O amor vivido e comunicado na família

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quarta-feira, 30 de junho de 2021

Nunca é demais falar sobre a família, sua importância, riqueza, beleza, valores, sua fundação divina. Comunicar a família, o alicerce de toda a sociedade, a escola primeira e permanente das virtudes humanas e cristãs, o santuário da vida e do amor, a Igreja doméstica... sempre será a nossa missão, preservando a identidade da própria pessoa humana e de toda a humanidade, cooperando para a realização do projeto de Deus da criação e sustentação da união sagrada familiar rumo à plenitude da santificação na comunhão celeste.

No capítulo terceiro ainda da Exortação Apostólica Amoris Laetitia (89-164), o Papa Francisco exalta o matrimônio como "a íntima comunidade de vida e amor conjugal que constitui um bem para os próprios esposos e a sexualidade está ordenada para o amor conjugal entre o homem e a mulher". E, por isso, "a vida conjugal cheia de sentido humano e cristão pode ser concretizada pelos esposos a quem Deus não concedeu ter filhos". "Contudo essa união está ordenada para a geração 'por sua própria natureza' (n. 80).

Ressalta ainda: "É preciso redescobrir a mensagem da encíclica Humanae Vitae de São Paulo VI que sublinha a necessidade de respeitar a dignidade da pessoa na avaliação moral dos métodos de regulação da natalidade(...) A escolha da adoção e do acolhimento exprime uma fecundidade particular da experiência conjugal". E completa: " Com particular gratidão a Igreja apoia as famílias que acolhem, educam, rodeiam de carinho os filhos portadores de necessidades especiais" (n. 82). Rejeita, com firmeza, o aborto, a eutanásia e a pena de morte. Afirma que "se a família é o santuário da vida, o lugar em que a vida é gerada e cuidada, constitui uma contradição pungente fazer dela o lugar em que a vida é engada e destruída".

Ainda neste capítulo, o Papa recorda a obrigação moral e a objeção de consciência àqueles que trabalham nas estruturas de assistência de saúde (n. 83). Conclui reafirmando que "a Igreja é chamada a colaborar com uma ação pastoral adequada, para que os próprios pais possam cumprir a sua missão educativa" (n. 85), a começar pela iniciação cristã, por meio de comunidades acolhedoras, lembrando que "a educação integral dos filhos é simultaneamente 'dever gravíssimo" e "direito primário" dos pais (n. 84). A Igreja é família de famílias constantemente enriquecida pela vida de todas as igrejas domésticas" (n. 87).

No quarto capítulo, o sucessor de Pedro reflete sobre o amor verdadeiro no matrimônio. Partindo do texto de 1Cor 13, apresenta suas atitudes essenciais: paciência, serviço, cura da inveja, humildade, amabilidade, desprendimento, conciliação, perdão, alegria, desculpa, confiança, espera, suportação. Fala, em seguida, sobre o crescer na caridade conjugal, num "... amor santificado, enriquecido e iluminado pela graça do sacramento do matrimônio". "O espírito que o Senhor infunde dá um coração novo e torna o homem e a mulher capazes de se amarem como Cristo nos amou" (n.120). "0 matrimônio é o ícone do amor de Deus por nós" (n. 121).

Insiste que o amor entre os esposos deve crescer em Cristo, desde o namoro, na valorização do diálogo. É uma união de vida toda e de tudo em comum, com alegria e beleza, num casamento por amor. Amor que se manifesta e cresce, vivenciando as emoções, sinais afetivos basilares - prazer ou sofrimento, alegria ou tristeza, ternura ou receio - pressuposto da atividade psicológica elementar, buscando que se tornem um bem para a família e estejam a serviço da vida em comum, referencial de maturidade e de um amor sobrenatural. (n.123-146) Em seguida, o Papa refere-se à dimensão erótica do amor, entendendo-a como "dom de Deus que embeleza o 'encontro dos esposos". Rejeita a submissão sexual e enfatiza a riqueza do matrimônio, da virgindade e do celibato.

Em toda a exortação rebrilha a fundamental teologia do matrimônio, como expressão do amor infinito e misericordioso de Deus, com profunda sensibilidade pastoral, contemplando os diversos âmbitos da antropologia e da psicologia à luz da revelação cristã na construção da comunhão familiar.

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é chanceler da Diocese e assessor eclesiástico da Pastoral Familiar.

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