Tereza Cristina Malcher Campitelli

Momentos Literários

Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.

04/04/2022

Na semana passada, no Clube de Leitura Vivência, mais uma discussão
acalorada tomou conta de quase todo o encontro. Durante a leitura do conto
contido no livro “Sem Fantasia”, de Elisa Pereira, Venas Abiertas, 2020, uma
personagem que era professora foi denominada de “tia” pela protagonista. Eu
me senti tocada pela referência, até porque, durante a minha formação no
curso de Pedagogia, esta discussão se espalhava pelos corredores e salas de
aula da Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro.

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28/03/2022

Certa vez, fui ao Rio Grande do Norte à passeio. Durante as viagens de avião, ida e volta, que duraram umas três horas cada uma aproximadamente, li “Um sopro de Vida”, de Clarice Lispector.  Na época, eu estava começando a aprender a escrever, engatinhava, na verdade; mal conseguia ficar de pé. Esse livro me marcou por vários motivos. Primeiro porque foi a última obra que Clarice escreveu, tendo sido publicada após a sua morte.

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21/03/2022

“Tudo muda, nada é para sempre”. Esta foi a frase que brotou no meu
pensamento quando soube que a Papelaria Arabesco irá fechar as portas em
breve. Durante anos a Arabesco, também livraria, nos ofereceu bons livros.
Inclusive os que escrevi foram por ela acolhidos e expostos cuidadosamente
em suas estantes.
Tudo se transforma neste mundo dinâmico. Quando um lugar de livros é
fechado, surgem tristeza e vazios carregados de lembranças. Certamente,
esse lugar de comércio será substituído por outro; soube que será uma
padaria, a Dona Emília.

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14/03/2022

Hoje, vou escrever sobre a mulher. Não especialmente a respeito da literatura. Se bem que todo ser vivo é pura literatura ao reunir e misturar as histórias de diversas entidades que possam constituí-lo, como a da criatura, do sujeito, da pessoa e a do indivíduo. Todo e qualquer ser é o mais completo protagonista, é contundente narrador dos fatos experimentados. O mais dramático, inusitado e cômico personagem das cenas vividas.

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07/03/2022

Taí, esta é uma pergunta que volta e meia a gente se faz. É um questionamento que guarda um valor imenso, caso seja para dar um livro a um filho, neto ou a uma criança. Caso seja um professor. A pergunta também é pertinente para quem quer presentear alguém ou para a escolha de uma leitura pessoal.

Confesso que para mim é uma questão bem delicada, posto que a leitura pode tocar as pessoas no mais fundo das emoções. Especialmente se for criança ou jovem porque, acima de tudo, o conteúdo de um livro influencia os processos de amadurecimento pelos quais está passando.  

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28/02/2022

Shakespeare foi abençoado nas ideias que fundamentaram sua vasta e diversificada obra. Ele conseguiu abranger os meandros da existência humana, incluindo até os momentos de vigília antes do adormecer. 

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21/02/2022

Ao ler o conto de Antônio Carlos Vianna, “Dona Katucha”, do seu livro de contos
“Jeito de Matar Lagartas”, Companhia das Letras, eu me deparei com algumas
questões relevantes sobre o envelhecer, a etapa da vida que evolui para a morte,
processo inevitável e implacável. É caracterizada por transformações corpóreas e
mentais degenerativas, que tocam as emoções, a cognição, a sexualidade e a
espiritualidade não somente daquele que envelhece, mas das pessoas que com ele
convivem. É contextual por mais solitário que o sujeito seja.

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14/02/2022

Vivemos mergulhados em narrativas, em tantas que podemos confundir as nossas com as incontáveis que nos cercam. Envolvemos e somos envolvidos de modo que a nossa voz se mistura com as de num coro de vozes diversas, algumas afinadas, outras desafinadas. Às vezes, musicadas por gaitas, trombones e violinos.

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07/02/2022

Os conceitos são relevantes para que possamos saber com o que estamos lidando, fazendo ou mesmo querendo. São concepções que definem o modo como nos posicionamos diante das situações.

No Clube de Leitura Vivências, refletindo a respeito do livro “Amores Improváveis”, de Edney Silvestre, nós nos deparamos com a palavra “criatura” e conversamos livremente sobre o que pensávamos a respeito. Particularmente, não gosto da palavra, talvez porque tenha mais consoantes do que vogais. Ou porque minha avó se referia à “criatura” quando havia algo recriminativo em alguém.

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31/01/2022

Quinta-feira última, 27\01\2022, recebemos uma pérola no Clube Clássicos da Literatura, a Professora Glaucia Pereira Brito, que nos ofereceu uma palestra sobre Maria Firmina dos Reis (1822-1917), maranhense, primeira romancista brasileira,  esquecida durante décadas, cuja obra possui valor literário, histórico, cultural e social relevante.

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