Prezados (as) Senhores e Senhoras, Candidatos e Candidatas nas eleições municipais 2020,
Paz e bem!
Prezados (as) Senhores e Senhoras, Candidatos e Candidatas nas eleições municipais 2020,
Paz e bem!
No período de campanha eleitoral, a um mês das eleições municipais, minha cordial saudação aos candidatos e candidatas para os relevantes cargos executivos e legislativos. Minha primeira palavra é de gratidão pela vossa candidatura e nobre desejo de servir à população, nesse difícil momento histórico, agravado pela pandemia, no qual convivemos com sofrimentos diversos e infelizmente com a desvalorização da política por parte de muitos. Por essa razão minha gratidão pela coragem, disponibilidade, confiança, vocação e missão de servir ao verdadeiro bem comum, por meio da “boa política e política melhor” (Papa Francisco).
Sempre acreditei na política como nobre vocação e caminho de transformação social, pautada pela ética, justiça, solidariedade e respeito à vida de todos e todas, em todas as fases e situações, “de todo homem e do homem todo” (São João Paulo II). A política é missão concreta, sendo “uma expressão mais alta da caridade” (São Paulo VI) e meio para a justiça social, tão urgente e plausível.
Para tanto, urge concentrar os esforços nas “grandes causas” da vida e dos municípios, em conexão com a realidade concreta das pessoas, especialmente os mais pobres, necessitados e vulneráveis. Estamos incentivando, como Igreja Católica, um grande pacto pela vida e pelo Brasil, buscando o que nos une: ética, justiça, paz, respeito, novas estruturas, vida com qualidade e dignidade. Por meio da evangelização e inúmeras atividades pastorais e sociais procuramos, como Igreja, colaborar com a política na construção da sociedade justa, fraterna e solidária.
O cenário atual não pode gerar em nós sentimentos de resignação, desesperança e conformismo. Antes, pode ser ocasião de mobilização de energias para comunitariamente buscarmos soluções para os problemas e colocar a ética na política, na agenda do dia e na consciência individual e coletiva. Por essa razão, insisto na importância da política e do voto livre e responsável.
A motivação para a atitude consciente e cidadã, emerge do Evangelho, da fé cristã e das palavras do Papa Bento XVI, em sua encíclica Deus caritas est (n.28): “A Igreja não pode nem deve tomar nas suas próprias mãos a batalha política para realizar a sociedade mais justa possível. Não pode nem deve colocar-se no lugar do Estado. Mas também não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça. Deve inserir-se nela pela via da argumentação racional e deve despertar as forças espirituais, sem as quais a justiça, que sempre requer renúncias também, não poderá afirmar-se nem prosperar. A sociedade justa não pode ser obra da Igreja: deve ser realizada pela política. Mas toca à Igreja, e profundamente, o empenhar-se pela justiça trabalhando para a abertura da inteligência e da vontade às exigências do bem”.
Na mesma direção, ao falar da “caridade social e política”, assim se expressa o Papa Francisco em sua última e recente encíclica Fratelli Tutti, n. 176 e 180: “Atualmente muitos possuem uma má noção da política, e não se pode ignorar que frequentemente, por trás deste fato, estão os erros, a corrupção e a ineficiência de alguns políticos. A isto vêm juntar-se as estratégias que visam enfraquecê-la, substituí-la pela economia ou dominá-la por alguma ideologia. E, contudo, poderá o mundo funcionar sem política? Poderá encontrar um caminho eficaz para a fraternidade universal e a paz social sem uma boa política?” “Convido uma vez mais a revalorizar a política, que é uma sublime vocação porque busca o bem comum”.
Aos candidatos e candidatas que buscam concretizar por meio da política a tão esperada sociedade justa, meus sinceros agradecimentos pela disponibilidade e coragem, com votos de que tanto a campanha quanto o exercício do mandato sejam ocasião para semear e colher bons frutos em favor da vida e do bem comum, com amor político, desinteressado, democrático, eficiente e justo.
Por conta de minha agenda intensa e extensa, nesse início de governo pastoral na Diocese de Nova Friburgo, considerando a pandemia e o grande número de candidatos e candidatas nos municípios de nossa Diocese, infelizmente não poderei, neste ano, recebê-los (as) em audiência. Estou certo de poder contar com a compreensão dos senhores e senhoras. Contudo, asseguro-lhes minhas orações e reitero minha sincera gratidão pela disponibilidade em servir ao bem comum por meio da política. Serena e frutuosa campanha a todos e todas. Unidos na missão pela vida e pelo Brasil. Com minha benção, orações e proximidade fraterna.
Dom Luiz Antonio Lopes Ricci é bispo diocesano de Nova Friburgo. Esta coluna é publicada às terças-feiras.
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