Blog de paulafarsoun_25873

Situação difícil

quinta-feira, 09 de março de 2023

Volta e meia vem a vida e nos apresenta uma situação difícil de ser resolvida. Não estou falando nem das tragédias, das doenças e dessas situações tristes às quais estamos todos sujeitos pelo mero fato de existirmos. Refiro-me, aqui, às situações embaraçosas, de soluções esquisitas, que geram em nós dissabores e angústias. Falo desses episódios que a “a vida apresenta”, que parecem armadilhas, que a gente não provoca, mas que se submete a elas. Sabem do que estou falando?

Volta e meia vem a vida e nos apresenta uma situação difícil de ser resolvida. Não estou falando nem das tragédias, das doenças e dessas situações tristes às quais estamos todos sujeitos pelo mero fato de existirmos. Refiro-me, aqui, às situações embaraçosas, de soluções esquisitas, que geram em nós dissabores e angústias. Falo desses episódios que a “a vida apresenta”, que parecem armadilhas, que a gente não provoca, mas que se submete a elas. Sabem do que estou falando?

Pois é. Existir tem mesmo destas coisas. Ao acordarmos e enfrentarmos o dia, estamos todos sujeitos a situações desagradáveis, seja no trabalho, nos deslocamentos, com pessoas conhecidas ou estranhas, até mesmo convívio próximo, em qualquer circunstância ou lugar. Acontece.

E como devemos agir? Não há um roteiro, uma resposta pronta e nem um gabarito de livro. São momentos em que nossa capacidade de reação – e ação, são testadas. Eis a dificuldade da coisa. Pensar no que fazer e fazer. Decidir muitas vezes de cabeça quente. E correr o risco do erro. E efetivamente errar. E poder fazer da situação difícil o estopim para outra situação embaraçosa. Efeito bola de neve.

Já passaram por isso? Aqui, um consolo: todos nós passamos por isso. Essas situações, muitas vezes, são inevitáveis. E todas elas, de alguma maneira, geram a oportunidade de aprendizado. É o ciclo. Vivenciar. Aprender. Ressignificar. Estar melhor preparado para a próxima. Aliás, não fosse esse ciclo, seria ainda mais doloroso.

Eu mesma, diante dessa conjuntura, depois de me afligir, tento ressignificar. Penso o quão imperfeitos todos nós somos e o quão difícil, se não impossível, é vivermos completamente blindados desses quadros embaçados que turvam nossa caminhada.

Talvez, o que seja possível ser feito, além de aprender e ressignificar – e de respirar aliviada quando a solução se apresenta – é minimizar que situações desagradáveis voltem a se repetir no mesmo formato. Assim: “- já passei por isso, aprendi, descobri um caminho para evitar que aconteça de novo e, se acontecer, já entendi como posso agir”. E aí aquilo passa a ter um tamanho menor dentro da gente. E talvez, se torne menor de verdade.

Uma coisa que venho aprendendo ao longo dos anos, sobre como agir diante de uma situação difícil é, respirar – isso mesmo, respirar – antes de tomar decisões, se for possível. Pensar antes de agir, mas não a ponto de ficar divagando e não reagir à dificuldade. Tento buscar uma clareza mental suficiente a me permitir usar de alguma sabedoria na tomada de decisão. E então, busco alguma coragem e enfrento o que não pode ser protelado.

Mesmo assim dói. A gente termina o dia mais triste. Com alguma sensação de culpa. Um desconforto, vai. É como acontece. Resta dormir, descansar, e esperar no amanhã um novo dia.

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Desapego

quinta-feira, 02 de março de 2023

Desapegar-se. Verbo simples. Prática difícil. Nada simples, porém muitas vezes, necessária. É preciso ter o pulso firme e coração leve para não nos prendermos demasiadamente a tudo e todos que têm valor para nós.

Ouvi dizer que o apego ofusca a luz, como se embaçasse a clareza que pudesse existir. Senti também. É verdade, o apego atrapalha, amarra, atravanca, pesa. Sentimento estranho e mal aplicado, por assim dizer.

Desapegar-se. Verbo simples. Prática difícil. Nada simples, porém muitas vezes, necessária. É preciso ter o pulso firme e coração leve para não nos prendermos demasiadamente a tudo e todos que têm valor para nós.

Ouvi dizer que o apego ofusca a luz, como se embaçasse a clareza que pudesse existir. Senti também. É verdade, o apego atrapalha, amarra, atravanca, pesa. Sentimento estranho e mal aplicado, por assim dizer.

Apego é diferente de amor. Diferente de querer. Diferente de zelo. Apego é apego e ponto. Nós sabemos do que se trata e convivemos bastante com esse sentimento.

Há quem lute por uma vida mais livre de apegos, seja aos sentimentos, às pessoas, às coisas, à posição social, ao emprego, à matéria. Levante a mão quem se identifica com esse ato de verdadeira coragem que é buscar um caminho com mais desapego e leveza.

Sei o quão dolorida e difícil é uma existência pautada no apego arraigado à alma. Dóem os ombros só de pensar. Dói a nuca também. E a têmpora direita. Sei o quanto a leveza de desapegar-se aos poucos dos excessos que encobrem o dia a dia é libertadora. E faz bem à saúde, diga-se de passagem.

Atualmente muito tem se falado nas práticas minimalistas, em valorizar um estilo de vida com menos acúmulo, menos barulho, menos objetos e mais espaço para o ar circular. Menos coisas e mais verde, mais contato com a natureza. Tenho percebido como essa tribo está ganhando integrantes. A galera que está valorizando mais o ser do que o ter, mais o tempo do que uma conta bancária recheada às custas de dias e noites de incessante trabalho, andando em corda bamba contra o fluxo do materialismo. Dá gosto de ver. E me parece um processo de desapego também. Desapegar-se do velho mundo e buscar um novo, o seu próprio mundo, mais próximo da verdadeira essência.

Essa reviravolta no meio da vida, esse desapego de tantas coisas e muitas vezes do próprio ego é um processo dos mais bonitos que tenho presenciado. Mas ainda assim, talvez não dê tão certo se não for bem delineado, se não contar com pitadas de sabedoria e um tanto de planejamento. O desapego é bom, traz leveza, mas para muitos, é um treinamento novo, sem precedentes e difícil de lidar. Ainda assim, vale a pena sentir e conhecer melhor o verdadeiro significado do desapego.

Como bem disse a escritora Martha Medeiros: “longa vida aos que conseguem se desapegar do ego e ver a graça da coisa.”

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Não existe almoço grátis

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Há dias em que a força nos foge. Sentimo-nos, como diz o dito, “o saco vazio que não para em pé”, mesmo tendo nos alimentado. É incrível como nos dias de exaustão os pensamentos escondidos aparecem. Lembramo-nos de cuidar da saúde, valorizamos, mais do que nunca, uma boa noite de sono, repensamos a qualidade de nossas atividades e pensamos em como damos conta.

Há dias em que a força nos foge. Sentimo-nos, como diz o dito, “o saco vazio que não para em pé”, mesmo tendo nos alimentado. É incrível como nos dias de exaustão os pensamentos escondidos aparecem. Lembramo-nos de cuidar da saúde, valorizamos, mais do que nunca, uma boa noite de sono, repensamos a qualidade de nossas atividades e pensamos em como damos conta.

A ausência de pausas, os excessos de compromissos, de afazeres, as demandas incessantes nos tomam dias inteiros e às vezes noites. Há quem encontre plena alegria em viver essa intensidade de multitarefas, muitas relações interpessoais, muitas funções na sociedade. E, de fato, é deveras um privilégio. Desafio interessante é conciliar tudo isso com os ciclos de descanso e o verdadeiro cuidado com o repositório de energia. Da melhor energia.

No final das contas, como diz um outro dito popular, “não existe almoço grátis”, o que significa que essa conta uma hora vai chegar. Dia desses estava lendo um depoimento de um notívago e sua produtividade noturna. Além de brincar que a energia da lua era aliada de sua criatividade, desenhou sua rotina da madrugada como sendo altamente revigorante para justificar seu relógio biológico às avessas. Ele é escritor. E o silêncio da madrugada o conecta com seus mais profundos pensamentos.

Dificilmente eu conseguiria. Aliás, quem conseguiria? Realmente é para poucos. Nossa rotina acorda e deita com nossas necessidades básicas de descanso. Não tem muita escapatória. O meu relógio biológico certamente não obedeceria aos comandos todos os dias. Eu, pelo menos, quando não tenho uma noite de sono ideal, luto ao longo do dia para ser a melhor que posso, apesar disso. Apesar de. Não dormir, para mim, é como cobrar a conta durante 24 horas desse “almoço caro”, é sentir a ausência de forças latente. É lembrar que o bocejo coletivo do dia, começará por mim. Provavelmente puxarei a fila e não conseguirei disfarçar. Até a próxima noite de sono chegar.

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O dia em que resolvi escrever um livro

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Faz tempo. Nem lembro quando resolvi que escreveria um livro. Mas a decisão foi tomada e estava tão certa quanto 2 + 2 = 4. Era para ser. Nasci com essa marca: a menina que um dia escreveria um livro. Enquanto isso, foram milhares e porque não dizer, milhões de palavras escritas. Perdi as contas do emaranhado que tentei decompor escrevendo; das cores muito além das sete do arco-íris que confabulei em palavras; das vezes em que meu grande interlocutor era eu mesma e o papel, o meu melhor amigo.

Faz tempo. Nem lembro quando resolvi que escreveria um livro. Mas a decisão foi tomada e estava tão certa quanto 2 + 2 = 4. Era para ser. Nasci com essa marca: a menina que um dia escreveria um livro. Enquanto isso, foram milhares e porque não dizer, milhões de palavras escritas. Perdi as contas do emaranhado que tentei decompor escrevendo; das cores muito além das sete do arco-íris que confabulei em palavras; das vezes em que meu grande interlocutor era eu mesma e o papel, o meu melhor amigo.

As palavras já me consolaram, comemoraram, andaram comigo por aí e sentaram ao meu lado no parque ou no banquinho à beira-mar. Ouso dizer que fui salva por elas algumas vezes na vida. E as salvei também.

Sempre zelei por elas – as palavras. Não gosto que seja feito mal uso delas. Creio do seu poder, na sua missão e na dimensão de seus efeitos. Por isso, faz tempo que resolvi escrever um livro. Seria uma devoção, um autorretrato, um diário sem sentido ou mesmo uma gratidão por ter sido salva pelas palavras. Salva da ignorância absoluta – embora saiba que quanto mais eu leia, mais reconheço o quão significante posso ser diante de tudo. De toda a complexidade e profundidade da própria existência. Salva do vazio de não saber sonhar ou não poder. Salva do desconhecimento dos caminhos a seguir. Salva de não saber usar a palavra certa na hora certa. Até o silêncio aprendi por meio das palavras.

Mas, e o livro? Pois é. Não um, no singular. Mas vários. Estão por aí ainda desfeitos embora prontos. Sem capas, sem edições. Mas vivos. Guardados em arquivos e gavetas e cadernos e até mesmo espalhados por aqui, no jornal.

Entendi que a vida é também como um livro, repleta de complexidade, nuances, variações, altos e baixos, história e estórias, memórias, alma e coração, requer uma certa técnica, um jogo de cintura e até criatividade. Querendo ou não, a gente nasce um livro em branco, com milhares de linhas e páginas a serem preenchidas. E mesmo sem saber, construímos nossa história, única, que nenhum escritor seria capaz de supor.

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Jogo ganho

quinta-feira, 09 de fevereiro de 2023

Para quem acredita que a sinceridade de um elogio pode ser transformadora, eis uma realidade empírica: quando a intenção que encobre um ato ou palavra é sinceramente positiva, ela é ainda mais renovadora. O elogio pode ser significativamente mais profundo do que a simplicidade da forma, quando impregnado desse sentimento.

Para quem acredita que a sinceridade de um elogio pode ser transformadora, eis uma realidade empírica: quando a intenção que encobre um ato ou palavra é sinceramente positiva, ela é ainda mais renovadora. O elogio pode ser significativamente mais profundo do que a simplicidade da forma, quando impregnado desse sentimento.

Quando somos genuínos nos elogios que tecemos a alguém, aquele sentimento pode ter o poder de tocar a fundo o seu receptor e ser o estímulo do qual ele estava precisando naquele momento. Aquela gota d’água que parece encher o copo quando estávamos olhando para a parte vazia (aquela velha parábola de focar na metade cheia do copo, sabe?).

Aquele bem querer manifestado por meio do sorriso certo na hora certa. Aquela vontade de gerar alegria. Aquele afago no ego meio cabisbaixo. Aquele olhar de aprovação em meio a tantos olhares de julgamentos. Aquele carinho na alma que habita um corpo por vezes tão cansado fisicamente. Aquele estímulo que inspira um texto. Aquilo que pode mudar a frequência do dia de alguém, quiçá de sua vida. É disso que estou falando. Coisas grandiosas nascem a partir de um pequeno protótipo.

Se presumirmos o tanto de esforço que alguém precisa desempenhar para fazer algo bem feito, quais são as barreiras interiores que precisam enfrentar, os obstáculos do dia a dia, a falta de uma série de coisas, as dificuldades pessoais, fica mais compreensível a percepção do alcance e do valor do elogio sincero na vida de uma pessoa. Arriscaria a dizer que pode ser um divisor de águas, a motivação na hora certa, o estímulo em meio ao desânimo, o estopim para uma nova ação bem feita.

É o círculo virtuoso, o ciclo do bem. É aquela história, luz que gera luz, gratidão que gera gratidão, energia boa que gera energia boa e por aí vai. Aquele jogo que só de jogar, se ganha!

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Tudo novo, de novo

quinta-feira, 02 de fevereiro de 2023

Tudo novo. De novo. É chegado o momento do retorno, do início do ciclo novo nas escolas, universidades e cursos. Fevereiro de todo ano tem disso. Várias pessoas mudam os cortes de cabelos. Sorrisos revigorados. Encontros não programados. Alunos desfilam uma ou outra roupa nova. Cadernos recém-saídos das estantes das papelarias ganham espaço. Pastas organizadas nos computadores. Energia renovada. Não é assim?

Tudo novo. De novo. É chegado o momento do retorno, do início do ciclo novo nas escolas, universidades e cursos. Fevereiro de todo ano tem disso. Várias pessoas mudam os cortes de cabelos. Sorrisos revigorados. Encontros não programados. Alunos desfilam uma ou outra roupa nova. Cadernos recém-saídos das estantes das papelarias ganham espaço. Pastas organizadas nos computadores. Energia renovada. Não é assim?

Bom, para alguns eu acho que sim. O retorno esconde uma certa magia e disposição, apesar de um estoque inegável de cansaço, pois não necessariamente as férias significam tempo à disposição e descanso. Mas ainda assim é uma pausa e o reinício é um tanto interessante.

Quais são as novidades? Quem vamos conhecer? Quem vamos reencontrar? Quais as metas a perseguir, os desafios a percorrer? Dá até um frio na barriga. Recomeços são muito interessantes e podem ser presságios de ricas experiências. A vida é repleta de momentos como a volta às aulas. São sequências de ciclos a serem orquestradas muitas vezes com maestria, outras nem tanto.

Esse grande barato dos reencontros com o ambiente que nos acolhe por longas jornadas e com as pessoas que dão vida a ele não pode ser ofuscado pela correria incessante que os tempos de hoje não raras vezes nos impõem. Tenho a sensação de que a vibração com que começamos etapas novas ditam o ritmo e a cadência do período vindouro. O que esperar das misteriosas semanas que estão por vir? Não podemos prever as adversidades, nem as mudanças, muito menos as próximas surpresas. Mas uma coisa não podemos negar: querendo ou não todas elas acontecem. Invariavelmente. De uma maneira ou de outra. Como tiverem de ser.

Então, que estejamos prontos para acolher o que está por vir começando pelo dia de hoje repleto das sementes que pretendemos colher. É leveza que eu quero? Então que eu seja leve. É emoção que espero? Então deixo o sentimento fluir. São sorrisos sinceros? Então que eu sorria - com a alma!  Se a “volta às aulas” da vida contar com nossa parcela de contribuição positiva para equilibrar esse “velho mundo” com o “tudo novo”, estou certa de que essa longa jornada contará com um sabor especial. E por que não com gostinho de felicidade? 

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Pedra bruta

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Lapidar pedra bruta é uma arte. Tanto a bruta quando a lapidada possuem sua beleza e são únicas, especiais. Assim como nós. Contudo, as pedras de verdade para conquistarem a forma desejada, sofrem muitas vezes a interferência do homem, sem a qual, permaneceriam como são simplesmente ou se contentariam com as mudanças contínuas provocadas pelo tempo e os elementos da natureza. Não poderia dizer qual a mais bela, posto que cada uma tem sua beleza, seu sentido e a partir do momento que vira fonte de energia para alguém, ganha, de alguma maneira, uma missão nova.

Lapidar pedra bruta é uma arte. Tanto a bruta quando a lapidada possuem sua beleza e são únicas, especiais. Assim como nós. Contudo, as pedras de verdade para conquistarem a forma desejada, sofrem muitas vezes a interferência do homem, sem a qual, permaneceriam como são simplesmente ou se contentariam com as mudanças contínuas provocadas pelo tempo e os elementos da natureza. Não poderia dizer qual a mais bela, posto que cada uma tem sua beleza, seu sentido e a partir do momento que vira fonte de energia para alguém, ganha, de alguma maneira, uma missão nova.

Conosco, as mudanças acontecem também. Nascemos feito pedra bruta e temos uma existência para lapidarmos seu brilho ou o deteriorarmos. O lapidar requer o estopim do livre arbítrio. A vontade. O querer. E isso tem uma força muito grande. De dentro para fora. Processo individual. Ninguém é obrigado a querer mudar sua versão original - mas será que de fato temos essa escolha? A lapidação seria uma forma de evolução? Involução?

Essas provocações, por mais inúteis que possam parecer, podem cumprir sua missão, seja no campo filosófico, social, mental ou qualquer outro. A mim, remonta à resiliência. Quanto mais atenta eu fico, mais admiro os seres resilientes. Essa capacidade de adaptação, superação, contentamento conquistam uma profunda admiração.

A habilidade que uma pessoa tem de adaptar-se às mudanças, conseguir retornar ao estado natural, contentar-se com a necessidade de evolução me impressionam. Creio que a resiliência seria a força de sustentação dessa transformação lapidar do ser humano. Somada a tantos outros fatores, é claro. Mas de uma forma ou de outra, ando percebendo que as pessoas que dominam essa capacidade agregam invariavelmente tantas outras habilidades que deveriam florescer coletivamente.

Ganhei um cristal. Disseram-me: “é a pedra do amor e da paz, que possibilita a cura interior, a purificação do corpo e do lar.” Que super presente. Que intenção maravilhosa. Quem dera a cada lembrança que damos e recebemos impregnássemos com uma energia dessas. Eu acredito, de verdade. E por isso presenteio com flores. Flores de luz!

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Falar ou calar

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Em uma frase reputada a Albert Einstein, ele disse:  "Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se revela."

Em uma frase reputada a Albert Einstein, ele disse:  "Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se revela."

Em tempos em que vangloria-se tanto a necessidade e coragem em se dizer tudo o que pensa, aqueles que preferem o silêncio muitas vezes passam por involuídos. Isso mesmo. Se antes poupar a si mesmo ou ao próximo de discussões, deixar de falar tudo o que supostamente não seria bem recebido pelo interlocutor, recluir-se em silêncio eram práticas desejadas, hoje, há quem diga que nem tanto. Pelo contrário. Basta um bate-papo em uma roda de amigos e cedo ou tarde alguém acaba explicitando que a hora da verdade soou, que não faz bem para a saúde guardar sentimentos e opiniões e que o processo de libertação para por essa franqueza no trato social.

E a legião das pessoas que não desejam adoecer por guardar além das palavras engolidas sem ser ditas, as mágoas remoídas é deveras crescente. Esse caminho passa pelo autoconhecimento e algumas vezes descamba para o extremo posto: dizer tudo o que sente, sem traquejo e muitas vezes, sem sensibilidade. E então, em vez de os sapos serem engolidos, passam a ser jogados no colo do outro sem parcimônia.

Esse assunto surge em muitas conversas. Poucas vezes alguém aponta para o caminho do meio como algo a ser considerado. E então surge a indagação: o equilíbrio é o meio mesmo? Fato é que o ponto de equilíbrio varia de pessoa para pessoa. E só especialistas podem aprofundar o assunto. 

Eu mesma, que costumo buscar a interação eficiente e ter resposta para tudo, por esses dias andei sem palavras. De verdade. Sem vontade de dizê-las, talvez. Sem motivação. Buscando uma luz que ao final só conduzia para o silêncio e uma vontade toda minha de revisitar a introspecção. Aliás, a busca pelas práticas de silêncio e o voltar-se para si conquista cada vez mais adeptos. Mas seria possível vivê-la em público, cercada de pessoas, de demandas sociais?

E então, como de costume, a reflexão vem. E mais uma vez, a conclusão a que não chegamos (por complexa que é) e o percurso que aponta para um sentido: não devemos julgar as pessoas. Ninguém. Cada um trava suas batalhas diárias, algumas delas inglórias. Uns vão sentir necessidade de compartilhá-las com maior número de pessoas. Outros irão se retrair. Muitos se voltarão para a natureza e sua comunhão com ela serão seu reencontro com o estado de equilíbrio. Não podemos julgar nenhuma delas.

Uma boa técnica, que na verdade é empirismo, passa justamente por lapidar um conceito básico que deveria se fazer presente em mais momentos de nossas existências: o respeito. A si próprio. Aos outros. A toda a coletividade. Dizer tudo o que pensa ferindo pessoas desnecessariamente, não me parece o melhor roteiro de vida. Da mesma forma, ser destinatário de um contingente de remorso por não conseguir expressar o que se sente, também não. A verdade é que cada um sabe de si. Mas acho que o trato com a comunicação interna, social e com o mundo, poderia ser mais bem refinado...

Palavras que somem podem se perder em um lugar desconhecido por todos. Aquilo que deveria ser dito e não foi. Aquilo que felizmente não foi dito, mas foi pensado. Há tantas formas de se comunicar. Ricas formas. E dependendo do contexto, um olhar diz mais, muito mais do que um belo texto faria.

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Três vezes gratidão

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Três vezes gratidão, simbolizando uma sequência sem fim da palavra e do sentimento. Se há algo que realmente nos conecta com toda força do bem que transcende é a capacidade de sermos gratos. Por óbvio, se tudo vai muito bem, obrigada, é mais fácil emanar tal sentimento. Contudo, penso que o maior exercício é sentimo-nos agradecidos diante das adversidades, de modo que quando conseguimos nos conectar com sentimento nos momentos difíceis, nas aflições e incertezas, estamos verdadeiramente manifestando a nobreza que dele advém.

Três vezes gratidão, simbolizando uma sequência sem fim da palavra e do sentimento. Se há algo que realmente nos conecta com toda força do bem que transcende é a capacidade de sermos gratos. Por óbvio, se tudo vai muito bem, obrigada, é mais fácil emanar tal sentimento. Contudo, penso que o maior exercício é sentimo-nos agradecidos diante das adversidades, de modo que quando conseguimos nos conectar com sentimento nos momentos difíceis, nas aflições e incertezas, estamos verdadeiramente manifestando a nobreza que dele advém.

Do que valeria uma existência sem aprendizado, sem oportunidade de evolução, superação, espírito de cooperação? Por vezes nos conectamos com algumas das mais sublimes roupagens de compaixão, perdão, fraternidade, solidariedade, amor puro e amplo, justamente nos momentos de dor. E então, surge a dádiva dessas horas, pois se analisarmos bem, absolutamente tudo tem um lado bom. Cabe a cada um de nós trabalharmos de alguma maneira com o otimismo, a perseverança, a resiliência, a empatia, o amor de todas as formas e principalmente a gratidão.

Como escreveu Mário Quintana, “a vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa”. E não é que é isso mesmo? Grande parte do que fazemos, somos, semeamos, depende do nosso empenho, do comprometimento com o qual realizamos as tarefas, da importância que atribuímos aos estudos de caso, do tempo que empregamos para executar essas lições. Somos zelosos? Estamos preocupados em aprender? Temos nos empenhado em ensinar aos outros? Estamos acertando mais do que errando? É bom pensarmos sobre isso.

De fato, por essa ótica, dá mesmo vontade de deixar rastros de amor por todos os lugares. Vamos ser gratos pelo hoje. Amar e agradecer sempre, todo santo dia, sob toda e qualquer circunstância. Façamos felizes aos próximos e caminhemos de encontro à nossa felicidade. Não há que se ter o mar de rosas para que efetivamente agradeçamos pelo ar que corre pelos nossos pulmões. Sejamos gratos em qualquer circunstância sob a perspectiva de que toda hora é hora para o amor.

A escritora Ana Jácomo escreveu algo de que particularmente gosto muito e por isso peço licença para compartilhar com os senhores leitores: “ Economizar amor é avareza. Coisa de quem funciona na frequência da escassez. De quem tem medo de gastar sentimento e lhe faltar depois. É terrível viver contando moedinha de afeto. Há amor suficiente. Há amor para todo mundo. Há amor para quem se conectar com ele. Não perdemos quando damos: ganhamos junto.” E vale a paráfrase: há gratidão também para todo mundo. Sentimento mágico que transforma tudo, melhora a vibração de tudo, acalenta a alma, promove alegria e nos conecta com o que há de mais belo. Quanto mais, melhor. Gratidão, gratidão, gratidão.

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Investimento Pessoal

quinta-feira, 05 de janeiro de 2023

Ele resolveu investir em si mesmo. Pensou sobre como começar. Resolveu, então, traçar o ponto de partida a começar por suas reflexões. Quis pensar na estratégia. Tentou entender-se. Inevitável. Autoconhecer-se antes de tudo. Como se diz, para quem sequer sabe aonde chegar, qualquer lugar pode ser o destino. Ele queria caminhos. Mergulhou, então, no universo quase desconhecido de saber mais sobre o que deveria saber. Atentou-se em buscar o que queria fazer. Esbarrou no desconhecimento sobre quem ele era. Enganou-se por subestimar a profundidade de seus anseios

Ele resolveu investir em si mesmo. Pensou sobre como começar. Resolveu, então, traçar o ponto de partida a começar por suas reflexões. Quis pensar na estratégia. Tentou entender-se. Inevitável. Autoconhecer-se antes de tudo. Como se diz, para quem sequer sabe aonde chegar, qualquer lugar pode ser o destino. Ele queria caminhos. Mergulhou, então, no universo quase desconhecido de saber mais sobre o que deveria saber. Atentou-se em buscar o que queria fazer. Esbarrou no desconhecimento sobre quem ele era. Enganou-se por subestimar a profundidade de seus anseios

Certo estava de prosseguir. Por instante sentiu-se em um beco sem saída, percurso sem volta. Mas decidiu se conhecer melhor, afinal, seria ele próprio o destinatário de todo o investimento projetado, não poderia apostar todas as fichas no desconhecido. Não queria ser a “zebra” da própria vida. Estava disposto a afundar, se preciso fosse. Resistiria de toda forma. Estava esperançoso por descobrir as asas imaginárias que o possibilitassem voar. Já amava o voo (tanto quanto a metáfora).

Nesse processo, como investidor, percebeu que seus lucros seriam maiores se cuidasse muito bem do seu principal patrimônio, a que apelidou de templo. Referia-se à sua própria saúde. Ao seu corpo físico, mental, espiritual. Concluiu que a mola mestra da máquina, sua mente, estava mal da engrenagem. Enferrujada, em mal estado de funcionamento. Seria ela o início do processo. Começou a aplicar em seus cuidados. O retorno foi rápido. Estava certo de seu propósito e prosseguiu. O equilíbrio pretendido passava pela reforma interior e exterior. Mãos à obra. Logo percebeu que deveria concentrar em si os esforços da reforma, pois só ele se empenharia no nível desejado e conhecia bem o projeto.

Feliz com o resultado, templo em equilíbrio, resolveu transmutar seu olhar sobre o mundo e sobre o outro. Fomentou práticas altruístas e quanto mais útil ao bem do próximo se tornava, mais se deparava com uma sensação até então inédita, que começou a desconfiar que fosse a tal felicidade. Ao olhar-se no espelho, o semblante ranzinza cedia espaço para um sorriso leve que despertava até uma vontade estranha de continuar sorrindo.

Decidiu incrementar suas habilidades. Investir em conhecimento, aprimorar suas habilidades mais técnicas, ler bons livros, priorizar contatos com pessoas a quem admirava. Foi certeiro. O retorno veio à galope. E quanto mais cuidava do seu templo e desenvolvia suas habilidades, mais satisfeito estava por ter feito um bom negócio. Mudou até seu conceito de riqueza. Sentiu-se detentor de um superpoder, voltou a acreditar em si, enxergou seu potencial e percebeu-se habitante de um belo templo, cujas energias sentiam-se de longe. Renasceu. Foi o melhor investimento de sua vida.

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