Viver na verdade como São João Batista

A Voz da Diocese

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Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo.

terça-feira, 15 de junho de 2021

Estimados leitores, neste mês de junho celebramos, no próximo dia 24, São João Batista, padroeiro da nossa cidade de Nova Friburgo. E o que aprendemos com este grande santo? Em primeiro lugar, aprendemos a dar testemunho de Cristo com nossa vida, com nosso exemplo. Muitos acham que o dever de anunciar a Cristo se cumpre-se apenas com palavras ou gritos. Obviamente as palavras são necessárias, mas se não vão acompanhadas do nosso exemplo, nada do que falamos consegue penetrar e transformar a vida dos nossos ouvintes.

Como bem nos lembra Santo Antônio de Pádua, que também celebramos neste mês, no último domingo, 13, “cessem as palavras, falem as obras”. E São João Batista viveu essa coerência entre o que pregava e o que vivia. Pregou a penitência e a conversão e buscou viver uma vida mortificada, de acordo com sua pregação.

Em segundo lugar, de São João Batista aprendemos também que nossa vida ganha sentido no serviço a Deus e ao nosso próximo. E como podemos servir a Deus e aos demais se estamos confinados, em plena pandemia? Certamente podemos servir a Deus nos demais em muitas situações do nosso dia a dia... Um telefonema a alguém que sabemos que está sofrendo com a solidão ou pela perda de um ente querido; nutrir conversas cheias de alegria e esperança, que infundam ânimo nos demais; se prontificar a ajudar aqueles que são do grupo de risco, indo para eles à farmácia, ao mercado, à padaria...; colaborar com as obras sociais de tantas Igrejas que, neste tempo de pandemia, não deixaram de ajudar os que estão em situação de rua ou famílias carentes; ser mais compreensivos e “gastar tempo” com os filhos pequenos, entediados com o isolamento... Enfim... muitas são as possibilidades de servir... E, servindo aos que mais necessitam, servimos também a Deus, já que estamos chamados a ver a Cristo naqueles que mais sofrem.

Por último, mas não menos importante, aprendemos que a nossa vida deve ser um compromisso com a verdade. Se antes falávamos da coerência de João Batista, essa coerência se dava por causa do seu compromisso com a verdade. E por ela João perdeu a sua vida, foi martirizado. A “voz que clama no deserto” (cf. Jo 1,23) foi silenciada... Mas nem por isso seu sangue derramado deixou de “gritar”, porque a verdade nunca pode ser abafada, camuflada, silenciada.

Vivemos numa sociedade que passa por uma “crise acerca da verdade”. Queremos nos comprometer com “nossa verdade”, não aceitamos a ideia de uma verdade universalmente válida. E, assim como atribuímos critérios subjetivos para descobri-la, também falamos de uma verdade subjetiva. “Importa o que eu penso sobre isso”, dizemos... E este caminho só nos leva ao equívoco, à confusão, ao erro. Perdemos de vista quem somos e ferimos nossa dignidade. Além do mais, a verdade é essencial na nossa convivência com os demais, pois, como diz Santo Tomás de Aquino: “os homens não poderiam viver juntos se não tivessem confiança recíproca, quer dizer, se não manifestassem a verdade uns aos outros”.

Assim sendo, qualquer cristão, qualquer um de nós, nunca pode renunciar a conhecer a verdade. E a verdade que nos liberta é Cristo. E o encontro com a pessoa de Cristo é sempre transformador e nos move a segui-lo. E, claro, esse seguimento é um constante caminhar na verdade do Evangelho, que é sempre atual. Neste caminhar experimentaremos, como João Batista, a verdadeira liberdade que nos conduz à autêntica felicidade.  

Que este grande santo interceda por nós e por nossa cidade, para que, servindo aos demais sem jamais renunciar à verdade, possamos construir uma civilização onde reine a justiça e a caridade.

Diácono Marcus Vinícius Linhares Muros, formador do Seminário Diocesano Imaculada Conceição. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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