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Anchieta foi o local escolhido para comemorar meu aniversário

terça-feira, 06 de fevereiro de 2024

Como faço há três anos, resolvi, mais uma vez, viajar para comemorar meu aniversário, que este ano cai exatamente no dia da publicação dessa coluna. Em 2020 fui para Fernando de Noronha, em 2021 a pandemia impediu viagens e em 2022 e 2023 meu destino foi a cidade de Bonito, em Mato Grosso do Sul.

Como faço há três anos, resolvi, mais uma vez, viajar para comemorar meu aniversário, que este ano cai exatamente no dia da publicação dessa coluna. Em 2020 fui para Fernando de Noronha, em 2021 a pandemia impediu viagens e em 2022 e 2023 meu destino foi a cidade de Bonito, em Mato Grosso do Sul. Esse ano, com o carnaval muito próximo, fugi das viagens aéreas e escolhi uma cidade não muito distante de Friburgo.  Daí ter escolhido Anchieta, no Estado do Espírito Santo, um balneário mais tranquilo, mas muito bonito e com várias praias a serem visitadas desde as ditas selvagens, como as de Quitiçaba e do Além, até as mais badaladas como as de Ubu e Castelhanos.

Conheci Anchieta há exatos 40 anos e o que mais me chamou a atenção, naquela ocasião, foi a sensação de paz que ela transmitia, principalmente quando se contemplava o mar, lá do alto do Santuário de Anchieta. O nome da cidade é uma homenagem ao padre José de Anchieta que fundou, no ano de 1569 uma aldeia jesuítica com o nome de Iriritiba ou Reritiba, termo de origem Tupi que significa muitas ostras. Foi erigida para o trabalho de catequese dos indígenas, da nação dos Tapuias. Também se sabe que a primeira Igreja Nossa Senhora da Assunção e residência dos jesuítas, que posteriormente deu origem ao Santuário Nacional de São José de Anchieta, são datados de 1579. A cela que Anchieta ocupava nesse local, onde passou a residir a partir de 1587, existe até hoje e pode ser visitada. Com a saúde bastante debilitada, pois segundo a história ele sofria de Tuberculose Óssea desde os 16 anos, foi esse o local que ele escolheu para passar seus últimos anos de vida, vindo a falecer em 9 de junho de 1597.

Essa sensação de paz existe ainda hoje, pois apesar de ter crescido, a cidade ainda ostenta aquele ar de cidade do interior onde o tempo corre tranquilo, sem os atropelos das mais desenvolvidas como é o caso de Nova Friburgo. Anchieta tem no turismo uma das suas fontes de renda e seu grande número de praias fez surgir muitas pousadas e hotéis que fazem com que ela seja bem movimentada no verão. Mas nada que se iguale à Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. Afinal, em 2022 sua população não ultrapassava os 30 mil habitantes.

Escolhi o hotel Pontal de Ubu, talvez o melhor da cidade, que tem um diferencial na sua história. O projeto paisagístico foi feito em 1989 por Burle Marx, urbanista reconhecido mundialmente e que junto com Oscar Niemeyer, foi um dos idealizadores de Brasília. Projetado sobre um penhasco, tem uma bela vista panorâmica; de um a lado imensidão azul do oceano Atlântico e do outro, a delicadeza de uma enseada de águas claras e calmas com as montanhas que enriquecem ainda mais esse paraíso.

Construído na vila de pescadores chamada Ubu, ele possui uma área edificada de sete mil metros quadrados situado num terreno de 44 mil metros quadrados, de mata atlântica, o que lhe garante um ar puro e o contato direto com a natureza. De acordo com a lenda o nome ubu vem do tupi guarani e significa cair. Após sua morte, padre José de Anchieta foi carregado até Vitória, onde foi enterrado. No caminho, nos arredores de Ubu, o corpo caiu no chão e um indígena gritou “aba ubu”, ou seja, o padre caiu.

O hotel tem quartos amplos, muito bem conservados o que não lhe dá a sensação de coisa antiga, tem uma piscina com um bar aquático, um salão especial para pizzas, fora o restaurante, uma academia de ginástica muito bem montada, sauna, campo de futebol soçaite, uma quadra de tênis e amplo espaço para caminhadas. Pode-se ir a pé às praias de Ubu, do Além e Quitiçaba.

Com relação ao restaurante, ele é capitaneado pelo chef Igor T. de Castro, de uma educação ímpar e de uma mão maravilhosa para bolar pratos deliciosos. A muqueca à capixaba, o polvo à moda do pontal, o peroá gratinado com batata frita e farofa de panko são excelentes. Isso sem contar os drinks, onde a pina do pontal é muito saborosa. O segredo é que ao invés de colocar leite condensado, faz-se um creme de coco triturado com leite de coco e açúcar, suco de abacaxi, gotas de limão e uma dose de rum. A vantagem em relação à pina colada é que não fica tão doce. Uma curiosidade é que o preço da alimentação não é diferente dos demais restaurantes da cidade, o que o torna uma boa pedida quando se prefere curtir o Hotel.

Aliás, o que não falta em Anchieta são praias. Na segunda visitamos a do Castelhanos, na realidade um mini balneário, com uma extensão de aproximadamente três quilômetros. Vários quiosques servindo bebidas, petiscos e até refeição completa, além de muitos restaurantes com a comida típica capixaba. Nesse dia comemos no restaurante Papaco´s, um camarão servido no coco com arroz, banana da terra e batata frita que estava uma delícia. De lá seguimos para a praia de Guanabara que é um santuário natural onde tartarugas marinhas colocam seus ovos. É uma reserva ecológica, o Projeto Tamar, com monitoramento constante das áreas cercadas, onde esses ovos são depositados. Na realidade, são 14 praias ao longo do litoral da cidade.

Na quinta feira, 8, retornaremos para Friburgo, pois a proximidade do carnaval desaconselha viagens nessa época. Valeu a pena e um breve retorno não está descartado. Afinal, quando aqui vim pela primeira vez, o santuário da cidade chamava-se José de Anchieta, pois naquela época nem beato ele ainda era. Ele o foi em 22 de junho de 1980 e tornado santo em 3 de abril de 2014.

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A bagunça do calendário brasileiro de futebol

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Não gosto muito de abordar futebol nas minhas colunas, mas decorridas quatro rodadas do campeonato estadual do Rio de Janeiro, algumas considerações devem ser feitas sobre esse torneio que não serve para nada. Dizer, como o fazem, alguns coleguinhas da imprensa de que ele é o mais charmoso entre os estaduais, é um contra senso, pois de charme ele não tem nada. Além disso não representa nenhum ganho para os grandes clubes do estado, seja ele esportivo ou financeiro.

Não gosto muito de abordar futebol nas minhas colunas, mas decorridas quatro rodadas do campeonato estadual do Rio de Janeiro, algumas considerações devem ser feitas sobre esse torneio que não serve para nada. Dizer, como o fazem, alguns coleguinhas da imprensa de que ele é o mais charmoso entre os estaduais, é um contra senso, pois de charme ele não tem nada. Além disso não representa nenhum ganho para os grandes clubes do estado, seja ele esportivo ou financeiro. Os times de menor investimento não tem torcida e, portanto, não enchem estádios; nos clássicos apenas a rivalidade contribui para melhorar o borderô.

Aliás, para os grandes clubes, o Cariocão é um transtorno, pois fica espremido entre a volta das férias e os torneios importantes do país. Todo professor de Educação Física e os fisioterapeutas esportivos sabem que é preciso, no mínimo, 30 dias para que os atletas de alta performance, vindos das férias, comecem a render e a ter uma performance que será burilada ao longo da temporada. Os quatro grandes times do estado retornaram das férias no início deste mês e no último dia 17 tinha início o torneio.

A pré-temporada do Botafogo durou exatos dez dias, três para exames médicos e sete para treinos físicos e táticos. Parece e é uma piada de mau gosto. Aí, para tentar contornar esse transtorno na preparação, os clubes lançam mão de times reservas, mas, matreiramente, a federação de futebol do estado determina que isso é permitido apenas até a quarta rodada. Para reforçar essa determinação, ainda marcam os clássicos a partir da quinta rodada. Domingo próximo já teremos o primeiro deles, entre as equipes de Flamengo e do Vasco da Gama.

Por falar em Flamengo, no último sábado, 27, ele empatou com a Portuguesa. Jogou com um time misto composto de atletas da base e de reservas. Mas, mesmo com um time reserva a vitória seria o resultado mais do que provável. No entanto, os times de menor investimento, os chamados pequenos, começam a treinar já em dezembro e, quando o campeonato se inicia, já adquiriram preparo físico e entrosamento suficientes para fazer a diferença em relação às grandes equipes.

No caso do Botafogo, além da curtíssima temporada, ainda houve um agravante, pois sofreu modificações importantes na equipe, já que muitos jogadores do ano passado foram vendidos e outros foram contratados. O desentrosamento é flagrante e o nível técnico do jogo, deixa muito a desejar. A ressalva a ser feita é que não se pode escalar os titulares desde o início e mantê-los no time, pois o risco de lesões é muito alto. Ontem, no clássico entre Palmeiras e Santos, um jogador recém contratado do verdão teve uma séria lesão no joelho, o que o deixara fora dos gramados por, no mínimo, quatro meses.

Além disso, os novos contratados têm de ser testados daí que, na realidade, os jogos oficiais se transformam em treinamento para as grandes equipes, por isso o baixo nível técnico. Há um agravante nessa história, que é o fato da torcida exigir sempre vitórias o que obriga os atletas a darem seu máximo num momento em que ainda não estão em condições de fazê-lo.

A arbitragem é um outro problema sério e que piora ano a ano, seja nos torneios regionais ou nacionais. O jogo do Vasco da Gama contra o Bangu, no estádio Mané Garrincha, em Brasília, foi a prova disso (o time cruzmaltino foi jogar na capital federal com olho numa renda melhor). Foram visivelmente prejudicados pelo soprador de apito, com a expulsão de Jair, atleta do Vasco, aos três minutos do primeiro tempo. A falta existiu, foi uma entrada mais dura, mas a punição severa demais. Um cartão amarelo, de advertência, estaria de bom tamanho. Resultado a disparidade de preparo físico, somado a superioridade numérica e física fez com que o Bangu jogasse de igual para igual.

Já no segundo tempo o Vasco fez um a zero, mas o alvirrubro da zona norte igualou o marcador, até que um jogador fosse expulso, também por uma falta mais dura. Após a equipe da cruz de malta ter desempatado, o juiz arrumou um pênalti (para mim foi falta, mas fora da área) e o jogo terminou empatado em dois a dois. Uma arbitragem desastrosa, pelo mesmo juizeco que no campeonato do ano passado expulsou três atletas do Fogão no jogo Flamengo X Botafogo.

Em outros jogos o que se vê são faltas não marcadas, impedimentos mal apitados e todas as mazelas que comprometem a arbitragem, ainda mais que o VAR só dará o ar de sua graça nos clássicos ou nas finais. Nem sei, se com exceção do Maracanã, do estádio Nilton Santos e do estádio de São Januário, os demais campos de futebol do estado têm condições de instalar o VAR.

Mesmo não tendo maioria nas reuniões da federação, pois um dos antigos presidentes, matreiramente, alterou os estatutos, de maneira que os grandes times não têm mais poder decisório, é mandatório que Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco da Gama, na realidade quem sustenta a federação e os nanicos do futebol do estado, deveriam derrubar a mesa. Recusarem a escalar os times principais, exigirem um torneio com datas mais enxutas. Fazer com que os pequenos disputem um torneio inicial que classificaria os quatro melhores classificados e se juntassem aos grandes para um campeonato mais curto seria a solução. Se se recusarem a entrar em campo, não creio que a federação tenha como puni-los, pois a CBF jamais aceitaria um campeonato brasileiro sem os quatro grandes do Rio de Janeiro.

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Quando a modernidade complica

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Com o advento da internet, no Brasil a partir de 1988, em teoria a vida das pessoas tendeu a ser simplificada. As máquinas de datilografia foram abandonadas em função da facilidade de se escrever pelo computador, com a vantagem de se ter um corretor de texto que corrigia os erros quase que instantaneamente. Os métodos de pesquisa começaram a ser agilizados, pois com os sites de procura que surgiram dispensavam as horas e horas de consulta passadas nas bibliotecas.

Com o advento da internet, no Brasil a partir de 1988, em teoria a vida das pessoas tendeu a ser simplificada. As máquinas de datilografia foram abandonadas em função da facilidade de se escrever pelo computador, com a vantagem de se ter um corretor de texto que corrigia os erros quase que instantaneamente. Os métodos de pesquisa começaram a ser agilizados, pois com os sites de procura que surgiram dispensavam as horas e horas de consulta passadas nas bibliotecas.

Com o seu avanço surgiu a telefonia sem fio dando lugar aos celulares que decretaram a quase aposentadoria dos telefones fixos. Ainda existem aficionados que não o dispensam. O mais surpreendente, foi o barateamento das comunicações internacionais, primeiro com o skype e, depois, com o whatsApp que eliminou custos e possibilitou comunicar-se com imagem ao vivo.

Outra atividade que foi simplificada ao extremo, foi a ida aos bancos já que excetuando as retiradas de dinheiro em espécie, quase tudo se faz pela internet. Com o advento do Pix os pagamentos foram agilizados e o próprio fato de colocarmos dinheiro na bolsa ou carteira, foi minimizado.

No entanto, existem coisas que esbarram nessa modernidade e que causam transtornos enormes para quem se acostumou com a agilização dos serviços. Por exemplo, a identificação facial ou a digital (identificação pela digital, quase sempre do dedo indicador). Um exemplo são as minhas tentativas de fazê-lo, quando sou obrigado a atualizar o site gov.br. Depois de pedirem o CPF e a senha, solicitam a identificação facial.

Aí começam os problemas, com as instruções pedindo um local adequado (correto), com boa iluminação (corretíssimo) e sem óculos. E é aí que a porca torce o rabo, muitos como eu não enxergam com exatidão sem as muletas oculares e avisos tais como aproxime a câmera, afaste o rosto, centralize, olhe para cima, olhe para o lado ficam difíceis de acompanhar. Conclusão, depois da terceira tentativa, o site informa que o serviço foi bloqueado e o tempo de espera para voltar a funcionar é de 24 horas. Esqueceram que, infelizmente, déficit visual acomete muitos servidores públicos e o uso de óculos deveria ser corriqueiro nesse tipo de verificação.

Com relação à validação digital, no meu caso é complicado e anti-higiênico. A ponta dos meus dedos é seca o que dificulta a leitura nas máquinas que exigem esse tipo de leitura; e como na maioria das vezes não existe um umidificador de dedos, o jeito é molhar o indicador com saliva, para que o processo se conclua. Em tempos de Covid e de Aids isso é um problema, para quem vem em seguida para realizar a mesma função ou para mim, caso tenha que repetir a operação de molhar o dedo.

Um outro problema que complica a vida do usuário, é o advento dos bancos digitais. Partindo do princípio que são digitais, alguns cortam, na totalidade, a comunicação com o cliente. Foi o que aconteceu comigo em relação ao Banco C6, aquele da propaganda da Gisele Bündchen. Quando abri a minha conta, dispensei o cartão de crédito e me enviaram o de débito; até aí, tudo bem. Mas, num determinado momento, precisei solicitar o de crédito. Digitalmente me informaram que tinha de adquirir um serviço, por exemplo um CDB, e que o limite do crédito não poderia ultrapassar o valor do empreendimento. Não deu certo, pois não me disseram qual solicitar e comprei o errado. Então, o meu caso está sempre em estudo e não existe um telefone de comunicação com o cliente, para que o problema possa ser equacionado.

O pior é que o CDB que adquiri só vence em 2025 (o que deveria ser uma garantia para o banco) e eu não tenho como substituí-lo. Um telefone 0800, como aliás o Wise oferece, seria uma necessidade, pois nem sempre as instruções são claras o suficiente para serem compreendidas e, muitas vezes, a comunicação oral é indispensável. Muitos dos problemas que o homem enfrenta hoje, como solidão, dificuldade em se comunicar e isolamento advém da falta dessa comunicação oral. Nem sempre uma pessoa tem o dom da escrita para se fazer compreender. Exemplo: saí para comprar um rolo de manta térmica para o telhado de minha casa. Existem vários modelos entre as quais a Taivel. A indicação que me deram era “manta taivo”. Se a informação fosse manta térmica, não interessa a marca, o funcionário da loja de material saberia de cara do que se tratava.

Uma das coisas que aprendemos a partir dos dois anos é a falar. Essa capacidade nos distingue dos demais animais e é de suma importância para o entendimento entre as pessoas. Portanto, a modernidade chegou e devemos nos render a ela, mas deve ser encarada como uma ferramenta de auxílio à atividade humana, não como substituta dessa atividade.

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E agora José?

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

“Contas públicas têm piora de quase R$ 260 bilhões até novembro, aponta Banco Central”. “Aumento do rombo está relacionado à alta das despesas e ao recuo da arrecadação. Dívida pública registrou aumento de 2,1 pontos na parcial do ano, para 73,8% do PIB” (por Alexandro Martello, G1- Brasília).

“Contas públicas têm piora de quase R$ 260 bilhões até novembro, aponta Banco Central”. “Aumento do rombo está relacionado à alta das despesas e ao recuo da arrecadação. Dívida pública registrou aumento de 2,1 pontos na parcial do ano, para 73,8% do PIB” (por Alexandro Martello, G1- Brasília).

“As contas do setor público consolidado registraram um déficit primário de R$ 119,55 bilhões nos 11 primeiros meses do ano passado, informou o Banco Central na última sexta-feira,  5. No mesmo período de 2022, as contas públicas haviam registrado um superávit de R$ 137,8 bilhões, ou 1,5% do PIB. A piora, no acumulado de 2023, portanto, foi de R$ 257,36 bilhões.

O déficit primário acontece quando as despesas com impostos ficam acima das receitas, desconsiderando os juros da dívida pública. Quando acontece o contrário, há superávit. O resultado engloba o Governo Federal, os estados, municípios e as empresas estatais. Veja abaixo o desempenho que levou ao saldo negativo das contas públicas até novembro de 2023:

  • Governo Federal registrou déficit de R$ 137 bilhões;
  •  Estados e municípios tiveram saldo superavitário de R$ 20,7 bilhões;
  • Empresas estatais apresentaram déficit de R$ 3,21 bilhões.”

Esses dados provém de um jornalista do G1, um dos redutos da Globo, mas que por mais que tentem, não conseguem esconder o sol com uma peneira. Aliás, isso não surpreende as pessoas que pensam e que acompanham o desenrolar desse desgoverno com ceticismo. Só aqueles com embotamento mental ou muito fanáticos pela esquerda folclórica brasileira acreditam em Luís Inácio e sua trupe. Colocado com candidato à presidência por manobras obscuras e comprometedoras da suprema corte brasileira, eivada de “socialistas” e advogados comprometidos não com a justiça, mas com um objetivo sórdido, o de levar um cidadão brasileiro recluso por atos condenáveis quando presidente da República no período de 2000 a 2008, a um novo mandato presidenciável. Isso sem contar a extensão do nefasto período petista até 2014, quando Ofélia, digo Dilma adentrou no Palácio do Planalto.

Luís Inácio, o honesto, foi solto, descondenado e ganhou dos seus compadres do STF, o direito de se candidatar ao posto supremo de um país chamado Brasil. Numa eleição eivada de suspeitas sobre a inviolabilidade das urnas eletrônicas (só existem no Brasil e mais dois países subdesenvolvidos, aliás, para preservação do ditador Nicolas Maduro, na Venezuela), derrotou seu concorrente e tomou de assalto (literal e fisicamente), mais uma vez a presidência da Rrepública. Recolocaram a raposa para tomar conta do galinheiro.

Não devemos esquecer que o socialismo é aquela forma de governo que se gasta a rodo o dinheiro público e quando ele acaba o país vira uma Argentina. Luís Inácio quase dobrou o número de ministérios de seu antecessor, tinha que acomodar muitos cupinchas, para ter um mínimo de governabilidade. Voltou a aparelhar o estado, pois em todos os órgãos governamentais as posições chaves são ocupadas não por um especialista, mas por um “cumpanheiro”. Conseguiu, se é que isso possa ser compreendido, escalar para chefiar as forças armadas, principalmente no Exército, só oficiais de alto escalão de esquerda. Aliás, isso deve ter retorcido no túmulo todos aqueles militares de alta patente que tiveram como meta o combate ao comunismo.

Portanto, não é de se estranhar o tamanho do rombo atual das contas públicas brasileiras. E, o que é pior, a tendência é só piorar. E haja dinheiro para os programas governamentais sem a menor explicação. Será que os acólitos que chancelaram a eleição de Luís Inácio estão satisfeitos com o rumo que o Brasil está seguindo, ou por uma questão de orgulho besta, jamais darão o braço a torcer?

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Por cima plumas e paetês, por baixo cueiro só

terça-feira, 09 de janeiro de 2024

Esse ditado popular se encaixa como uma luva à Nova Friburgo. O prefeito atual, Johnny Maycon, vem tentando incrementar o lado turístico da cidade, promovendo eventos, ao longo do seu mandato; com isso, movimenta o comércio local, aumentando a taxa de ocupação dos hotéis e enchendo os nossos restaurantes.  A característica gastronômica de Friburgo melhorou muito com a abertura de novos e a consolidação dos restaurantes já existentes. Cônego, Mury, Centro têm estabelecimentos de qualidade, com pratos da cozinha nacional e internacional, de deixar água na boca.

Esse ditado popular se encaixa como uma luva à Nova Friburgo. O prefeito atual, Johnny Maycon, vem tentando incrementar o lado turístico da cidade, promovendo eventos, ao longo do seu mandato; com isso, movimenta o comércio local, aumentando a taxa de ocupação dos hotéis e enchendo os nossos restaurantes.  A característica gastronômica de Friburgo melhorou muito com a abertura de novos e a consolidação dos restaurantes já existentes. Cônego, Mury, Centro têm estabelecimentos de qualidade, com pratos da cozinha nacional e internacional, de deixar água na boca. Sem falar nos específicos de comida alemã, árabe, japonesa e italiana. Isso é patente com a divulgação pela Rota 116, empresa que administra a estrada que é o principal meio de acesso a Friburgo para quem vem do Rio de Janeiro, de que nos feriados de Natal e Ano Novo, mais de 180 mil veículos circularam pela rodovia RJ-116.

Mas, a verdade é que Nova Friburgo está jogada às traças. Uma pessoa que conheço, que aqui esteve em agosto do ano passado me falou que ficou impressionada com o mau estado de conservação da cidade. Ruas esburacadas e com mato crescendo por todos os lados, trânsito caótico, sinalização deficiente e muito lixo espalhado pelo chão.

Sou morador do Cônego, um dos IPTUS mais caros da cidade e sei como está o bairro, em matéria de abandono. Em frente a padaria Celta, existe um lixão coletivo, ali colocado para recolher o lixo do comércio. Só que ele cresceu, o volume do lixo aumentou e no final da tarde a calçada está suja, com o transbordamento da lixeira. Além disso, conta-se ainda com os catadores de lixo que contribuem para o emporcalhamento geral. Se fosse maior e fechada, a impressão de sujeira desapareceria. Tenho caminhado todas as terças, quintas e sábados não mais na Via Expressa, mas na Rua Maria Francelina Barroso, na saída dela, à direita. Ali é uma temeridade, com calçadas esburacadas, mato crescendo entre os paralelepípedos, desnivelamento e buracos ao longo dessa via pública, o que torna o trânsito moroso e perigoso. Sem falar no início dela, onde o mato está tão alto que dificulta a locomoção dos pedestres na calçada.

Na Rua Dom João VI, que liga o Cônego ao bairro Cascatinha, o mesmo quadro se apresenta acrescido de quebra-molas, um mal necessário, reconheço, única maneira eficaz de combater os abusos de velocidade de motoristas inescrupulosos. O problema é que não são padronizados nem conservados, com uma mão de tinta de tempos em tempos. Daí que mesmo em velocidade muito baixa o risco de danificar a suspensão dos carros é muito grande. Sem falar que à noite, quem não conhece o bairro e, mesmo os que conhecem, estão sujeitos a provocarem sérios acidentes. A quantidade de crateras e de remendos malfeitos no calçamento, são mais um agravante do desmazelo da administração municipal para com os seus moradores. Sem falar na concessão desenfreada para a construção de novos condomínios, casas e edifícios o que torna o trânsito mais caótico.

É claro que com tudo isso os cofres da prefeitura engordam, e não só o dela, mas ninguém leva em conta que o bairro não tem uma barragem e sim, coleção de água, o que coloca em risco o fornecimento do precioso líquido para os moradores, Aliás, pouca gente sabe, que pelas mãos do então prefeito Paulo Azevedo, uma parte dessa água foi desviada para o Alto de Olaria.

É claro que não podemos imputar esse descaso a um prefeito específico, pois isso vem ocorrendo com o passar das administrações. Claro está que tapar buracos não rende muitos votos e, no final das contas, é o que interessa para alcaides e vereadores. Na realidade, depois de eleitos só se preocupam com obras que possam render frutos nas próximas eleições. No entanto, o prefeito da vez tem de ser cobrado, pois foi nele que o eleitor depositou seus votos, na esperança de desfrutar de uma melhor qualidade de vida.

O que Johnny Maycon esquece é que uma cidade para encantar turistas e dar vontade de voltar outras vezes é, além do oferecimento de bons eventos, apresentar uma cidade limpa, bem cuidada e que encante os olhos com suas belezas naturais e aquelas deixadas pelo homem. Um exemplo disso é o descaso com a Avenida Alberto Braune que merecia uma ação conjunta de lojistas e administração pública, para melhorar o seu visual. O mesmo se aplica à Praça Dermeval Barbosa Moreira, um dos cartões postais da cidade. Um paisagista profissional saberia cuidar muito bem daquele visual e transformá-la na menina dos olhos da cidade.

Não deve ser muito trabalhoso transformar o “cueiro só”, em “rendas e bordados”.

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O brasileiro não tem jeito

terça-feira, 02 de janeiro de 2024

Li, sem nenhuma surpresa, que brasileiros, em Portugal, estavam tendo problemas ao tentarem alugar imóveis e sofrendo ataques xenofóbicos. Esse é o preço a ser pago, pelas pessoas de bem, ao comportamento inadequado que uma grande parcela de tupiniquins adota em nosso país, ou no estrangeiro. Quando essas demonstrações de insociabilidade, de falta de educação, de má conduta são demonstradas em terras brasileiras, só no resta lamentar e rezar para que essas pessoas, possam um dia, melhorar as respectivas condutas.

Li, sem nenhuma surpresa, que brasileiros, em Portugal, estavam tendo problemas ao tentarem alugar imóveis e sofrendo ataques xenofóbicos. Esse é o preço a ser pago, pelas pessoas de bem, ao comportamento inadequado que uma grande parcela de tupiniquins adota em nosso país, ou no estrangeiro. Quando essas demonstrações de insociabilidade, de falta de educação, de má conduta são demonstradas em terras brasileiras, só no resta lamentar e rezar para que essas pessoas, possam um dia, melhorar as respectivas condutas. No estrangeiro, a situação muda, pois reforça o conceito que se faz lá fora da nossa maneira irresponsável de viver a vida.

Desde há muito que os portugueses reclamam de compromissos assumidos por brasileiros, no caso específico do aluguel que não são cumpridos, além da transgressão do acordado quanto ao número de pessoas que vão ocupar o imóvel, de falta de respeito aos horários de silêncio (lá fora respeitado por todos, aqui uma zorra), da sujeira que promovem e não limpam, quando restituem o que foi alugado. E é por isso que a cada dia que passa fica mais difícil o aluguel de uma casa ou similar nas terras lusitanas. Isso, talvez, seja menos comum na Alemanha, na França e em outros países mais disciplinados, pois a ordem e a lei têm de ser mantidas, como prioridade. Não quero dizer com isso, que no caso de estrangeiros que alugam imóveis aqui, tudo seja um mar de rosas; afinal má educação e má conduta existe não importa onde. Mas, com certeza, as incidências são menores.

O problema, e essa é uma tese minha, está na origem do nosso povo. Quando nossos descobridores aqui chegaram, encontraram nossos indígenas com um tipo de vida simples, aculturados para os padrões ocidentais e cuja atividade era voltada para o extrativismo tanto vegetal, animal e material. Por outro lado, os colonizadores eram uma mistura de degredados, pelos mais diversos motivos, prostitutas, gente da escala social mais baixa. Se salvavam a tripulação, aqui incluídos todos, marinheiros e os de alta patente, padres e capelães, médicos e alguns militares que faziam parte da equipe de conquistadores. Na realidade, os que ficaram aqui, provinham da raia miúda e acabaram por corromper nossos habitantes locais. À medida que a colonização avançava, foram chegando pessoas de outras nacionalidades, não só mais portugueses, mas, com certeza, sem muita cultura, pois poucos se aventuravam a mudarem-se para uma terra inóspita e sem os recursos a que estavam acostumados em seus países de origem. Ou seja, os primórdios do Brasil não foram nenhum pouco auspiciosos.

Daí que não concordo com a tese de que essa mistura de brancos, negros, índios, europeus, asiáticos, americanos, etc tenha moldado o caráter alegre e amistoso do povo brasileiro. A realidade, infelizmente, é outra porque copiamos mais os defeitos do que a qualidade desses povos. Cabo Frio, onde vim para passar as festas de Natal e Ano Novo, é uma prova do eu falei acima.

Para cá vem pessoas de todos os lugares, muitos de Minas Gerais, outros da Baixada Fluminense e de localidades não muito distantes. O que se vê por aqui é uma amostragem da falta de incivilidade e de educação das pessoas. O trânsito caótico, pois uma cidade com cerca de 200 mil habitantes fixos, chega a comportar 1,8 milhão, conforme a estimativa da CCR, concessionária que administra a Via Lagos. Some-se aos engarrafamentos, as transgressões das leis do trânsito como avanços de sinais, circulação nas vias de contramão, estacionamentos irregulares, paradas no meio da rua para consultar direção a seguir, etc, etc, etc.

A sujeira é uma tônica, pois os garis não dão conta de sacolas, garrafas pets, lixo de todas as espécies jogados na rua. Sem falar da música alta em casas e apartamentos até altas horas da noite, numa demonstração equivocada do estou de férias e o resto que se dane. A educação, se é que a têm, ficou na terra deles. Apesar de que, repetem por aqui, os maus hábitos que seguem em casa. Por falar nisso, o banheiro das casas dessas pessoas deve ser um horror, basta entrar num mictório público e comprovar isso, aliás, o que chama atenção de acordo com informações colhidas com amigas, os femininos são piores do que os masculinos. Talvez porque os homens usem menos o papel higiênico.

Em Cabo Frio esse período é cheio de casos curiosos, mas que mostram até onde chega o modo esculachado de ser brasileiro. Num deles, uma pessoa viu tanta gente na frente de uma casa que perguntou com eles faziam para dormir. A resposta veio na lata: “é simples, os homens dormem no bagageiro do ônibus.

Creio que esse quadro não tem solução, afinal são 724 anos de história e a situação só se agrava. A solução a meu ver é falar o menos possível o português lá fora e torcer para não ser reconhecido como brasileiro, é mais seguro.

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Mais um ano chega ao fim

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Não sei se é por causa da idade, a sensação para os que nasceram há mais tempo é diferente, ou se por que houve uma alteração na maneira em que as horas passam, a verdade é que 2023 voou e já estamos há 13 dias do início das festas de fim de ano, o Natal e o réveillon. Parece que foi ontem que eu escrevia minha última coluna do ano de 2022, antes de fazer a parada para um merecido descanso. Vida que segue e eis me aqui, me dirigindo aos meus leitores, em um ano que marcou um acontecimento importante para mim.

Não sei se é por causa da idade, a sensação para os que nasceram há mais tempo é diferente, ou se por que houve uma alteração na maneira em que as horas passam, a verdade é que 2023 voou e já estamos há 13 dias do início das festas de fim de ano, o Natal e o réveillon. Parece que foi ontem que eu escrevia minha última coluna do ano de 2022, antes de fazer a parada para um merecido descanso. Vida que segue e eis me aqui, me dirigindo aos meus leitores, em um ano que marcou um acontecimento importante para mim.

Com o incentivo de pessoas chegadas, principalmente da minha professora de jornalismo e grande amiga, Cristina Gurjão, resolvi escrever um livro e tornei-me escritor. Em 18 de outubro, foi a noite de autógrafos da “A mídia falada chega a Nova Friburgo” que aborda a fundação da ZYE-4 Rádio Sociedade de Nova Friburgo Ltda, hoje a nossa Rádio Nova Friburgo FM. Na realidade ela era AM, mas um decreto federal de 2017 deu um prazo até o final de 2023, para que todas as emissoras do país, passassem a transmitir na frequência FM. A Friburgo AM se antecipou a essa data de já alterou sua frequência.

Para aqueles que não puderam ir à noite de autógrafos, e se quiserem, podem adquiri um exemplar com o próprio autor, através da Amazon pelo site da editora In Media Res, no Facebook ou na livraria da Confeitaria Dona Emília, na Avenida Alberto Braune. Para aqueles leitores que se interessam pelos bons momentos vividos pela nossa cidade e pela história de Nova Friburgo, é uma leitura recomendada.

Ainda mais que a inauguração da Friburgo FM foi um acontecimento muito importante em 1º de junho de 1946, que encheu de orgulho os moradores da época em que Friburgo era uma cidade mais provinciana, culta, limpa e com ruas e avenidas bem pavimentadas e conservadas. Mas, naquela época, tínhamos prefeitos e não os oportunistas do século 21 que se preocuparam muito pouco com os destinos da cidade. Não adianta grandes eventos turísticos numa cidade onde o desleixo é a tônica. A cidade de Gramado-RS é um exemplo vivo do que estou falando.

Um outro evento, esse de triste memória, foi a perda do Campeonato Brasileiro, versão 2023, pelo Botafogo. Com uma performance invejável, no primeiro turno, onde chegou a colocar 13 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o time da estrela solitária amargou um quinto lugar, na classificação geral. Aliás, a campanha do segundo turno foi lastimável, digna de um time rebaixado. Alguma coisa de grave aconteceu e o tempo se encarregará de explicar tão pífia performance.

Mas, no geral, apesar de corrido, foi um bom ano, com saúde, paz e tranquilidade. Lógico que nem tudo é um mar de rosas e tivemos perdas importantes de amigos que nos deixaram para sempre. Não vou citá-los, pois poderia esquecer de algum nome e não me perdoaria por isso. No entanto, não poderia deixar de citar a Elisa Fátima Pecci que conheci  primeiro como minha paciente, que precisava emagrecer uns quilinhos, para entrar no seu vestido de noiva. Depois, como minha chefe no Serviço Social da Indústria (Sesi), numa convivência que durou por longos 20 anos, de 1978 até 1997, quando foi implantado o plano de demissão voluntária, naquela instituição e a maioria dos funcionários teve de acatá-la. Que Deus a tenha em seus braços, pois com sua índole tranquila e educada ajudou muita gente, naquela instituição.

A vocês, meus leitores, colegas de A VOZ DA SERRA e, em especial, a Adriana Ventura, sua diretora-presidente, desejo um Feliz Natal e um 2024 com muita saúde, muita paz e que todos os desejos sejam atendidos. Meu muito obrigado aqueles que me acompanham neste espaço todas as quartas feiras.

Até 2024.

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O verão bate a nossa porta, cuidados a serem tomados

terça-feira, 05 de dezembro de 2023

Faltam menos de 20 dias para o início do verão, talvez a estação mais esperada para quem gosta de sol e calor. No entanto, apesar da descontração e da alegria que ele nos traz, é importante que tenhamos em mente os riscos nele embutidos e as precauções a serem tomadas. O mais interessante é que esses cuidados se apresentam em todos os momentos desses três meses de dias maios compridos e calor intenso.

Faltam menos de 20 dias para o início do verão, talvez a estação mais esperada para quem gosta de sol e calor. No entanto, apesar da descontração e da alegria que ele nos traz, é importante que tenhamos em mente os riscos nele embutidos e as precauções a serem tomadas. O mais interessante é que esses cuidados se apresentam em todos os momentos desses três meses de dias maios compridos e calor intenso. Vou lista-los à medida que eles me vêm a cabeça e o que devemos fazer para não termos de recorrer aos serviços médicos de urgência, mais atarefados nessa época do ano; além das atitudes diárias que, com certeza, vão melhorar nosso bem estar.

A primeira coisa de que me lembro é a hidratação, pois dias mais quentes produzem uma sudorese mais copiosa com a consequente desidratação, com ênfase nas pessoas mais idosas que têm a tendência de beber menos água. A diminuição da sensibilidade do centro da sede faz com que sua hidratação fique prejudicada.  Assim, devemos ingerir no mínimo dois litros de líquidos entre água, água de coco e sucos ricos em vitamina C, tais como limão, acerola e laranja.

Outro fator importante é o uso de protetores solares, seja cremes ou mesmo camisas e chapéus que utilizam, na sua confecção, tecidos com proteção UV (ultra violeta). No verão, o sol está mais próximo da Terra e a consequente exposição aos raios solares é maior. Esse fator acarreta duas consequências importantes, as queimaduras que podem ser até de terceiro grau, aquelas que acometem todas as camadas da pele, a derme, a epiderme e as mais profundas e que podem requerer internação em serviços especializados. Além disso, a exposição prolongada ao astro rei pode acelerar o aparecimento do câncer de pele, sendo o melanoma o mais comum. Claro que são necessários vários verões para que esse risco se torne uma realidade, mas como o efeito é cumulativo, devemos nos precaver sempre. Daí o uso de protetores solares e evitar sol direto a partir das 11h até as 17h. Como os dias, nessa estação são mais longos, ainda dá tempo de pegar um solzinho depois das 17h. Em vez do chá das cinco seria o sol das cinco.

Uma atenção especial deve ser dada a alimentação, seja na praia, seja no dia a dia. O calor excessivo deteriora com mais rapidez os alimentos e aí, todo cuidado é pouco. Na areia é recomendável evitar as frituras por duas razões, a primeira por desconhecermos a qualidade do óleo (quantas vezes ele está sendo utilizado antes de ser trocado?) e, mais importante, frituras podem mascarar o gosto de alimentos estragados. Pastéis, palitos de camarões, empadas seja de camarão, palmito ou frango, iscas de peixe, ostras nem pensar. O melhor é o consumo de sorvetes (além do mais refrescam), de biscoitos de polvilho, queijo coalho assado no carvão, mesmo assim procurando se certificar da qualidade do mesmo. Mais saudável é o consumo de alimentos levados de casa e conservados no isopor. Ou, então, se utilizar dos quiosques, no calçadão da praia. A vantagem é que eles têm geladeira e no caso das frituras, podemos observar a cor do óleo. Os riscos de infecções alimentares são muito grandes, com as consequentes diarreias e vômitos que podem agravar possíveis desidratações o que aumenta a probabilidade de internações.

Com relação às bebidas alcoólicas os cuidados preventivos, também, se fazem necessários. Aqui, o problema reside no consumo exagerado de álcool, pois o mar, mesmo pelas pessoas sóbrias, tem de ser respeitado, imagine por aqueles que tenham passado dos limites. O risco de afogamento é maior não importa se são exímios nadadores.

Da mesma maneira que álcool e direção não combinam, água que passarinho não bebe e mar, também é uma combinação explosiva. Ninguém vai deixar de tomar uma cervejinha estupidamente gelada, ainda mais com o calor causado pelo sol e pelo que emana das areias, mas que o faça com moderação. Se a moringa estiver cheia, evite de entrar na água. Mar é mar e não importa se agitado ou não. O problema é que se agitado, o respeito é maior, se calmo pode levar a excessos.

Para finalizar, é importante usar roupas leves, principalmente nas crianças, assim como o uso de chapéus ou bonés, para evitarmos aquela expressão jocosa de que fulano está “assando os miolos”.

É claro que meu artigo foi mais voltado para o lazer à beira do mar, mas é importante lembrar os muitos trabalhadores que são obrigados a se exporem ao sol. Eles devem ser orientados a usarem bonés ou chapéus e o uso intermitente de protetores solares. Sabemos que são caros, mas a prevenção vale a pena. Uma campanha através dos nossos meios de comunicação ajudaria bastante.

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Acabou-se o que era doce

terça-feira, 28 de novembro de 2023

O Botafogo desistiu do título de campeão do Brasileiro, versão 2023, e passou a ser um mero figurante, rodada após rodada. Tudo começou a partir da 31ª, após a vergonhosa derrota para o Palmeiras, por 4 a 3, tendo terminado o primeiro tempo do jogo com a vantagem de três gols. A assinalar ainda, que perdeu um pênalti no segundo tempo. Nesse momento, a diferença para o segundo colocado era de três pontos (59 a 56) que teria aumentado para seis, caso o glorioso tivesse vencido o clássico, em pleno estádio Nilton Santos.

O Botafogo desistiu do título de campeão do Brasileiro, versão 2023, e passou a ser um mero figurante, rodada após rodada. Tudo começou a partir da 31ª, após a vergonhosa derrota para o Palmeiras, por 4 a 3, tendo terminado o primeiro tempo do jogo com a vantagem de três gols. A assinalar ainda, que perdeu um pênalti no segundo tempo. Nesse momento, a diferença para o segundo colocado era de três pontos (59 a 56) que teria aumentado para seis, caso o glorioso tivesse vencido o clássico, em pleno estádio Nilton Santos. A coisa desandou de vez quando, novamente, à frente do placar, veio a derrota também de 4 a 3, para o Grêmio, dessa vez no estádio do Vasco da Gama, pois o Engenhão estava interditado para um show.

Nesse meio tempo, o quarto técnico foi demitido, pois a performance de Lúcio Flávio foi desastrosa, pior que a de Bruno Lage, o português que conseguiu desandar a máquina de ganhar, que era o alvinegro da estrela solitária. Já com Tiago Nunes, foram dois empates e a consequente perda da liderança do campeonato, colocando-se agora a um ponto atrás do Palmeiras e do Flamengo, ambos com 63 pontos ganhos. Aliás, o jogo contra o Santos, mostra o atual espírito do time, pois até os 44 minutos do segundo tempo o Fogão vencia por um a zero e retomava a liderança do Brasileirão. Como o alviverde de São Paulo empataria, em seguida, seu jogo com o Fortaleza, mesmo com a vitória do Flamengo sobre o Coritiba, a ponta da tabela voltaria para o Botafogo.

Mas, castigo vem a cavalo e esse empate com a equipe santista custou a liderança e a vice liderança da competição, ficando agora na terceira posição. Na realidade estamos assistindo a volta da expressão cunhada pelo escritor e jornalista Nélson Rodrigues, que a chamava de síndrome do cachorro vira latas. Isso ocorria quando alguém não preparado para o sucesso o atingia por algum tempo e, apequenado por não estar em condições de alcança-lo, deixava-o escapar pelas mãos. Depois de um primeiro turno espetacular, quando chegou a estar 13 pontos à frente do segundo colocado, caiu de produção, acumulou derrotas e empates seguidos. Com os pontos obtidos nesse segundo turno, com certeza, estaria amargando uma queda para a segunda divisão, de onde saiu em 2021.

Claro que ainda faltam três rodadas para o final do campeonato e os adversários do Palmeiras, excetuando o América Mineiro (em São Paulo) já rebaixado, são o Fluminense (também em São Paulo) mas que faz um bom campeonato, com uma equipe consistente, e o Cruzeiro (esse jogo em Belo Horizonte-MG) e lutando para não cair para a segundona; podem complicar a vida dos palmeirenses. O mesmo acontece com o Flamengo que enfrenta o Atlético Mineiro (no Rio) ainda lutando por uma vaga entre os quatro que se classificam diretamente para a Libertadores do ano que vem. Antes tem o América Mineiro e o Cuiabá (no Rio), esse lutando para permanecer longe da zona do rebaixamento. A perda de um ponto desses times e três vitórias do Botafogo, contra o Coritiba (em Curitiba-PR), contra o Cruzeiro em casa e contra o Internacional, lá em Porto Alegre-RS, podem devolver a liderança e o título de campeão para o time da estrela solitária.

Antes de prosseguir uma explicação do porque da grafia Coritiba para o clube e Curitiba para a cidade capital paranaense. Dizem que um diretor do clube, muito puritano, incomodado com a primeira sílaba do nome do clube, resolveu substituí-la. Já a história oficial da agremiação diz que quando ele foi fundado existiam duas grafias corretas para o município que o clube homenageia, Coritiba e Curityba (em tupi-guarani). Optou-se pela primeira.

No entanto, seguro morreu de velho e não acredito mais nesse título. Claro está que a SAF Botafogo tem de ser exaltada, já que em menos de um ano de sua fundação, conseguiu seu principal objetivo que era voltar a disputar a Libertadores das Américas versão 2024. Título é uma utopia, tanto é assim que só não transformo a camisa que comprei, recentemente, em pano de chão porque foi muito cara para esse fim.

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A importância de tomar medicamentos corretamente

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Hoje abordarei um tema que é pouco discutido entre médicos e pacientes, mas a meu ver muito importante e que merece uma reflexão mais profunda. O sucesso da maioria de um tratamento, depende do uso correto da medicação e é justamente aí que está o problema.

Hoje abordarei um tema que é pouco discutido entre médicos e pacientes, mas a meu ver muito importante e que merece uma reflexão mais profunda. O sucesso da maioria de um tratamento, depende do uso correto da medicação e é justamente aí que está o problema.

Em sua grande maioria, os medicamentos têm um tempo de ação que varia de produto para produto, estando sua prescrição atrelada a essa duração. Outro fator importante é o preço do medicamento, que vai ser mais caro ou mais barato, dependendo do fabricante e do produto em si. Se bem que com o uso dos genéricos essa situação melhorou muito.

No entanto, é preciso ficar bem claro que os medicamentos são dose dependentes, ou seja, ao serem interrompidos, cessam seus efeitos, reaparecem os sintomas. Podemos citar como exemplo a insulina. Sua função principal é abaixar a glicose no sangue; cessado seu tempo de ação, que varia de insulina para insulina, a glicemia aumentará, se outra dose não for aplicada. Daí a preocupação do médico em escolher uma preparação adequada e estipular quantas aplicações por dia. O mesmo se aplica aos medicamentos usados para combater a pressão alta, aos antibióticos, aos medicamentos para reduzir o colesterol e tantos outros.

O que vemos na prática, seja por desinformação, pela questão do custo ou mesmo por esquecimento, são os tratamentos serem interrompidos no meio do caminho. Assim, tão logo a pressão arterial normalize, o paciente interrompe o medicamento; a febre regrediu, adeus antibióticos. O mesmo acontece com outros fármacos para doenças crônicas. Cito aqui o caso dos antidiabéticos orais, usados para diminuir a glicose sanguínea. Na atualidade, são vários, que foram se sofisticando e melhorando seus efeitos, à medida que a indústria farmacêutica aprimorava suas pesquisas; no entanto, o princípio é sempre o mesmo, pois eles têm um tempo de ação determinado. Se o tratamento é interrompido, os efeitos benéficos se extinguem e a glicemia volta a se elevar.

As consequências podem ser terríveis. Um hipertenso grave, que tenha sua pressão arterial normalizada com medicamentos, ao deixar de usá-los, corre o risco de vê-la aumentar subitamente e a oscilação dessas alterações tensionais podem levar a consequências graves, como um acidente vascular cerebral (AVC) e, mesmo, a um enfarte do miocárdio. Uma infecção pode voltar mais grave, se o antibiótico não for usado pelo tempo correto, além do risco de aumentar a possibilidade de resistência ao medicamento. Aliás, esse é um dos motivos para o controle atual da venda deles. Antes, a qualquer manifestação febril, sem consultar o médico, comprava-se um antibiótico que era tomado desordenadamente.

Portanto, não tenha medo ou vergonha. Discuta com seu médico o seu tratamento, procurando informar-se dos medicamentos que voce vai ter de tomar, por quanto tempo e quantas vezes por dia. Peça ainda informações sobre como eles funcionam e os possíveis efeitos adversos, de uma maneira que você possa entender. Além de médico, ele é seu amigo. Com isso você estará tendo valiosas informações que vão ser úteis para o seu dia a dia. Consultar o Google é uma tentação, mas as informações ali contidas podem não esclarecer totalmente as dúvidas.

Mas lembre-se, nunca interrompa um tratamento, a não ser que surja uma crise aguda. Por exemplo, você começou um remédio novo e, de repente, começa a sentir coceira e a apresentar manchas avermelhadas pelo corpo. Nesse caso, pode estar ocorrendo uma crise alérgica aos componentes desse medicamento. Interrompa imediatamente o seu uso e tente falar com o seu médico, diga o que está acontecendo e peça orientação. Seu médico podera diminuir a dose, trocar seu medicamento ou orientá-lo a procurar o pronto atendimento. Se ele não estiver disponível vá direto para o hospital e não se esqueça de levar sua receita.  Isso pode salvar a sua vida.

Infelizmente, em função dos planos de saúde que pagam mal a consulta e obrigam os médicos a atender um número maior de pacientes, a anamnese não é a ideal e o tempo de consulta é mais curto e corrido. Mesmo assim é importante que o paciente tente dialogar com quem o atende e esclarecer as dúvidas que possa ter. Uma relação médico-paciente adequada é o primeiro passo para que um tratamento seja eficiente.

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