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Desacelera

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

       O conceito de "tempo" se transformou em uma moeda preciosa, e o relógio, um tirano implacável. As agendas lotadas, a busca incessante por produtividade e a constante sensação de estar correndo contra o tempo tornaram-se características quase onipresentes do nosso cotidiano. A ideia de desacelerar, por mais simples que pareça, passou a ser vista como um luxo – ou, em muitos casos, uma utopia distante.

       O conceito de "tempo" se transformou em uma moeda preciosa, e o relógio, um tirano implacável. As agendas lotadas, a busca incessante por produtividade e a constante sensação de estar correndo contra o tempo tornaram-se características quase onipresentes do nosso cotidiano. A ideia de desacelerar, por mais simples que pareça, passou a ser vista como um luxo – ou, em muitos casos, uma utopia distante.

Sinto que estamos sendo mais exigidos do que nunca. A tecnologia nos conecta instantaneamente, mas também nos mantém em um estado constante de alerta. O telefone, que deveria ser uma ferramenta de comunicação, virou um dispositivo multifuncional que exige respostas rápidas, que nos lembra de compromissos, de e-mails não lidos e de notificações de todas as redes sociais. Nossa mente às vezes parece uma agenda lotada desorganizada tentando encontrar espaço e energia para a execução de tudo. Acontece com vocês?

O excesso de informações nos invade a cada minuto, enquanto tentamos, sem sucesso, acompanhar as expectativas que nos são impostas, seja no trabalho, nas relações sociais ou até mesmo nas redes digitais. Mas o que está por trás dessa correria? E como ela tem afetado nossa saúde mental e física? O impacto é profundo e vai muito além do cansaço físico que sentimos no final do dia.

A busca por resultados imediatos e a sensação de que sempre precisamos fazer mais têm gerado, para muitos, um ciclo de ansiedade e estresse. Quase não há espaço para a contemplação, para a pausa ou, pior ainda, para o descanso genuíno... a não ser que nos conscientizemos e priorizemos nosso precioso tempo para essas coisas que igualmente importam.

O efeito da pressa em nosso corpo e mente, podem ser nocivos. A sensação de estresse crônico, alimentado pela correria e pela sobrecarga de tarefas, podem ter efeitos devastadores. A pressão por cumprir prazos e alcançar metas também tem um reflexo direto nas relações pessoais. Quando estamos o tempo todo correndo de um compromisso para o outro, há pouco espaço para estar presente de fato para os outros. O "tempo de qualidade" que tanto se preza hoje em dia, na prática, vira um conceito abstrato, e o que deveria ser um momento de conexão se torna apenas mais um item a ser cumprido na lista.

Além disso, a correria contribui para o isolamento. Muitas vezes, o excesso de tarefas nos afasta de nossas redes de apoio, porque sentimos que não temos "tempo" para nos encontrar com amigos, fazer uma atividade social ou simplesmente relaxar. A tecnologia, que em teoria deveria aproximar as pessoas, pode se tornar um fator de distanciamento, à medida que nos tornamos mais focados na tela do que nos outros ao nosso redor.

A boa notícia é que é possível dar um passo atrás e reverter esse quadro. O primeiro passo é reconhecer que o tempo é, de fato, o nosso recurso precioso, e, por isso, precisamos aprender a geri-lo de maneira mais consciente e equilibrada. Em vez de se deixar levar pela pressão de ser constantemente produtivo, podemos adotar a prática que nos convida a desacelerar e a focar no que realmente importa: o agora.

É possível, inclusive, encontrar prazer na monotarefa e na simples experiência de estar presente – seja no trabalho, em uma refeição, em uma conversa ou mesmo em um momento de lazer. O tempo, quando administrado de maneira mais consciente, não se torna um inimigo, mas um aliado. Ao desacelerarmos, não apenas aumentamos nossa produtividade, mas também recuperamos a capacidade de viver de maneira plena.

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Ser escada

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

É inegável que somos seres gregários, vivendo e convivendo em sociedade, partes de um organismo coletivo, mas dotados de individualidade, necessidades, desejos, desafios vontade própria. Mas para além desse fato óbvio, também identificamos que em tempos de incerteza e desafios, quando o individualismo parece tomar conta da sociedade, é fundamental que nos lembremos de algo essencial à nossa humanidade: a importância de ajudar uns aos outros.

É inegável que somos seres gregários, vivendo e convivendo em sociedade, partes de um organismo coletivo, mas dotados de individualidade, necessidades, desejos, desafios vontade própria. Mas para além desse fato óbvio, também identificamos que em tempos de incerteza e desafios, quando o individualismo parece tomar conta da sociedade, é fundamental que nos lembremos de algo essencial à nossa humanidade: a importância de ajudar uns aos outros.

A generosidade e o espírito de cooperação são forças transformadoras, capazes de criar laços mais fortes entre os indivíduos, de impactar, transformar, mudar o rumo das coisas e por vezes, move montanhas, com toda força da metáfora. Aliás, por falarem metáfora, tem uma e que gosto muito porque de certa forma fala sobre a vida e o que acontece em nossas relações interpessoais. Acho lindo quando compreendemos que todos os dias, damos passos, e quando evoluímos, subimos degraus de uma escadinha longínqua, de tamanho indefinido, mas subimos. Cansa, doi, desanima, mas se nos dedicamos a subir, em passos largos ou lentos, subimos. E conforme subimos, temos chance de sermos escada na vida de outras pessoas com as quais convivemos e facilitar seus caminhos. E isso é incrível.

Acho uma pena que o sentimento egoísmo às vezes faça com que as pessoas subam sozinhas, esqueçam-se que não estão sós, que podem contribuir com as outras, não enxerguem para além delas. Acho, no entanto, a coisa mais linda, quando nos dispomos a facilitar caminhos, nos predispomos a subir de mãos dadas, somarmos força nos desafios. Quando falamos em "ser escada", evocamos uma imagem simples, mas profunda. Uma escada não espera reconhecimento; ela existe para apoiar, para elevar, para oferecer uma estrutura sólida que permita a outros alcançarem lugares mais altos. Não se trata de uma metáfora vazia, mas de uma prática diária de generosidade, em que nos colocamos à disposição para ajudar sem esperar algo em troca.

A generosidade como base da convivência humana é uma disposição para oferecer parte de si mesmo — seja tempo, atenção, carinho, cuidado, recursos— com o objetivo de melhorar a vida de outra pessoa. Muitas vezes, esses gestos podem ser invisíveis, discretos, mas são eles que constroem as redes de solidariedade que sustentam uma comunidade. E a satisfação pessoal que disso advém é incalculável.

Quando ajudamos alguém, seja através de uma ação concreta ou de um simples gesto de empatia, não estamos apenas beneficiando o outro, mas também enriquecendo nossa própria vida. O ato de ajudar traz consigo um sentimento de pertencimento, de conexão e de propósito. Ao elevarmos os outros, criamos um ambiente em que todos podem crescer e se desenvolver, o que fortalece a coletividade.

Nesses tempos, a competição parece ser o motor do progresso. No entanto, as grandes conquistas raramente foram frutos do esforço de um único indivíduo, mas do trabalho coletivo, da colaboração e da ajuda mútua. Se pensarmos nas revoluções sociais, nas inovações tecnológicas ou mesmo nas pequenas vitórias do cotidiano, veremos que, em todos esses momentos, alguém foi escada para que outros pudessem subir.

A ajuda mútua não tem cunho material. Não apenas. O bem querer genuíno é bastante poderoso e ele se manifesta também através de uma escuta atenta, um ombro amigo, uma palavra de incentivo nos momentos de desânimo. Essas ações, aparentemente simples, têm um impacto profundo na vida das pessoas. Basta ver que diante de uma catástrofe, pandemoa, crise, quando o isolamento e a angústia se espalham, a solidariedade é um bálsamo, uma luz que nos guia pela escuridão. No final das contas é tudo sobre pessoas.

Quando nos dispomos a ajudar, não estamos apenas tornando o mundo mais justo para os outros, mas também criando um espaço onde podemos ser ajudados. Somos, de fato, interdependentes. Em uma sociedade onde a solidariedade reina, todos têm a chance de prosperar. É essa rede de apoio mútuo que constrói uma base sólida para o bem-estar de todos. Penso que podemos, enquanto sociedade, reverter a lógica de competição e egoísmo em favor de uma verdadeira cooperação.

Em um mundo onde as dificuldades são muitas, onde as desigualdades são profundas e onde o egoísmo frequentemente se apresenta como uma solução, a verdadeira transformação social vem de nossas ações cotidianas de generosidade, ajuda mútua e companheirismo. Somos todos escadas uns para os outros, e é através de nossas mãos estendidas que podemos alcançar novos horizontes, mais justos e humanos.

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Paradoxo da liberdade

sexta-feira, 08 de novembro de 2024

Em um mundo cada vez mais voltado para a produtividade, a eficiência e a constante busca pelo sucesso, o conceito de felicidade parece, para muitos, estar entrelaçado com a ideia de liberdade. Ser feliz, afinal, é ter liberdade: liberdade para escolher, para ser quem se é, para agir sem amarras. Mas, se pensarmos bem, será que a felicidade e a liberdade são, de fato, os objetivos que pensamos que são? Ou será que nossa busca incessante por essas duas coisas está, paradoxalmente, nos aprisionando ainda mais?

Em um mundo cada vez mais voltado para a produtividade, a eficiência e a constante busca pelo sucesso, o conceito de felicidade parece, para muitos, estar entrelaçado com a ideia de liberdade. Ser feliz, afinal, é ter liberdade: liberdade para escolher, para ser quem se é, para agir sem amarras. Mas, se pensarmos bem, será que a felicidade e a liberdade são, de fato, os objetivos que pensamos que são? Ou será que nossa busca incessante por essas duas coisas está, paradoxalmente, nos aprisionando ainda mais?

Nosso primeiro equívoco costuma ser a ideia de que felicidade é um estado permanente. Estamos acostumados a associá-la a momentos de prazer contínuo, a uma linha de chegada em que, uma vez atingida, podemos descansar e usufruir dessa condição para o resto de nossas vidas. Mas felicidade, se a olharmos com mais atenção, não é um ponto fixo no horizonte, mas uma experiência momentânea, muitas vezes efêmera, que se renova a cada instante. A verdadeira felicidade não está no "ter" ou no "chegar", mas no "ser" e no "viver" intensamente cada etapa da jornada.

É aqui que entra a liberdade. No sentido mais básico, liberdade é a capacidade de agir de acordo com a própria vontade, sem restrições externas ou internas, é assumir ser quem se é. E ponto. A liberdade não é apenas a capacidade de agir conforme nosso desejo imediato, mas a capacidade de escolher nossas limitações de forma consciente. A verdadeira liberdade é a liberdade de escolher as cadeias que nos definem — seja uma profissão, um propósito, uma relação ou um estilo de vida. Sem essas escolhas, sem um compromisso com algo que seja genuinamente importante para nós, nossa liberdade vira um terreno fértil para a confusão, a dispersão e, em última instância, a frustração.

Nesse ponto, os dois conceitos começam a se entrelaçar. A liberdade que nos leva à felicidade não é aquela de seguir todos os nossos impulsos momentâneos, mas sim aquela que vem da autodeterminação e do autoconhecimento. Quando somos livres para escolher os caminhos que ressoam com nossos valores mais profundos, sem pressões externas ou internas, a felicidade não é mais um objetivo distante, mas uma experiência contínua, ancorada nas escolhas que fazemos.

No entanto, nossa sociedade moderna parece oferecer uma visão de felicidade que se aproxima mais de um produto consumível do que de uma experiência vivencial. Buscamos a felicidade como quem compra algo em uma prateleira de supermercado: rápido, fácil e imediato. As redes sociais, com seus filtros perfeitos e suas vitórias parciais, alimentam a ilusão de que a felicidade é uma conquista visível e pública, ao alcance de qualquer um disposto a se esforçar. E, ao mesmo tempo, impõem uma definição de liberdade que é, na verdade, uma forma disfarçada de escravidão: a necessidade de estar sempre disponível, sempre conectado, sempre agradando aos outros.

A verdadeira liberdade, no entanto, muitas vezes está em se desconectar dessas expectativas externas. Ela reside na coragem de se afastar do que não ressoa com a nossa verdade interior, de dizer não quando necessário, de priorizar o que realmente importa e de se permitir errar, aprender e crescer sem pressões.

Mas há algo ainda mais profundo e menos reconhecido nessa busca pela felicidade e pela liberdade. Ela não se refere apenas à liberdade externa, mas também à liberdade interna: a liberdade de ser quem realmente somos, sem as máscaras que usamos para agradar, sem os medos que nos paralisam, sem as crenças limitantes que nos aprisionam. Essa liberdade interior é a chave para a felicidade duradoura, porque ela nos permite viver de forma autêntica e plena, com todas as imperfeições que isso implica.

Quando somos capazes de olhar para dentro e questionar nossas próprias verdades, os preconceitos e as limitações que carregamos, começamos a viver com mais leveza. A verdadeira felicidade, então, não é a ausência de dificuldades ou desafios, mas a capacidade de lidar com eles de maneira consciente, com um senso de propósito e de paz interior. O que liberta, portanto, é o entendimento de que a felicidade não é um destino fixo, mas uma escolha constante, uma prática diária de ser, agir e viver com autenticidade.

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Sete anos com a palavra

sexta-feira, 01 de novembro de 2024

Hoje, esta coluna tem um quê especial e peço licença para me dirigir a toda a equipe do Jornal A Voz da Serra e a todos os leitores que me acompanham por aqui. Sou pura gratidão por toda atenção dispendida, todas as sextas-feiras, todas as semanas, há sete anos. Esta semana celebro mais um marco significativo, pois completamos sete anos da coluna "Com a Palavra". Ao longo desse tempo, tivemos a oportunidade de explorar uma diversidade de temas que compõem a rica tapeçaria da nossa sociedade.

Hoje, esta coluna tem um quê especial e peço licença para me dirigir a toda a equipe do Jornal A Voz da Serra e a todos os leitores que me acompanham por aqui. Sou pura gratidão por toda atenção dispendida, todas as sextas-feiras, todas as semanas, há sete anos. Esta semana celebro mais um marco significativo, pois completamos sete anos da coluna "Com a Palavra". Ao longo desse tempo, tivemos a oportunidade de explorar uma diversidade de temas que compõem a rica tapeçaria da nossa sociedade.

Sempre tive intuito de proporcionar um ambiente leve que importasse em verdade e alívio para as pessoas. Que trouxesse leveza, conexão, empatia. Cada texto trazido à coluna é um convite à reflexão e eu sigo reafirmando o papel da imprensa como agente de transformação social.

Sete anos atrás, quando esta coluna foi lançada, o mundo era um lugar diferente. As redes sociais estavam em plena ascensão, e a necessidade de um espaço dedicado à reflexão sincera sobre temas do cotidiano se tornava, para mim, cada vez mais evidente. Em meio a tantas informações, o propósito era claro: oferecer um local onde as pessoas pudessem se conectar com seu lado mais humano.

Cada artigo, cada opinião, cada história trazida para esta coluna fez parte de uma conversa maior. Agradeço a todos que contribuíram de alguma forma, a toda equipe do Jornal que faz a engrenagem girar todos os dias com maestria e a todos os leitores que dedicam um pouquinho do seu tempo para se conectarem com essas palavras que escrevo com todo carinho e humildade. Vocês foram essenciais para moldar a voz da coluna e motivar a continuidade do que expresso por aqui.

Acredito que as palavras têm poder. Elas podem inspirar, provocar e, muitas vezes, transformar. Confio que o diálogo é vital. É na troca de ideias que encontramos caminhos, compreendemos diferentes perspectivas e, quem sabe, chegamos a soluções para os desafios que enfrentamos.

Olhando para o futuro, tenho a certeza de que a jornada continua. Convido cada um de vocês a se juntar a nós, trazendo suas perspectivas e histórias, pois a coluna é, acima de tudo, um reflexo da nossa sociedade. Que esse intuito se protraia no tempo e siga somando. E multiplicando.

Obrigada por fazerem parte da história de "Com a Palavra". Que possamos continuar a escrever juntos, um artigo de cada vez.

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Mosaico

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

A vida é um mosaico de experiências, onde cada peça, cada cor, representa momentos de alegria, tristeza, desafios e superações. A jornada é repleta de obstáculos, e a verdadeira essência da humanidade reside na capacidade de se reerguer, mesmo quando as circunstâncias parecem insuperáveis. Superação não é apenas um ato de coragem; é um processo transformador que nos molda, nos ensina e nos prepara para novos horizontes.

A vida é um mosaico de experiências, onde cada peça, cada cor, representa momentos de alegria, tristeza, desafios e superações. A jornada é repleta de obstáculos, e a verdadeira essência da humanidade reside na capacidade de se reerguer, mesmo quando as circunstâncias parecem insuperáveis. Superação não é apenas um ato de coragem; é um processo transformador que nos molda, nos ensina e nos prepara para novos horizontes.

Imagine uma planta que brota em meio às fendas de uma calçada. Esse pequeno ser, apesar das adversidades, busca a luz, a água e, com resiliência, se ergue. Assim como essa planta, muitos de nós enfrentamos dificuldades que nos parecem intransponíveis. Perdas, doenças, crises financeiras ou emocionais são parte do caminho. No entanto, é na adversidade que descobrimos a força que reside dentro de nós.

A superação faz parte de uma jornada contínua da vida. Não se resume a um ato isolado e nem é o destino. Aprender a lidar com a dor é um dos maiores desafios, mas é também uma das maiores lições que podemos ter. O sofrimento, embora difícil, pode nos ensinar sobre compaixão, empatia e a importância das conexões humanas.

Histórias de superação são frequentemente contadas em livros, filmes e palestras inspiradoras. Elas nos lembram que não estamos sozinhos em nossa luta. Pense em figuras como Nelson Mandela, que passou anos encarcerado, mas emergiu como um símbolo de paz e resistência. Ou Malala Yousafzai, que, após um atentado, dedicou sua vida à luta pela educação das meninas em todo o mundo. Essas narrativas nos mostram que a superação é possível e que cada um de nós tem um papel a desempenhar na construção de um futuro mais esperançoso.

Contudo, é essencial entender que a superação não implica em ignorar a dor ou os sentimentos negativos. O primeiro passo para se erguer é reconhecer e aceitar a situação. É preciso dar voz ao que sentimos, permitir-se chorar, lamentar e, eventualmente, encontrar o caminho para a cura. Ignorar a dor pode levar a uma estagnação emocional, enquanto enfrentá-la é o que nos permite seguir em frente.

O apoio da comunidade e das pessoas ao nosso redor é fundamental nesse processo. Às vezes, a superação é um esforço coletivo. Amigos, familiares ou grupos de apoio podem oferecer a mão que precisamos para nos levantar. A vulnerabilidade de compartilhar nossas lutas é, paradoxalmente, uma fonte de força. Ao nos abrirmos para os outros, encontramos empatia e compreensão, e percebemos que nossas experiências, embora únicas, ressoam com a vida de muitos.

Não nos esqueçamos, pois, que somos indivíduos, únicos, embora a vida gregária seja elementar para moldar quem somos. Comparar nossa jornada com a de outras pessoas pode ser desanimador. O que pode parecer uma pequena vitória para alguém pode ser um grande feito para outra pessoa. A superação é uma experiência íntima e pessoal, e devemos honrar nossos próprios progressos, independentemente de quão pequenos eles possam parecer.

Em última análise, a superação nos ensina que a vida é feita de ciclos. Assim como a noite cede lugar ao dia, nossos momentos de dor podem se transformar em momentos de alegria. Cada desafio traz consigo uma oportunidade de crescimento e aprendizado. Ao olharmos para trás, percebemos que as dificuldades que enfrentamos moldaram nosso caráter e nos tornaram mais fortes.

Portanto, ao enfrentarmos os altos e baixos da vida, lembremo-nos de que a superação é possível. Em cada queda, há uma lição; em cada desafio, uma oportunidade. Que possamos sempre encontrar a coragem de nos reerguer e a sabedoria para ajudar outros em suas jornadas. Juntos, construímos uma tapeçaria rica em histórias de resiliência, amor e superação.

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Cultura do Cancelamento

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Nos últimos anos, a expressão "cultura do cancelamento" tornou-se cada vez mais presente em nossas conversas, especialmente nas redes sociais. Inicialmente vista como uma forma de responsabilizar indivíduos por comportamentos considerados inaceitáveis, a prática levanta questões profundas sobre ética, justiça e liberdade de expressão. Afinal, podemos “cancelar” alguém? A cultura do cancelamento se manifesta quando uma pessoa, normalmente uma figura pública, é alvo de críticas e boicotes, muitas vezes em resposta a declarações ou ações consideradas ofensivas.

Nos últimos anos, a expressão "cultura do cancelamento" tornou-se cada vez mais presente em nossas conversas, especialmente nas redes sociais. Inicialmente vista como uma forma de responsabilizar indivíduos por comportamentos considerados inaceitáveis, a prática levanta questões profundas sobre ética, justiça e liberdade de expressão. Afinal, podemos “cancelar” alguém? A cultura do cancelamento se manifesta quando uma pessoa, normalmente uma figura pública, é alvo de críticas e boicotes, muitas vezes em resposta a declarações ou ações consideradas ofensivas. As redes sociais, com sua velocidade e alcance, amplificam esse fenômeno, permitindo que a indignação se espalhe como fogo em palha seca. Em um ambiente onde a opinião pública pode ser rapidamente formada e compartilhada, é fácil esquecer que por trás de cada tweet ou post existem seres humanos, com histórias e contextos únicos. O argumento a favor do cancelamento geralmente se baseia na ideia de que ele atua como um mecanismo de justiça social. Quando figuras públicas fazem comentários racistas, sexistas ou homofóbicos, muitos veem o cancelamento como uma forma de responsabilizá-las e promover mudanças. No entanto, essa abordagem simplista ignora a complexidade das situações e as consequências que podem advir de um julgamento apressado. Cancelamentos, muitas vezes, resultam em perdas significativas: empregos, oportunidades, relacionamento e, em casos extremos, a saúde mental dos indivíduos. Pessoas que se veem “canceladas” podem enfrentar campanhas de ódio, ameaças e até mesmo o isolamento social. É fundamental ponderar: a prática do cancelamento realmente promove algum grau de justiça ou apenas perpetua um ciclo de violência virtual? Além disso, a cultura do cancelamento tende a ser seletiva. O que é considerado ofensivo varia de pessoa para pessoa e de contexto para contexto. Um comentário que pode parecer inofensivo para alguns pode ser devastador para outros. Essa subjetividade gera um campo fértil para a hipocrisia, onde muitos que se sentem no direito de cancelar outros podem ter suas próprias falhas ignoradas. Afinal, quem define o que deve ser cancelado e quem merece uma segunda chance? É preciso também considerar o papel da educação. Em vez de simplesmente cancelar, seguir uma onda irresponsável e corrida promovida nas redes, por que não promover diálogos construtivos? As reflexões e as trocas de ideias podem ser ferramentas poderosas para transformar comportamentos e ampliar a compreensão. Corroborar com práticas de “cancelamento” de alguém pode proporcionar uma sensação imediata e estranha de satisfação, ou mesmo uma noção de que é o certo a ser feito, mas o verdadeiro progresso social geralmente se dá através do entendimento e da empatia. Além disso, é essencial refletir sobre como essa dinâmica afeta nossa sociedade como um todo. Em um ambiente onde o medo de ser cancelado predomina, a autocensura pode se tornar um reflexo da cultura do medo. As pessoas podem hesitar em compartilhar opiniões ou se expor a discussões, temendo represálias. Isso não apenas limita a liberdade de expressão, mas também empobrece o debate público. No fim das contas, a cultura do cancelamento nos desafia a encontrar um equilíbrio entre responsabilização e compaixão. Precisamos de um espaço onde possamos discutir nossas diferenças de forma saudável, sem o temor constante de um julgamento sumário. Ao invés de simplesmente cancelar, que possamos nos engajar em diálogos que promovam a compreensão, a cura e, talvez, a mudança. A responsabilidade de moldar essa conversa recai sobre todos nós. Que possamos buscar um caminho que valorize a aprendizagem e o crescimento, em vez da condenação e do silenciamento. Afinal, todos nós estamos em constante evolução e, em última análise, todos merecemos a chance de aprender com nossos erros.

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Cair e Levantar

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Em um mundo que, muitas vezes, parece girar em uma velocidade avassaladora, a resiliência se destaca como uma qualidade essencial para enfrentar os desafios da vida. A capacidade de se adaptar, superar e crescer diante das adversidades é uma habilidade que todos nós podemos cultivar. Mas o que exatamente é resiliência, e como podemos desenvolvê-la?

Em um mundo que, muitas vezes, parece girar em uma velocidade avassaladora, a resiliência se destaca como uma qualidade essencial para enfrentar os desafios da vida. A capacidade de se adaptar, superar e crescer diante das adversidades é uma habilidade que todos nós podemos cultivar. Mas o que exatamente é resiliência, e como podemos desenvolvê-la?

Resiliência não é a ausência de dificuldades, mas sim a habilidade de enfrentar as tempestades emocionais e físicas que nos atingem. Imagine uma árvore em uma tempestade: ela se curva sob a força do vento, mas não quebra. Ao contrário, após a tempestade, ela se ergue novamente, mais forte e mais robusta. Essa analogia ilustra a essência da resiliência: a capacidade de se recuperar e, muitas vezes, de emergir mais forte.

A resiliência se manifesta de diversas maneiras em nossa vida. Pode ser observada em pequenos momentos do cotidiano, como lidar com a frustração de um dia difícil no trabalho, ou em situações mais intensas, como enfrentar doenças, perdas ou crises financeiras. É a força que nos impulsiona a buscar soluções, a reinventar nossos planos e a manter a esperança mesmo quando tudo parece perdido.

Um aspecto fundamental da resiliência é a mentalidade. A forma como encaramos as dificuldades pode determinar nossa capacidade de superá-las. Cultivar uma mentalidade positiva, que vê os desafios como oportunidades de crescimento, é um passo importante. Em vez de perguntar “por que isso está acontecendo comigo?”, podemos mudar a pergunta para “o que posso aprender com isso?”. Essa mudança de perspectiva não elimina a dor ou o desconforto, mas nos capacita a encontrar um propósito nas dificuldades.

Além disso, a resiliência é amplamente influenciada pelo nosso entorno. Relações de apoio, seja com amigos, familiares ou comunidades, são fundamentais para nos ajudar a enfrentar crises. Quando temos pessoas que acreditam em nós e que estão dispostas a nos ajudar, nossa capacidade de resiliência aumenta. Compartilhar experiências e sentimentos pode aliviar o peso das dificuldades, transformando a solidão da luta em uma jornada compartilhada.

Outro elemento essencial é o autocuidado. Em momentos de estresse, é fácil esquecer de cuidar de nós mesmos. No entanto, práticas como a meditação, exercícios físicos, uma alimentação saudável e momentos de lazer são fundamentais para manter nossa energia e motivação. Cuidar do corpo e da mente nos fortalece, preparando-nos para os desafios que virão.

A resiliência também envolve a aceitação. Aceitar que a vida é imprevisível e que as mudanças são parte da experiência humana que pode nos ajudar a navegar pelas incertezas com mais leveza. Isso não significa resignação, mas sim um reconhecimento de que algumas coisas estão além do nosso controle. Essa aceitação nos permite focar em ações que realmente podemos tomar e em como responder aos desafios.

Por fim, a resiliência é um processo contínuo. É normal ter altos e baixos; a chave está em aprender a nos levantar após cada queda. Cada experiência, boa ou má, contribui para nosso crescimento. À medida que enfrentamos e superamos desafios, construímos uma base de força e confiança que nos prepara para o futuro.

Em um mundo que frequentemente nos testa, a resiliência se torna não apenas uma habilidade, mas uma arte de viver. Cultivá-la em nossas vidas pode nos proporcionar não apenas a capacidade de enfrentar crises, mas também uma perspectiva mais rica e gratificante da vida. Ao desenvolvermos nossa resiliência, não apenas encontramos força para nós mesmos, mas também nos tornamos faróis de esperança para os outros, mostrando que, mesmo nas tempestades mais fortes, é possível erguer-se e florescer.

Assim, ao olharmos para frente, que possamos abraçar as dificuldades com coragem e confiança, sabendo que, em cada desafio, reside uma oportunidade de crescimento e transformação. Resiliência é um convite à vida, um lembrete de que somos mais fortes do que pensamos e que cada queda é apenas uma chance de levantar com mais sabedoria e força.

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Fases e Fases

sexta-feira, 04 de outubro de 2024

            Há dias de luta e dias de glória, diz a frase. Sim, desconheço glórias infinitas que não precedam os momentos de batalhas, desafios e superação. Há pequenas e grandes vitórias a serem celebradas no meio do caminho. E a cada dia, lutas diferentes somadas às cotidianas.

            Até mesmo motivos para comemorar e para arregaçar as mangas e seguir em frente se alternam, se somam, se confundem. Essa dinâmica me leva a crer que sim, todo dia é dia de luta, alguns dias, regados a algumas glórias. Assim tem sido. Às vezes, com mais motivos para sorrir.

            Há dias de luta e dias de glória, diz a frase. Sim, desconheço glórias infinitas que não precedam os momentos de batalhas, desafios e superação. Há pequenas e grandes vitórias a serem celebradas no meio do caminho. E a cada dia, lutas diferentes somadas às cotidianas.

            Até mesmo motivos para comemorar e para arregaçar as mangas e seguir em frente se alternam, se somam, se confundem. Essa dinâmica me leva a crer que sim, todo dia é dia de luta, alguns dias, regados a algumas glórias. Assim tem sido. Às vezes, com mais motivos para sorrir.

            Fato é que se a própria vida é um grande ciclo nessa existência, que dirá dessas fases pelas quais a gente passa no dia a dia. São fases, sejam elas boas ou ruins. Ando desejando fases boas. Pra mim, pra você, pra sociedade como um todo. Para os próximos anos, meses, dias, horas, minutos, segundos, desejo boas notícias. De todos os lados.

Quero que venha um bom momento. Coletivamente falando. Que recebamos boas novas. Um refresco. Um alívio. Que algo de bom aconteça. Que as capas de jornais e revistas , os sites e tudo mais ostentem novidades que agreguem, façam crescer e te arranque sorrisos. Que aquela velha expectativa por algum resultado, ceda espaço para um desfecho positivo.

            Queremos chuvas de notícias boas, de estatísticas que correspondam com a realidade e que a verdade dos fatos seja latente. Que tais fatos sejam bons. Que nos deparemos com gráficos que denotem queda dos índices de violência, da fome, do desemprego. E que essas informações sejam o real reflexo das vidas das pessoas.

            Seria ótimo precisarmos cada vez menos de algum canal para fugirmos de uma realidade que nos desconecte com o que está acontecendo, que não cheguemos aos limites do que é suportável e que cá onde estamos possamos nos deparar com a divulgação de bons e construtivos feitos. Mais oportunidades. Mais arte. Mais abundância. Mais amor. Melhor acesso às estruturas do serviço de saúde, viagens mais tranquilas pelas estradas, mais paz e liberdade verdadeira no ir e vir.

            Adoraria que você e eu estivéssemos prestes a ingressarmos em uma boa nova fase, que recebêssemos mais notícias sobre cura, inclusão, emprego, amor, tolerância, compaixão, prosperidade, respeito e arte.  Quem sabe? Eu acredito.

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Boas palavras

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Há quem tenha uma espécie de intolerância ao uso excessivo de verbos no modo imperativo. Eu sou uma dessas pessoas. “Faça. Pegue. Diga. Vá. Venha.” Dependendo do contexto em que essas palavras são ditas, não soam bem aos ouvidos.

O imperativo quando utilizado por aquele que fala ou escreve, comumente expressa a intenção de que seu interlocutor realize uma ação, em tom de ordem. O incômodo acontece quando o modo verbal é empregado em uma frase desacompanhado das palavras básicas da gentileza.

Há quem tenha uma espécie de intolerância ao uso excessivo de verbos no modo imperativo. Eu sou uma dessas pessoas. “Faça. Pegue. Diga. Vá. Venha.” Dependendo do contexto em que essas palavras são ditas, não soam bem aos ouvidos.

O imperativo quando utilizado por aquele que fala ou escreve, comumente expressa a intenção de que seu interlocutor realize uma ação, em tom de ordem. O incômodo acontece quando o modo verbal é empregado em uma frase desacompanhado das palavras básicas da gentileza.

Certamente, qualquer mandamento acompanhado por expressões cordiais surtirá efeito positivo se comparado a uma ordem seca. Uma ordem pode até (e provavelmente irá) resultar na execução da ação, mas certamente não provocará o melhor sentimento da pessoa. Tudo o que é dito e solicitado com simpatia tende a importar um resultado melhor, pois a ação pretendida possivelmente será desempenhada com mais boa vontade e alegria.

Basta comparar: “Fulano, faça isso!” e “Fulano, gostaria de que você fizesse isso, por favor.” Creio que a maioria das pessoas se sentiriam muito mais motivadas a fazer se lhes fosse solicitado com gentileza, como na segunda frase.

Desconfio que o tom excessivamente imperativo cause desconforto em todo e qualquer ouvinte ou leitor. Ao contrário, comunicação baseada na simpatia estimula um convívio mais cordial entre as pessoas. O quesito bem-estar deve estar agregado aos diálogos e às relações, sejam elas quais forem.

Não estou a questionar o uso da norma culta da língua, nem tampouco o emprego dos vocábulos e o uso escorreito da gramática. Acredito apenas que o sentido, o sentimento, a entoação e a intenção do comunicador impregnam as palavras, de modo que expressões grosseiras maculam as relações, gerando muitas vezes um mal-estar desnecessário.

Aposto no efeito da cortesia no trato com as pessoas, seja em qual ambiente for, no ambiente corporativo, nas relações de trabalho, no núcleo familiar, na comunicação entre amigos ou entre estranhos.

 

Por gentileza...

Sejamos mais cordiais e sensíveis com o uso das palavras. Treinemos a prática de utilizar expressões de cordialidade, de educação. Apoiemos uma forma de falar sem constranger, sem impor indelicadamente, sem estressar a outra pessoa. Não se trata de certo e errado. É questão de seletividade e coerência. Dizer da forma como gostaria de ouvir, escrever da forma como gostaria de ler. Mais sutil. Mais respeitosa. Mais empática.

Concordo com Shakespeare quando disse: “Seja como for o que penses, creio que é melhor dizê-lo com boas palavras”.

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Boas novas

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

            Para os próximos anos, meses, dias, horas, minutos, segundos, desejo boas notícias. De todos os lados. Que seu telefone toque para que alguém lhe conceda uma boa nova. Que as capas de jornais e revistas ostentem novidades que agreguem, façam crescer e te arranque sorrisos. Que aquela velha expectativa por algum resultado, ceda espaço para um desfecho positivo.

            Para os próximos anos, meses, dias, horas, minutos, segundos, desejo boas notícias. De todos os lados. Que seu telefone toque para que alguém lhe conceda uma boa nova. Que as capas de jornais e revistas ostentem novidades que agreguem, façam crescer e te arranque sorrisos. Que aquela velha expectativa por algum resultado, ceda espaço para um desfecho positivo.

            Queremos chuvas de notícias boas, de estatísticas que correspondam com a realidade e que a verdade dos fatos seja cada vez melhor. Que nos deparemos com gráficos que denotem queda dos índices de violência, da fome, do desemprego. E que essas informações sejam o real reflexo das vidas das pessoas. Queremos sentir esperança, e que ela faça sentido.

            Seria ótimo precisarmos cada vez menos de algum canal para fugirmos de uma realidade que nos desconecte com o que está acontecendo, que não cheguemos aos limites do que é suportável e que cá onde estamos possamos nos deparar com a divulgação de bons e construtivos feitos. Menos bandalheira. Mais oportunidades. Menos fogo acabando com tudo. Mais ar puro. Mais oportunidades. Mais arte. Melhor acesso às estruturas do serviço de saúde, viagens mais tranquilas pelas estradas, mais paz e liberdade verdadeira no ir e vir.

            Seria ótimo começar cada dia sem nos depararmos com a trágica notícia de que pessoas são baleadas quando erram o caminho; que os funcionários dos hospitais não recebem salários; que pessoas morrem nas filas de espera por atendimento médico; que as verbas para a educação não chegam ao seu destino; que as cidades não estão ainda preparadas para receber chuvas enquanto ardem com o fogaréu; que o número de desempregados é alarmante; que os bancos nunca lucraram tanto e as famílias estão cada vez mais endividadas; que as prerrogativas dos cidadãos não estão sendo mitigadas; que cuidar do meio ambiente importa. Que vale a pena continuar tentando, continuar plantando, continuar insistindo em coisas boas.

            Adoraria que você – e eu – recebêssemos mais notícias sobre cura, inclusão, emprego, amor, tolerância religiosa, compaixão, respeito e arte. Adoraria, aliás, ter notícias sobre prosperidade, acessibilidade, crescimento e paz. Não por ilusão ou por cerceamento da liberdade de informação. Jamais. Mas porque finalmente fomentaríamos a esperança genuína, o lazer e a fraternidade por caminhos mais prazerosos e menos tortuosos. Porque de fato, precisaríamos falar menos de dados e fatos negativos justamente porque aconteceriam em menor escala. Seria a realização de um sonho coletivo não termos notícias sobre vítimas de violência para transmitir a ninguém. Seria, sim, a libertação. Feliz boas novas. Eu - ainda - acredito.

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