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Uma Páscoa marcada pela carestia

quarta-feira, 13 de abril de 2022

A Páscoa é um momento importante para os cristãos (aqueles que acreditam em Cristo). Morto numa sexta feira, segundo as escrituras, Jesus ressuscitou no terceiro dia (um domingo) e é esse seu novo despertar que é comemorado no Domingo de Páscoa, uma celebração que se origina da palavra em latim Pascha, que deriva do hebraico Pessach / Pesach, que significa “a passagem”. Essa “passagem” está descrita no Antigo Testamento como a libertação do povo israelita da escravidão no Egito.

A Páscoa é um momento importante para os cristãos (aqueles que acreditam em Cristo). Morto numa sexta feira, segundo as escrituras, Jesus ressuscitou no terceiro dia (um domingo) e é esse seu novo despertar que é comemorado no Domingo de Páscoa, uma celebração que se origina da palavra em latim Pascha, que deriva do hebraico Pessach / Pesach, que significa “a passagem”. Essa “passagem” está descrita no Antigo Testamento como a libertação do povo israelita da escravidão no Egito. A Páscoa era celebrada pelos judeus para comemorar a liberdade conquistada pelo seu povo.

Já no Novo Testamento, a Páscoa é a celebração da passagem da morte para a vida, através da ressurreição de Jesus Cristo. A data é comemorada anualmente no primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre no início da primavera (no Hemisfério Norte) e do outono (no Hemisfério Sul). De qualquer maneira existe similaridade entre ambos os significados, pois “passagem” pode significar ir de um estágio para outro, como de um estado inanimado para um de vida plena.

O que explica a associação entre os símbolos do ovo e do coelho com a celebração da Páscoa, a crença na ressurreição de Jesus Cristo? Há controvérsias e diferentes versões circulam entre os religiosos.

Uma dessas versões, que tem sido disseminada ao longo dos séculos é a de que Maria Madalena teria ido antes do amanhecer de domingo ao sepulcro de Jesus de Nazaré, levando consigo material para ungir o corpo dele. Ao chegar ao local, teria visto a sepultura entreaberta com um coelho nas proximidades; ele teria ficado preso no túmulo aberto na rocha e seria o primeiro ser vivo a testemunhar a ressurreição de Jesus. O ovo, por sua vez, é um símbolo de vida e renascimento. Povos da antiguidade, como os romanos, propagavam a ideia de que o universo teria a sugestiva forma oval. Na Idade Média, houve quem acreditasse que o mundo teria surgido dentro da casca de um ovo. ( https://www.bbc.com/portuguese/geral).

Ao longo dos anos, dar de presente, sobretudo para as crianças, um ovo de Páscoa, virou tradição no mundo inteiro, pelo menos entre aquele que professam o cristianismo. Mas, de uns tempos para cá, no Brasil, os preços dos ovos de chocolate têm aumentado muito até chegar aos dias de hoje, quando ele se tornou um verdadeiro assalto. Aqueles de tamanho médio, não saem por menos de R$ 50, nas melhores casas do ramo. Se levarmos em consideração que ano passado o preço girava em torno de R$ 30, teremos um aumento de quase 100% em alguns casos. Claro, talvez fábricas e comerciantes estejam querendo tirar o pé do lodo, depois de amargarem dois anos de incertezas, com a Covid 19. Mas, tudo tem um limite.

Para fugir dessa carestia só nos resta ou apelar para os ovos artesanais, muitas vezes mais saborosos e com preço mais acessível, ou para as caixas de bombons, em média, seis vezes mais baratas. Aqui, entra a criatividade do brasileiro, pois o chocolate apenas muda de formato e com sabores variados. As famosas brincadeiras de caça ao tesouro (um ovo de Páscoa) seriam substituídas pela caça à caixa de bombons.

Abrindo um parênteses no assunto, assustador está, também, o preço do queijo minas curado, que nos supermercados, pelo menos do Cônego, estão sendo vendidos em média a R$ 50. Um absurdo, daí ser preferível substituí-lo por requeijão ou queijo prato ou muçarela (essa é a forma registrada no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, apesar da consagrada forma “mussarela”) fatiada que será comprado na quantidade desejada.

Aliás, o Brasil é um país desmemoriado, pois aqui o preço dos combustíveis sobe em função da variação do dólar e do barril de petróleo. No entanto, mesmo que eles diminuam, como é o caso atual, esquecem de abater a percentagem de queda, nas bombas dos postos de gasolina. O mesmo se dá com o botijão de gás.

Como, para felicidade geral, o brasileiro é muito criativo, muitos farão em casa os próprios ovos, para alegria da garotada, ou recorrerão aos ovos artesanais, ou confeccionarão uma embalagem em formato de um ovo e colocarão dentro uma caixa de bombons. Mas, muitos pensarão ser essa comemoração apenas uma vez por ano e que vale a pena qualquer sacrifício. De qualquer maneira, a alegria de crianças e adultos, estará garantida, pois o doce sabor do chocolate estará presente.

Uma feliz Páscoa para todos.

 

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AVS é o difusor dos encontros – passado, presente e futuro!

terça-feira, 12 de abril de 2022

Nossa plataforma de embarque para a viagem do segundo fim de semana de abril é nada mais nada menos do que um passeio pela alvissareira notícia de que a Prefeitura anunciou o repasse de R$ 2 milhões para o sonhado projeto do Museu de Nova Friburgo. O anúncio do repasse se deu, na última semana, durante uma reunião do Conselho da Fundação D. João VI.

Nossa plataforma de embarque para a viagem do segundo fim de semana de abril é nada mais nada menos do que um passeio pela alvissareira notícia de que a Prefeitura anunciou o repasse de R$ 2 milhões para o sonhado projeto do Museu de Nova Friburgo. O anúncio do repasse se deu, na última semana, durante uma reunião do Conselho da Fundação D. João VI. Na ocasião, nosso prefeito Johnny Maycon destacou pontos importantes do projeto como preservar a história friburguense e a relevância de um museu com o papel de manter “a riqueza cultural do nosso povo de forma que permita o total acesso deste material às futuras gerações”.

Luiz Fernando Folly, que preside a Fundação D. João VI, nos deu um importante panorama histórico, buscando, nas profundezas da nossa formação, os sonhos de D. João VI no sentido de estruturar a vila com escolas, jardim botânico e um museu. Dos meandros de 1820, o sonho do museu transpõe o tempo e se mantém vivo no ideal das mentes iluminadas que o desenham na possibilidade de sua realização. Na verdade, o sonho já se concretizou no projeto da própria Fundação D. João VI que abriga, desde 2016,  no Solar do Barão, peças de alto valor histórico como as esculturas das Quatro Estações e, entre outras preciosidades, uma imagem de São Clemente, padroeiro da família do Barão e o exemplar do decreto da criação de Nova Friburgo.

Conforme os relatos de Luiz Fernando, o solar fora construído em 1843, para ser a residência urbana de Antônio Clemente Pinto, o Barão de Nova Friburgo, personagem de grande participação no desenvolvimento da nossa região. Assim, presente em nossa história, entendemos que o prédio, por si só, já tem, em seus espaços, a força espiritual gerada a partir da soma das energias coletivas dos pensamentos, dos sentimentos que marcaram e marcam a sua existência quase bicentenária. Bem-vindo seja o Museu de Nova Friburgo! Parabéns aos dedicados idealizadores que estão cuidando do projeto!

Preservar a história e dar a ela sua identidade no presente é dever de todos nós. A VOZ DA SERRA, mantendo a coluna "Há 50 Anos" é um difusor do passado, trazendo recordações de tempos idos e dando aos jovens informações sobre o que ocorria outrora. Na presente edição de 8 a 9 de abril de 1972, encontramos elogios a um ilustre personagem de Nova Friburgo. E a nota ressaltava: "Já trabalhando sua candidatura como vice-prefeito na chapa principal do MDB, o vereador Alencar Pires Barroso vem recebendo constantes e valiosas adesões. Homem do povo, batalhador incansável pelos interesses da zona agrícola e suburbana, Alencar, sem qualquer sombra de dúvida, valoriza qualquer legenda". Que belo registro!

Falando em eleição, a matéria de Christiane Coelho alerta: "Nova Friburgo tem mais de 7.600 títulos cancelados”. O cancelamento do título se deu por falta de comparecimento às urnas ou de justificativas por três turnos seguidos. As ausências no pleito de 2020 não entram nos dados dos atuais cancelamentos, nem geraram multas em virtude de a eleição ter sido no auge da pandemia do coronavírus. É preciso que os faltosos regularizem o título, o que não é difícil e pode ser feito até pela internet.

Em virtude da precária iluminação pública, o coelhinho da Páscoa, na charge de Silvério, parece que vai ter dificuldades para entregar os ovos em seu trabalho noturno. Mas, a sorte estará do lado dele se o tempo estiver bom, pois vai ter Lua Cheia dia 16. Ao contrário da escuridão das ruas, a Luz que A VOZ DA SERRA esparge na cidade completou 77 anos nas Bodas de Alfazema. O dia 7 de abril é também o Dia do Jornalista e juntando os dois festejos o resultado é muita satisfação pelo dever que se cumpre no legado que perpassa as gerações da nossa Voz. Há desafios? – Sim! Muitos e cada vez mais, principalmente da mídia impressa que enfrenta o avanço das plataformas digitais. Seja no formato em que se apresente, o papel de A VOZ DA SERRA é a sua credibilidade. E esse seu papel jamais entrará em desuso: é a sua marca, o seu mister!

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Vivas para a Thais

terça-feira, 12 de abril de 2022

Vivas para a Thais

Como hoje, 12 de abril, o dia é da querida Thais Botelho Camargo Costa, na foto em companhia do maridão Emanoel, completar mais um aniversário, nossas congratulações para ela que merece tudo de bom para amanhã e sempre. Parabéns!

Hoje com Salusse

Vivas para a Thais

Como hoje, 12 de abril, o dia é da querida Thais Botelho Camargo Costa, na foto em companhia do maridão Emanoel, completar mais um aniversário, nossas congratulações para ela que merece tudo de bom para amanhã e sempre. Parabéns!

Hoje com Salusse

No fim da tarde de hoje, dia 12, acontecerá na livraria Macondo, centro de Nova Friburgo, o lançamento e distribuição, como cortesia aos primeiros presentes, do livro "Cisne e outros poemas de Júlio Salusse", por iniciativa da Academia Friburguense de Letras que o tem e com muita honra, como seu patrono.

Esta nova obra literária, a cargo da AFL como mais um tributo ao seu patrono após 120 anos, reúne poesias dos livros "Nevrose Azul" e "Sombras", respectivamente, de 1894 e 1901, assim como algumas do livro "Fitas Coloridas", ainda inéditas.

Adeus, capitão Botelho!

Quinta-feira passada, dia 8, quase aos 74 anos de idade faleceu em Niterói, Mário Elias Botelho (foto), admirável figura humana e que por bom tempo, a partir da década de 80, marcou época em Nova Friburgo, à frente do Tiro de Guerra e Junta do Serviço Militar, assim como viveu destacadas participações junto ao Lions Clube e maçonaria, pertencendo ao quadro de obreiros da Loja Indústria e Caridade.

Cidadão digno, educado e dócil, mesmo desempenhando com maestria sua trajetória militar, o capitão Botelho fez e deixou muitos amigos em Nova Friburgo e região.

À família enlutada pela grande e sentida perda, nossas condolências na certeza de que ele se encontra bem ao lado do Senhor e de sua amada esposa Jocelém, falecida meses atrás.

GPS da Paixão

O menino e excelente cantor Bryan Ferreira, mineirinho de nascimento e que há anos reside em Nova Friburgo, fez bonito no último The Voice Kids, da TV Globo, ano passado, e segue fazendo sucesso em algumas apresentações pela região, agora com especial plus.

Ela acaba de lançar e já está bombando no youtube, com sua própria música intitulada GPS da Paixão. Vale a pena conferir e aplaudir, bastando para isso acessar https://youtu.be/O9FtT-UOFj0

Parabéns a Soraya!

Ontem, quem passou o 11 de abril recebendo cumprimentos pela passagem do seu aniversário, foi a querida Soraya Campos Babo (foto).

Para a Soraya, que é atual presidente do Rotary Clube Nova Friburgo Suspiro e também da Casa da Amizade dos Rotarianos, nossas congratulações com votos de felicidades.

Festa japonesa

No final deste mês, dias 29 e 30, assim como em 1º de maio estará voltando ao cenário festivo e para satisfação da colônia japonesa e demais interessados, uma atração imperdível.

Será o Festival da Cultura Japonesa de Nova Friburgo, na Rua Francisco Mielli, 34, anexo à Praça das Colônias, no Suspiro, com comidas típicas, danças japonesas, taiko, judô, origami e muito mais.

Para maior sucesso do evento, Peter Nagatsuka, um dos organizadores da festa, está buscando patrocinadores. Quem desejar usufruir de grande visibilidade no evento com divulgação comercial pode fazer contato através do cel-zap (22) 99908-8706.

Retorno temporário

Quem acaba de passar alguns dias em Nova Friburgo, revendo familiares e alguns dos seus muitos amigos, foi o simpático Eidi Fujimaki, fundador de uma das empresas pioneiras de provedores de internet em nossa cidade nos anos 80 e 90 com a antiga Netflash.

De alguns anos para cá, Eidi encontra-se radicado na progressista cidade paulista de Campinas, trabalhando com especialidades poliméricas para as indústrias automotiva, eletroeletrônica, agrícola e de petróleo.

 

 

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Homilia do Papa Francisco – Domingo De Ramos 2022

terça-feira, 12 de abril de 2022

No calvário, confrontam-se duas mentalidades; vemos, no Evangelho, como as palavras de Jesus crucificado se contrapõem às dos seus adversários. Estes vão repetindo, como se fosse um refrão, “salva-te a ti mesmo”. (...) Salvar-se a si mesmo, olhar por si mesmo, pensar em si mesmo; não nos outros, mas apenas na própria saúde, no próprio sucesso, nos próprios interesses; ter, poder e aparecer. Salva-te a ti mesmo: é o refrão da humanidade, que crucificou o Senhor. Reflitamos nisso.

No calvário, confrontam-se duas mentalidades; vemos, no Evangelho, como as palavras de Jesus crucificado se contrapõem às dos seus adversários. Estes vão repetindo, como se fosse um refrão, “salva-te a ti mesmo”. (...) Salvar-se a si mesmo, olhar por si mesmo, pensar em si mesmo; não nos outros, mas apenas na própria saúde, no próprio sucesso, nos próprios interesses; ter, poder e aparecer. Salva-te a ti mesmo: é o refrão da humanidade, que crucificou o Senhor. Reflitamos nisso.

Mas, à mentalidade do “eu”, opõe-se à de Deus; o salva-te a ti mesmo confronta-se com o Salvador que Se oferece a Si mesmo. Em resposta Jesus toma a palavra, mas em nenhum dos casos reivindica qualquer coisa para Si mesmo; na verdade, nem sequer Se defende ou justifica a Si mesmo. Reza ao Pai e oferece misericórdia ao bom ladrão. Particularmente uma das suas expressões marca a diferença do salva-te a ti mesmo: “Perdoa-lhes, Pai”

Detenhamo-nos nestas palavras. Quando são pronunciadas pelo Senhor? Num momento específico: durante a crucifixão, quando sente os cravos perfurar-Lhe os pulsos e os pés. Tentemos imaginar a dor lancinante que isso provocava. Lá, na dor física mais aguda da Paixão, Cristo pede perdão para quem O está perfurando. Naqueles momentos, nos apeteceria apenas gritar toda a nossa raiva e sofrimento; Jesus, ao contrário, diz: Perdoa-lhes, Pai.

Irmãos, irmãs! Pensemos que Deus procede assim também conosco: quando Lhe provocamos dor com as nossas ações, Ele sofre e o único desejo que tem é poder perdoar-nos. Para nos darmos conta disto, contemplemos o Crucificado. Fixemos Jesus na cruz e pensemos que nunca recebemos palavras melhores: Perdoa-lhes, Pai. Fixemos Jesus na cruz e vejamos que nunca recebemos um olhar mais terno e compassivo. Fixemos Jesus na cruz e convençamo-nos de que nunca recebemos um abraço mais amoroso. Fixemos o Crucificado e digamos: “Obrigado, Jesus! Amas-me e perdoas-me sempre, mesmo quando me custa amar e perdoar a mim mesmo”.

Lá, enquanto é crucificado, no momento mais difícil, Jesus vive o seu mandamento mais difícil: o amor aos inimigos. Pensemos em alguém que nos feriu, ofendeu, decepcionou; em alguém que nos irritou, não nos compreendeu ou não foi um bom exemplo. Quanto tempo nós demoramos a pensar em quem nos fez mal! Como também a olhar para nós mesmos e a lamuriar-nos pelas feridas que nos infligiram os outros, a vida ou a história.

Hoje, Jesus ensina-nos a não nos perdermos nisso, mas a reagir, a romper o círculo vicioso do mal e dos queixumes, a reagir aos cravos da vida com o amor, aos golpes do ódio com a carícia do perdão. Mas nós, discípulos de Jesus, seguimos o Mestre ou o nosso instinto rancoroso? Se queremos verificar a nossa pertença a Cristo, vejamos como nos comportamos com quem nos feriu. O Senhor pede-nos para responder, não como apetece a nós nem como fazem todos, mas como Ele procede conosco. Pede-nos para quebrar a corrente do “amo-te se me amares; sou teu amigo, se fores meu amigo; ajudo-te se me ajudares”. Em vez disso, compaixão e misericórdia para com todos, porque Deus vê um filho em cada um. Não nos divide em bons e maus, em amigos e inimigos.

Deus não Se cansa de perdoar. Devemos compreender isto… e não só com a mente, mas compreendê-lo com o coração: Deus não Se cansa de perdoar, somos nós que nos cansamos de Lhe pedir perdão, mas Ele nunca Se cansa de perdoar. Ele não suporta até certo ponto para depois mudar de ideias, como nós somos tentados a fazer. Jesus – ensina o Evangelho de Lucas – veio ao mundo para nos trazer o perdão dos nossos pecados (cf. Lc 1, 77) e, no fim, deixou-nos esta ordem concreta: pregar a todos, no seu nome, o perdão dos pecados (cf. Lc 24, 47). Irmãos e irmãs, não nos cansemos do perdão de Deus.

Fonte: www.vatican.va

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Tanto já se falou de palavras

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Hoje eu me dei o direito de escrever livremente, como uma gaivota que plaina
no ar, sem mistérios nem compromissos, em busca do prazer de voar com plenitude.
Tanto já se falou de palavras neste mundo cheio de cantos e aforas, e eu pouco delas
falei, entretanto muito delas usei. Sou grata às palavras porque por elas sou feita. As
palavras fazem meu texto, e eu os enfeito sinônimos e brinco com os homônimos. São
espaçosas e individualistas! Querem destaque nas frases, exigem estar separadas por

Hoje eu me dei o direito de escrever livremente, como uma gaivota que plaina
no ar, sem mistérios nem compromissos, em busca do prazer de voar com plenitude.
Tanto já se falou de palavras neste mundo cheio de cantos e aforas, e eu pouco delas
falei, entretanto muito delas usei. Sou grata às palavras porque por elas sou feita. As
palavras fazem meu texto, e eu os enfeito sinônimos e brinco com os homônimos. São
espaçosas e individualistas! Querem destaque nas frases, exigem estar separadas por
espaços e suscitam interação com todas as outras. São inteligentes e sabem passar a
perna, se revestindo de vários significados e sobrevivendo nas entrelinhas. São quase
delinquentes quando se escamoteiam nas cartas e discursos.
Ah, as palavras, como são débeis e doces! Nunca se espantam, apesar de
causarem tantos sustos, surpresas e assombros. Flutuar entre os ventos quando a bela
da tarde fecha a porta e vira a esquina. Nunca deixam de ser arremessadas contra a
parede quando desejam insultar e revelar verdades. Sempre têm a mansidão das
nuvens que vagam pelos céus quando saem da boca dos apaixonados.
Palavras são fáceis de se tocar e usar; a qualquer instante estão disponíveis.
Todavia não são vulgares, apesar de serem batidas e caírem ao chão com facilidade. Os
que sabem usá-las podem repeti-las em cadência dias a fio. São as donas do mundo
que regem o que tudo acontece em seus continentes e em suas terras frias. Contudo
poucos reconhecem o poder que possuem. São dominadoras e escravizam. São
parceiras e discretas. Sabem revelar os mais belos sentimentos como nenhum outro
gesto. Substituem os trejeitos, sendo capazes de realizar um propósito com mais
eficiência do que qualquer movimento.
São versáteis porque compõem poemas, bilhetes ou notas sem titubearem. São
a fonte da literatura. O escritor as utiliza, usando e abusando das possibilidades que
cada palavra lhe oferece. Além do mais, sobrevivem ao tempo e viajam pelos espaços.
Há palavras que são criadas nas emoções e, quando ditas, bem ou mal, ficam
vivas, até à eternidade. Não temem a morte porque são imortais. Mesmo que ninguém

as transporte em malas, só habitam nas cartas, periódicos e documentos.
Especialmente nos livros.
Cá entre nós, sempre foram mestras eficientes. Sem dúvida!

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Brilha um artista com escultura em madeira

sábado, 09 de abril de 2022

Edição de 8 e 9 de abril de 1972
Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes:

Edição de 8 e 9 de abril de 1972
Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes:

  • Brilha um artista friburguense: escultura em madeira - O nosso conterrâneo Ivo Jordão, vem brilhando na capital do nosso estado, a Guanabara e nos centros mais adiantados do país, com notáveis trabalhos de escultura em madeira originalíssimos e que vêm revolucionando os meios artísticos pela graça, beleza e perfeição. Foi vitoriosa a mostra na capital, assistida por multidões diárias. O ato inaugural foi prestigiadíssimo, o que aliás vem coroar o esforço de um artista que surge, inclusive para projeção internacional. Ivo Jordão deverá obter novos sucessos, já que o Clube Naval do Rio de Janeiro abrirá seus salões para exibir os trabalhos do artista friburguense. Também está anunciado que o Departamento de Difusão Cultural vai realizar em Friburgo uma grande exposição, com trabalhos de artistas locais, incluindo Ivo Jordão. 
  • Secretaria de Educação já distribuiu de graça 340 mil livros - A Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Rio de Janeiro enviou aos 14 municípios fluminenses incluídos no plano de ação concentrada, do Ministério do Interior, os 340.560 livros didáticos, destinados a estudantes carentes, segundo acordo firmado no ano passado e que será ampliado a todo o Estado em 1973. O acordo beneficiará os municípios de Rio Bonito, Petrópolis, Teresópolis, Valença, Miracema, Macaé, Vassouras, Cabo Frio, Nova Friburgo, Resende, Angra dos Reis, Três Rios, Magé e Itaperuna, com a distribuição gratuita de livros aos estudantes carentes, das escolas primárias estaduais e municipais. O investimento é de Cr$ 1.600.107,17 em verbas do MEC/INL, com a contraprestação do Governo do Estado, no valor de Cr$ 180.810,21.
  • Em Friburgo, o chefe do Gabinete Civil do Governo do Estado - Visitou Friburgo o dr. Mário Gliosci, chefe do Gabinete Civil do governador do Estado do Rio, Raymundo Padilha. Em companhia do prefeito Feliciano Costa, o ilustre visitante percorreu as obras da prefeitura, em andamento, demonstrando a sua satisfação em constatar os melhoramentos, que darão à cidade, impulso progressista. 
  • Relato de Mário Gliosci - “Encontro uma Friburgo renovada, com um desenvolvimento acima do normal, cada vez mais encantadora, com seus logradouros e jardins muito bem cuidados, com um índice de obras públicas que surpreende e que demonstra o grau de atividade e de dedicação do seu governante.” 

Pílulas: 

  • Eleições indiretas para governadores de estado - por essa poucos esperavam. Acontece que, manda quem pode… Com o anúncio da medida, cujo projeto de lei já está no parlamento para aprovação dentro de 30 dias, muitas e muitas esperanças de desvenceram, muitos planos foram desfeitos, muitos movimentos foram paralisados de estalo e muitos castelos de sonhos ficaram derruídos… 
  • Tudo está a indicar que não será alterada a lei que determina sufrágio direto para a eleição dos prefeitos, embora em muitas partes do país aumente cada vez mais o número dos que preferem eleição direta, apenas para vereadores. A prevalecer a tese dos últimos, a vereança municipal ficará muitíssimo valorizada. No dizer do tão falado, manipulado e promovido DENER, o vereador passaria a ser um “luxo”. 
  • Já trabalhando sua candidatura como vice-prefeito na chapa principal do MDB o vereador Alencar Pires Barroso vem recebendo constante e valiosas adesões. Homem do povo, batalhador incansável pelos interesses da zona agrícola e suburbana, Alencar sem qualquer sombra de dúvida valoriza qualquer legenda.

E mais… 

  • Amaral Peixoto se considera libertado…
  • Comerciantes e moradores da Rua Farinha Filho agradecem ao prefeito o pronto atendimento… 
  • Há mais de um ano, funcionários da prefeitura aguardam o resultado de dois mandados de segurança… 

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Elias Caputo (8); Geraldo de Almeida Ventura e Elza Côrtes Cúrio (9); Ezídio da Silva Assis e Rejane Lafayette Bravo (10); César Guinle, Reny Dessanti e Tânia Lugon (11); Afrânio Veiga do Valle, Manoel Carneiro de Menezes, Yolanda Meneci de Souza e Jayme Segal (12); Laura Milheiros de Freitas, Luiza Motta e Jopimon Monteiro (13); Rogério Coelho Neto e Laercio Rangel Ventura (14).
Foto da galeria
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Friburguense ganha prêmio internacional

sexta-feira, 08 de abril de 2022

Friburguense ganha prêmio inédito para o Brasil
O engenheiro Gabriel Serrão, formado pela Uerj/IPRJ de Nova Friburgo, acaba de ser consagrado com uma honraria internacional que jamais contemplou um brasileiro. Concursado da Petrobras, o friburguense foi um dos 15 jovens escolhidos do mundo todo para a OTC (Offshore Technology Conference) deste ano. É um prêmio dedicado aos jovens profissionais do mercado de óleo e gás com menos de 10 anos de experiência.

Friburguense ganha prêmio inédito para o Brasil
O engenheiro Gabriel Serrão, formado pela Uerj/IPRJ de Nova Friburgo, acaba de ser consagrado com uma honraria internacional que jamais contemplou um brasileiro. Concursado da Petrobras, o friburguense foi um dos 15 jovens escolhidos do mundo todo para a OTC (Offshore Technology Conference) deste ano. É um prêmio dedicado aos jovens profissionais do mercado de óleo e gás com menos de 10 anos de experiência.

Líderes que fazem a diferença
São escolhidos os melhores Líderes Emergentes, jovens profissionais que estão fazendo contribuições importantes para o setor de energia offshore em seu campo de trabalho, serviço à indústria, inovação e foco em segurança. Os selecionados deste ano serão homenageados nos EUA, durante a conferência que acontece no próximo dia 3 de maio.

Mente brilhante
Gabriel Serrão passou em um dos mais disputados concursos da Petrobras, há aproximadamente cinco anos, e atualmente é Gerente de Transformação Digital da estatal. A premiação é tão aclamada que o jovem friburguense, inclusive, recebeu congratulações da alta direção da empresa.

Formação friburguense
Toda formação dele se deu em Nova Friburgo, o que engrandece ainda mais o trabalho acadêmico e de formação que é feito na Uerj de Nova Friburgo que, aliás, tem colhido ótimos resultados e vários prêmios para os seus ex-alunos. Gabriel Serrão reconhece isso, tanto que dedica essa inédita conquista para o Brasil aos familiares, noiva, colegas de trabalho e professores. Maior parte de seus parentes segue vivendo em Nova Friburgo e de certa forma sempre soube da capacidade ímpar desse filho da Serra.  

Orgulho para Nova Friburgo
A Offshore Technology Conference (OTC) foi fundada em 1969 e sua principal conferência é realizada anualmente em Houston (EUA), onde Gabriel Serrão receberá a placa e participará de discussões científicas e técnicas sobre recursos offshore e questões ambientais. Quem acompanha a trajetória dele destaca seu empenho, foco e muitas horas dedicadas ao estudo. O orgulho da Petrobras e do Brasil é de Nova Friburgo.   

Expo Cordeiro está de volta
Com a baixa no número de casos da pandemia, está confirmadíssima a volta de um dos mais importantes eventos da região: a Expo Cordeiro. Após dois anos sem ser realizada, a promessa é de um retorno grandioso com estrutura e shows jamais vistos, até porque celebra seu centenário. Diferentemente dos últimos anos, a exposição ocorrerá em duas semanas, entre os dias 16 e 24 de julho.

Cem anos de Exposição
A tenda cultural terá 12h diárias de apresentações musicais e culturais de artistas de Cordeiro e região, como: exposição de artesanato; lingerie; exposição de animais e máquinas agropecuárias; parque de diversões e barracas de comidas e bebidas. A exposição de animais contará com concurso em categorias estadual e nacional. Também estão programados torneios leiteiros.

Promessa de grandes shows
Mas a grande expectativa é pela programação dos shows. Segundo a Prefeitura de Cordeiro, as atrações para os nove dias de shows serão anunciadas no fim deste mês ou início do próximo, todos com artistas de repercussão nacional. A ideia é nesta festa de cem anos, contemplar os variados gostos musicais. A previsão é de mais de R$ 1 milhão em movimento para matar a saudade do tradicional evento. 

Aumento nas exportações de cadeados
A exportação de cadeados, fechaduras e ferrolhos produzidos em Nova Friburgo teve aumento de 154% no ano passado em relação a 2020. O bom resultado, no entanto, não foi o suficiente para que a Região Centro-Norte evitasse, no geral, a queda de 19% com relação ao ano de 2020. O município que mais cresceu na totalidade, reunindo todos os setores, foi Carmo (80%). Nova Friburgo lidera os recursos obtidos com exportações: US$ 2,1 milhões. Os dados fazem parte do Boletim Rio Exporta – Regionais da Firjan que acaba de ser disponibilizado para estudos.

Hermanos são principais parceiros
Ainda nas exportações, após cadeados e fechaduras (1º lugar), o segundo setor que mais exportou foi o de bebidas alcoólicas. O de roupas ficou em 3º, seguido da moda íntima, em 4º. Esse setor, aliás, teve queda de 18% com relação a 2020. O Paraguai foi o principal destino das exportações locais, correspondendo a 22%. Os demais países consumidores dos produtos fabricados por aqui, pela ordem, foram: Bolívia, Uruguai, EUA, Holanda e Bélgica.

Vem da Argentina
O volume de importações do Centro-Norte teve queda de 22%, o equivalente a negócios de US$ 19,7 milhões, sendo a Argentina o principal país de origem das compras regionais (34%), seguido dos EUA (33%). Cantagalo foi o município que mais importou, correspondendo a quase 32% do volume total (US$ 6,2 milhões), por conta de hulhas e combustíveis sólidos para as cimenteiras. 31% dos produtos adquiridos foram poliésteres, material mais importado pela Região.  

Miúdos diante do Estado
Sem contar a capital, o Estado somou US$ 36,5 bilhões, avanço de 38% frente a 2020. Foram US$ 23,2 bilhões em exportações e US$ 13,2 bilhões em importações. Duque de Caxias, graças ao óleo bruto de petróleo, obteve o maior volume do montante (US$ 11,8 bilhões). Isso dá a dimensão de como a Região tem pouco recurso, ainda na casa dos milhões de dólares, enquanto outras regiões têm dois dígitos de bilhões.

Plano de desenvolvimento
Outro dado preocupante que a coluna aponta é: enquanto o Estado cresceu 38%, a Região Centro-Norte caiu 19%. Lembrando que 2021 foi um ano de adversidades por conta da pandemia, mas situação que afetou mais o ano de 2020. A recuperação da região, exceto setores específicos, parece mais lenta que a média estadual. É urgente um plano de desenvolvimento que pense em aumentar essa participação e volume de negócios. Os dados completos podem ser estudados no site da Firjan.    

Palavreando
“As palavras cessam a minha fúria, acalmam meu espírito e me mostram que talvez as coisas não sejam exatamente como eu supunha. Aqui fui feliz, ali nem tanto. Lá não me permiti, acolá não me permitiram... Mas não posso passar o tempo todo no autoflagelo, não fui condenado e também não condenei ninguém”.

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AVS e seu papel na formação cidadã

sexta-feira, 08 de abril de 2022

Todo conteúdo jornalístico é base histórica. Em Nova Friburgo não é diferente e, juntos, estamos escrevendo a história. Numa semana memorável echeia de comemorações pelos 77 anos do jornal A Voz da Serra, faço questão de relembrar a oportunidade deste espaço: falar sobre finanças pode ser o primeiro passo na construção de algo capaz de mudar a visão popular sobre a forma de se relacionar com o dinheiro.

Todo conteúdo jornalístico é base histórica. Em Nova Friburgo não é diferente e, juntos, estamos escrevendo a história. Numa semana memorável echeia de comemorações pelos 77 anos do jornal A Voz da Serra, faço questão de relembrar a oportunidade deste espaço: falar sobre finanças pode ser o primeiro passo na construção de algo capaz de mudar a visão popular sobre a forma de se relacionar com o dinheiro.

Não é de hoje, a propósito, a necessidade de buscar aprofundar conhecimentos na área. Afinal, desde a época dos antigos filósofos falava-se em finanças, orçamento doméstico, mercados e economias. A partir disso podemos perceber a relevância do assunto.

Educação financeira tem se tornado projeto. Precisamos falar sobre dinheiro e encará-lo de acordo com o que ele é: uma ferramenta de transação. E ferramentascomo sempre faço questão de lembrar, precisamserbem utilizadas. Aqui entra a necessidade doensino bem programado e com conteúdo pragmático definido; finanças é assunto a ser ensinado nas escolas. O jovem – antes de chegar ao mercado de trabalho – precisa ter, no mínimo, conhecimento básico sobrejuros, custo efetivo total, produtos de créditoe investimentos, tributação e alguns outros pontos específicos para encarar a realidade da autonomia financeira. Isso é segurança; segurança financeira.

Contudo, vemos alguns avanços importantes!

Em Nova Friburgo, por exemplo, educação financeira já é conteúdo obrigatório (ainda que como conteúdo transversal) nas escolas municipais de ensino fundamental de acordo com a Lei Orgânica de 2018. É cumprido? Não sei, mas fica registrada aqui minha explanação e a disponibilidadepara auxiliar na estruturação daimplementação deste conteúdo,(e do cumprimento da lei vigente),para o desenvolvimento positivo da população friburguense.

O assunto ainda tem relevância pouco difundida e é um forte instrumento de política social a ser explorada, mas com enorme potencialde redução da desigualdade. Em 2019, antes de ser criada uma lei estipulando o limite máximo de taxas nesta modalidade de crédito, o Santander (instituição com as maiores taxas da época) cobrava mais de 400% de juros ao ano sobre saldos devedores no ChequeEspecial; a alternativa mais utilizada pela população brasileira. Isso é inadmissível e a população precisa ter conhecimento suficiente para combater estas práticas abusivas!

Percebe como o conhecimento financeiro pode ser – simultaneamente – política deeducação e segurança? Com o desenvolvimento desta única frente, a formação cidadã abre espaçoparaa qualidade de vida. Nós; você, eu e o A Voz da Serra estamos cumprindo nosso papel diante de um cenário instável e cheio de possibilidades. Portanto, vamos em frente!

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Sem comparação

sexta-feira, 08 de abril de 2022

A grama do vizinho é realmente mais verde que a nossa? Por que tanta gente acha que os sonhos realizados pelo outro são mais fáceis de serem alcançados? Que na casa dos outros não tem bagunça, que o casal lindo que vemos pelas fotos das redes sociais não tem contas a pagar? De onde o ser humano tira a ideia de que o melhor está lá e não aqui ?

A grama do vizinho é realmente mais verde que a nossa? Por que tanta gente acha que os sonhos realizados pelo outro são mais fáceis de serem alcançados? Que na casa dos outros não tem bagunça, que o casal lindo que vemos pelas fotos das redes sociais não tem contas a pagar? De onde o ser humano tira a ideia de que o melhor está lá e não aqui ?

Acho que falta gratidão no mundo. Percebo uma zona cinzenta em que um contingente incontável de seres habita. O dia de hoje está aquém do que deveria estar, e ao mesmo tempo, quando a coisa piora, se percebe que aquele dia estava na verdade muito bom.

Uma comparação constante e massiva com o colega do lado. Uma observação para o que acontece do lado de fora, que cega as pessoas, para o lado de dentro de seus lares e seus corações. Dá medo. Eu não quero sentir isso e desejo fortemente que não sintam isso em relação a mim.

Muita gente já não se contenta mais em ter saúde e paz. Faltam as fotos maravilhosas de viagens, o príncipe encantado, o melhor emprego, a casa mais frondosa. A vitrine das redes sociais, a meu ver, tem sido um portal para essa ilusão de que a vida do outro é mais feliz que a nossa. Prosperar é lindo. Amar e ser amado é uma dádiva. A realização profissional é uma alegria. Viajar é uma maravilha. O esquisito é o grau de comparação muitas vezes doentio que míngua algumas pessoas. 

Falta gratidão. Só pode ser. A partir do momento em que uma pessoa agradece por tudo o que é, pelo que faz e pelo que possui, a coisa muda de figura. Na verdade, a grama do outro passa a não ter tanta importância. Quando somos gratos pelas oportunidades que temos, pela vida que nos é dada, pela proteção diária, pelas pessoas que nos cercam, conseguimos olhar para o outro com admiração e alegria por suas conquistas. Não com inveja. Não com cobiça.

Se é para olharmos para o outro lado do muro, que seja então para observarmos o tanto de esforço aquele "vizinho" emprega em prol de suas conquistas. E então, nos esforçarmos também. Empenho precede o resultado. Grandes conquistas decorrem de emprego, de energia, preparação, renúncias, investimento de tempo etc etc etc. Salvo se a grama do vizinho for sintética, ela requer plantio e cuidados. E ainda que seja sintética, requer possibilidade de compra, que demanda trabalho, dinheiro, prioridade e por aí vai. Não é de graça. Não é à toa. Não somos um amontoado de seres aleatórios em que coisas boas acontecem arbitrariamente para os outros e as ruins, para mim. 

Somos resultado do que fazemos para mudar, para melhorar, para aprimorar. São mesmo dias de luta e dias de glórias. É a vida. Se o vizinho tem um relacionamento saudável e feliz, o que ele fez por merecer? Felicidade no amor não é para qualquer um. Tem que merecer, deve se dedicar, jogar energia boa para o universo, respeitar as pessoas, ser sincero, acolher o lado bom das pessoas. Não dá para ser um caçador de defeitos, andar com uma lupa para o negativo e encontrar pessoas maravilhosas com quem conviver. Somos todos imperfeitos. Todos. A grama alheia também pode ser. Não se pode julgar pela aparência.

Em tempos de terreno ermo, barreado, cheio de lama, a gente desanima. Mas aí é que temos que buscar aquela força que todos temos e poucos sabemos. A força de dentro. A mola da possibilidade de superação e realização.

Falar é fácil, exercer essa ideia é mais difícil. Eu sei. Mas não subestimo nossa capacidade de decidir e perseguir o objetivo. O que eu quero? Ser grata em qualquer circunstância. Amar meu próprio jardim, mesmo quando as ervas daninhas insistirem em castigá-lo. E desejar que o jardim do outro, tão garboso, quanto eu quero que seja o meu.

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A importância do jornal na sociedade

quinta-feira, 07 de abril de 2022

O jornal possui um papel fundamental e inegável na disseminação da comunicação do planeta, apesar de ainda ser imprecisa a origem exata do jornalismo, a sua história é mais antiga do que podemos imaginar.

O lendário imperador romano, Julio César, necessitava divulgar todas as conquistas militares de Roma e informar o povo sobre a expansão do império e assim, criou o Acta Diurna, em 59 A.C, o primeiro jornal do mundo.

O jornal possui um papel fundamental e inegável na disseminação da comunicação do planeta, apesar de ainda ser imprecisa a origem exata do jornalismo, a sua história é mais antiga do que podemos imaginar.

O lendário imperador romano, Julio César, necessitava divulgar todas as conquistas militares de Roma e informar o povo sobre a expansão do império e assim, criou o Acta Diurna, em 59 A.C, o primeiro jornal do mundo.

Como não existiam tecnologias de impressão e sequer papel em quantidade suficiente, o Acta Diurna era publicado em grandes placas de madeira, algo parecido com um outdoor, que eram colocados em lugares públicos para que pudessem ser lidos por todos. Contudo, a elaboração dessas placas era muito demorada e necessitava de uma grande logística para o seu transporte, assim as notícias eram sempre atrasadas, de semanas ou meses atrás.

Somente na Idade Média, o jornalismo teve o seu maior salto tecnológico: a prensa de papel de Gutemberg – algo parecido com uma impressora nada moderna -, que possibilitou que o trabalho que antes era feito manualmente, fosse feito por máquinas, tornando as publicações muito mais rápidas. A revolução foi tão grande, à época, e alguns historiadores afirmam que a invenção da prensa tirou o mundo de vez da Idade Média, como despertar definitivo da ciência e do jornalismo, essencial para o desenvolvimento da sociedade.

Mais tarde, outra revolução, a invenção do telégrafo, em 1844, transformou a imprensa escrita, pois permitiu que as informações fossem passadas rapidamente, possibilitando relatos mais novos e relevantes. A partir daí, os jornais emergiram no mundo inteiro, trazendo notícias mais rapidamente e muito mais transparência à toda sociedade acerca dos quatro cantos do país, e agora, do mundo.

A construção da sociedade, como a queremos hoje e como a pretendemos amanhã, tem repouso nos pilares da informação, esta, por sua vez, se estruturou em colunas igualmente resistentes, que desde há muito tempo, promovem pequenas e grandes revoluções: o jornal.

Caminhos tortuosos

Os periódicos mudaram completamente os rumos da humanidade, contudo, nem sempre, viveram momentos fáceis na história. Mas, há quem diga, que “mar calmo não faz marinheiro experiente”.

Somente por volta de 1808, os primeiro jornais vieram chegar no Brasil, juntamente com a família real. Durante a época do império, admitiam-se somente os periódicos que estavam sob as asas do rei, fazendo com que alguns veículos de comunicação tivessem que vender as notícias sobre escândalos na monarquia, escondidos.

Em tempos não muito distantes dos atuais, durante os períodos autoritários do regime militar no Brasil, não existiam campos férteis para liberdade de imprensa no país. Época em que inúmeros jornais foram submetidos ao cerceamento, ao ponto de existirem censores – fiscais militares – dentro das redações dos jornais para decidir sobre o que poderia ser publicado ou não.

Desde o começo da imprensa, os obstáculos enfrentados para o livre exercício da atividade revelam episódios de profunda intimidação contando com assassinato de jornalistas, perseguição a publicações e o fechamento de instituições. O jornal é um símbolo de mudança social, que se mantém há anos, mesmo sendo um risco para quem não apoia a democracia.

E não somente a censura foi uma grande barreira para o jornal. A invenção do rádio e da televisão parecia por fim ao que era a soberania dos periódicos impressos, contudo o tempo fez com que os jornais se modernizassem e até hoje se mantém sólidos e firmes no dever de instruir à sociedade.

Aniversário de A VOZ DA SERRA

O papel do jornal na sociedade é importantíssimo e seu nome deve ser sinônimo de luta e resistência. E, nós, friburguenses, devemos, nos orgulhar em ter um exemplo de jornalismo sério e comprometido que, hoje, 7, completa 77 anos de história. A VOZ DA SERRA tem uma contribuição gigantesca para a construção da sociedade friburguense, cobrindo as mais felizes - e mais tristes - notícias da nossa cidade. Toda vez que abro o AVS, penso em quanta história já não passou nessa instituição que presenciou 23 presidentes no poder do país, duas copas do mundo no Brasil, o fim de uma guerra mundial e a instalação de um regime ditatorial.

E que apesar de tudo, mesmo com os avanços tecnológicos, se mantém firme, e consolidado como um dos mais antigos veículos de comunicação impresso do Estado do Rio de Janeiro.  AVS é além de história, um orgulho para população friburguense.

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