Se me permitirem falar mais do mesmo, repetir aquilo que já foi dito e escrito e publicado, o farei. Preciso, novamente, propor uma reflexão crítica. Não dá para trabalhar com o trabalho e ignorar o quão sacrificante pode ser o roteiro da vida laboral para todos os envolvidos na produtividade nas mais diversas áreas. Vem à minha mente a imagem de um trabalhador. Esgotado, apático, sobrecarregado, desmotivado, cabisbaixo. Cena cotidiana, infelizmente. Não está sendo fácil a vida laboral para muita gente.
Se me permitirem falar mais do mesmo, repetir aquilo que já foi dito e escrito e publicado, o farei. Preciso, novamente, propor uma reflexão crítica. Não dá para trabalhar com o trabalho e ignorar o quão sacrificante pode ser o roteiro da vida laboral para todos os envolvidos na produtividade nas mais diversas áreas. Vem à minha mente a imagem de um trabalhador. Esgotado, apático, sobrecarregado, desmotivado, cabisbaixo. Cena cotidiana, infelizmente. Não está sendo fácil a vida laboral para muita gente. Dia após dia de comandos sem fim, cobranças, metas, promessas, tarefas, e-mails, reuniões, compartilhamento de preocupações, desgastes ... ufa. Cenário cansativo. Mesmo.
Façamos o exercício de colocarmo-nos no lugar dessas pessoas, dessa camada da população que trabalha demais, descansa de menos, é mal remunerada, por vezes desrespeitada e sente-se em um beco sem saída, sem enxergar a luz de outro caminho. Como damos conta? Por que tem sido exigido um funcionamento de máquina de nós, seres humanos? Essa é uma pergunta que pode e deve ser respondida por cada um de nós.
Máquinas novas interessantes essas. Que de novas não têm nada, mas estão sendo revisitadas, recebendo uma releitura “à la 2023”. A potência é boa, produzem bastante, apresentam resultados e até pensam. Que maravilha. Não tem a ver com inteligência artificial, é gente de verdade. Esse aparato super moderno é humano. Se adapta às mais variáveis circunstâncias, é flexível, multitarefas, inovador, apresenta ideias, as executa, faz reparos e prospecções futuras. Pensa, sente e até se emociona.
Às vezes, a máquina perece. Adoece. Sucumbe às dores mundanas, não apresenta a melhor performance, rateia e até para de funcionar. Fala mais do que deve, faz mais do que pode e até reclama. Há quem diga que é super econômica, custa muito pouco pelo tempo que trabalha. Há quem pense ser cara demais, afinal de contas, há várias peças custosas agregadas, mais conhecidas como direitos e prerrogativas.
Às vezes sinto que os indivíduos estão sendo robotizados sem nem perceberem. Não sobra tempo sequer para refletirem sobre como estão levando suas vidas. A grande verdade é que os trabalhadores desses tempos, essas máquinas da minha singela metáfora, são essenciais ao funcionamento de tudo, embora o incremento da tecnologia agregue possibilidades ao mesmo passo em que tenta substituí-las. Nesse compasso – ou descompasso, o maquinário anda oscilante. Parte dele, inclusive, nunca produziu tanto. Outra parte, está sendo descartada, por ser dispensável ou onerosa demais. O “equipamento” humano é subjugado, sobrecarregado, desvalorizado, descartado. Exige-se de gente de carne e osso o que nem máquina faz.
Fato é que deveríamos repensar as estruturas que fazem a máquina funcionar. Tudo funcionar. Não basta a reflexão e preocupação quanto espaços físicos, viabilidades econômicas e o seu bom e produtivo uso. Deve-se, principalmente, considerar sua própria formação, seus cuidados, suas necessidades. Pode parecer difícil para muitas pessoas compreenderem, mas a máquina humana, sente, pensa, necessita, respira. Sente dor. Chora. Adoece. Padece. Sucumbe. Se dói por inteiro. E pasme: tem limite. Isso mesmo. Precisa de descanso. Precisa suprir necessidades básicas. Sinto informar, mas esse “maquinário novo”, nem máquina é. Não percamos – ainda mais! - a noção disso. Quanto a mim, sigo resistindo e tentando levar a quem posso a noção e a prática do respeito incondicional à dignidade, inclusive no âmbito laboral.
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