ocorrido foi de duas pessoas mortas, Thomas e um dos participantes, além de um ferido, gravemente, que também estava próximo a Trump.

O presidente brasileiro, Luís Inácio, classificou o atentado como inaceitável e declarou, ainda, que deve ser repudiado veementemente por todos os defensores da democracia e do diálogo na política. Não me lembro, mas creio que essa fala não foi tão evidente durante o lamentável episódio que vitimou o então candidato Jair Bolsonaro, com uma facada no abdomen, quando discursava, em Juiz de Fora-MG, durante a campanha eleitoral, em 2018, que o levou à presidência da República, . A diferença entre esses dois fatos é que nos Estados Unidos, o atirador foi morto, em seguida, pelas autoridades, enquanto aqui, em terras tupiniquins, Adélio Bispo foi protegido pelas autoridades verde e amarelo, inclusive o STF. Ou seja, prendeu-se o executor da facada, mas blindou-se os mandantes por não interessar que tal fato viesse a público.

Mas, existe uma semelhança gritante entre esses dois episódios deploráveis, ou seja, toda vez que a esquerda se sente ameaçada ela reage de maneira violenta e inusual. É por todos conhecido o fato de Trump ser membro da direita radical, em seu país e que Binden, o atual presidente americano, é adepto da esquerda festiva americana. E, como Trump sobe nas pesquisas eleitorais americanas, seu silêncio, mesmo que tumular interessa a essa vertente política.

O mesmo aconteceu entre nós, pois com Jair Bolsonaro a direita retornava ao poder depois de muitos anos e isso incomodou os membros do nosso socialismo moreno. Foi um governo marcado por uma perseguição implacável, que ainda não terminou. Sabendo da força política de Bolsonaro, ele não tem paz desde que deixou a presidência, seus inimigos fazem de tudo para destruir sua importância no cenário político brasileiro. O pior é que são capitaneados pela Polícia Federal, instituição que a princípio deveria ter assuntos mais sérios a tratar.

O mesmo ocorreu na França, não com um atentado de sangue, mas com um episódio que mostra o quanto a direita incomoda. Pela primeira vez, depois de muitas eleições, Marine Le Pen representante da direita francesa conseguiu uma vitória considerável no primeiro turno das eleições legislativas francesas. Isso levou os políticos de esquerda a fazerem alianças até com o diabo, para que esse feito fosse minimizado. Conseguiram em parte, pois Marine conseguiu eleger uma bancada considerável e vai ser uma pedra no sapato no governo dessa já tão combalida França.

A pergunta que não quer calar é como uma pessoa armada com um fuzil AR-15 consegue subir num telhado a cerca de 120 metros de uma figura pública importante, durante um comício de uma campanha eleitoral muito polarizada, sem despertar suspeitas ou ter sido alvo de uma varredura séria, antes que Trump chegasse? Mas, creio que os americanos estão, também, contaminados do vírus do desmazelo que acompanha o Brasil e as repúblicas sul-americanas. Haja visto as cenas lamentáveis no estádio Hard Rock Stadium, em Miami, que atrasou o início da decisão da Copa América, no último domingo 14, em uma hora e 20 minutos. Em função da invasão do público e do quebra- quebra geral os portões foram fechados para que a situação fosse controlada e a ordem restabelecida. E pensar que a Copa do Mundo de 2026 será nas terras do Tio Sam.

 

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Uma festa julina para não se botar defeito

quarta-feira, 10 de julho de 2024

Conforme disse na minha primeira coluna, pós retorno da Europa, viagem agora só pela América do Sul e Brasil, mas o bom mesmo é Cabo Frio. E, no último fim de semana, dias 6 e 7, foi realizado o arraial caipira do nosso condomínio, aliás uma festa que era tradicional, mas que com a pandemia foi esquecida, e lá se vão quatro anos. Até que esse ano nossa comissão festeira teve a brilhante ideia de reeditá-la. Por incrível que pareça, a presença foi maciça.

Conforme disse na minha primeira coluna, pós retorno da Europa, viagem agora só pela América do Sul e Brasil, mas o bom mesmo é Cabo Frio. E, no último fim de semana, dias 6 e 7, foi realizado o arraial caipira do nosso condomínio, aliás uma festa que era tradicional, mas que com a pandemia foi esquecida, e lá se vão quatro anos. Até que esse ano nossa comissão festeira teve a brilhante ideia de reeditá-la. Por incrível que pareça, a presença foi maciça. Das 17 casas que formam o nosso condomínio, 14 estão ocupadas, todas exceto a minha com moradores fixos, e o salão de festas ficou repleto de pessoas e comidas típicas.

Cachorro quente, salsichão, os caldos tradicionais de abóbora, caldo verde, canjiquinha e ervilha, além do milho verde se juntaram às batidas de limão e de coco, seguidas dos doces tradicionais como o arroz doce, a canjica, os pés de moleque, paçoca, cocada e outras coisitas mas. Não faltou a fogueira que agora tem um toque de modernidade, pois pode-se comprar nas boas lojas do ramo. Escolhe-se o volume de lenha que se quer usar e ela já vem no tamanho adequado. O legal que ao terminar a festa basta recolher as cinzas e jogar na lixeira. É o mesmo processo das lareiras, mais rápido e limpo. Só ficou faltando a batata doce que assada no braseiro, fica uma delícia.

Nosso condomínio do Braga, em Cabo Frio, é sui generis, pois as famílias mais antigas moram lá há mais de 15 anos, e as mais recentes foram acolhidas e aderiram ao espírito festeiro do local. Apesar de Cabo Frio ter crescido muito, hoje ele supera Nova Friburgo em número de habitantes e o bairro do Braga tornou-se muito movimentado, principalmente por ter a Praia do Forte nas proximidades. Nossa rua é tranquila e as noites são silenciosas, o que garante um sono tranquilo e reparador. Essa tranquilidade só é quebrada nas férias de verão, pois por ser um balneário, o número de veranistas é muito grande, principalmente, de mineiros e moradores da Baixada Fluminense.

Infelizmente, a má educação e os vícios de conduta são trazidos de casa, o que torna o trânsito um caos, a cidade fica com muito lixo espalhado, ou seja, uma bagunça generalizada. Ainda bem, como diz o cabofriense acostumado à sua paz rotineira, que a temporada dura apenas dois meses e meio.

No restante do ano e nos fins de semana a cidade costuma receber turistas, mas de um nível diferente, pois são casais jovens com filhos que ainda não frequentam as escolas, que optam pelos hotéis ou pousadas. São de um nível diferente daqueles que alugam uma casa para 15 a 20 pessoas. Essa é uma característica antiga da cidade e que, infelizmente, veio para ficar. É a época de um trabalho constante dos limpa fossas, dos lixeiros e dos zeladores dos edifícios. Acredito que um turismo mais ordenado e bem explorado seria muito mais lucrativo, mas como nem os políticos locais se preocupam, creio que não há nada a ser feito.

Aliás, classe política terrível essa de Cabo Frio que herdou tudo de ruim do antigo Estado do Rio de Janeiro, antes de ser juntado ao próspero Estado da Guanabara, por questões políticas. A cada ano que passa, sai prefeito entra prefeito, a cidade é um buraco só, a saúde pública um caos e a segurança pública cada vez mais complicada. Os vereadores não ficam atrás, nessa mediocridade, pois se aliam ao prefeito e a oposição nada consegue de útil. É a verdadeira oligarquia política a serviço de uns em detrimento da maioria. Ou se descobre uma maneira de se monitorar o político anualmente, com perda de mandato se for inoperante, ou tudo continuará como está com a mediocridade, com raríssimas exceções, imperando a nível municipal, estadual e federal.

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Cinquenta anos de formado em Medicina, eis uma data marcante na minha vida

quarta-feira, 03 de julho de 2024

No último dia 28 de junho rezei e agradeci a Deus por ter me concedido a felicidade de estar vivo no dia em que completei 50 anos de formado, pela faculdade de medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF). Naquele longínquo junho de 1969, eu e mais 127 vestibulandos, iniciávamos um curso que ao seu fim nos abriria as portas de uma carreira linda e nobre; seria o coroamento de nossos sonhos e estaríamos prontos para iniciarmos nossa vida profissional.

No último dia 28 de junho rezei e agradeci a Deus por ter me concedido a felicidade de estar vivo no dia em que completei 50 anos de formado, pela faculdade de medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF). Naquele longínquo junho de 1969, eu e mais 127 vestibulandos, iniciávamos um curso que ao seu fim nos abriria as portas de uma carreira linda e nobre; seria o coroamento de nossos sonhos e estaríamos prontos para iniciarmos nossa vida profissional.

O início não foi fácil, pois começávamos um curso universitário dos mais difíceis e o Brasil vivia uma ditadura implantada quatro anos antes. Para complicar ainda mais a vida daqueles futuros doutores, em 1968 foi editado o famigerado AI-5 que endureceu ainda mais o regime, acabando de vez com a liberdade individual dos cidadãos. Imagine-se 128 jovens, a maioria entre 18 e 20 anos, numa idade em que a contestação é uma realidade, estudando numa universidade e tendo de refrear seus protestos, pois o risco de ser levado pelo DOPS era muito grande. Felizmente, nossa turma passou incólume por esse período.

Em 28 de junho de 1974, finalmente nosso sonho se tornou realidade e tivemos acesso ao tão sonhado CRM, que nos assegurava o direito de exercermos a nobre arte de curar. Nossa formatura foi no antigo teatro, do também antigo Hotel Nacional, em São Conrado, no Rio, e nosso baile de formatura, animado por um dos mais famosos conjuntos da época, Ed Lincoln e seu conjunto, no clube Monte Líbano, às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas.

Passados 50 anos teremos uma grande confraternização no Hotel Porto Belo, em Mangaratiba, esperando que um grande número de colegas possa comparecer, para que esse momento seja realmente marcante em nossas vidas. Afinal, o avanço da medicina, que a minha turma ajudou a tornar uma realidade, propiciou que festas de jubileu de ouro entre formados se tornasse uma realidade. Meu saudoso pai, que morreu três anos antes da minha colação de grau, formou-se também em medicina, em 1948. Na comemoração de seus 50 anos de formatura, em 1998, e que ele já não estava mais entre nós, muitos colegas já tinham falecido. Não era comum jubileu de formatura com muitos participantes.

Exerci a medicina durante 43 anos, pois me aposentei em 2017. Devo tudo que tenho a minha profissão a qual procurei desde o início dedicar-me com honestidade e dignidade; creio que pude cumprir o juramento que fiz na minha formatura e que diz: “Prometo que, ao exercer a arte de curar, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência e que a saúde do meu doente será a minha primeira preocupação. Penetrando no interior dos lares, meus olhos serão cegos, minha língua calará os segredos que me forem revelados, o que terei como preceito de honra. Nunca me servirei da minha profissão para corromper os costumes ou favorecer o crime. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, goze eu para sempre a minha vida e a minha arte com boa reputação entre os homens; se o infringir ou dele afastar-me, suceda-me o contrário”.

Seja como médico do antigo Inamps, do Sesi, como plantonista do saudoso Hospital Santo Antônio, hoje Raul Sertã, seja no meu consultório particular colecionei muitas histórias engraçadas, tristes, verdadeiras vitórias ou derrotas que talvez pudesse ser transformada num livro. No entanto, uma me marcou e faço questão de mencioná-la aqui. Dediquei-me à Endocrinologia e o meu maior número de pacientes era de diabéticos e obesos, duas categorias difíceis de serem acompanhadas.

Tive uma paciente diabética, hoje advogada (estou falando de você mesmo, dra. Cynthia) rebelde como todo jovem e ainda por cima diabética. Eis que com mais de 25 anos de doença resolveu engravidar o que a colocou na lista de gravidez de altíssimo risco se a empreitada fosse levada a cabo.

Pois bem, um belo dia, já aposentado, fui comunicado da sua gravidez. Fiz questão de indicar a endocrinologista para acompanhar a sua gestação e qual não foi a minha surpresa e emoção ao saber que ela tinha dado à luz a um casal de gêmeos. Graças a Deus minha ex-cliente está muito bem, cuidando melhor do seu diabetes, não só em função da própria idade como da responsabilidade de ser mãe.

Confesso que chorei lágrimas de felicidade, no dia 28 de junho, data marcante na minha vida e da qual me orgulho muito. Obrigado à Medicina que me deu tudo na vida, aos meus pacientes que confiaram no meu profissionalismo e aos meus colegas de faculdade, os atuais e os que já se foram, pois fazem parte da minha existência.

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Uma viagem para esquecer

quarta-feira, 26 de junho de 2024

Retornamos a Friburgo na quarta-feira, 12 de junho e, pela primeira vez, desde que começamos a viajar, com um sentimento de que não era bem aquilo que queríamos. Uma viagem que a princípio pareceu-me bem planejada, foi na realidade um desastre. E de bom ficou a lição de que as próximas viagens terão de ser muito bem pensadas e só serem realizadas quando tivermos a certeza de que vale a pena.

Retornamos a Friburgo na quarta-feira, 12 de junho e, pela primeira vez, desde que começamos a viajar, com um sentimento de que não era bem aquilo que queríamos. Uma viagem que a princípio pareceu-me bem planejada, foi na realidade um desastre. E de bom ficou a lição de que as próximas viagens terão de ser muito bem pensadas e só serem realizadas quando tivermos a certeza de que vale a pena.

Muitas são as razões para a minha sensação de que comeu e não gostou, mas creio que a principal foi a minha falta de sensibilidade em não escutar as palavras sensatas de minha esposa, que achava que nossa idade já não mais permitia fazer o que pretendíamos. Quando se é jovem, ficar quatro a cinco dias num local e seguir em frente é fácil, a idade ajuda a espantar o cansaço natural de tal empreitada, que requer muitos deslocamentos de carro. Ainda mais, que em nossas últimas viagens, passamos a ter um ponto de apoio, com o aluguel de um estúdio ou apartamento e daí partir para visitar o que queríamos. Mesmo que fosse um pouco longe, na volta teríamos tempo de recarregar as baterias e partir para outro passeio. Foi assim que conhecemos a Itália, a Alemanha, a Suíça e outros que a memória agora me falha. Até na Córsega chegamos com nosso carro, atravessando o Mediterrâneo num Ferrie Boat. Acrescente-se ainda que o trânsito nas estradas europeias ficou pesado, tal é o número de caminhões que circulam por elas atualmente.

Além disso, nossa bagagem foi praticamente incompatível com o tempo que lá encontramos. Consultando o “clima tempo”, verificamos que a temperatura no velho mundo estava agradável, pedindo roupas de meia estação e verão. Claro está que roupas de inverno são sempre necessárias, pois o tempo pode mudar repentinamente e fazem falta. O problema é que na primavera, temperaturas invernais não são comuns e chegamos a pegar 8 graus de madrugada, com 15 a 16 durante o dia. Sem falar da chuva que se fez presente na maior parte do tempo em que estivemos em Portugal. Aliás, frio e chuva, ninguém merece. Os europeus estavam surpresos com as baixas temperaturas nessa época. E as inundações, principalmente na Alemanha e França, verdadeiras catástrofes. Na cidade de Ahrweiller, próximo a Bonn, a água chegou a cobrir o segundo andar de muitas casas e a devastação foi terrível.

A ida a Portugal se deveu ao sonho de tirar o visto D7, aquele que permite aos aposentados brasileiros de residirem na terra de Camões. O objetivo era conhecer algumas cidades e avaliar se seriam boas para se morar. Aí veio Vila Real, que foi um pesadelo. Aluguei um pequeno apartamento, pela Booking.com, cujas fotografias eram agradáveis. Nos deparamos com um estúdio no subsolo, sem janelas, na realidade eram dois basculantes, no alto da parede. Fomos obrigados a ficar com o aquecedor ambiente ligado o tempo em que estávamos lá, com muita chuva e frio, o que nos impedia de visitar o que quer que fosse. O carro ficou num estacionamento distante do estúdio, o que me desestimulou de fazer as viagens que tinha programado para visitar Braga, Viana do Castelo e Viseu. O bom da história é que morar em Portugal foi um sonho que passou.

Fomos a Caldas da Rainha, Óbidos, Nazaré, Peniche, Castelo Branco e, no início, Bragança. Cidades bonitas, com seu charme, mas não mais que isso. O que salva Portugal é o fato de ainda ser um país barato, na Europa. Exceto a gasolina que está pela hora da morte. Na França e Alemanha, além do combustível, supermercados, restaurantes e hotéis estão bem mais caros. Na realidade a Europa já era, pois foi invadida pelos imigrantes, principalmente árabes e asiáticos que descaracterizaram completamente a cultura local, não se adaptando e impondo o seu modus vivendi, na maioria das vezes incompatíveis com os hábitos europeus.

Um dos objetivos dessa viagem foi visitar nosso sobrinho que mora em Bonn, Alemanha, e que em 27 de fevereiro submeteu-se a um transplante de fígado. Ele tinha uma doença hepática congênita, que terminou numa cirrose e era a substituição do órgão ou a morte. Felizmente, tudo correu bem e com um mês e meio de cirurgia ele já estava em casa e em franca recuperação. Afinal foram 6 meses de hospitalização sendo que dois em coma ou estado semicomatoso. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, com 1,80m ele chegou a pesar 47 kg. Sua recuperação é uma realidade, a cada dia que passa ele está melhor, uma verdadeira dádiva de Deus.

Viajar agora só pelo Brasil ou América do Sul, mas com no máximo 20 dias fora. Mas, acho que o melhor mesmo é ir para Cabo Frio.

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Estamos na santa terrinha

quarta-feira, 01 de maio de 2024

           Sem viajar para o exterior desde a pandemia, tomamos coragem e resolvemos fazer o que talvez seja nossa última viagem de longa duração. Temos de nos curvar a realidade e admitir que a idade começa cobrar seu tributo, fazendo com que admitamos que os arroubos da juventude ficaram no passado e a moderação daqui para a frente será mais do que necessária. O itinerario foi estabelecido de maneira que ficássemos, no mínimo, quatro dias em cada parada, para que pudéssemos ter tempo de recarregar as baterias.

           Sem viajar para o exterior desde a pandemia, tomamos coragem e resolvemos fazer o que talvez seja nossa última viagem de longa duração. Temos de nos curvar a realidade e admitir que a idade começa cobrar seu tributo, fazendo com que admitamos que os arroubos da juventude ficaram no passado e a moderação daqui para a frente será mais do que necessária. O itinerario foi estabelecido de maneira que ficássemos, no mínimo, quatro dias em cada parada, para que pudéssemos ter tempo de recarregar as baterias.

Mesmo assim, não tivemos como ter um início menos conturbado, pois para fazer o leasing de um carro, como sempre fazemos, teríamos de entrar e sair pela França. Pegá-lo fora do hexágono, encareceria em 200 euros, o preço final. Daí que de Marselha, início da viagem, até Bragança, primeira cidade de Portugal, levamos quatro dias, o que, na realidade, foi uma tourada. Talvez, o correto teria sido chegar por Lisboa, mas o aluguel de um carro fica mais caro que o leasing.

             Mas, acabou sendo uma boa opção porque Bragança é uma cidade muito charmosa e vale a pena ser visitada. Claro que fomos surpreendidos pela onda de frio que assolou e, ainda assola, a Europa e se não tivéssemos, como precaução, colocado roupas mais quentes, na mala, o jeito seria comprar mais agasalhos por aqui. Bragança fez, no último fim de semana 14 graus durante o dia. À noite, mesmo que mais frio, não teve problemas porque a calefação dos hotéis funciona bem quando a temperatura exterior cai abaixo dos 17 graus.

              Bragança fica muito próxima da Espanha e as tradições se misturam. Daí que a visita ao museu Ibérico da Máscara e do Traje foi uma surpresa agradável. Ele tem como objetivo preservar e promover a identidade e a cultura dos povos desta região. Alberga uma importante coleção de trajes, máscaras e apetrechos usados em diversas aldeias de Trás-os-Montes (Portugal) e da província de Zamora e Lazarim (Espanha), durante as festas dos Rapazes ou dos Caretos (festeja a passagem dos rapazes da adolescência para a idade adulta).

A exposição rica em cor e significado se destaca pela grande variedade de personagens e costumes que a cada inverno ganham vida nesse território. Aqui se realça, igualmente, a criatividade dos artesãos e a forma como os mais diversos materiais, da madeira a lã, da lata à cortiça, são transformados em seres tão fascinantes como misteriosos. O que mais chamou a nossa atenção foi o fato de muitos dos personagens retratados fazerem parte do nosso folclore, como é o caso do boneco de palha, do bumba meu boi e de mascarados que lembram as fantasias dos nossos carnavais. Não negamos as nossas origens.

               Claro que por estarmos em Portugal, não poderíamos deixar de aproveitar o bom vinho e o bacalhau portugueses, alem dos pastéis de santa clara e outras guloseimas mais. Aliás, segundo informações locais, o vinho de Trás-os-Montes é de muito boa qualidade. A viagem está só começando, pois nos propusemos a conhecer parte do norte e do centro do país e muita coisa ainda tem para ser vista. A medida que a viagem for correndo, mandaremos notícias.

         Apesar da diferença de quatro horas do Brasil para Portugal, deu para ver pela internet, o fogão depenar o urubu. O problema é que terminamos a quarta rodada na ponta da tabela, o que é preocupante. Vide 2023.

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