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Um sopro de Clarice

segunda-feira, 28 de março de 2022

Certa vez, fui ao Rio Grande do Norte à passeio. Durante as viagens de avião, ida e volta, que duraram umas três horas cada uma aproximadamente, li “Um sopro de Vida”, de Clarice Lispector.  Na época, eu estava começando a aprender a escrever, engatinhava, na verdade; mal conseguia ficar de pé. Esse livro me marcou por vários motivos. Primeiro porque foi a última obra que Clarice escreveu, tendo sido publicada após a sua morte.

Certa vez, fui ao Rio Grande do Norte à passeio. Durante as viagens de avião, ida e volta, que duraram umas três horas cada uma aproximadamente, li “Um sopro de Vida”, de Clarice Lispector.  Na época, eu estava começando a aprender a escrever, engatinhava, na verdade; mal conseguia ficar de pé. Esse livro me marcou por vários motivos. Primeiro porque foi a última obra que Clarice escreveu, tendo sido publicada após a sua morte. A seguir, porque a autora constrói a personagem Ângela Pralini, e como eu estava aprofundando meus entendimentos a respeito do perfil de personagem, tomei a leitura como um texto quase didático. Por fim, porque admirava a obra de Clarice e, para mim, é fruto de uma autora enigmática, inteligente que entendia como ninguém dos pormenores da vida, como “Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro”. Ora, só quem elabora um conceito assim entende os meandros que permeiam as tantas “caras” que temos. “Uma é quase bonita, outra é quase feia. Sou um quê? Um quase tudo.”

Mas por que, hoje, estou trazendo Clarice aqui? Ah, se ela estivesse ainda conosco se sensibilizaria com a situação da Ucrânia - a escritora lá nasceu em 1920. Possivelmente estaria orgulhosa com a fibra e a coragem do seu povo, que não se rende, nem se curva.

Uma frase de Clarice me salta aos olhos, que tem a ver com a situação vivida pelo seu país de nascimento: “Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas, nem de grandes ventanias, pois eu também sou o escuro da noite.”

O ucraniano tem na coragem herança genética importante. Em todas as imagens que vi do êxodo daquela população, não observei desespero, nem recusa em sair do lugar onde vivia, tinha raízes e construiu seu destino. Percebi uma atitude brava, resiliente e corajosa. Os que ficaram estão lutando, inclusive os idosos. Os que partiram, provavelmente, irão voltar e reconstruir o país. 

Sou solidária aos refugiados e desejo uma rápida solução diplomática. Porém sinto vontade de conhecer melhor a história do leste europeu desde os seus primórdios. Para tal, vou buscar a literatura histórica, recurso relevante e disponível a todos. Porém um fato é de todo prevalente: a história do mundo foi feita através de lutas cruéis e exterminadoras. As civilizações, infelizmente, ainda não evoluíram o suficiente para resolver suas questões sem o embate sangrento e impiedoso.

Espero que esse violento conflito armado aponte para que os interesses políticos, geográficos e econômicos não fiquem sobrepostos à preservação da vida. 

E ainda sentindo os ventos de Clarice: “Quando puder sentir plenamente o outro estarei salva e pensarei: eis o meu porto de chegada”

A Descoberta do Mundo, editora Rocco, 1998

 

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Mais três escolas inauguradas por Feliciano Costa

sábado, 26 de março de 2022

Edição de 25 e 26 de março de 1972
Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes:

Edição de 25 e 26 de março de 1972
Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes:

  • Mais três unidades escolares inauguradas pelo prefeito - Três excelentes  escolas foram inauguradas em Nova Friburgo com solenidades marcantes: Escola Aprazível, Espírito Santo e Praça da Bandeira, todas na zona urbana e em bairros de ascendente índice populacional. Nos discursos pronunciados em cada uma das escolas, o prefeito Feliciano Costa fez calorosas e elogiosas referências ao dr. Ariosto Bento de Mello, que não foi o projetista, nem o construtor, nem direta ou indiretamente o idealizador da iniciativa e nem mesmo o homem ou a autoridade que conseguira arranjar ou mesmo fazer vingar a obra.
    Na Escola Espírito Santo, o chefe do Executivo Municipal pediu calorosa salva de palmas para “aquele que deverá substituí-lo com dignidade e capacidade”, que outro não era senão o mencionado dr. Ariosto. Que os elogios foram realmente merecidos, não haja dúvida. Acontece, que o distintamente elogiado foi lançado, na mesma semana, pelo diretório da Arena local à sucessão do aludido chefe do executivo, fato, que como é óbvio ululante é deveras significativo e comprovador do absoluto entrosamento de pontos de vistas a respeito do “affaire”. 
  • Santa Casa: Relatório, parecer de auditoria e balanço geral - O hospital Santo Antônio - Santa Casa de Misericórdia de Nova Friburgo - dirigido pelo nosso colaborador Dr. Augusto Cláudio Ferreira, que é juiz do Trabalho, presidente da Junta de Conciliação e Julgamento de Nova Friburgo - dá a público, alentado relatório da comissão presidida pelo conhecido advogado dr. Sebastião Pinheiro, que se faz acompanhar de extenso e dignificante parecer de uma das mais importantes auditorias contábeis do Brasil, assim como do balanço da receita e despesa de exercício examinado. O relatório, o parecer da auditoria, bem como os dados contábeis, objetos da publicação, tiveram origem em solicitação de um grupo de médicos.  

 Pílulas:

  • Ora pílulas… “O enjôo” político do dr. Paulo Azevedo não foi criação, em absoluto. A nova, que já era velha nos arraiais do Galeria Bar, nos foi fornecida sem que nada perguntássemos, pelo próprio dr. Paulo. Aliás, pouco nos dava ou se nos dá, que a coisa se realize. Para nós, tanto faz, como tanto fez. 
  • O vereador Alencar Pires Barroso, informou-nos que, realmente vai postular a sua indicação para vice-prefeito, na legenda principal do MDB, julgando-se com reais e totais direitos já que ocupa a vereança pela quinta vez. Sabemos, que o mesmo Alencar Pires Barroso, reúne um grupo de convencionais suficientemente capaz de fazer prevalecer, pelo voto o seu justíssimo desejo. 
  • O diretório local da Arena, além de em prévia votação escolher para seu candidato à substituição do atual prefeito, o Dr. Ariosto Bento de Mello, ainda por votação decidiu que, competirá ao escolhido, exclusivamente a ele, a escolha do seu companheiro de legenda partidária. Dito pronunciamento abortou muitas e muitas pretensões… 

E mais… 

  • A perplexidade ainda dominando a população friburguense, com as escandalosas majorações tarifárias dos telefones e da água…
  • Chegou a revolução: Agora em Friburgo, o Fico, o mais revolucionário sistema de crediário até hoje inventado… 
  • A vitoriosa Faculdade de Odontologia de Nova Friburgo realizou na passada semana o vestibular… 
  • É oficial a notícia: A chefe da 8ª Região Escolar avisa que a escolha de contratos e substituições para as professoras concursadas será realizada dia 26…
  • Bodas de Ouro: O simpático e querido casal Maria - Santos Spinelli comemorará no dia 8 de abril, bodas de ouro… 

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Neuza Ruiz (25); Lázaro Matheus Garcia (26); Norma Tavares, Lygia Maria Meyer e Márcio Jabes (29); João Batista Moreira, Telma Rocha e Joaquim Pereira Bispo (30); e Ronaldo Laginestra (1º de abril). 

 

Foto da galeria
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Estou a fim de...

sábado, 26 de março de 2022
Foto de capa

Um amigo me apresentou uma entrevista do dramaturgo, escritor e psicanalista Contardo Calligaris em que defende o direito à tristeza e contesta o sentido da felicidade. “Não quero ser feliz. Quero é ter uma vida interessante”. 

Um amigo me apresentou uma entrevista do dramaturgo, escritor e psicanalista Contardo Calligaris em que defende o direito à tristeza e contesta o sentido da felicidade. “Não quero ser feliz. Quero é ter uma vida interessante”. 

Na tese, o doutor em psicologia diz que ter uma vida interessante “inclui pequenos prazeres, mas também grandes dores. Ter uma vida interessante significa viver plenamente. Isso pressupõe poder se desesperar quando se fica sem alguma coisa que é muito importante para você. É preciso sentir plenamente as dores: das perdas, do luto, do fracasso”. E, completa: “Eu acho um tremendo desastre esse ideal de felicidade que tenta nos poupar de tudo o que é ruim”.

O que é felicidade, afinal? O homem desde muito tempo tenta responder a isso. Na teoria. Acredito que, na prática, cada um deve responder por si só. Não acredito em tese fechada para o conceito, mas acho que cada qual tem que descobrir a sua forma de encontrar bem-estar. Sabendo que para identificar o que é bom, a experiência do ruim não deixa de ser professora.

De todas as afirmações de Calligaris, confesso que me apeguei a uma mínima frase, quando ele é contestado sobre o que seria então o contraponto ao “eu quero ser feliz” ou o “eu preciso ser feliz”. O contraponto é o “Estou a fim de...” Defende: “A partir disso, qualquer coisa é válida”.

Calligaris tem razão. Quantas vezes fazemos de fato aquilo que estamos a fim de fazer? Essa liberdade é a essência do nosso bem-estar mais íntimo. Se estou com vontade de chorar que eu chore. Se estou com vontade de rir que eu ria. Se quero ligar para aquela pessoa — ligo. Se não quero falar com aquele sujeito — não falo. Não há inconsequência alguma em fazer o que está a fim de fazer, em ser o que se quiser ser. Estou a fim de…

Você está a fim de que hoje? De nada? Que seja! Nada também é um desejo e muitas das vezes uma necessidade. Eu quero e acho que você também: ter a liberdade de fazer o que está a fim. Essa permissão pode ser mais que temporária ou ligeira. É um modo de viver que deve se colocar em prática permanente. Atento para não ser arrogante, aberto para o outro, pois viver tem muito a ver em também se achar no outro. A tal arte do encontro. O tão sonhado respeito em, ao se permitir, compreender que esse é um direito de todos.

As obrigações existem e ninguém aqui está dizendo para se evocar a irresponsabilidade. Mas é preciso dizer que devemos ter responsabilidade consigo mesmo. Essa é a primeira e mais importante. Essa responsabilidade consigo mesmo não é se tornar um chato, um vigilante, um juiz. Mas responsável por dispensar aquilo que não te faz feliz, tudo que atrapalha essa jornada pelo viver.  

“O sentido da vida está na vida”. Contardo Calligaris dedicou muito da sua vida a achar esse sentido que ele resume nessa frase simples, mas absolutamente complexa. Porque, como diz ele, para a maioria das pessoas, perceber a vida como sentido de si mesma é um escândalo.

Assim, mais importante que ser feliz é buscar ter uma vida interessante. Tornar a vida interessante é algo que nem Calligaris daria fórmula pronta. Na equação poética, cabe somente a si mesmo montar da forma que bem entender a ordem dos fatores, sabendo que não há resultado certo ou errado, talvez sequer possa se estipular resultado. Porque não é o resultado que será interessante, mas as fórmulas que aplicamos e experimentamos nessa busca vida.  

 

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Friburguense em alto Conselho da ONU

sexta-feira, 25 de março de 2022

Friburguense em alto Conselho da ONU
A friburguense Ilona Szabó foi nomeada para o recém-criado Conselho Consultivo de Alto Nível do Secretário-Geral da ONU, a Organização das Nações Unidas. O conselho composto por 12 membros tem foco na melhoria da governança de bens públicos globais. A friburguense é a única representante latino-americana entre os membros do conselho.

Friburguense em alto Conselho da ONU
A friburguense Ilona Szabó foi nomeada para o recém-criado Conselho Consultivo de Alto Nível do Secretário-Geral da ONU, a Organização das Nações Unidas. O conselho composto por 12 membros tem foco na melhoria da governança de bens públicos globais. A friburguense é a única representante latino-americana entre os membros do conselho.

Cúpula do Futuro
Presidente do Instituto Igarapé, Ilona Szabó, é uma das figuras mais respeitadas do país no que tange às Ciências Políticas, especialmente, na área de segurança pública. No Conselho Consultivo do Secretário Geral da ONU, entre as tarefas está tornar mais efetivos acordos multilaterais em uma série de questões, como clima, desenvolvimento sustentável, paz, espaço digital e arquitetura financeira internacional. Os itens vão servir de subsídios para a Cúpula do Futuro, em 2023.

Chefes de Estado no Conselho
Nesse conselho, destaque para duas figuras internacionalmente conhecidas que já foram chefes de Estado: Ellen Johnson Sirleaf, presidente da Libéria (2006 e 2018) e vencedora do Prêmio Nobel da Paz e Stefan Löfven, primeiro-ministro da Suécia (2014-2021).

Polêmica nacional
A friburguense Illona Szabó esteve no centro das discussões políticas, em 2019, após o presidente da República, Jair Bolsonaro, ter desautorizado o então ministro da Justiça, Sérgio Moro, a indica-la para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Na época, o próprio ministro admitiu que a revogação foi provocada por "repercussão negativa em alguns segmentos" da sociedade. Ele não disse quais, mas notadamente apoiadores de direita do presidente.

Queda de Moro
Na época, após a revogação da nomeação, Ilona Szabó afirmou que "ganha a polarização" e que "a pluralidade é derrotada". Ela disse lamentar não poder assumir o mandato "devido à ação extremada de grupos minoritários". Ilona é conhecida por sua posição contrária à flexibilização do porte de armas e se posiciona contra a redução da maioridade penal para 16 anos, sempre com argumentos baseados em números e perspectivas.

Vida que segue
Essa foi a primeira fissura do então ministro com Bolsonaro. Outras se seguiram até a  saída do Governo. Ambos concorrerão agora ao cargo de presidente. Illona Szabó segue à frente do Instituto Igarapé, com palestras sobre seus livros e artigos e agora no poderoso Conselho da ONU.  

A melhor cachaça é da Região
A melhor cachaça do Brasil é do Centro-Norte fluminense. A cachaça Da Quinta Prata, produzida no município de Carmo, foi eleita, entre 50 finalistas, a campeã de 2022. A decisão foi de um renomado júri que bienalmente é formado pela Cúpula da Cachaça para decidir, em testes cegos, quais são as melhores.

Vitória inesperada
A cachaça prata é do gênero branquinha, ou seja, límpida e transparente, sem a passagem por barricas de madeira que conferem sabores à bebida. Geralmente, essas são as vitoriosas, justamente, pelo adicional. Mas nesse ano, uma branquinha vencer gerou surpresa em todos os jurados. Por óbvio, a cachaça foi também a vencedora na sua categoria. Já na categoria madeira, a campeã foi a mineira Anísio Santiago.

Premiadíssima
A produção da cachaça Da Quinta é centenária e, atualmente, segue na mesma família que a criou, mas agora totalmente gerenciada e pensada por uma mulher, Kátia Alves Espírito Santo. A vencedora é armazenada por seis meses em aço inox. A marca carmense já conquistou outros títulos e medalhas importantes e já fulgura entre as mais premiadas do país. Tem ainda certificação como orgânica. 

Alpendorf
E os talentos da nossa região não param. A cervejaria friburguense Alpendorf conquistou mais um prêmio. Foi vencedora do Concurso Brasileiro de Cervejas 2022, realizado em Blumenau-SC, na categoria The Beer Spirits of Kentucky. Com o rótulo Kentucky Common arrebatou a medalha de prata. O estilo é uma homenagem à cerveja vendida entre 1900 até a Lei Seca norte-americana, na área de Lousville. Durante o período de 1920 a 1933, o estilo foi extinto.

Homenagem a músico
Leve, de cor acobreada, rica em sabores maltados, segundo seus produtores, lembrando um biscoito. Com EBC (cor da cerveja): 19, IBU (intensidade de amargor): 22 e ABV (teor alcoólico): 5,2%, a cerveja é uma homenagem ao músico Sérgio Knust. Pode ser adquirida na fábrica e espaço de convivência da Alpendorf, na Queijaria Suíça, em Conquista ou pelo site da cervejaria.

Grande concurso
A medalha tem tamanha importância quando se olham os números e o peso do Concurso.  Nesse ano, a competição contou com 3.635 amostras inscritas de 537 cervejarias de 21 estados do país, o maior número em dez edições. Os rótulos foram avaliados por 106 especialistas, de 21 países, escolhidos a dedo e que experimentaram as bebidas em testes cegos. A grande campeã foi a cervejaria Além Bier, de Flores da Cunha-RS com quatro ouros, três pratas e três bronzes, Dez medalhas no total.  

Palavreando
“O que é felicidade, afinal? O homem desde muito tempo tenta responder a isso. Na teoria. Acredito que, na prática, cada um deve responder por si só. Não acredito em tese fechada para o conceito, mas acho que cada qual tem que descobrir a sua forma de encontrar bem-estar. Sabendo que para identificar o que é bom, a experiência do ruim não deixa de ser professora”. Trecho da crônica que será publicada na íntegra na edição deste fim de semana do Caderno Z, o suplemento semanal de A VOZ DA SERRA.

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Dez termos financeiros que você precisa conhecer

sexta-feira, 25 de março de 2022

Pois bem, já faz tempo desde o último glossário. Dada a devida importância de assuntos relevantes para a democratização do acesso àinformação financeira, este é o tipo de abordagem que faço questão – e quem me acompanha com afinco sabe disso – de trazeràtona sempre que surge a oportunidade. Afinal, conhecimento nenhum pode ser desperdiçado e vocabulário técnico é fundamental para qualquer desenvolvimento de conhecimentos específicos.Portanto, fique com o glossário abaixo para estudo e apreciação. Espero poder acrescentar valor ao seu conhecimento.

Pois bem, já faz tempo desde o último glossário. Dada a devida importância de assuntos relevantes para a democratização do acesso àinformação financeira, este é o tipo de abordagem que faço questão – e quem me acompanha com afinco sabe disso – de trazeràtona sempre que surge a oportunidade. Afinal, conhecimento nenhum pode ser desperdiçado e vocabulário técnico é fundamental para qualquer desenvolvimento de conhecimentos específicos.Portanto, fique com o glossário abaixo para estudo e apreciação. Espero poder acrescentar valor ao seu conhecimento.

Alavancagem: com o objetivo de potencializar rendimentos, investidores usam determinadas garantias para operar com volume financeiro acima do patrimônio real e, assim, alavancar resultados.

Alíquota: valor percentual que incide sobre determinada atividade, geralmente, com finalidade tributária.

Ativo e passivo: ativos são bens ou serviços que agregam rentabilidade; passivos, por sua vez, são bens ou serviços com carga de desvalorização e despesas com o passar do tempo.

Commodities: insumos classificados como matéria-prima capazes de passarem por processos industriais com objetivo de atribuir maior valor agregado ao produto.

Cotação: preço de equilíbrio, em determinado instante, calculado via livre mercado a partir das relações de oferta e demanda. Em bolsa de valores, nada mais é que o preço de determinado ativo num exato instante.

Custódia: aqui, fica caracterizada a guarda e exercício de direitos sobre títulos e valores atribuídos a determinado investidor.

Dividendos: distribuição de parte dos lucros de uma determinada empresa a seus acionistas.

Liquidez: capacidade de converter aplicações financeiras em dinheiro, sem haver perda de valor. Quanto maior a liquidez, mais rápida é executada tal conversão.

Pregão: nome atribuído ao período de negociação de ativos na bolsa de valores. No Brasil, hoje, o pregão da B3 funciona entre 10h e 16h55.

Volatilidade: na bolsa de valores, volatilidade representa a variação das cotações de determinado ativo em um período estipulado de tempo, possibilitando parâmetros de estabilidade ou instabilidade do investimento.

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Era dos cancelamentos virtuais

sexta-feira, 25 de março de 2022

Que história é essa de cancelar gente? Juro que vi e não entendi. “ Fulano foi cancelado”. “Cancelaram Beltrano na internet.” Oi? Do que se trata o cancelamento de pessoas? O dicionário Aurélio traz como alguns dos significados do verbo cancelar “tornar sem efeito, anular, eliminar; suspender, suprimir”.

Que história é essa de cancelar gente? Juro que vi e não entendi. “ Fulano foi cancelado”. “Cancelaram Beltrano na internet.” Oi? Do que se trata o cancelamento de pessoas? O dicionário Aurélio traz como alguns dos significados do verbo cancelar “tornar sem efeito, anular, eliminar; suspender, suprimir”.

Bem, a mera tentativa de tentar anular ou eliminar ser humano eu já acho cruel por si só. Aliás, toda e qualquer forma de minimizar a existência de outra pessoa já é repugnante por natureza. O mundo virtual, em que todos nós de alguma maneira estamos inseridos e, em tese, guarnecidos por telas, tem apresentado algumas nuances difíceis de lidar.

Uma delas, justamente, vem ganhado corpo nesses novos tempos: o tal “cancelamento” de pessoas pelas redes sociais. O linchamento pelas redes sociais podem causar prejuízos das mais diversas ordens e o mais surpreendente disso é que ele vem acontecendo muitas vezes de forma natural, como se natural fosse, mas municiado de um volume muito grande de pessoas com atitudes simulares e intenção de prejudicar o alvo do momento. Tal como uma diversão.

E mais, a massificação de atuações pelas redes sociais por vezes é provocada pelo comando a robôs, com o intuito aparente de propagar informação falsa, denegrir imagem de pessoas, “coisificar” pessoas como se objetos, brinquedos, mercadorias fossem. Estranho mesmo, desde quando gente é produto? Como cancelar existências pelo impulsionar de dedos de gente ou de robôs em teclados de computadores e smarthphones?

Tempos difíceis. Achar graça das mazelas alheias e atuar, ainda que minimamente, para encorpar os discursos de ódio são condutas, a meu ver, irresponsáveis. E, por vezes, irreparáveis. Aquele ditado que muitos de nós aprendemos com nossos pais ainda crianças, de não fazer aos outros aquilo que não gostaríamos que fizessem conosco, nunca fez tanto sentido.

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Número de eleitores adolescentes: o menor da história

quinta-feira, 24 de março de 2022

Somente um em cada dez jovens entre 16 e 17 anos se interessou até o momento em tirar o título de eleitor para votar neste ano. Faltando pouco mais de um mês para o fim do prazo para a emissão do título eleitoral, o Brasil vivencia o menor número de adolescentes que tiraram a permissão eleitoral e estarão aptos a votar, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Somente um em cada dez jovens entre 16 e 17 anos se interessou até o momento em tirar o título de eleitor para votar neste ano. Faltando pouco mais de um mês para o fim do prazo para a emissão do título eleitoral, o Brasil vivencia o menor número de adolescentes que tiraram a permissão eleitoral e estarão aptos a votar, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Aproximadamente oito milhões de adolescentes brasileiros estarão na idade etária hábil para votar pela primeira vez nas próximas eleições, que ocorrerão no fim deste ano, com o primeiro turno marcado para 2 de outubro. De acordo com os dados obtidos pelo último censo do IBGE, esse é o número de moças e rapazes que terão 16 anos completos até o dia do pleito geral.

O TSE registra uma brusca queda na procura dos jovens para tirarem sua carta eleitoral, visto que somente 830 mil jovens possuem o documento até o momento em todo país. Em comparação com as últimas eleições gerais municipais, na mesma época do ano foram mais de 1,4 milhão de pessoas da faixa etária aptas para votar.

Em fevereiro de 2018, o percentual era de 23,3% de jovens habilitados que tiraram o seu título de eleitor, no entanto, em 2022 a margem é de somente 13,6% - menos que ¼ do total dos menores de idade que foram às urnas há três décadas. E a pergunta que fica é: por que o jovem tem se distanciado tanto de exercer os seus direitos políticos? O jovem é o retrato da sociedade em que vive e não somente eles têm abdicado dos seus direitos democráticos.

 As últimas eleições municipais, em 2020, registraram número recorde de pessoas que não votaram. Fato é que o cenário de pandemia fez com que muita gente não comparecesse aos locais de votação, contudo, o que se observa, pelos dados do TSE, é que a cada eleição que passa mais pessoas abdicam de suas escolhas, seja anulando, votando em branco ou não indo votar.

Em 2020, pelo menos 29% dos eleitores brasileiros habilitados não votaram. Nos últimos anos 2018, 2016 e 2014 o índice de abstenções foi menor e ficou em 21%. O percentual diminui ainda se comparado com as últimas eleições dos pleitos municipais de 2012 (19,12%), 2008 (18,09%), 2004 (17,3%) e 2000 (16,2%).

Vivemos uma democracia em nosso país em que o voto ainda é o nosso principal instrumento na escolha dos nossos representantes e os números preocupam. No pleito municipal de Nova Friburgo, quase 30% dos eleitores habilitados não foram votar. As abstenções foram tão expressivas que a soma dos votos dos três candidatos a prefeito mais bem colocados em 2020, chega bem próxima ao número de pessoas que deixaram de votar.

Isso demonstra o crescente desinteresse das famílias em exercer seus direitos democráticos, o que influencia diretamente na educação dos jovens e consequentemente, os afasta ainda mais no exercício das escolhas para o futuro. A falta de identificação política, segundo especialistas, tem grande participação nesses dados, uma vez que os partidos envelheceram e não há espaço para a juventude.

Para o empresário friburguense, subsecretário de Integração da Prefeitura do Rio de Janeiro e secretário municipal de Cultura de Nova Friburgo, em 2017, sendo, na época, o mais novo do Brasil, Marcos Marins, todos nós somos impactados pela política independente da idade e a partir do momento que o jovem consegue perceber que pode fazer algo, ocorre o poder de transformação.

“O jovem que hoje está no ensino médio, amanhã precisará de vagas em universidades, cursos técnicos e profissionalizantes, dependerá de vagas no mercado de trabalho e de um sistema econômico que depende totalmente da política, pública ou interpessoal. Os efeitos positivos e negativos das ações políticas hoje serão sentidos por muitos anos seguintes”, observa Marcos.

É totalmente compreensível a frustração da sociedade com os políticos e com a política – todos nós partilhamos desse sentimento. Mas, em vez de debatermos soluções para a nossa sociedade, por meio de debates e fiscalização de projetos, estamos tentando convencer as pessoas à votarem.

Tudo em nossa vida tem relação com a política seja: no preço da alimentação, na vaga da faculdade, no valor do transporte público, na disponibilidade de leitos nos hospitais. A partir do momento em que abrimos mão de mudar o nosso futuro, não caberá a nós questionar as consequências do presente. O fim do prazo para confecção e legalização do título eleitoral ocorre no dia 4 de maio.

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Resolvendo seus conflitos de forma simples

quinta-feira, 24 de março de 2022

Nossa mente tem uma área chamada inconsciente. Para ela são lançadas lembranças, sentimentos, ideias, desejos, positivos e negativos, agradáveis e desagradáveis. Todos os pensamentos e sentimentos que você viveu ao longo de sua infância em sua família de origem ficam armazenados nesse arquivo mental chamado inconsciente.

Nossa mente tem uma área chamada inconsciente. Para ela são lançadas lembranças, sentimentos, ideias, desejos, positivos e negativos, agradáveis e desagradáveis. Todos os pensamentos e sentimentos que você viveu ao longo de sua infância em sua família de origem ficam armazenados nesse arquivo mental chamado inconsciente.

Não temos acesso ao conteúdo do inconsciente quando queremos, mas quando podemos, quando somos capazes de lidar conscientemente com os pensamentos e com os sentimentos que estavam lá quem sabe há tantos anos. Os sonhos são produzidos tanto em função de eventos vividos no dia anterior ou em torno dele, como por causa de histórias geralmente traumáticas de nosso passado. O que precisa sair do inconsciente para vir à consciência, mas que é impedido de chegar num nível consciente mental, pode sair em sonhos, ou através de algum sintoma físico ou emocional.

Muitos possuem sintomas físicos de origem no estresse mental. Chamamos isso de somatização, que é quando uma pessoa apresenta manifestações no corpo sem ter uma doença específica. O corpo sempre atua junto com a mente, um tentando ajudar o outro. Se você tem traumas emocionais importantes do passado ou do presente que realmente feriram, é possível na vida adulta ter sintomas físicos de origem emocional e/ou sintomas psicológicos como vontade de chorar, ansiedade excessiva, medos irracionais, tristeza contínua, entre outros.

Muitas crianças são vítimas de abusos na família de origem. Às vezes é um pai agressivo fisicamente, outras vezes é uma mãe autoritária que deprecia os filhos. Estas feridas emocionais são produzidas na infância e a pessoa pode, na vida adulta, ter alguma desordem emocional, complicações de comportamento, seja, por exemplo, uma timidez excessiva, ou o oposto, agressividade social.

Na vida adulta a pessoa com sofrimentos psicológicos que prejudicam o seu desempenho no trabalho, nos estudos e nos relacionamentos em geral, pode encontrar alívio quando, primeiro de tudo, procura fazer uma análise pessoal pensando no que sofreu no passado e o que veio fazendo com o sofrimento. Guardou ressentimentos? Não conseguiu ainda perdoar as pessoas que o feriram lá atrás? Repete no presente atitudes que detestava e jurava não praticá-las? Tem dificuldade para chorar? Chora com facilidade meio sem saber a razão? Ficou com alguma fobia? Se sente depressivo a maior parte do tempo? Tem muita ansiedade? Vive brigando com os outros?

Falar de sua dor emocional pode aliviar. Procure pensar no que o incomoda mais em sua mente. Medo? Ansiedade? Tristeza? Irritação? Fale disso para alguém confiável e ético, que não irá tirar proveito de você, e manterá sigilo. Coloque suas dificuldades em oração sincera ao Criador do Universo, usando suas próprias palavras, crendo que Ele ouve seu desabafo, e persevere nisso. Muitas pessoas conseguem alívio e discernimento do seu problema emocional através da oração. Cientistas estão estudando isso.

Ao desabafar com Deus e com alguém capaz de ajudar, que não tem que ser necessariamente um profissional em psicologia, você pode melhorar. Se seus sintomas forem muito limitantes, por exemplo, impedindo de estudar, de trabalhar, de se relacionar bem com a maioria das pessoas, então considere ser avaliado por um profissional.

Mas comece com algo simples, como desabafar. E pense: Preciso pedir perdão a alguém? Peça. Preciso acabar com ressentimentos? Perdoe quem machucou você. Preciso me tratar melhor e parar com pensamentos de autodesvalor, autodepreciação? Faça isso. Estas atitudes vão promovendo a cura que você precisa.

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Novo Pub

quarta-feira, 23 de março de 2022

Padaria livraria

 

O conceito talvez soe novo, mas após o anúncio de fechamento da última grande livraria de Nova Friburgo, a padaria que substituirá a Arabesco na Avenida Alberto Braune, decidiu ser também uma livraria. Os empreendedores acreditam que seja a primeira do gênero no país. A ideia é trazer a padaria com estilo gourmet e ter um espaço dedicado à leitura e à venda de livros.

 

Cidade sentiu

 

Padaria livraria

 

O conceito talvez soe novo, mas após o anúncio de fechamento da última grande livraria de Nova Friburgo, a padaria que substituirá a Arabesco na Avenida Alberto Braune, decidiu ser também uma livraria. Os empreendedores acreditam que seja a primeira do gênero no país. A ideia é trazer a padaria com estilo gourmet e ter um espaço dedicado à leitura e à venda de livros.

 

Cidade sentiu

 

O futuro empreendimento é da mesma família, portanto, a expertise no negócio que manteve a Arabesco por tantos anos como uma sobrevivente do mercado de papelaria e livros. O legado será, portanto, mantido e podemos dizer, modernizado. O encerramento das atividades da Arabesco trouxe um misto de sentimentos aos friburguenses. De perda, de processo de retrocesso cultural, de nostalgia.

 

Em breve

 

Animador, no entanto, o anúncio que damos em primeira mão de que a cidade seguirá tendo uma grande livraria. Melhor: acoplada a um espaço que tem frequentadores que podem não ser tão adeptos às livrarias e que, a partir de agora, terão próximo a possibilidade de nutrir o hábito pela leitura de livros. Ainda não está determinada a inauguração da Dona Emília padaria gourmet e livraria. Obras serão necessárias para adequar o espaço atual.

 

Casa Francesa e outros

 

O fechamento da Arabesco e da Alquimia noticiados semana passada pela coluna, levou muitos leitores a entrar em contato para relembrar tradicionais lojas, genuinamente friburguenses, que encerraram, recentemente, as suas atividades: MM Roupas, Renver, Beto Calçados e Casa Francesa foram as mais citadas. As mudanças do mercado, a chegada de grandes magazines, a aposentadoria de seus proprietários, entre outros fatores, cada qual na sua realidade, são alguns dos motivos que levaram ao fechamento destes e de outros comércios locais.

 

Novo Pub
Mas se um fecha, outro abre e o ciclo econômico segue seu rito. Neste sábado, 26, Nova Friburgo ganha um pub bar inédito na região. Com estilo de oficina mecânica, justamente por estar se instalando em um espaço que era uma retífica de motores, surge o Grua. O espaço promete design único, com objetos de oficina e até um Fusca clássico.

Retífica Bar
O novo pub está localizado em Duas Pedras, na Avenida Antônio Mário de Azevedo, início da Estrada Tere-Fri. A pegada de oficina foi tão mantida pelo projeto que se pode dizer que o sobrenome do pub é Retífica Bar. A ideia é trazer mais um espaço instagramável para a cidade, mas também ofertar uma boa carta de petiscos, cervejas e drinks. Além, é claro, de muita confraternização, boa música e diversão. Só não vale se sujar de graxa e dizer que estava na oficina, enquanto estava no bar. Se bem que...           

Friburguense
Correndo contra o tempo para montar o time para a segunda divisão, o Friburguense inicia nessa semana os treinos com o elenco reduzido. Neste primeiro momento, estarão praticamente apenas atletas aproveitados do Sub-20 que fez uma boa temporada em 2021. A aposta nos novatos é uma forma criativa de driblar as dificuldades financeiras, diante de uma concorrência cada vez com mais poder financeiro que o Tricolor da Serra.

Toshia
Após perder boa parte dos jogadores que atuaram pelo time nas duas últimas temporadas, a diretoria foca em dois conhecidos da torcida. O atacante Toshia tem retorno praticamente concretizado. O meia Jorge Luiz tem outras propostas, mas demonstra vontade em voltar para Nova Friburgo. Caso consiga esses dois jogadores, o time começa a ganhar forma para atrair outros nomes.

Estreia adiada
A estreia do Friburguense no Estadual, que seria no dia 30 de abril, foi adiada. Passou para o dia 4 de maio. O primeiro adversário é o Volta Redonda, e, como já antecipávamos, tem conflito de datas dos jogos do Volta Redonda no Brasileiro da Série C, com a segundona estadual. Assim, a Federação teve que remarcar todas as partidas do time da Cidade do Aço. Dessa forma, o Volta Redonda só poderá entrar em campo às quartas-feiras. As partidas da segundona seriam sempre aos sábados e domingos, assim como no Brasileiro.

Mudança de nome
Além da mexida na tabela por conta do Volta Redonda, o Gonçalense - vice-campeão no ano passado - está mudando de nome e de cidade. O clube foi vendido para o empreendedor ligado ao futebol, o técnico, Alan Pascoal. Ele está mudando o Gonçalense para o município de Petrópolis. Como não houve tempo hábil legal, neste ano o time se chamará Gonçalense/Petrópolis. Mas a partir do ano que vem, será somente Petrópolis.    

Camisa 2022
A longa parceria com a Vettor, distribuidora dos uniformes, está mantida. Um dos uniformes será a volta da camisa toda branca. Pronta, mas ainda não está à venda. A camisa traz uma estrela sombreada na parte esquerda do peito, abaixo do escudo e detalhes em azul nas mangas. O patrocínio principal continua sendo da Unimed Serrana. Deve ser com essa camisa que o time fará a sua estreia diante do Volta Redonda. Uma nova deve ser lançada para essa temporada, possivelmente a tricolor.

Palavreando
“Eu não sei a cor do seu ipê e nem sei o que o suspende ao céu. Mas sei que todos nós precisamos de algo que nos tire um pouco dessa cegueira que enxerga tudo, menos a beleza que se esparrama à nossa frente”.

 

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

As mães ucranianas

quarta-feira, 23 de março de 2022

Se Deus não segurar o dedo nervoso dos grandes deste mundo, virão as bombas todo-poderosas

Lembro-me mais ou menos de uma frase do Padre António Vieira sobre a guerra. Também mais ou menos sei onde ela está e vou procurá-la. Ei-la: “A guerra é aquela calamidade composta de todas as calamidades em que não há mal algum que não se padeça, ou não se tema; nem bem que seja próprio e seguro”.

Se Deus não segurar o dedo nervoso dos grandes deste mundo, virão as bombas todo-poderosas

Lembro-me mais ou menos de uma frase do Padre António Vieira sobre a guerra. Também mais ou menos sei onde ela está e vou procurá-la. Ei-la: “A guerra é aquela calamidade composta de todas as calamidades em que não há mal algum que não se padeça, ou não se tema; nem bem que seja próprio e seguro”.

Já no tempo dele era assim. Muito antes dele já era assim, terá sido sempre assim, desde o momento em que o homem primitivo, que mal havia levantado a cara do chão, sentiu-se capaz de segurar um pedaço de pau ou de atirar uma pedra e ferir outro homem. E hoje, milênios e milênios depois, primitivos continuamos, agora com armas mais destrutivas do que quanto pau e pedra possam existir no universo. Armas capazes de ferir não um, mas milhares, milhões; armas inteligentes, certeiras, fatais. E, se Deus não segurar o dedo nervoso dos grandes deste mundo, virão as bombas todo-poderosas. Talvez nem se possa falar delas no plural, pois bastará uma para que tudo vire pó, fumaça, nada. E para que finalmente a vida se cale no planeta Terra.

A cada minuto a guerra nos atinge. Não há como ignorá-la, ainda que tentemos fechar os olhos, tapar os ouvidos, calar a consciência. Bombas explodem, prédios desabam, pessoas correm, tentando superar estradas, cruzar fronteiras. Vão carregando sacos ─ roupas, remédios, documentos ─ e carregando-se uns aos outros. O andar trôpego e a cara sofrida com que avançam penetram em nosso coração. Não o coração dos românticos, aquele músculo incessante que trazemos no peito e que na verdade nunca se alegra ou se entristece. Mas aquele coração que é a nossa espiritualidade, nosso sentimento do mundo, nossa própria humanidade.  O coração que nos distingue das coisas brutas como a pedra, e mesmo dos outros animais que compartilham este mundo conosco ─ serpentes, jumentos, passarinhos.

E todos nós temos rezado, cada um a seu jeito, pois há muitas maneiras de rezar e as melhores independem das palavras. Sim, rezamos por todos os que sofrem e morrem em meio ao barulho, a fumaça e a escuridão, perdidos entre os gritos e gemidos que ressoam naquele pedaço do mundo tão distante e tão ao alcance do nosso coração. Rezamos por russos e ucranianos, que o sofrimento e a dor não conhecem nacionalidade. E se rezamos com maior fervor pelos ucranianos é porque eles estão sendo agredidos, porque são mais fracos, porque morrem mais. Sim, rezemos pelos ucranianos, e ainda mais pelas mulheres ucranianas que sofrem pelos maridos e pais que estão no fragor da batalha ─ ou talvez não mais, talvez já tenham abandonado a luta e estejam estirados no chão, sujos de terra e de sangue.

E mais do que por todas, rezamos pelas mães ucranianas, que ora se escondem, ora correm, ora se encolhem, e disfarçam suas fraquezas e seus medos, para fazer deles força e determinação. Lá vão elas, bolsas despencando do ombro esquerdo, a mão direita segurando uma criança, e mais outra que dorme no seu colo. Quem sofre mais do que essas mães? Nem mesmo os pequeninos, que esses ao menos têm um vulto que os afaga e conduz, ainda que aos trancos e barrancos. As mães ucranianas lutam, temem e tremem sozinhas ─ por si e por todos que elas amam.

Mas nessa calamidade composta de todas as calamidades, rezemos também pelas mães russas, muitas das quais têm se manifestado contra a guerra, apesar de reprimidas pelo governo. Pois de que vale para qualquer mãe ganhar uma guerra, conquistar um país e perder um filho?

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